What If? escrita por Miss Addams


Capítulo 8
Capítulo 8




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2016 — Ciudad de México

 

Estava já sem nenhum peso no ombro, havia deixado sua bolsa no quarto no andar de cima, mas parecia que além da marca vermelha do volume de objetos que carregava anteriormente, o peso ainda estava ali. Distribuído pelo corpo, estranhamente se sentia cansada.

Havia acabado de voltar de viagem, mas ela não tinha sido tão desgastante na verdade foi como um bonito passeio, gratificante pessoalmente. Era difícil explicar, não sentia algo especialmente físico por si só e sim era emocional tão forte que se transformava em seu corpo para o físico. Talvez seja por isso que tenha desviado o seu caminho para casa por algum tempo.

O barulho da água quente fervendo no bule lhe exigiu concentração, com cuidado colocou a água em sua xícara onde já estava o chá que lhe recomendaram e tinha trazido de sua viagem. Com tudo organizado novamente, ela decidiu que era a hora de buscar alguém pela casa. E logo estava no jardim, como suspeitava que ela estivesse. Não quis atrapalhar em nada por isso ficou próxima quieta em pé encostada numa pequena grade onde dividia um pequena área com uma mesa e cadeira de ferros, que pareciam sair de um filme de época.

Sem nem perceber novamente Anahi estava perdida em seus pensamentos e sendo contaminada por uma sensação estranha de surrealidade, tentou encontrar um foco em meio à mente confusa, mas os pensamentos eram corridos não tinha nitidez. Nem parecia seus. Se perguntava por que tinha forte sensação de que estar ali era como um sonho. Talvez estivesse com a cabeça muito cheia, foi trabalho atrás do outro e não havia descanso como realmente queria.

— Parece estar em outro mundo, niña. – Anahi voltou para a realidade com a voz calma da senhora que agora estava na sua frente do outro lado da grade, lhe sorrindo.

— Olá Ale! – Ela lhe deu um sorriso sem graça. – Invadi sua casa mais uma vez. – se curvou para lhe dar um beijo na bochecha de cumprimento.

— Sabe que não é invasão e que essa casa também é sua. – ela foi carinhosa como era normalmente com Anahi. – Na verdade, estava me perguntando quando voltaria.

Dessa vez foi Anahi que lhe sorriu, decidiu no avião que não iria para a casa pelo momento estava com saudades de Christopher e lhe avisou que viria, não teve dificuldades de entrar na casa já que todos que trabalhavam por lá já lhe conheciam. Deixou sua mala e bolsa no quarto de Christopher e resolveu se servir de um chá já que estava bem aérea ainda.

Viu Ale em sua frente com roupas de jardinagem e cuidando das flores que havia plantado há pouco tempo, ela tinha um amor a natureza bem forte algo que de certa forma contagiou a Anahi tanto que agora entendia e tinha mais plantas e flores em sua casa e vida. Fora as flores que ganhava tanto dela como de Christopher.

— Eu voltei hoje e quis vir para cá. – ela tomou um gole de seu chá – Trouxe algumas lembranças que acredito que vai gostar.

— De verdade? Obrigada, niña. – Agora dona Ale se afastou para voltar para os cuidados com suas flores. – Mais tarde podemos ver tudo juntas, agora deve querer saber de Christopher.

— Sim. – Dona Ale a conhecia bem, não podia negar isso.

— Ele esta lá do outro lado do jardim, junto com os outros. – Ao ver praticamente um sinal de interrogação no rosto de Anahi ela se explicou. – Hoje é o dia que ele daria entrevista para algumas revistas, ele não te contou?

— Ah sim. Eu só não sabia que seria hoje. Será que é melhor eu esperar no seu quarto enquanto termina?

— Já deve estar acabando. E acho que você esta com saudade porque não da uma olhada ali de longe? – ela sugeriu indicando com a cabeça o outro lado do jardim onde deviam estar a todos trabalhando.

Caminhando devagar pela grama do jardim da casa de Ale, Anahi pensava que deveria ter desconfiado dos carros estacionados em frente à casa, fora que Christopher sabia que chegaria hoje, mas não lhe respondia as mensagens. Viu o celular em seu quarto. Então deveria ter esquecido.

