I Will Be Here For You escrita por Deh


Capítulo 1
Eu estarei aqui por você


Notas iniciais do capítulo

Espero realmente que gostem.
Estou postando hoje, pois mais tarde irei para casa dos meus avós, então sem net por lá.
Divirtam-se *-*

OBS: história editada em 22/12/2020!



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“When you feel the sunlight

Fade into the cold night

Don't know where to turn

I don't know where to turn

And all the dreams you're dreaming

Seem to lose their meaning

Let me in your world

Baby, let me in your world

All you need is someone you can hold

Don't be sad, you're not alone”


Eu tinha acabado de sair da farmácia, quando chego em meu carro, percebo que meu celular está tocando, logicamente eu atendo.

—Senhora Hotchner? –Alguém pergunta.

—Sim sou eu. –Eu digo sem ao menos justificar que esse título já não me pertence mais.

—Aqui é do hospital municipal... -A mulher começou e nesse momento eu perdi meu chão. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas algo em mim dizia que era algo muito ruim, sendo assim me contive em apenas ouvir a mulher –Agente Hotchner sofreu um ataque, ele está sendo tratado, mas precisamos que alguém esteja presente, checamos seu celular e você é o contato de emergência.

Com a confirmação dos meus medos, eu senti um desespero tão grande que respondi imediatamente, sem ao menos esperar duas vezes:

—Eu já estou a caminho.

Durante o caminho, eu comecei a pensar na situação, eu não acreditava que Hotch ainda mantia meu nome como contato de emergência, talvez seja pelo fato que nós nos separamos a quase um mês, sim é inacreditável, mas é a verdade. Uma história de vinte anos acabar faltando exatamente um mês para o natal.

Chego ao hospital, o médico me diz que ele está em observação, mas eu posso ficar com ele e assim eu faço. Fico ali sentada ao seu lado a noite inteira sem ele acordar, em algum momento eu adormeço.

Acordo por volta das seis, meu corpo meio dolorido devido a posição um tanto desconfortável em que adormeci, mas isso não me impede de observar ele dormir. Olhando assim ele não parecia estar machucado, ele parece com o homem que eu amei nos últimos vinte anos, ou melhor, ainda amo.

Ele começa a abrir os olhos lentamente, ele parece não saber onde está e isso o deixa um pouco agitado, eu aperto sua mão e digo suavemente:

—Calma Aaron. Estamos no hospital, você foi atacado lembra?

Ele volta seu olhar para mim e diz mais áspero do que eu esperava:

—Emily? O que você está fazendo aqui? Não é para você ficar aqui!

Sua voz está baixa, mas é suficiente para cortar ainda mais meu coração, mesmo eu achando que a essa altura do campeonato isso já não era mais possível.

Ao perceber a agitação dele, uma médica aparece, começa a examina-lo e pede para que eu saia.

Enquanto caminho para fora do quarto, a memória da nossa última conversa surge imediatamente.

Tínhamos acabado de chegar em casa, o caminho tinha sido silencioso, eu achei que talvez fosse pelo fato de que ele estivesse remoendo algum caso, então deixei que ele falasse quando estivesse pronto.

Quando enfim chegamos em casa ele se pronunciou, e só Deus sabe o quanto eu me arrependi de ouvir aquela frase.

—Emily precisamos de um tempo. –Ele disse simplesmente.

Desculpe? –Eu disse em um tom sério, não entendendo de onde havia vindo essa ideia maluca.

—Você ouviu bem Emily, estou levando minhas coisas para um apartamento em que aluguei... –Ele justificou.

—Apartamento? Há quanto tempo você estava planejando isso Aaron? -Perguntei enquanto sentia um gosto amargo na boca.

Ele desviou o olhar e isso bastou pra mim.

Quando dou por mim, estou na frente do elevador, com a visão já embaçada por lagrimas que insistem em vir à tona.

É então que ouço uma voz bastante conhecida me perguntar:

—Onde você vai?

Rapidamente eu tento limpar as lágrimas e ao virar, vejo o olhar de pena que David Rossi dirige para mim.

—Para casa. –Eu digo forçando minha voz a não oscilar por causa do choro iminente.

