[One-Shot] The Last Christmas escrita por King Of Norway


Capítulo 1
Único- O último natal


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que não é necessário ter visto o filme para entender, mas que o mesmo é incrível e merece ser visto.
Boa leitura.



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Adaline Bowman já havia tido mais natais do que qualquer outra pessoa. Tudo começou na noite em que ela dirigia em direção ao norte para a casa de praia dos pais, onde Flamming, a sua filha de cinco anos, esperava por ela. Foi quando algo muito incomum aconteceu; algo quase mágico. Nevou, no condado de Sonoma na Califórnia.

Por causa do gelo, as estradas estavam terrivelmente escorregadias, o que fez com que o carro de Adaline saísse da estrada e caísse no rio.

A imersão na água gelada, fez com que o corpo de Adaline sofresse um reflexo anóxico, imediatamente interrompendo a respiração dela e diminuindo os batimentos cardíacos. Depois de dois minutos, a temperatura de Adaline Bowman havia caído para 30ºC. O coração dela parou de bater. As 20h35min, um relâmpago atingiu o veículo, descarregando meio bilhão de volts de eletricidade e produzindo 60 mil ampares de corrente. O efeito foi triplo. Primeiro: a carga desfibrilou o coração de Adaline Bowman. Segundo, ela foi tirada do estado anóxico, o que a fez respirar pela primeira vez em dois minutos. Terceiro: baseado no princípio de compressão de elétrons de Von Lehmann em ácido desoxirribonucleico, que será descoberto no ano de 2035, Adaline Bowman tornou-se imune à devastação do tempo. Ela nunca mais envelheceu.

24 de dezembro de 2015

Atualmente Adaline vivia em um pequeno apartamento em São Francisco, usando o nome falso de Jennifer Larson. A cada década, ela mudava o seu nome e o seu endereço para que ninguém nunca descobrisse o seu segredo.

Enquanto guardava os seus pertences em seu baú antigo, ela se deparou com uma carta que escrevera há muito tempo, mas que nunca foi entregue ao seu destinatário.

Querido William,

Ter te encontrado na estrada que parecia levar a lugar nenhum foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido, e isso não apenas porque o meu carro não queria pegar e você me ajudou a resolver o problema. Você demonstrou uma gentileza sem igual, e isso eu só havia visto uma vez na vida.

Naquele dia, enquanto seguimos juntos em meu carro, eu fiz algo que tinha prometido a mim mesma que nunca faria:

— Sabe... Você ainda não me disse o seu nome — Foi o que você disse, enquanto o sol alto refletia sobre os seus belos fios caramelados.

— Adaline Bowman — respondi com um sorriso. — Mas os meus amigos me chamam de Dela.

— É muito bonito — Você correspondeu ao meu sorriso.

Três semanas depois, você havia terminado o semestre e voltamos juntos para os Estados Unidos. Ouso dizer que foram os dias mais maravilhosos da minha vida. Você me proporcionou algo que eu tinha esquecido há muito tempo, William: o que é viver verdadeiramente. Então veio o natal, e você nunca entendeu o porquê de eu não gostar muito de comemorar essa época. Claro que como o romântico incorrigível que você era não quis deixar aquela bela época passar em branco, então você me guiou até o telhado do seu chalé e ficamos conversando sobre as estrelas. Pelo menos elas brilhavam mais do que as luzinhas defeituosas que estavam ornamentando o pinheiro.

Recostei-me sobre o seu ombro e você me contou que estava disposto a largar a faculdade de medicina, mas que tinha medo e que achava que estava muito velho para seguir os seus sonhos. Porém eu o incentivei a busca-los com toda a vitalidade que você possuísse. Nunca seremos velhos o suficiente para irmos atrás do que queremos, e eu falo isso por experiência própria.

Ter partido foi provavelmente a coisa mais difícil que eu já tive que fazer, mas acho que entenderia caso soubesse a verdade. Eu não seria capaz de vê-lo morrer de velhice ao meu lado enquanto continuaria a mesma para sempre.

Eu não me arrependo de ter me apaixonado por você, William. A única coisa da qual eu me arrependerei para sempre, é do fato de nunca ter tido coragem de compartilhar o meu fardo com alguém.

Você irá se casar, terá belos filhos que puxarão o pai, é claro, e talvez um dia consiga se esquecer de mim. A verdade é que o tempo cura tudo, mas ele também deixa cicatrizes quando você desfruta mais dele do que realmente necessita.

Espero que você tenha a oportunidade de viver de uma maneira única.

Com todo o meu amor,

Adaline Bowman.

Quando sabia que era hora de se despedir, Adaline não conseguiu se encontrar com William. Ela foi até o parque em que ele havia marcado o encontro e o observou de longe, percebendo que ele segurava em sua mão uma aliança que usaria para pedi-la em casamento. Ela tentou engolir o choro, apertou o bilhete contra seu peito e simplesmente ordenou que o taxista continuasse.

Ela nunca mais o viu depois daquele dia. Todas aquelas lembranças seriam mais páginas na incrível história de Adaline. Aquele foi o último natal que ela havia comemorado.

E hoje será o último natal de Jennifer Larson.

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Notas finais do capítulo

Se chegou até aqui, deixe um comentário e faça um autor feliz nesse natal.Pfvr, nunka pedi nada para vocês.XOXO