Hello escrita por Larissa Redfield


Capítulo 1
Last Kiss


Notas iniciais do capítulo

Essa história me veio a cabeça assim que terminei o 4x09. Venho trabalhado nela há dias então espero que gostem.



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Last Kiss

Oh where, oh where can my baby be?

The Lord took her away from me

She's gone to heaven, so I've got to be good

So I can see my baby when I leave this world

...

Cinco meses. Cinco meses haviam se passado. Cinco meses da morte de Felicity. Cinco meses da minha própria morte, ou parte de mim. Cinco meses nos quais eu havia deixado o manto do Arqueiro, que eu havia deixado Thea, Diggle, Laurel e todo o resto para trás. E eu havia decidido ir embora de Star City e vindo pra Central City.

Eu me sentia melhor aqui, e decidi deixar Connor para trás também, não havia motivo de colocá-lo na minha vida se eu não poderia protege-lo. E Sandra ficou imensamente feliz em concordar com isso.
E agora eu morava com Barry Allen, sim o Barry. Ele foi minha única alternativa depois daquele dia. Barry me aceitou de bom grado em sua casa, prometendo não contar a ninguém minha localização. Nós mal conversarmos, quando ele não estava protegendo a cidade, estava na Star Labs, e a noite o seu único período livre eu estava em algum bar bebendo até cair ou com alguma mulher. Ele não fazia nenhum comentário a respeito, o que me deixava satisfeito.
Mas mesmo com todas essas mudanças, não havia um único dia no qual eu não tivesse pesadelos com aquele dia.
" Não é incrível como a vida num instante, é uma coisa e de repente num instante ... torna-se outra?
Num instante eu e Felicity estávamos nos beijando dentro da limousine, porque estávamos noivos. E agora eu estava correndo loucamente com a limousine, enquanto Felicity chorava no Banco traseiro agachada. Como eu a havia deixado.
Quando percebi que estava longe o bastante, parei o carro bruscamente e sai de dentro dele. Coloquei as mãos no joelho enquanto respirava com dificuldade, a adrenalina corria por minhas veias.

Rapidamente abri a porta traseira do carro e tirei Felicity de lá. Logo de início estranhei Felicity não se mexer ou sair gritando, foi ai que eu notei que ela estava desacordada. Um frio passou pela minha espinha, e logo piorou quando olhei para minha própria mão: era sangue.
— Oh não ... Felicity, fale comigo. - Pedi enquanto balançava os ombros dela de leve. Mas nada, nenhum sinal.
Lágrimas invadiram meus olhos enquanto eu tentava pressionar minha mão na barriga dele e com a outra pegava meu celular para ligar para emergência. Minhas mãos tremiam e suavam, e ficava cada vez mais difícil de ligar. E cada vez jorrava mais sangue do ferimento sujando meu smoking.
— Merda. Merda. Merda! - Gritei exasperado. Foi ai que parou um carro ao lado da limousine, dele desceu um casal que logo se a joelharam ao meu lado oferecendo ajuda. Ajuda que eu aceitei de bom grado.
Eles não falaram nada a viagem inteira, e eu fique grato por isso, porque eu não estava em nenhuma condição de conversar neste momento.
Percebi Felicity ficando mais pálida a cada instante, mas por sorte o hospital não era tão longe e logo percebi o cara parando o carro. Desci com Felicity no colo, enquanto gritava um "obrigado" para os dois, logo entrando no hospital.
— Minha noiva foi baleada! - Gritei assim que entrei, o hospital estava um pouco vazio então uma enfermeira rapidamente veio com uma maca, na qual eu coloquei ela com pesar.
— Nós vamos cuidar dela. - Assegurou um outro enfermeiro colocando uma máscara de gás nela, enquanto empurravam a maca para dentro de algum corredor, tentei acompanha-los mas fui barrado pela enfermeira.
— Desculpe, senhor. Vai ter que esperar ali. - Apontou para algumas cadeiras de espera, pensei em discutir mas cada minuto que eu tentava entrar era um minuto que essa enfermeira podia ajudar Felicity. Então apenas assenti e sentei na cadeira.
Não consegui conter as lágrimas, enquanto estava lá com as duas mãos no rosto e apoiadas no joelho sentado, pensando na possibilidade de perder Felicity.
Duas horas e meia eu ainda estava sentado lá, Thea e Diggle já haviam chegado depois que os enviei uma mensagem. Ninguém dizia nada para mim, Thea murmurou um "ela vai ficar bem" e me abraçou e Dig apenas me deu um olhar de pena.
Laurel não havia chegado ainda, ela e o Capitão Lance haviam ido buscar a Donna. E eu estava agradecendo aos céus por ainda não terem chegado, eu não sabia como encarar Donna depois disso.
Mas minha paz durou pouco, assim que uma voz conhecida quebrando o silêncio constrangedor que pairava no ar.
— Onde está minha bebê?! - Donna gritava aos quatro cantos atraindo os olhares de todos.
Capitão Lance tentava controlar a situação mas em vão, já que a mãe de Felicity estava completamente instável.
Laurel veio correndo me abraçar, mas eu não a abracei de volta, não tinha nem forças para isso.
— Como ela está? - Perguntou segurando meu rosto.
— Eu não sei ... Ninguém me diz nada. Mas havia tanto sangue, Laurel ... É tudo culpa minha. - Disse enquanto olhava para minhas mãos ainda sujas de sangue.
Rapidamente ao ouvir isso, Donna se pôs a nossa frente com a maquiagem borrada e lágrimas preenchendo os olhos.
— Como isso pode ser sua culpa, Oliver? - Perguntou desconfiada. — O que tanto vocês escondem de mim?!
Nós todos nos entreolhamos então eu ia me pronunciar até uma enfermeira cruzar a sala e procurar por alguém e me encontrar.
— O senhor é parente de Felicity Smoak? - Ela questionou e logo todos se reuniram em volta dela.
— Eu sou mãe dela! - Donna disse enquanto encarava a moça. — O que houve?
— A bala perfurou o pulmão direito dela, ela adquiriu hemorragia interna, Felicity está passando por uma cirurgia de Alto risco neste momento para drenagem do sangue do pulmão.
— Ela vai sobreviver? - Murmurei olhando para baixo.
A garota me olhou com pena.
— Não sabemos ao certo, Sr. Queen. Mas eu tenho que dizer ... As chances são baixas.
Todos abaixamos o olhar e ouvimos Donna soluçar por horas sem parar, enquanto esperávamos por mais notícias.
O dia amanheceu e todos continuávamos lá, menos Diggle que foi pra casa cuidar de Sara e Lyla. Lance pegava um copo d'água para Donna toda hora, mas ela ainda me lançava um olhar acusador sempre que podia.
Laurel e Thea estavam sentadas num canto olhando para o nada, igual a mim.

