Depois do Fim escrita por Talyssa


Capítulo 9
Desejos


Notas iniciais do capítulo

Ooooooooooooooooooi?
Capítulo novo pra vocês, seus lindos *-*
Quando verem esse sinal * em alguma palavra, saibam que a explicação está nas notas finais!
Super beijos, seus goxtosos :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/667278/chapter/9

POV CEBOLA

Que dia de cão eu e minha guarda estávamos passando tecendo o plano de batalha ali naquele deserto, mas era o melhor ponto para podermos observar os Viskhas, povo que queria tomar o poder há séculos, mas travávamos uma guerra de igual para igual por muitos anos sem que nenhum dos lados conseguisse neutralizar o outro, entretanto, com baixas incontáveis nos dois exércitos.

O governo de nosso mundo, Katharsis, era controlado pelos Syatis desde o ano de 535, quando meu tatatatataravô entrou em confronto para tomar o poder, já que o povo vivia abandonado nessa época, os Viskhas eram bárbaros sem escrúpulos e acabaram perdendo o direito de governar, desde então vem tentando recuperá-lo. No meio de tudo isso há os Lethus, um povo pacífico com um exército poderosíssimo, porém, se nega a escolher um lado na guerra, uma pena, pois, seriam decisivos nisso tudo.

É pela vantagem na guerra que estou sacrificando-me pelo meu povo, sou prometido à filha do Rei Frufru, Carmem, com a união de nossos reinos os Lethus finalmente terão um lado e nós findaremos essa guerra com vitória. Não a amo de forma alguma, apenas a vi duas vezes, é incrivelmente bela e tem muitos atributos desejados numa fêmea, mas não me atrai nenhum pouco. De qualquer forma, nossos destinos estão traçados desde antes de nascermos e não há outro jeito a não ser que... Bem, prefiro não pensar na profecia, ela pode não acontecer nunca!

Estava concentrado nos mapas a minha frente, quando localizamos um objeto descendo em alta velocidade para nossa atmosfera, corremos a toda para o local e assim que chegamos vimos a nave.

Pedi aos meus homens que dessem a ordem para que saíssem com calma e entregassem armas se as tivessem, do contrário, iríamos atirar. Eles saíram com as mãos para o alto, caminhando devagar e visivelmente amedrontados e nervosos. Humanos! Os reconheci dos anos que passei estudando outros povos do universo, pareciam-se muito conosco, mas suas orelhas eram estranhamente pequenas.

Deitaram-se no chão com as mãos na cabeça, eu fixei a morena de cabelos nos ombros, tremia assim como os demais, mas chamava a minha atenção embora não soubesse por qual motivo. Pedi aos meus homens que os levassem para o veículo de remoção antes que alguém indesejável fosse àquele local, parece que foi atraída pela minha voz, pois, tentou virar a cabeça para olhar ao meu rosto, mas meu soldado foi mais rápido e plantou o pé no rosto da humana, não sei o que deu em mim, mas um rugido veio do fundo da minha garganta e o empurrei para longe, ninguém a machucaria jamais. Ela virou e focou seus olhos em mim, um castanho brilhante, fiquei hipnotizado. Todos concordaram com minha petição de não feri-la com a promessa oficial, passando os dedos sobre o coração e finalizando com meu nome, a última coisa que vi antes dela desmaiar foi seu sorriso, o acabamento perfeito para aquele rosto.

Meus homens começaram a recolher os três, havia os feito dormir com a mente, como membro da família real era capaz de muitos truques, mas quando foram pegá-la do chão não permiti, peguei-a eu mesmo e a carreguei até o veículo, ninguém me questionou, nunca o faziam.

Levamos os três para o centro de socorro de meu irmão e o chamei.

– Irmão, são humanos. – Ele assoviou em descrença às minhas palavras.

– Você não acha que podem ser os... – O interrompi antes de terminar a pergunta.

– É cedo para dizer, mas preciso que cuide deles, parecem bem fracos e famintos. Os quero em salas separadas e deixarei meus homens prostrados na entrada para que ninguém corra perigo. Assim que acordarem mande me avisar.

Ele assentiu com uma reverência e se retirou para os apartamentos que seriam instalados nossos convidados, me dirigi aos túneis que ligavam o hospital à nossa casa, não, não vivemos em castelos enormes, a família real faz de tudo para assemelhar-se ao seu povo e levar as coisas o mais corretamente possível. É claro que entre nós havia pobreza e em alguns lugares até fome, mas tínhamos políticas para cuidar de todos que necessitavam, por isso não esbanjávamos em coisas desnecessárias.

Entrei em casa e suspirei, certo, esbanjávamos sim, não era um castelo, mas tinha lá seus luxos, muito luxos! Enfim, me dirigi até onde estavam meus pais.

– Meu Rei! Rainha! – Cumprimentei-os prostrando-me em frente a eles e beijando suas mãos.

– Diga, filho, o que deseja? – Perguntou meu pai muito incomodado com os cumprimentos que a sua vista pareciam desnecessários.

– Humanos! Três deles acabaram de cair no deserto de Sahim. Por sorte estávamos próximos e os trouxemos até aqui.