Ele me olha bem nos olhos e diz:

—Não, você vai tomar um café comigo.

Eu dou um pequeno sorriso e estou pronta para dispensar o convite, quando ele acrescenta:

—E isso não está em discursão.

Tomamos um café na cantina do hospital e ele então me acompanha até o meu carro, ele olha para o céu e diz:

—Acho que essa noite vai nevar.

Sigo seu exemplo e encaro o céu.

—Espero que sim, Henry e Garcia adoram quando neva na véspera de natal. –Eu digo ainda olhando para cima.

É então que percebo o peso das minhas palavras e sinto-me um pouco triste ao lembrar que hoje é véspera de natal.

—Ele vai ficar bem Emily. –Rossi tenta me garantir.

Voltando minha atenção para a fachada do hospital eu sussurro:

—Eu sei.

Enquanto dirigia, minha mente vagava por memórias nossas.

Quando enfim cheguei em casa, me sentei no sofá e ali fiquei por um bom tempo, até que um certo momento me veio à mente:

Eu estava beijando ele!

De todos os garotos da escola, eu estava beijando Aaron Hotchner!

Quando eu avancei para beija-lo, confesso que não pensei muito, apenas parti para cima, como eu tinha mania de fazer.

E assim, quando nos separamos, eu não sabia o que dizer ou fazer, foi então que com uma mistura de palavras eu disse:

—É por isso que eu implico você Hotch.

Ele não disse nada, apenas sorriu e vi aquelas covinhas aparecerem.

Fui trazida de volta ao presente pelo som da campainha e embora eu cogitasse ficar quietinha e esperar meu visitante desistir, acabei por ir ver quem era e não deixei de me surpreender ao ver Derek Morgan esperando pacientemente.

Morgan parecia um pouco preocupado comigo, já que trouxe almoço e sorvete para mim, mesmo sendo quase cinco da tarde, comemos juntos, enquanto conversávamos.

No entanto, ele recebeu uma ligação que eu comecei a me preocupar, já que ele pediu licença e foi para o corredor falar com a pessoa do outro lado da linha.

Ao encerrar a chamada, ele retornou e me dirigiu um olhou triste e isso foi o suficiente para despertar a preocupação que estava adormecida desde que vi Aaron acordar.

—O que aconteceu? –Perguntei sem me dar ao trabalho de esconder o quão preocupada eu estava.

—Rossi ligou, Hotch está com um sangramento interno. –Derek me disse sincero.

Eu mordi o lábio, forçando-me a não chorar e então ele prosseguiu:

—Os médicos estão fazendo todo o possível Em...

Eu fiz que sim com a cabeça, mas na verdade eu mal ouvia o que ele dizia.

Ele acabou por ficar em minha casa até o anoitecer, foi então que eu tive que dispensa-lo dizendo seriamente:

—Morgan, eu adoro você, mas já está tarde e hoje é véspera de natal, você precisa ir comemorar.

Ele olhou para mim como se eu não estivesse bem e disse firmemente:

—Não, eu ficarei aqui com você!

Eu sorri para ele, ao menos espero que tenha saído mais como um sorriso e menos como uma careta.

—Pode ir, Penélope deve estar louca para te ver, e além do mais, eu estou bastante cansada e planejo dormir cedo. –Eu disse fazendo o possível para não parecer abalada com toda a situação.

Ele me olhou como se não acreditasse em nada do que eu havia dito.

—Ela ficaria feliz em ver você. –Ele disse calmamente.

Inevitavelmente um pequeno sorriso apareceu em minha face ao tentar lembrar os planos da minha amiga para o natal desse ano.

—Ela irá entender. –Limitei a dizer.

Ele respirava com a ajuda de aparelhos e era tudo culpa minha!

Por que eu tinha que ficar embriagada e ligar pedindo para ele me buscar?

Tudo isso porque eu estava brava com minha mãe, porque eu estava sem dinheiro e tinha inventado de ser rebelde.

Olhando ele dormir, eu rezava a Deus e a qualquer santo que ele ficasse bem.

