Stars And Butterflies escrita por Lieh


Capítulo 16
Capítulo XIV - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Sumida eu sei, mas estou aqui com a primeira parte do final pronto. Tentei postar outras vezes, várias na verdade, só que os capítulos simplesmente sumiam ¬¬' rs.

Em fim, boa leitura!



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Após quase um mês de uma visita agradável e conveniente, que animou a pacata casa dos Swan’s, Alice Cullen partiu para os seus.

Ela não conseguiu sair da casa antes de Bella arrancar-lhe uma promessa que escrevia sempre, sem mencionar sobre os assuntos a qual as duas tinham grande interesse: a recuperação de seus amados. Assim, com essa promessa, a Srta. Cullen partiu, sobre ainda os insistentes convites do Sr. Charlie dela permanecer mais tempo, delicadamente recusados.

Com a partida da amiga, o tédio consumiu Bella durante as semanas que se seguiram, além da vontade louca de ir atrás de Alice.

Essa pequena idéia, por algo tempo, ficou só na idéia, algo distante e impossível. Até que em uma bela manhã, com um despertar eufórico, a idéia se transformou em plano: Por que não poderia ir fazer uma visita ou retribuir a visita de Alice? Já se havia passado tempo mais do que suficiente para retribuir os dias agradáveis que só uma visita pode proporcionar como manda a etiqueta.

Com isso resolvido, só faltava um problema para encontrar solução: o pai de Bella.

A moça não sabia como iria introduzir o assunto e muito menos como pedir. Temia pela reação do pai, que acabasse desaprovando. Todavia a jovem não entendia porque estava com tanto medo. E o que havia ignorado estava vindo à tona em mente: estava indo visitar mesmo a Srta. Alice ou era tudo um pretexto para ver o irmão dela?

Era óbvio que quando a idéia de visitar para Chicago apoderou-se de Bella, não era simplesmente para retribuir uma visita, mas sim para visitar, para ver Edward, só que no começo ela ignorou esse fato. Agora sabendo dele, não sabia que utilidade teria para convencer seu pai.

Assim, a oportunidade para falar da visita para com ele chegou. Foi numa noite depois do jantar, onde era muito cedo para se retirar para o quarto, então o Sr. Charlie resolveu fazer companhia para filha na sala de estar. Ela estava entretida num lindo romance de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito” bem na cena que Elizabeth Bennet lia a turbulenta carta do Sr. Darcy. 

O Sr. Charlie resolveu abrir o jornal daquela manhã para resolver palavras-cruzadas, enquanto Dolores servia o chá e tricotava num canto da sala, perto da lareira.

Naquele silêncio amigável e tranqüilo, Bella achou que era o momento perfeito para falar sobre a visita a Chicago com o seu pai. Resolveu ir entrando no assunto aos poucos.

- Estou com saudades de Alice... – comentou o Sr. Charlie.

Bella assustou-se com aquele comentário dele, tão repentino, pois seria justamente esse o pretexto que usaria.

- Eu também estou com muitas saudades, papai, não só dela, mas de todos...

“Ir direto ao ponto é o melhor a fazer”, pensou Bella.

O Sr. Charlie a fitou desconfiado, e a moça viu que era hora de abrir o jogo, contando de uma vez seus planos.

- Sabe pai, eu gostaria muito de visitar meus amigos em Chicago. Sinto saudades deles, até por que fomos embora sem nos despedirmos de ninguém. Sinto saudades de todos, até das minhas primas. Por favor, papai, deixe-me visitar Chicago, pelo menos uma última vez.

Todas essas palavras foram ditas com tanto fervor e sinceridade, que comoveu o pai de Bella, até mesmo Dolores que escutava atentamente no canto da sala. Porém, o Sr. Charlie estava receoso com esta visita. Sabia que Chicago não ia trazer boas lembranças para a filha, que muitas situações tristes os dois passaram lá. Mal sabia ele que a cidade não oferecia só lembranças ruins para a filha, mas também lembrança feliz em relação a um jovem rapaz que agora se encontrava convalescente.