Era uma equipe bem pequena, teve dúvida se deveria se aproximar mais, ficou de longe observando tomando seu chá devagar, saboreando o sabor. Pensou em voltar para dentro, mas neste momento ele em meio a uma fala desviou o olhar para o jardim e os seus olhos caíram sobre ela. Imediatamente ele abriu um sorriso e voltando a falar, lhe chamou com uma das mãos. Agora não tinha escapatória já que os outros viraram para ver quem era.

— Acredito que aí te falam! – Ele disse assim que ela se aproximou o suficiente e cumprimentou todos sorrindo. – Estávamos falando de você agora mesmo.

— Sério? O que diziam? – Ela deu a volta por que não podia resistir abraça-lo nem que fosse rapidamente, ainda mais ele a recebendo com um sorriso bem aberto. Antes que pudesse sair ele pediu para que ela sentasse no banco com eles.

— Estávamos falando da época da banda, que é algo que os fãs ainda gostam de saber apesar do tempo que se passou. – o repórter lhe explicou e ela assentiu enquanto bebia o seu chá. – Assim que a entrevista é com Christopher, mas se quiser palpitar, sinta-se a vontade.

O que o repórter disse fez Anahi e Christopher se olharem e compartilharem uma risada curta agora ele estava encostado no banco de ferro, diferente de antes como ela pode observar que ele estava desencostado e com a atenção toda voltada para onde estava o repórter com um gravador. E o acompanhando havia mais duas pessoas apenas.

— Essa entrevista é dele, eu sou só uma intrusa que pretende ficar bem calada. – Anahi espremeu os lábios um no outro e passou o indicador e polegar pela boca num sinal claro que ficaria de boca fechada. – A menos que ele minta. – E isso fez os que estavam presentes rirem.

— Certo, então vamos voltar Christopher, havia te perguntado como foi para vocês como grupo, lidar com o fim da banda?

— Ok. – Christopher assentiu dessa vez e olhou para a grama pensando – Foi um processo apesar de tudo bonito, porque fizemos tudo com dedicação para dar a todos, um adeus que fosse significativo. E que fosse satisfatório conosco também. – ele molhou os lábios com a língua antes de voltar a falar. – Eu digo que os últimos shows por mais entregados que estivéssemos com o público, foi uma despedida mais para conosco como banda. Então cantávamos para nós mesmo.

— E como foi quando souberam da notícia do fim?

— Creio que apesar da surpresa, já era algo que esperávamos afinal era um projeto comercial também e que tinha todas outras questões de direitos, então decisões de superiores que o melhor era não renovar os direitos. Assim soubemos da notícia em meio a uma reunião e depois tivemos outras para nos organizamos. – Ele olhou a Anahi que assentiu para ele, se lembrando que não foi fácil aquele momento ficaram horas trancados dentro de uma sala conversando e decidindo o que era melhor para todos.

— Como foi quando os fãs souberam?

Christopher fez uma careta antes de responder, e dessa vez olhou para cima Anahi olhava a ele atenta.

— Difícil a primeiro momento, mas tivemos tempo de explicar o que acontecia e o porque daquilo. Coisas assim acontecem é como a vida, que tem etapas que começam e tem um final. – Christopher começou a balançar uma das pernas pra cima e pra baixo, num ritmo próprio. Mania dele.

— Só que houve um momento de cobrança por parte alguns, já que alegavam que a banda acabou por relacionamento dos integrantes, como o de vocês dois e de Dulce e Poncho no caso, como foi isso?

— Pois olha, eu penso que a banda não terminou por isso ou por alguém, apenas chegou o momento. Algumas pessoas mal interpretou, até mesmo alguns jornalistas, porque a banda nasceu de um projeto televisivo que tinham determinados casais como base, algo que era usado na banda. Mas, isso foi de novela, a vida real era diferente. Eu não entendo algumas cobranças já que temos uma vida particular e... – Christopher parou de falar para olhar ao seu lado Anahi que o encarava ela entendia a escolha de palavras, já que podia novamente ser mal interpretado. – Bom, estávamos juntos assim como já estivemos antes. – deu os ombros.