Tinha acontecido tudo tão rápido. Em um minuto eu entrava no carro bêbada, no outro ele dirigia brigando comigo, em seguida o carro sofria um impacto e eu me lembro apenas de gritar por ajuda.

Eu não sofri grandes danos, pois o impacto foi do lado do motorista, mas eu não conseguia enxergar a sorte que as enfermeiras haviam tantas vezes dito que tive.

Eu estava no hospital mostrando meus primeiros sinais de sobriedade, quando minha mãe me viu, ela não disse nada e apenas me abraçou, mas os pais de Aaron foram duros. Eles me acusaram de tudo, e de fato era verdade.

Eu lamentei, eu me arrependi eu rezei durante toda a noite que ele estava em cirurgia.

Eu lamentei por não estar lá no hospital, esperando por ele, já que os pais dele me proibiram e minha mãe me obrigou a ir pra casa.

Eu me arrependi imensamente por eu ter brigado com minha mãe, pois se não fosse isso eu não teria bebido, não teríamos discutido e principalmente ele não teria se machucado.

E eu rezei, só Deus sabe o quanto eu rezei, para que Aaron ficasse bem, para que ele não morresse por minha culpa.

Lembro-me tão bem de no dia seguinte acordar cedo e implorar minha mãe para que me deixasse ir vê-lo, lembro-me tão nitidamente dela me dizer:

—Quando somos inconsequentes, pessoas que amamos sofrem querida, lembre-se disso.

No entanto, ela me surpreendeu ao me deixar ir.

Lembro-me da senhora Hotchner relutante em me deixar entrar para ver Aaron, lembro-me do olhar que o senhor Hotchner me deu ao me ver desculpar pelo que fiz, lembro-me do pequeno sorriso de Sean ao ver eu caminhar em direção ao quarto de Aaron. Lembro-me de respirar melhor ao ver ele começar a mexer os olhos.

 

Está frio. Essa é a descrição perfeita para essa noite. Enquanto caminho sem rumo, a neve cai fria e impiedosa. Enquanto sinto o vento gelado me atingir em cheio, vejo lembranças de beijos ardentes queimarem em minha mente.

Eu vou andando, até chegar em frente a uma igreja, eu encaro a construção antiga, eu olho para cima, eu rezo e mais uma lembrança me vem à mente.

—Para de ser tão ciumento Aaron. –Eu digo com raiva e saio, mas ele sendo ele, não deixa isso barato ele pega meu braço e me puxa para trás.

—Só estou cuidando do que é meu. –Ele diz nervoso e então me beija.

Eu não iria retribuir, eu estava brava com ele por causa de toda essa atitude machista, mas quando é que eu resisti a Aaron Hotchner?

Ainda olhando para igreja, me pergunto se isso é algum tipo de castigo divino. Colocando a mão no bolso, eu retiro uma foto que eu tinha colocado mais cedo. Ela está velha e bastante amassada, mas é suficiente para que eu me lembre daquele dia.

Estávamos em seu alojamento na faculdade, eu meio que tinha decidido fazer uma visita surpresa. Com o fim do colégio, continuamos a namorar, mas isso não impediu nossos pais de planejarem nosso futuro. Mamãe me mandou para Yale e Aaron foi para Harvard.

No primeiro final de semana, eu disse a mamãe que estava muito ocupada arrumando meu novo alojamento, quando na verdade eu estava muito ocupada indo visitar Hotch.

Quando cheguei, ele estava organizando suas coisas, ele ficou surpreso ao me ver, eu o ajudei, até encontrar uma máquina fotográfica. Ele disse que Sean tinha mandado ela, na esperança de Aaron poder mostrar a ele como era a faculdade. Eu me divertir tirando fotos dele, na maioria das vezes ele fazia gracinhas, até que ele me pegou pela cintura e me forçou a tirar uma foto de nós dois, a foto seria o que hoje os jovens chamam de self, na época não achei que era uma foto assim tão bonita, mas ele me entregou ela e disse:

—Não somos perfeitos, vivemos e viveremos momentos melhores e piores que esse, mas quero que você sempre olhe essa foto e lembre: estaremos sempre juntos.

Era uma mentira!

