“Quando eu comecei a gostar dele?”

Se foi na nossa época quando jogávamos basquete na Teiko, quando éramos a falada “Geração Milagrosa”, ou se foi quando jogávamos basquete no colegial, mas pelos nossos colégios, ou se foi quando ele bateu na porta do meu apartamento na faculdade, com as malas em mãos, porque o pai o deserdou só por ele também amar homens, eu não sei. Só sei que em algum momento da minha vida, eu comecei a gostar dele e o que mais quero é mimá-lo com meu amor para sempre.

“Como eu consigo gostar dele?”

Ele é totalmente o meu oposto: É chato com limpeza, com silêncios durante os estudos, com ficantes levadas e levados para casa, quando não tinha dinheiro nem para uma hora no hotel, com roupas sujas fora do cesto. Metódico, organizado, gosta de comida sem graça, de “música de velho”, de jogos de tabuleiro dos tempos da minha avó, discreto... bom, discreto até várias garrafas de vinho ou até mesmo cervejas. Porque assim como o Imperador que mostra seu Absolutismo no basquete ou no shogi, que ele joga profissionalmente, ele bêbado revela um delicioso lado descontraído, brincalhão (do jeito dele, é claro, pois ele realmente não sabe fazer piadas) e... sensual. Acho que é essa mistura, com a maturidade, ter atingido o equilíbrio perfeito é o que faz eu gostar dele a cada dia mais, eu acho.

“Por que eu gosto dele?”

Todos os dias, eu pergunto isso. A vida ensina que nem sempre os opostos se atraem, nem sempre nossos sonhos viram realidade, mas eu acho que gosto dele por ser do jeito que ele é, simples assim. Quando estamos deitados na cama, abro os olhos, minha primeira visão é ele deitado, terminando seu sono, para depois abrir seus olhos carmesim e dizer:

— Bom dia, Daiki.

Acarinho seus cabelos vermelhos, sempre impecáveis, bem cuidados e respondo:

— Bom dia, Akashi... quer dizer... bom dia, Seijuuro.

Ele sorri e dá um beijo na minha testa.

Tem como não amar?