Aquele Natal em Pripyat escrita por Ian Fritz


Capítulo 1
Aquele Natal EM Pripyat


Notas iniciais do capítulo

Acertou meu amigo secreto? Claudia Tressoldi



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No ano de 1990, após um longo período de guerra entre o bem e o mal, onde as trevas saíram vencedoras derrotando a família Potter, inclusive seu filho Harry, o mundo andava em maus bocados com o domínio do Rei das Trevas, Lord Voldemort, e dos Comensais da Morte.

Entretanto, havia um integrante dos comensais que não estava muito satisfeito com a perspectiva de servidão eterna ao Lord das Trevas, mas tampouco tinha forças para se libertar, sua única escolha, então, sendo, deixá-lo.

Secretamente.

Seu destino foi Pripyat, norte da Ucrânia. Um local frio, escuro e sombrio, uma cidade que se tornara fantasma após um acidente com uma usina nuclear trouxa, próxima. Era o local perfeito para poder arquitetar seu plano e recrutar sua equipe.

O mundo estava dividido em dois lados. Do lado do bem, já enfraquecido após a derrota na guerra, existia Sirius Black, um homem poderoso, de personalidade forte, mas que andava tão fragilizado quanto o lado que escolhera. O homem sempre se movia às escondidas esses dias, para que não fosse percebido pelos Comensais da Morte.

Mas havia um comensal que ele não temia.

O bruxo, ao perceber o sumiço de Bellatrix Lestrange nas proximidades de dezembro, decidiu procurá-la, motivado por uma paixão secreta, que nutria pela prima, mas que nunca demonstrou devido às escolhas que cada um fizera na vida.

Ao chegar em Pripyat, Bellatrix encontrou Sirius e percebeu nele uma ótima oportunidade para concretizar seu plano. Ela se aproxima, pela primeira vez em anos, de seu primo e antigo inimigo.

– O que faz aqui?

– Vim a sua procura! Percebi seu desaparecimento e vim me certificar que você não está armando mais um de seus planos para destruir ainda mais vidas.

– Você se acha muito poderoso para aparecer na minha frente, sabendo que todos os Comensais da Morte estão atrás de você, não é?

– Sabia que estava só e que jamais faria algo contra mim. – A mulher sorriu para sua arrogância.

– O que te faz ter tanta certeza?

Sirius se aproxima de Bellatrix, e diz, em um tom baixo, rouco.

– Acho que você sente por mim o mesmo que eu sinto por você.

Bellatrix abaixa o olhar, dá um sorriso para convencer Sirius de que ele está certo, então continua com seu jogo.

– Eu decidi me afastar do mal, decidi colocar um ponto final nessas maldades. Estou arrependida de tudo que eu fiz e irei sozinha reunir bruxos com o mesmo ideal para destruir Lord Voldemort. Eu sou a única que posso fazer isso, Sirius, conheço todos os pontos fracos dele. Gostaria de se juntar a mim, primo?

Mesmo ouvindo o que sonhara por anos, o homem não era tolo, Sirius estranhou as intenções da mulher.

– Impossível acreditar nas suas palavras depois de todas as maldades que você fez. Por que decidiu de repente ser uma pessoa boa?

– Essa escolha nunca foi minha, nunca tive um exemplo que me levasse para o lado do bem, desde de nova fui seduzida pelos ideais do Lord das Trevas, mas o que eu sinto por você me fez mudar e me deu forças para acreditar que eu poderia reverter essa situação.

Sirius se emocionou, mas não a deixou perceber. Ele decidiu ajudá-la, ainda desconfiado. Palavras doces não eram suficientes para apagar anos de crueldade desmedida.

– Então, qual seria o seu plano?

Bellatrix começa seu discurso, apresentando suas ideias, de uma maneira apaixonada.

– Primeiramente, iremos armar emboscadas para destruir os comensais mais fortes, um por um, para não corrermos o risco de perder nossas vidas. – O bruxo assente, impressionado. - Após isso, vamos esperar um instante de distração de Voldemort e atacaremos com todas as forças para destruir o mago que se diz tão poderoso. – Mas sem querer, ela deixa escapar – Assim poderei reivindicar o que mereço.

Sirius se assusta.

– O que disse, Bella? - Ela disfarça o rompante, mas ele nota, aumentando ainda mais a sua insegurança.

Mesmo assim, cheio de incertezas e desconfianças, começam o recrutamento da futura equipe que destruirá o Lord Voldemort.

Sirius saiu a procura de Dédalo Diggle, Arabela Figg, Elifas Doge, Rúbeo Hagrid, Hestia Jones, Minerva McGonagall, Estúrgio Podmore, Kingsley Shacklebolt, Arthur Weasley, Carlinhos Weasley, Gui Weasley, Jorge Weasley, Molly Weasley, Rony Weasley, Hermione Granger, Mundungo Fletcher e Fleur Delacour.

A missão do bruxo não era nada fácil, tinha que tentar convencer a todos que Bellatrix havia mudado e persuadi-los a lutar ao lado dela. Tinha que tentar convencer a si mesmo, no processo.