Dezenas de memórias passavam em minha mente, e o pior de tudo passava por ela, a culpa. Eu poderia ter procurado qualquer outra pessoa pra consertar o notebook por quê ela? Eu realmente destruía tudo o que eu tocava.
— Vai pra casa, Ollie. - Thea disse apertando minha mão. — Felicity não iria gostar que você ficasse aqui cansado como está.
— Não vou conseguir sair daqui até saber que ela está bem. - Disse firme. Mas ela tinha razão, eu já tinha tirado o paletó, aberto a camisa mas aquele maldito calor por conta do terno estava acabando comigo. E sem contar o cansaço, olheiras se formavam debaixo dos meus olhos.
Thea assentiu soltando minha mão, sem dizer nada e saiu.

Nesse meio tempo muitas pessoas vieram até o hospital, pessoas que só vieram por conta da minha candidatura outras amigas de Felicity da Palmer Technologies, como o Curtis. Até mesmo Malcom Merlyn apareceu.
Pareceu a eternidade quando um médico saiu da Ala da UTI tirou a máscara e procurou por alguém, finalmente falando alto.
— Amigos e parente de Felicity? - Disse e todos nos levantamos o cercando.
— Somos nós. - Laurel se pronuciou.
O médico nos encarou, um a um parecendo avaliar-nos. O encarei o cenho franzido. Então ele soltou o ar e finalmente disse o que eu mais temia ouvir.
— Eu sinto muito, Senhores. Fizemos tudo que estava ao nosso alcance. A paciente não resistiu a cirurgia. Os ferimentos eram graves demais e ...
— Não! - Gritei empurrando-o contra a parede e apertando sua garganta. — Porque não salvaram ela? Não é o que vocês fazem?! - Gritava exasperado enquanto percebia a cor sumindo de seu rosto. — Do que diabos adianta 8 anos estudando?
— Nós fizemos o nosso melhor Sr. ... Ela... - Disse com dificuldade. — Não conseguimos retirar todo o líquido do pulmão.
— Oliver chega! - gritou Capitão Lance me puxando pelo braço.
Eu comecei a chorar inconsolavelmente enquanto me debatia contra Lance para atacar o médico.
— Damien Darhk te pagou para mata-la?! Você é da C.O.M.E.I.A também? - Gritei a plenos pulmões e Lance, Laurel e Thea me tiraram de lá a força, antes que eu cometesse mais alguma idiotice. "

...