Pois esse era todo o centro da questão para Bella. Nunca viveria em paz se não visse pelo menos uma última vez Edward, mesmo que ele rejeitasse vê-la, mesmo que ele diga que a odeia e não quer vê-la nunca mais, tudo isso valerá a pena se vê-lo recuperado e feliz. Sem ela.

O silêncio se prolongou. A cada segundo que passava o desespero de Bella ia aumentando. E se seu pai não a deixasse ir? O que ela faria? Iria fugir? Como? E logo agora que a relação dos dois melhorou tanto, ela colocaria tudo a perder? Era bem capaz que o Sr. Charlie a internasse de novo pela desobediência. Bella estremeceu só de pensar em voltar para Dartmouth.

Por fim, o Sr. Charlie quebrou o silêncio:

- Está querendo ir para Chicago para visitar pessoas que só fizeram você sofrer? Eu não te entendo, minha filha. Pensei que odiasse Chicago...

- Não, não são todas que me deram desgosto... Pensando bem, eu não sei nem dizer se elas me fizeram alguma coisa, acho que fui eu que fiz...

- O quê você fez, minha filha?

- Eu cheguei à cidade se intrometendo na vida de todos, bagunçando toda uma estrutura, toda uma rotina. Ganhei inimigas que seriam evitadas se eu tivesse sido mais prudente... A Sra. Rosalie McCarty, por exemplo.  – Bella parou. Viu que para argumentar com o pai teria que entrar num assunto delicado e difícil. O medo de falar de seu infeliz noivado com Edward a consumiu. Estava envergonhada pelas burrices que fez a tanto tempo, que possuía marcas. Lágrimas amargas encheram seus olhos só de lembrar-se de todas as sucessões de fatos, de mal-entendidos, de leviandade, de egoísmo, de imaturidade. Como foi tola e cega! Como se deixou levar por seus impulsos juvenis, sem ouvir a voz da razão, sem pedir conselhos, tudo por puro capricho e vaidade! No final das contas, pagou por tudo isso, um alto preço.

Teria que contar, não havia jeito. Assim contaria tudo, sem omitir nada.

- Dolores você pode nos deixar a sós, por favor? – pediu a moça amavelmente.

A velha senhora se levantou receosa, com uma expressão de grande curiosidade, encarando sua criança, tão indefesa e infeliz.

A sala ficou em terno silêncio, aspirando uma tranqüilidade incomum, como uma tempestade sem avisar.

Vendo que era sua deixa, Bella começou:

- É uma longa estória que eu preciso lhe contar papai...

E prosseguiu com sua narração.

A história foi novamente vivida, cada detalhe, cada diálogo ricamente contado pela narradora excepcional que era Bella. O dom da moça de contar uma história era belíssimo: sabia a entonação certa, o uso das expressões e sentimentos sem exagero, além de uma originalidade sólida e própria. Mas é claro que nem ela mesma sabia disso ou percebeu tamanha era sua emoção ao recontar seu amor infeliz por Edward e suas desastrosas conseqüências.

No entanto, o que mais chamou a atenção foi a reação do Sr. Charlie.

Bella temia pelo o que o pai iria dizer, mas com o tempo foi relaxando ao ver que ele ouvia atentamente, com uma expressão indecifrável, e sempre quando ela pousava por causa dos embargos das lágrimas e os soluços, ele a olhava com compaixão e a instigava docemente a continuar. E ela prosseguia, assim até o final.

O silêncio se instaurou quando parou de falar. Bella mantinha a cabeça baixa, limpando os olhos lacrimejados com um lenço, suspirando, não querendo encarar o pai e ver sua fisionomia, que para ela era de decepção, censura e todos os sentimentos ruins que um pai pode ter depois de saber que sua amada filha tomou atitudes que iam contra sua virtude.

No entanto, eram totalmente contrários os sentimentos que o Sr. Charlie nutria pela filha naquele instante.

Apesar de ter sido negligente com a educação em relação com as coisas do coração com a filha, Charlie Swan possuía um coração sensível e nobre para o amor. Talvez a morte prematura da esposa não o preparou para lidar com este lado da natureza humana com uma filha, e culpava-se por isso, por nunca ter conversado sobre homens, casamento, amor e até mesmo sexo, um assunto tão tabu para aquela sociedade.

