Nyrel - Uma História de Amor escrita por FireboltVioleta


Capítulo 20
Decisões e Aflições


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Esse capítulo e os dois ou três próximos vão ser P.O.V. do Darel, já que não ocorreu nenhuma coisa notável durante esse tempo em Tokonga. Estamos á menos de dois dias da chegada à tribo, então nada de relevante aconteceu nesse período *-*
Bem, sem mais delongas, boa leitura ♥



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DAREL

 

Após seis horas de viagem, chegamos a Melbourne, a cidade mais próxima que tínhamos de uma ligação com todos os demais distritos da Austrália.

Alguns minutos antes de chegarmos ao nosso novo hotel, Brighton Savoy, eu havia me comunicado mais uma vez com Beatriz e Russel. Ele haviam me confirmado que Hermione reservara os quartos, e disseram que enviariam um dossiê sobre os Granger em alguns minutos.

E não deu outra. Mal havia deixado Ronald e Hermione no quarto deles, e uma enorme coruja-das-torres, vinda de Sydney, deixou cair em meu colo um pesado pacote com o selo da agência.

Quis fazer uma surpresa para Hermione, então resolvi não avisa-la de nada por algum tempo.

Finalmente, minha ansiedade brincalhona venceu, e decidi entrar no quarto.

Olhei pela fresta, de onde vi Ronald sorrindo para mim.

— Já se instalaram?

— Sim... eu acho - Hermione franziu o cenho, mas também sorriu - acho que vou... vamos... – corrigiu-se, arregalando os olhos comicamente para a expressão estreita de Ronald - rodar o centro de Melbourne para procurar informações sobre meus pais.

Balancei a cabeça, erguendo o dossiê já desembrulhado para ela.

— Não precisa – dei uma piscadela, que Ronald respondeu com uma risadinha - já contatei alguns... colegas, que fizeram esse servicinho. Gahoole e Nariel moram aqui há mais de cinco anos e conhecem gente de todos os lugares... fotógrafos, rodoviários, policiais, agentes de turismo, departamento de imigração... está tudo aqui...

Granger apanhou o prontuário, folheando lentamente cada folha. Vi seus olhos mogno saltarem, espantados, como se não acreditassem em nada do que viam.

— Caramba, Darel! – para minha surpresa, Hermione se lançou contra mim, me dando um abraço saltitante, ainda segurando o dossiê, enquanto sentia meu rosto se abrir num sorriso - nossa, está tudo aqui... – ela me soltou, esbaforida - e...

Weasley se aproximou, tenso, quando Hermione soluçou baixinho, encarando outra folha do prontuário. Ela estendeu o papel para ele.

Vi, em suas mãos, a foto que as câmeras de Melbourne haviam registrado dos Sr. e da Sra. Granger.

Senti meu peito se apertar de compaixão. Eu entendia muito bem o que era ficar longe de pessoas tão queridas... e, do nada, se deparar com uma lembrança daquelas.

— Faturas de cartão de crédito, onde eles se hospedaram por aqui, aonde foram... – comentei, numa tentativa de anima-la mais - tudo aí. Já sabemos que, assim que chegaram a Melbourne, Monica e Wendell se hospedaram em um hotel no centro, falaram com uns dois ou três agentes de imigração para se orientarem sobre a mudança e instalação deles para a Austrália, e que gastaram um bocadinho com aparelhos odontológicos e coisas assim.

Hermione suspirou, se recompondo.

— E alguém descobriu para aonde eles se mudaram?

Sorri.

— Sim... foi para Darwin.

— Caramba, você tinha razão, Hermione... – Ronald arfou - agora só falta saber que trajeto eles fizeram e chegar à Darwin sem chamar a atenção de pessoas... bom, das quais não precisamos ter atenção.

Franzi a testa. Eu tinha, naturalmente, pensado em tudo para impedir que o Ministério da Magia australiano soubesse de nossa viagem. Mas, quando eles retornassem para a Inglaterra, a coisa por lá seria bem diferente. Eu já não poderia fazer nada para defendê-los de suas próprias leis.

— Vocês sabem que vão arrumar encrenca quando tudo voltar ao normal no Ministério da Magia britânico, não sabem? – perguntei, preocupado.