Ainda encarando a foto eu repito aquela frase em minha mente, quando sinto algo quente escorrendo do meu nariz. Então percebo que é sangue, faço o melhor para limpar, mas agora percebo minhas mãos vermelhas, encarando minha mão, minha mente vaga por uma lembrança dolorosa.

 

—Você deveria ter me dito. -Ele disse, ao contrário do que eu pensei, ele não estava com raiva, apenas magoado.

—Eu sei. –Eu lamentei.

Demorou muitos dias paras eu mostrar a ele que aquela era a melhor opção, afinal ainda estávamos no colégio, e se nossos pais descobrissem nos matariam.

No entanto, a mãe de Aaron era cruel, ela não só se encarregava de me vigiar de perto, mas também foi capaz de contar a ele que eu tinha feito um aborto recentemente.

Anos mais tarde a maternidade voltou a ser assunto entre nós, quando há cerca de cinco anos ele disse para mim:

—Já somos casados há cinco anos, temos mais estrutura e estabilidade do que há quatorze anos atrás. Que tal um pequeno Hotchner?

Ele parecia dizer isso da forma mais natural possível, não me levem a mal, eu quero ser mãe, mas aquele não era o momento mais adequado para isso. Minha carreira estava em ascensão e no momento eu não poderia desistir disso.

Olhando para a igreja novamente eu respiro fundo e sussurro para o nada:

—Isso é um castigo?

Estávamos em um baile beneficente que minha mãe me obrigou a ir, ela não era a maior fã do Aaron, mas desde o acidente ela passou a respeitar mais ele.

—Odeio isso Emily, não se trata de ajudar as pessoas, se trata de política. –Aaron disse deixando bem evidente o quanto estava descontente com a situação em que nos encontrávamos.

Eu olhei para ele, sempre detestando política, eu tive que persuadi-lo a ficar.

—Eu sei Aaron, mas pelo menos eles estão doando e podemos dança. –Eu digo e nós dois sorrimos.

Mais tarde, enquanto dançamos ele diz:

—Você tem um dom para a política Emily Prentiss.

Anos depois, mais especificamente há seis meses, estou um pouco brava com ele, assim enquanto tiro meus brincos me vejo dizendo:

—Por que ela tem que ser tão cruel?

—Ela é minha mãe Emily, ela não é tão ruim assim. Ela apenas quer saber quando teremos nosso bebê. –Ele diz simplesmente, não entendo a gravidade da situação.

Eu o encaro ainda irritada e me vejo repetindo as palavras da minha sogra:

—Claro. Emily querida, quando você finalmente vai nos dar um netinho? Isso poderia ter acontecido há anos. –Eu faço uma pausa para inalar profundamente antes de acrescentar –Cada palavra exprimia sarcasmo Hotch, ela sabe que estamos tentando, e eu estou falhando. Ela nunca perde uma oportunidade.

Ele se aproxima, ficando a minha frente, para então me dizer tranquilamente:

—Viemos aqui para comemorar o aniversário do meu irmão Em, não para vocês duas brigarem.

Ele então beija minha testa e eu viro de costas ainda com raiva, quando coloco meu cabelo de lado e peço a ele que desabotoe meu colar, ele então aproveita a oportunidade para sussurrar em meu ouvido:

—Tudo vai ficar bem querida.

 

Limpo as lagrimas, e olho para a igreja, não me atrevo a entrar, mas faço uma prece silenciosa: Se isso é um castigo, deveria acontecer a mim e não a ele.

Aaron Hotchner sempre foi alguém melhor que eu, justo, anti-politica, amável e sempre me tirou de encrencas, ele sempre me fez querer ser alguém melhor. Por favor não tire ele de mim.

“I will be here for you

Somewhere in the night

Somewhere in the night

I'll shine a light for you

Somewhere in the night

I'll be standing by

I will be here for you”


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Notas finais do capítulo

Desejo a todos vocês um feliz natal, que o espirito natalino esteja em cada um de vocês e lembrem-se embora presentes sejam bons *-* o natal não se resume a apenas isso ;)
Bjss e até breve ;)
P.S-> Não esqueçam de comentar.