— Algumas pessoas... – Anahi fez careta porque não queria falar, mas nesse caso sua língua praticamente coçava para isso, quando viu que o repórter a incentivou com a cabeça e levou o gravador para onde ela estava. – utilizaram tudo isso com má índole inventando muitas mentiras que não aconteceram, e era um momento delicado para os nossos fãs lidarem com o fim da banda assim que alguns ficaram magoados e tinham algumas pessoas que queriam algumas respostas que muitas vezes não lhes diziam a respeito.

Christopher concordou com Anahi e se afastou brevemente do encosto que era o banco de ferro e ajeitou a camisa em seu corpo, era um presente dela, tinha algumas flores estampadas, mas esta tudo bem escuro e na verdade bem discreto. Tinha adorado quando recebeu e gostava muito de usá-la, quando voltou a se encostar não deixou de ficar mais próximo a ela que percebeu imediatamente tanto que o olhou rapidamente.

— Descobriram de alguma forma que havíamos nos casados e fizeram disso algo grande, que dizia apenas a nós mesmo, não? – Ela falava e gesticulava com a mão livre. E o repórter concordou a pergunta dela. - Mas, de qualquer forma com o tempo tudo se esclareceu e tivemos muito amor e apoio de nossos fãs e quem nos quer bem, os outros que são maus, não valem nem nossa atenção. – Ela sorriu. – Bom agora, não me intrometo mais deu os ombros e voltou a atenção para o chá. Christopher lhe sorria de lado.

— Todavia a banda acabou pelo final de... – O repórter olhou em sua anotação.

— Dois mil e dez. – Christopher concluiu por ele. – Isso, após o anúncio e depois ficamos como uns oito meses planejando a tour de despedida e realizamos. Com um show aqui no DF que virou um DVD.

— El adiós de un fenómeno llamado RBD. Ou El adiós como é conhecido.

— Exatamente.

— Perfeito, apesar do fim da banda, foi muito bem nas vendagens pelo muito, ganhando disco de ouro em alguns países. Felicidades. – O repórter sorriu quando tanto Anahi quanto Christopher lhe agradeceram. – Mudando do caminho dessa entrevista, os leitores da revista Trip, querem saber como andam vocês dois? Estão juntos?

A pergunta não foi uma surpresa já esperavam até, talvez no fundo por isso Anahi queria recusar a vir até aqui, mas a saudade falou mais alto. Christopher deu um sorriso que ela considerou o mais bonito desde a sua chegada e ele lhe abraçou apoiando a em seu ombro.

— Estamos muito bem. Somos grandes amigos como já sabem. – Ele se aproximou e lhe deu um beijo na bochecha. E o repórter riu da resposta e não insistiu mais nessa questão.

A entrevista foi acontecendo agora com perguntas mais voltadas ao trabalho de Christopher, o exercício de observar foi mais fácil para Anahi. E gostava de fazer isso. Só que o seu chá acabou e ela resolveu entrar para fazer mais e dar espaço para ele em seu trabalho. Lá dentro, Ale estava na cozinha e Anahi aproveitou para lhe fazer companhia e conversarem sobre a viagem, ela buscou os presentes que havia trazido para ela. Algumas sementes de algumas flores, chás e uma pequena estatueta que ela havia encontrado que era a representação de uma mulher, não num formato exato.

Em meio a conversa que estavam tendo, sobre uma exposição de arte que Ale havia ido semana passada, Christopher apareceu na cozinha agora sorrindo seu trabalho tinha acabado.

— Do que falam?

— Nada demais, Anahi me contou de sua viagem e falei da exposição que fui na outra semana. E estamos aqui perdida no tempo, vejam só já são duas da tarde. – Ale saiu da cadeira que estava sentada.

— Não ia sair só mais tarde, mãe? – Christopher olhou para ela que adquiriu uma pressa quase instantânea em suas ações.