– Você não acha que podem ser os...? – Minha mãe perguntou sem completar a frase.

– São eles, filho? – Perguntou meu pai com urgência.

– Ainda não estão em condições para que possamos saber, chegaram muito ruins de seu planeta natal.

– Entendo... Mas não perderei as esperanças. – Disse meu pai.

– Muito menos eu! – Minha mãe suspirou.

– E eu então? – Minha irmã mais nova saia sorrateiramente de seu esconderijo atrás de uma das portas e vinha me abraçar.

– Ouvindo conversa escondida de novo, pirralha? – Perguntei brincando.

– Só pra variar! Vai fazer o quê, Príncipe dos Príncipes?

– Ordenarei que fique sem chocolates por duas décadas!

– Oh não! Que destino cruel! – Minha irmã se jogava em meus braços brincando que desmaiava, meus pais reviraram os olhos diante de nossa brincadeira. Eu amava Maria mais do que qualquer coisa, era por ela todos os meus sacrifícios; meu povo era importante, é claro, mas queria que minha irmã vivesse em um mundo sem guerras. – Mas e aí, mano, vai conseguir se livrar da loira falsa? – Perguntou com um brilho nos olhos verdes que marcava a família real.

– Calma aí, Maria, é cedo de mais pra responder isso. – Ela revirou os olhos e deu de ombros, largando-se no colo de nossa mãe pedindo cafuné. – Qual é, mana? Não acha que está muito grande pra isso? – Perguntei rindo.

– Não te interessa! Me deixa em paz e cuide dos seus negócios. – A pirralha tinha uma língua afiada, ainda a via como uma criança às vezes, mas já tinha na conta seus nove* anos, e crescia mais rápido do que eu gostaria, já chamando atenção de carinhas de mais do reino pro meu gosto.

Alguém interrompeu nossa reunião e informou que um dos três havia acordado. Trocamos olhares na sala e minha mãe segurou Maria para que não saísse correndo.

– Ouça só, Mariazinha, isso é um assunto meu e de ninguém mais além dos nossos pais. Não quero você andando furtivamente pelos corredores do hospital para procurar encrenca! – Falei sério a olhando. Ela se liberou de minha mãe e veio pra perto de mim cerrando os olhos e me colocando um pouquinho de medo.

– Ouça só, Cebolinha, eu ando por onde eu quiser e quando eu quiser. Além disso, eu só queria dar um oi ao nosso irmão, nada mais. – Falou sorrindo no final.

– Sim, sei. Já disse que você anda muito colada nele... É nosso irmão, entendeu?

– Tá, eu sei! Agora posso ir, Vossa Majestade? – Provocou fazendo uma reverência.

– Maria, quero que ouça seu irmão e vá para seu quarto agora! – O papai falou e eu sorri campeão.

– Mas pap...

– AGORA! – Ela saiu pisando duro em direção aos quartos e eu me retirei de volta ao hospital.

Chegando na sala que me informaram entrei sem bater e vi a garota de olhos castanhos rindo para meu irmão, senti raiva e não gostei nenhum pouco, mas relevei e passei a falar com ele sob os olhares atentos dela. Perguntei como estava, se já tinha conseguido descobrir algo, mas ele respondeu que não podia entender o que ela dizia. Me dirigi com calma a ela e toquei suas têmporas para absorver o conhecimento sobre sua língua, não podia passar a ela nossa língua, pois, não queria que entendesse o que dizíamos sempre, mas passei o conhecimento que adquiri ao meu irmão e permiti que ele conseguisse passa-lo para outra pessoa se quisesse e assim por diante.

Perguntei se podia me entender em sua língua, ela balançou a cabeça afirmativamente, quis saber seu nome, ela não respondeu de início, estava assustada achando que eu conseguia ler mentes, mas não, não tenho esse poder com todas as pessoas. Só consegui obter certas informações gerais, como o dicionário completo das palavras que conhecia e estavam armazenadas nela, entretanto, era muito forte a barreira de seus pensamentos e eu não consegui acessá-los, embora tenha tentado, confesso.

Me apresentei e ao meu irmão também, brinquei com seu nome e sorri, deixando cair minha máscara de autoridade que no geral carregava no rosto, mas me permitia largá-la com minha família. Quando voltei minha cabeça ela olhava-me mordendo os lábios inferiores, isso despertou algo que há tempos dormia em mim, senti vontade de trocar seus dentes pelos meus e provar sua boca; ela deve ter notado, pois, parou de fazê-lo um pouco sem graça, falou alguma coisa e eu tratei de recompor minha máscara. Ela ficou com intimidades para com meu irmão, perguntando se podia chamá-lo de DC e isso me deixou louco, pois, o idiota assentia a cabeça com tudo feito um cachorrinho, os encarei visivelmente incomodado e avisei que sairia. Bati a porta atrás de mim e passei as mãos nos cabelos tentando me concentrar no que era importante. O que essa morena estava fazendo com a minha cabeça? Desejava tê-la na minha cama como nunca quis outra pessoa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Um ano nesse planeta correspondem à dois na Terra, ou seja, Maria tem 18 anos terrestres.
Bom, espero que tenham curtido o capítulo! Até o próximo, beijos :3