É necessário ter conhecimentos e conselhos para o que vai viver em determinado momento da vida. Bella não era a única jovem ignorante sobre essas coisas, não são as principais que compõe o ciclo da vida, porém fazem parte da natureza de todo ser humano. Tantas jovens não tinham nada, nenhuma base para o que as aguardavam num casamento, somente possuíam as doces fantasias românticas sobre o momento tão esperado, que muitas vezes não é nada do que elas queriam. Soma-se toda a frustração, com apenas o desejo carnal do marido, e todas essas moças caem em uma profunda decepção com o amor, separando este belo conceito com os desejos da carne.

Charlie Swan pensou tudo isso com grande remorso, agradecendo aos céus por sua filha ter tido a coragem de contar os fatos. Ainda havia tempo para consertar uma terrível negligência e insensibilidade.

E foi com ternura que encarou a filha, tão doce em sua ingenuidade e humildade por admitir seus erros. Não a julgava nem condenada como muitos fariam, pois apesar de tudo o que aconteceu entre ela e Edward Cullen foi uma escolha, mal pensada sim, mas feita de coração sincero, mesmo que de forma um pouco errônea.

- Não pense que eu estou com raiva de você, milha filha – começou o pai de forma doce – Não adianta tentar mudar o passado, agora é seguir em frente sem cometer novamente os mesmos erros. Grande parte disso é culpa minha por não ter se preocupado com seus sentimentos sobre isso. Perdoe-me. Não sabe o quão é difícil educar uma filha, sozinho. Como sua mãe faz falta. Penso nela todos os dias...

Bella continuava de cabeça baixa, agora mais calma. Com a menção da mãe, um nó se formou em sua garganta. Raramente o Sr. Swan falava na Sra. Swan perto dela e isso a fez pensar que mesmo depois de tanto tempo, ele nunca a esqueceu ou deixou de amar Renée, assim como ela mesma.

O Sr. Charlie continuou:

- Eu sempre soube, mesmo que não quisesse admitir, que aquele rapaz sentia algo por você, mas depois daquela época que você ficou catatônica após a discussão de vocês, eu fiquei muito zangado e magoado, mesmo sem saber sobre o quê vocês brigaram. Com toda a minha lerdeza nem me dei ao trabalho de pedir para você contar-me a história, filha, de tão enraivecido que estava. Agora que conheço os fatos, gostaria de perguntar-lhe uma coisa, querida e gostaria que você sincera comigo...

Neste instante Bella levantou os olhos e encarou o pai, com medo do que ele ia perguntar, mas o que quer que fosse falaria a verdade, pois já estava cansada de mentiras e histórias mal resolvidas.

- Mesmo depois de tanto tempo, Bella, você ainda ama Edward Cullen?

A pergunta foi feita com toda a ternura de um pai preocupado, o que emocionou Bella ainda mais. Com lágrimas e suspiros, ela não se conteve e exclamou:

- Oh papai! É claro que eu o amo, loucamente, apaixonadamente desde sempre!

Aquela demonstração tão aguda de amor emocionou também o Sr. Charlie que abraçava a filha, esta chorando em desespero.

Entre lágrimas e soluços, Bella implorava:

- Deixe-me ir papai, deixe-me ir para Chicago e resolver minha vida.

- Está bem minha filha, eu dou minha permissão de todo coração. Só peço que leve Dolores com você para que eu fique mais tranqüilo. Ficarei aqui esperando ansiosamente o desfecho da sua história – e beijando os cabelos da filha, o Sr. Charlie abençôo-a.

Mal contendo a alegria e euforia, Bella saiu gritando por Dolores entre sorrisos e lágrimas, esta que ficou o tempo todo escondida perto da porta da sala ouvindo toda a narração, disfarçando mal a emoção. Tal foi o fato cômico da velha governanta pega em flagrante a assuar o nariz num lencinho, com Bella rindo e soluçando de tão emocionada.


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