— É por isso que viemos logo, enquanto as coisas estão se acertando lá – Granger algavariou, nervosa - para que eles relevem isso e não façam uma investigação. E depois, eu não iria ver meus pais tão cedo se dependesse da ajudinha do Ministério.

Reprimi a vontade de revirar os olhos. Sim, a garota tinha razão mais uma vez. Com a bagunça que os bruxos das Trevas haviam deixado por lá, ia ser mesmo complicado tudo se organizar tão rapidamente.

— Bom, já entramos de cabeça nessa enrascada – dei de ombros, rindo - agora só podemos continuar o nosso caminho.

— Próxima parada... Adelaide! – satisfeito, vi Hermione embalar levemente a foto dos pais em suas mãos.

Estreitei os olhos., OS dois pareciam muito cansados do caminho pela estrada. Não achei que seria uma boa ideia continuarmos viagem tão cedo.

E depois, tinha a impressão que aqueles dois precisavam de um tempinho a sós.

— Esperem , esperem aí... – ergui as mãos, humorado - vocês não vão sair correndo daqui depois de seis horas de viagem sofridas no meu pobre Ranger. Vão curtir a cidade um pouco. Nós continuamos amanhã.

— Ai, Darel – começou Ronald.

— Ai o caramba, Weasley – soquei seu ombro de brincadeira, fazendo-o rir - já combinei tudo com o hotel em Adelaide. A reserva está pronta para amanhã à noite.

— Tá bom, chefia – ele revirou os olhos - a gente podia ir à praia. É... que tal, Hermione?

Hermione ainda estava olhando para o prontuário, e sacudiu a cabeça, distraída.

— O quê?

— A gente podia dar um pulinho... literal... na água.

Ela encarou a grande parede de vidro que havia defronte á praia. O Hotel ficava á poucos metros do mar.

— É... podíamos dar um pulo na água.

— Bem... vocês vão nadar um pouco... e eu vou ler – ri, pegando o livro que Russel me emprestara de minha maleta recém-desfeita.

— Sério? A praia aqui do lado e você vai ler??

— Deixe o garoto, Rony – ouvi Hermione resmungar, o que me fez balançar a cabeça, divertido - anda, vamos nos trocar...

Vi os dois saírem do quarto, em direção ao vestiário do hotel.

—___________O___________

Depois de alguns minutos, levantei o olhar do livro, olhando para os dois pontinhos já distantes na costa da praia.

Guardei-o de volta na maleta, assistindo os dois mergulhando e se divertindo na água.

Não conseguia parar de sorrir ao ver aquele casal tão inusitado brincando e se provocando sobre as ondas. Eles eram diferentes de tudo e de todos que eu já havia visto na minha vida.

Lembrei-me do que haviam dito quando falei sobre Nyree, e senti algo repuxar meu estomago.

Sim, os dois estavam certos. Pela primeira vez em dez anos, eu queria voltar para Tokonga. Queria rever Akahata, Mere, minha tia... e Nyree.

Para minha surpresa, minha angústia de pensar no que poderia ter mudado em todos aqueles anos parecia ter se dissipado. Não havia mais nada que me impedia de voltar para minha casa.

E, se eu tivesse a chance, eu faria isso.

Mas antes, terminaria o que havia prometido. Antes de qualquer decisão precipitada, honraria o compromisso que fizera com Hermione.

Suspirei, esfregando as mãos uma na outra.

Porém, algo chamou minha atenção e volta para Ronald e Hermione, ao longe.

Não consegui enxergar Hermione.

Ergui-me, atônito.

Ronald parecia agitado, olhando para os lados, antes de também desaparecer na água com um mergulho.

A primeira coisa que pensei foi num tubarão.

Mas tubarões não atacavam tão perto da maré.

O que me fez pegar a varinha de Ronald e sair desabalado na direção da praia foi saber que algo terrível estava acontecendo.

Quase tropecei na areia que escorregava sob meus pés.

Ergui a varinha de Ronald, enquanto assistia, horrorizado, ele emergir e trazer Hermione, inconsciente, em seu colo. Ele tropeçava nas próprias pernas, numa tentativa desesperada de correr.

Atrás da trilha de sangue que Hermione deixava, vi, no encalço deles, o monstro que os maoris só viam em seus piores pesadelos.

Um bunyip.

 

 


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Notas finais do capítulo

Ah, então? O_O #tenso
Comentários? :3
Beijinhos e até o próximo capítulo!



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