Quando aqueles que aderiram à causa estavam reunidos em Pripyat, Bella decidiu caminhar pelos arredores da cidade, e Sirius resolveu segui-la. Em certo ponto dessa caminhada, um comensal se aproximou de Bella e começou a conversar com ela.

Era Lucius Malfoy.

Sirius rapidamente se aproximou deles e disse, em seu modo sempre impetuoso.

– Sabia que você não havia mudado, Bellatrix! Tudo isso armado para reunir toda a Ordem da fênix e destruí-la!

Lucius retruca, enojado.

– Então esse é o motivo de ter nos abandonado, Bellatrix? Para ficar ao lado desse bruxo fraco, fedendo a cachorro morto?

Bellatrix dá uma risada escandalosa, e exclama, assustando os dois bruxos.

– Mais fácil do que eu imaginava, poderei dar início a meu plano neste exato momento!

Quando ela acaba de dizer a última palavra, Lucius se prepara para atacar Sirius, e é impedido por Bellatrix, que emite um Avada Kedrava na direção do bruxo loiro.

Sirius demorou a acreditar que Bellatrix teve coragem de matar um companheiro que por anos caminhou ao seu lado, na busca do mesmo ideal.

A partir desse momento, não só Sirius, mas toda Ordem da Fênix, passou a acreditar em Bellatrix, decidindo então, lutar ao lado dela. Depois desse fato, Sirius se aproximou de Bella e a beijou calorosamente, alheio a presença de todos.

Os dois fizeram amor naquele local.

Sem mais desconfianças, seguiu-se o plano de Bellatrix. Mataram Severo Snape, Avery, Macnair e o próprio cunhado de Bella, Rabastan Lestrange.

Tudo parecia caminhar como o planejado, até Sirius flagrar um encontro de Bellatrix com Rodolfo Lestrange, e escutar todo o verdadeiro plano.

Ela estava decidida a tomar o lugar do mais poderoso mago já visto: essa era Bellatrix Lestrange verdadeira.

Tais pretensões eram o objetivo da bruxa desde o começo. Por isso ela fugira e articulara um plano junto com seu marido e cúmplice, Rodolfo Lestrange, que a encontrava periodicamente para decidir os próximos passos de sua contravenção.

Sirius não podia acreditar.

Em um momento de raiva, o bruxo azara Rodolfo e parte para discutir com a comensal, com a traidora.

– COMO PODE EXISTIR TAMANHA MALDADE? Você foi capaz de usar do amor de uma pessoa para poder conquistar seus objetivos!

Bellatrix, soando realmente arrependida, responde honestamente pela primeira vez desde que tudo havia começado.

– Eu confesso que inicialmente meu plano era conquistar o trono de Lord Voldemort, mas depois de me relacionar com você, eu comecei a rever as minhas intenções.

Sirius não acreditou em uma só palavra que sairá da boca de Bellatrix, mas não foi capaz de matá-la. Decidiu, então, reunir toda a Ordem da Fênix e voltar para o antigo esconderijo que havia deixado em sigilo, onde ela jamais os acharia.

Bellatrix começou a procurar por Sirius e toda Ordem da Fênix. Como não os encontrara, resolveu voltar para Pripyat, onde tudo havia começado.

Alguns dias solitários se passaram na deserta cidade, até Sirius reaparecer para ver como estava sua amada. Ele sabia que se arrependeria, mas era véspera de Natal e seu coração ansiava por passar a data com Bellatrix.

Chegando lá, eles tiveram uma longa conversa, onde Sirius perguntou, cansado, mas esperançoso, uma última vez.

– Então Bellatrix, após essa longa conversa, e esse período pensando em tudo que fez, você está arrependida?

Ela transpareceu uma feição de tristeza, olhando profundamente nos olhos de Sirius, com um olhar que conseguiria dominar um leão sem precisar mover um membro do corpo, e suavemente levantou a sua varinha e disse:

– Sectumsempra. – Acertando o feitiço que abre profundos rasgos na pele, provocando uma incontrolável hemorragia no bruxo.

Bellatrix sabia que não restava muito tempo agora e ela ainda queria poder dizer algumas palavras antes da sua morte, então se apressou.

– Eu realmente te amei e te amo, Sirius. Realmente gostei de ter ficado ao seu lado nesse pouco tempo, mas infelizmente eu respondo a um chamado desde meu nascimento. Eu nasci para ser má e ser poderosa. Infelizmente foram-nos destinadas missões opostas e a vida nos pregou essa peça. Faz parte do meu destino te tirar do meu caminho, para que eu possa prosseguir.

A mulher parou, para olhar seu amor condenado com vida pela última vez. - Aqui me despeço de ti.

Então Bellatrix beijou Sirius, que estava deitado em uma poça do próprio sangue. Levantou, limpou a única lagrima que deixou cair, ergueu a cabeça e novamente focou em seu plano.

Sabia que agora Voldemort estava fraco, depois de ter perdido seus melhores guerreiros. Esse era o momento perfeito para tomar o que era seu por direito.

E assim fez.

Anos depois, Bellatrix conquistou seu objetivo, reinando e fazendo ainda mais maldade do que Lord Voldemort. Mas em todo Natal, ela ainda se lembra que, sem Sirius, jamais teria conseguido.

Este havia sido o melhor presente que ele poderia ter lhe dado.

A glória.


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