We were out on a date in my daddy's car

we hadn't driven very far

There in the road, straight ahead

a car was stalled, the engine was dead

I couldn't stop, so I swerved to the right

I'll never forget, the sound that night

the screaming tires, the busting glass

the painful scream that I-- heard last.

...


Então eu tomei a decisão de sair de Star City, assim que vi de longe seu corpo sendo enterrado. Diggle, Laurel, Thea e até Roy - Que voltou assim que soube da morte de Felicity- me ligavam sempre e eu nunca atendia.
E aqui estava eu, tentando abrir a porta do apartamento de Barry, coisa que estava bem difícil na minha situação. Assim que consegui enfiar as chaves no buraco certo suspirei aliviado, entrando e fechando a porta.
Entrei cambaleando mal vendo a forma das coisas.
Numa tentativa falha de chegar até o sofá, acabei quebrando um copo da bancada.
— Merda. - Murmurei baixo e para minha sorte, Barry nem se encontrava em casa.
O mundo todo ao meu redor rodava e dessa vez eu tinha que admitir para uma segunda feira eu havia exagerado.
Acabei por deitar no carpete da sala mesmo, quem sabe eu me sentisse melhor. Minha cabeça doía incessantemente e eu estava quase adormecendo quando um som insistente do meu celular tocando me acordou. Me movi praguejando, provavelmente devia ser Dig ou Thea ainda na esperança em que eu atendesse. Resolvi ignorar e tentar dormir, mas ele não parava de jeito nenhum.

Então eu resolvi me arrastar até a cômoda e pega-lo. Talvez fosse Barry, pois eles não insistiam tanto. Não consegui nem enxergar o número, então o atendi.
— Alô? - Disse grogue sem nem conseguir manter os olhos abertos.
Oi, sou eu. - Não podia ser. Devia ser uma ilusão muito louca da minha mente, quem sabe alguém não havia colocado algo na minha bebida. Mas eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar.
— Felicity? - murmurei incrédulo, sua voz era como uma doce música entrando no meu ouvido. Como era bom ouvi-la, eu sentia tanta falta da sua voz que chegava a doer.
Você pode me ouvir? - Então eu tive certeza era ela mesma. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu sentei me recostando no sofá.
— Oi querida. - murmurei atônito. Lágrimas caíam dos meus olhos e a única coisa que eu pensei foi como eu sonhei com este momento.
Eu estava me perguntando se depois de tanto tempo você ainda iria querer falar comigo. - Felicity parecia com um tom amargo na voz. Franzi o cenho.
— Eu jamais te esqueceria, Felicity. Você é única... Eu queria poder sonhar com você, porque se uma parte de você estivesse viva nos meus sonhos, então uma parte de mim ainda viveria. Mas eu só consigo ter pesadelos... pesadelos com aquela maldita noite, com você sangrando nos meus braços. - Suspirei pesadamente ao poder colocar tudo para fora. — Mas ainda sim é o mais próximo que eu chego de você, como um anjo dos meus pesadelos.
Felicity suspirou pesadamente e eu pude ouvir sua voz embargar.
Dizem que o tempo supostamente te cura, mas eu... ainda não fui completamente curada.
— Eu não consigo mais dormir Felicity, não consigo mais sonhar. - Disse colocando tudo o que eu sentia para fora.
É tão típico de mim falar sobre mim mesmo. - Ela riu sem humor. — Me desculpe. Eu espero que você esteja bem.
— Sinto sua falta Felicity, desejo que essa noite nunca acabe. Eu preciso de alguém e sempre. Essa estranha escuridão... Vem rastejando e me assombrando o tempo inteiro. Por favor pare essa dor, Felicity. — Eu disse soluçando enquanto ouvia seus soluços pelo telefone encarava o chão da sala.
— Ollie... - Ouvir sua voz partiu meu coração. — Pelo menos posso te dizer que tentei. Te dizer que sinto muito por partir seu coração. Eu liguei pra te dizer que sinto muito por tudo o que eu estou fazendo com você. Você está se destruindo, Oliver.
— Não perca seu tempo comigo, Felicity. Você nunca vai sair da minha cabeça. - disse fechando os olhos.
— Estamos correndo contra o tempo, Oliver. Amar pode doer ás vezes, mas é a única coisa que nos resta.
— Ninguém disse que seria tão difícil. - Disse tentando fazer uma piada.
— Ninguém disse que seria fácil, é uma pena nós nos separamos. Amar pode curar, Ollie. Pode remendar a sua alma. E isso é tudo que eu sei, e eu juro que fica mais fácil. Você precisa deixar ser salvo.
— Não me deixe, Felicity. Não há religião que possa me salvar, não importa quanto tempo meus joelhos estejam no chão. Não há mais luz do sol, não há mais céu claro. Sua mãe não pode nem me olhar nos olhos, se eu fosse ela, eu faria a mesma coisa. - Eu disse enquanto tremia inconsolavelmente.
— Você nunca estará sozinho. - Me garantiu.
— Oh, querida. Acredite em mim quando eu te implorar para não me deixar sozinho. Eu não sou bom o bastante sozinho.
— Você pode enganar a si próprio. Você veio a este mundo sozinho. - Pude até ver sua testa franzir como quando ela estava brava.
— Eu não sei como continuar. - Rebati.
— Então ninguém nunca te disse como seria isso, Baby. - Riu sem humor. — Você é velho demais para depender de alguém.
— Velho de coração mas eu tenho apenas 28. Eu sou jovem demais Para deixar o amor partir meu coração.
— Você nunca precisou de mim, Oliver. - Suspirou.
— Eu não sei como você deverá me encontrar depois. E o que mais você poderá querer de mim. Como você pode dizer que eu nunca precisei de você? - Rugi.
— Então ninguém nunca nos contou como seria e então o que acontecerá conosco? Acho que vamos ter de esperar e ver. - Disse Felicity.
— Eu errei tanto com você. Me perdoe, Felicity.
— Você me fez feliz, Oliver. Isso não é um erro. - Ela disse praticamente gritando,como ela fazia quando queria que eu concordasse com algo.
— Estou enlouquecendo, porque não é aqui que quero estar. E a satisfação parece uma lembrança distante. Não consigo me conter, Só quero ouvir sua voz dizendo "Você é meu?". Bem, você é minha? Você é minha? Você é minha? Só quero...
— Eu sempre fui sua, Oliver. Desde o momento que você entrou naquela sala me pedindo pra consertar uma notebook com furo de bala. - Ela disse dando um riso que fez meu coração se aquecer.
— O que quero dizer é que preciso de um final definitivo. Continuar imaginando encontros, vidas inteiras desejadas é doloroso demais. É injusto não estarmos em algum lugar. - Resumi, tentando fazer Felicity entender como eu me sentia.
Para sempre não foi feito para todos, Oliver. Agora é só você por você , e não vai adiantar, me pedir pra voltar vai me fazer sofrer.
— E eu pensei que era seu para sempre. Talvez eu estivesse enganado, mas eu simplesmente não consigo passar o dia sem pensar em você ultimamente. Eu não consigo mais pisar em nossa casa, E você viveu lá muito tempo. É meio estranho agora que você se foi.

