Como sempre eu viajei muito na aula, e hoje Castiel não estava aqui, provavelmente havia matado aula. Acabei passando o intervalo na escada escutando música, e depois voltei para mais uma rodada de aulas tediosas.

No final da aula eu estava saindo do colégio quando alguém me parou

–Charlotte espera. - olhei e vi Nathaniel, ele me mostrava um de seus belos sorrisos.

–Nathaniel? O que foi?

–Eu me lembrei que ontem você me disse que gostava de gatos, e eu sempre dou de comer aos gatos abandonados aqui perto da escola. Você gostaria de vir comigo? – ele estva esperando que eu responde-se.

–Claro, eu adoraria vê-los.

–Então vamos.

Pegamos uns potes, água e ração, e ele me mostrou o lugar. Tinha cada gato fofinho, eu não conseguia acreditar que um ser humano pude-se abandonar uma coisa tão bonitinha.

Nathaniel parecia se divertir enquanto os gatos subiam em cima dele, ele realmente gostava, talvez um dia eu o leve pra conhecer o luba.

–Eles são lindos, não? – ele parecia tão descontraído, muito diferente do Nathaniel certinho e careta, e ficava ainda mais lindo desse jeito.

–São sim. – disse enquanto fazia carinho em um deles.

–Você pode vir comigo sempre que quiser.

–Eu adoraria. – me sentei ao seu lado no chão.

Ficamos assim por mais algum tempo.

–Acho melhor nós irmos embora, daqui a pouco vai escurecer.

–Tudo bem. – me despedi dos gatinhos, e segui Nath.

–Então como é Londres? –perguntou ele no caminho.

–Não é tão diferente daqui, não é como se eu vivesse em marte.

–É você tem razão. – ele estava meio alheio – Eu não sou muito bom em puxar assunto.

–Não, sua pergunta foi boa, é só que se eu ficar falando eu só sentir mais falta de casa e de todo mundo. – dei um sorriso triste.

–Seu namorado deve sentir saudades. – eu tive que rir.

–Não. Eu não tenho namorado. –disse corando um pouco.

–Serio?! – ele me olhou um pouco surpreso.

–Porque essa surpresa toda? – eu não sabia por que ele estava agindo daquela forma.

–É que, você é linda, inteligente, legal e divertida. Que garoto não quer isso? – ele disse corando, cara eu já disse como ele fica fofo quando faz isso.

–É você tem razão.

–E ainda é modesta – ele riu.

–A culpa não é minha se nasci perfeita. – fiz um biquinho e ele riu – Agora é minha vez de dar uma tia no natal e perguntar: e as namoradas?

–No momento nenhuma. – sorri quando disse.

–Nem aquela “Melody”? – disse curiosa.

–Não. – ele pensou um pouco – ela sempre gostou de mim, mas não consigo ver ela sem ser como amiga.

–HMMMM, quem diria senhor Nath friendzonando pessoas. Gostei de ver. – ele riu de novo.

–Nath?

–Porque, não gostou do apelido?

–Nath. Gostei. – ele sorriu.

–Ainda bem, eu costumo dar apelidos pra todo mundo e quando eu crio, o nome verdadeiro dessa pessoa se perde no vasto infinito que é a minha memória.

POV Nathaniel

Eu ri de seu comentário. Tem bastante tempo que eu não me divirto assim, e de uma coisa eu tinha certeza, eu estava gostando dessa garota louca. Ela tinha um sorriso lindo, e adorava o jeito que ela me fazia rir com tanta facilidade.

Quando estávamos chegando perto da casa dela recebi uma mensagem de ambre.

AMBRE: “papai está uma fera, não sei motivo, mas provavelmente é alguma coisa relacionada a você.”

Merda.

POV Nathaniel OFF

Nathaniel havia recebido uma mensagem e desde então parecia um pouco tenso.

–Tá tudo bem? – ele fez que sim com a cabeça. Decidi não insistir.

Chegamos na minha casa e convidei ele pra entrar.

–Acho melhor não.

–AH, vamos. Eu tenho alguém especial pra te apresentar. – sorri.

–Tudo bem – disse ele cedendo.

Quando entrei havia um bilhete de minha tia em cima da mesa da cozinha. Ela teve que fazer uma viagem de ultima hora por causa do trabalho, e só voltava depois de amanha, ela tinha deixado dinheiro pra eu pedir comida.

–Vamos ele deve estar lá em cima – subi as escadas até meu quarto, com Nath atrás de mim.

Assim que entrei vi o pequeno amontoado de pelo deitado na minha cama, fui em sua direção enquanto Nath olhava ao redor e observava cada detalhe.

–Nunca viu o quarto de uma garota antes? – ergui uma sobrancelha.

–Eu só imaginei que seria diferente.

–Diferente como? Pera deixa eu ver, rosa com Barbies e bichinhos de pelúcia.

–Você acabou de descrever o quarto de minha irmã – disse rindo.

–Não me surpreende. – gargalhei.

–Então você toca? – disse apontando para meu violão.

–Sim, um pouquinho. – peguei luba da cama o acordando – talvez um dia eu toque pra você, mas hoje eu queria te apresentar a esse carinha aqui.

–Então esse é o famoso luba. – ele veio em minha direção, e fez carinho nele – Ele é uma graça. – e lá estava ele sorrindo de novo. Acabei perdendo um pouco o foco, mas logo voltei ao normal quando o gato pulou de meu colo direto pra cama e voltou a dormir.

–Nunca vi mais preguiçoso – sorri. Quando olhei pra frente Nathaniel me encarava e logo estava o encarando também.

Ele chegou mais perto e pós uma mexa de meu cabelo atrás da orelha, seus olhos tinham uma cor de mel, ele acariciou minha bochecha com o polegar e foi se aproximando, seus lábios tocaram os meus e eu retribui, ele pediu passagem e o beijo foi se aprofundando até que tivemos que parar para recuperar o fôlego. Ele me olhou com um sorriso no rosto, mas a magia do momento foi quebrada quando seu celular tocou.

Ele recusou a ligação.

–Eu tenho que ir.

–Ta legal.

Eu desci as escadas com ele e me despedi.

–Eu me diverti hoje. – disse ele.

–Eu também.

–Bem então eu te vejo amanhã - ele me beijou de novo antes de desaparecer na noite.

...

Pedi comida chinesa e fiquei no meu quarto assistindo TV pelo resto da noite.

Não pude para de pensar em Nathaniel. Eu sei que isso era só um plano pra testar aquela vaca, e que ela só não me queria com o irmão dela, mas quem ela realmente gosta é o Castiel, então eu teria que ficar mais próxima dele. De qualquer forma acabei adormecendo pensando no loiro.