— Na verdade sim, mas combinei de ir num restaurante antes com minhas amigas. – ela sorriu para o filho – Ou para tomar chá, não me lembro de qualquer maneira tenho que ir me arrumar. Não me espere acordado. – ela piscou e saiu da cozinha.

Anahi sorriu olhando para as xícaras de chá que elas acabaram de tomar e negou com a cabeça ao pensar na mãe de Christopher, não tinham como não gostar dela.

— Vem cá! Me da um abraço de novo. – Ele estendeu os braços e ela se levantou e foi ao seu encontro mais uma vez e agora se envolveram num abraço bem apertado com os braços encaixados num no outro. Ela passou a mão no rosto dele num instante que se afastaram e sentiu a barba grande que ele usava para sua personagem. – Senti sua falta!

— Eu também senti bastante.

— Pensei que só chegaria mais tarde, eu ia cozinhar algo para nós dois.

— Podemos fazer isso agora. – ela sorriu. E ele também, mas nenhum se moveu da onde estava e tinham só uma conexão pelo olhar atraído um do outro, Anahi pensou na sensação estranha quando chegou, ela voltava agora só que não a incomodava porque agora fazia sentido apesar de tudo, só por ele estar ali.

— Podemos. – Ele concordou, mas dessa vez não tirava o olhar da boca dela. Antes que pudesse fazer nada, ela por fim se afastou sorrindo daquela relação maluca que sempre tiveram.

— Então como foi de viagem? – Ele foi até a pia lavar as suas mãos.

— Ah sim. Foi muito bom, sabe? Eu não esperava que seria tanto, quando me chamaram para apoiar a causa eu aceitei só que não imaginava que seria tão grande tudo. E ver o sorriso nas crianças. – Ela sorriu se lembrando encostada no balcão da cozinha.

— Eu te disse que seria, sinto isso quando volto de algum evento beneficente ou causa assim. Como se estivéssemos renovado. – Ele agora tirava alguns itens que seriam usados como ingredientes da geladeira.

— Isso, estou com essa sensação, só que é diferente porque fazia tempo que não me envolvia assim. – Ela olhava ele começar a preparar tudo. – Onde vou te ajudar?

— Não precisa, apenas arruma a nossa mesa, ok.

— Certo. – Ela foi até o armário onde tinha esses itens. – Sabe aquele político? – Ela pegou os pratos e agora buscava os talheres em baixo numa das gavetas.

— Qual? – Escutou a voz dele por trás de si.

— Manuel, ele é governador de lá agora. Estava presente também no evento, conversamos um pouco. – Ela tinha dado a volta e agora organizava a mesa para eles comerem e deixou tudo perto porque era assim que queria ficar dele. Quando voltou sua atenção para ele, tinha parado de preparar a massa e a encarava, sério.

— Ah é? – Ele pegou a farinha que estava próxima e jogou na massa para voltar a amassá-la, tentando a concentração.

— Sim. – Ela sorriu mesmo que ele não pudesse ver. – Quando o conheci era apenas um deputado de Chiapas, num jantar, lembra que te contei tem alguns anos isso.

— Só me lembro dele te chamando pra jantar depois... Só os dois. – Ele comentou ainda amassando com mais força a massa.

Anahi ficou quieta tentando não rir, foi até a pequena adega que eles tinham na casa que ficava próxima da cozinha, escolheu o vinho que achou adequado para o almoço deles. Quando voltou Christopher estava concentrado, quieto. Ela permaneceu também, encontrou o saca-rolhas e abriu o vinho quando terminou de colocar em duas taças e foi deixar a dele próximo do seu alcance, ele parou o que fazia e a encarou.

— Ele não te convidou de novo, convidou? – Começou com uma afirmação, mas terminou fazendo a pergunta que queria fazer desde antes. Ela sorriu de lado saboreando a situação. Buscou a taça e entregou na mão dele para então falar.

— Não. – Sorriu fechado depois ao ver o alívio estampado na face do homem a sua frente. – Ele me disse que esta envolvido com uma pessoa. – Ela esclareceu e ele começou a separar os ingredientes para o molho. Dessa vez ela ficou próxima dele.