Felicity fungou.
— Eu não poderia ter pedido mais de você. Querido, eu sou sua. E eu serei sua até que as estrelas comecem a cair do céu. Sua até que os rios sequem. Em outras palavras, até depois da morte. Querido, eu sou sua. E eu serei sua até que o sol não brilhe mais. Sua até que as rimas dos poetas se esgotem. Em outras palavras serei seu até o fim dos tempos. Eu vou ficar sempre ao seu lado. Nada no mundo pode me afungentar. Porque todo dia, quando pensar em mim, vai me escutar dizer: Querido, eu sou sua. E eu serei sua até quando dois e dois for igual a três. Sua até que as montanhas desmoronem no mar. Em outras palavras, até a eternidade.
— Talvez eu faça certo da próxima vez. Eu nunca vou achar ninguém pra te substituir. Acho que vou ter de superar isso sozinho dessa vez. Dessa vez. Sem você.
Ligação encerrada.

...

When I woke up, the rain was pouring down

There were people standing all around

Something warm flowing through my eyes

but somehow I found my baby that night

I lifted her head, she looked at me and said

"Hold me darling just a little while. "

I held her close, I kissed her--our last kiss

I'd found the love that I knew I had missed

Well now she's gone, even though I hold her tight

I lost my love, my life-- that night.

...


Então naquela noite eu resolvi que voltaria para Star City, e voltaria a ser o arqueiro, um homem bom, o homem que Felicity Smoak, o amor da minha vida, se apaixonou. O homem que ela queria que eu fosse.

Talvez tivesse sido bom misturar tudo o que eu encontrei naquela festa, só para poder ouvir sua voz de novo.

FIM.


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Notas finais do capítulo

E ai? Mereço algo, recomendações, favoritos, ou algo do tipo? Hashaush. Espero mesmo que tenham gostado, e por favor comentem! Gostaria mesmo de saber a opinião de vcs. E se quiserem ver mais meu trabalho, essa é minha história Olicity, eu estou trabalhando nessa : https://fanfiction.com.br/historia/635245/Undisclosed_Desires/. Beijos e até.



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