Pensativa ao ver o alívio dele, se lembrou de quando contou que tinha saído para jantar algumas vezes com Manuel apesar dele ser um homem com quem gostava de passar o tempo, não sentiu nenhum tipo de atração imediata ao ponto de continuar saindo com ele e além do mais não queria um relacionamento a distância já que ele vivia em Chiapas. Havia passado por Rodrigo e também tinha Christopher nessa equação toda.

Se lembrou da entrevista que eles deram, da forma como ele se declarou perante a pergunta sobre eles. E se lembrou também de como estavam, de como se reaproximaram. Ele tinha terminado com Natalia, há pouco tempo e a aproximação foi praticamente imediata quando o soube do fim de seu relacionamento ela não sofreu como pensava, foi o alivio terminar, mas ele ficou perdido, ela o escutava muito, sempre passavam muito tempo juntos, iam ao cinema, teatro, viviam na casa um do outro como agora, alguns beijos aconteceram enquanto estavam bêbados algumas vezes e ela tinha tudo na memória. Só se perguntava como estava naquele instante.

Será que Natalia ainda estava no pensamento dele ou a havia esquecido? Porque sentia que o queria e precisava saber disso.

— Eu gosto de quando ficamos em silêncio ás vezes, mas agora estou me perguntando o que passa na sua cabeça para estar tão longe daqui. – Ele sorriu misturando alguns ingredientes na panela e ligando o fogo baixo. E então a encarou virou o seu corpo para sua direção.

— Você está sujo de farinha. – Ela comentou ignorando o comentário dele e pensando como descobriria se ele queria também se envolver com ela mais uma vez ou tinha o pensamento em outra mulher ainda.

— Onde? – ele passou a mão pelo rosto, mas não tirou a farinha. Ela riu e foi caminhando até ele.

— Aqui. – Ela molhou com saliva o polegar e passou exatamente onde tinha farinha para tirar tudo. Ele ficou paralisado com ela a sua frente. Foi rápido o desejo veio a tona e ela deu impulso a ele, deixou sua mão escorregar até o pescoço dele e lhe puxou para ela. Lhe dando um beijo. Que para sua surpresa boa foi correspondido. – Pronto. – Ela disse não especificamente sobre tirar a farinha de seu rosto ou sobre o beijo, ele ficou calado olhando para seu rosto.

Ali Anahi teve sua resposta, ele também queria. Se lembrou uma vez que ela o beijou bêbada e ele demorou para corresponder depois disso eles conversaram e descobriu que ele ainda pensava muito em Natalia. Agora não teve nenhum tipo de rejeição, o conhecia ele também a queria.

— O que vai fazer hoje mais tarde? – Ele perguntou ainda inerte.

— Não sei, nada até então depois que sair daqui.

— Então fica. – Ele convidou. – Eu posso te mostrar uma música que eu acabei de compor, depois de comermos.

— Sim. – Ela aceitou e eles sorriram um para o outro. Vez ou outra olhando para a boca um do outro.

— Eu mudei de ideia, pode me ajudar sim a preparar nosso almoço. – Ele buscou a colher de pau que usava para entregar para ela. – Quem sabe, você se suja também e eu te ajudo a limpar. – Ele apontou para o rosto dela que riu da malícia usada.

— Vai cuidar da massa. – ela o empurrou para o lado colocando a colher no molho e aumentando o fogo.

— Eu falo sério. Se sinta a vontade, não tem problema a bagunça eu vou limpar tudo depois. – Ela o olhou e ele se sentiu na liberdade de mostrar o quanto se sentia contente por ela ter aceitado o seu convite. – Com a boca. Talvez. – Ele riu da sua brincadeira e ela não pode deixar de rir também. Por que ficou contente igualmente. – Vou falar sério agora, depois podemos ver filmes juntos, eu comprei alguns do cinema francês que acho que gostará também.

Ele deixou no ar. E foi tudo bem contraditório porque pelo olhar ele lhe dizia que não estava apenas falando sério. O olhar ficou carregado de segundas intenções, ficaram se olhando como se fosse adivinhar que seriam apenas filmes mesmo.

 


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