Depois do Fim escrita por Talyssa


Capítulo 20
Enfim, o poder.


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas bonitas e legais, tudo bem com vocês? Espero que sim *-*
Bem, passando pra deixar capítulo novo, desejando muito que gostem!
Um obrigada especial àquela galerinha que está tirando um pouquinho do seu tempo pra acompanhar minha história e ainda por cima comentam, me instigando a não desistir e seguir em frente, vocês são incríveis!
Beijinhos e boa leitura :3



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POV DO CONTRA

Já havia passado uma semana desde que perdemos minha naem, eu só poderia esperar que estivesse resistindo seja lá o que fosse que o Rei estivesse a fazendo passar. Já tinha rogado a todos os nossos antepassados, mas acredito que estão fazendo vista grossa aos meus pedidos, porque não deram se quer um sinal.

Magali e Cascão se mostraram prontos para ajudar no resgate assim que meu irmão mencionou que poderiam ser úteis, foi um trabalho enorme convencê-los de que não estavam em condições de ter alta ainda. Magali havia perdido muito sangue e o Cas tinha que passar por uma bateria de exames para descobrirmos se havia alguma contusão séria em sua cabeça, portanto, tão logo que levantaram os mandei novamente para o leito.

O pior de todos é o Xaveco, infelizmente não mostrou melhora alguma desde que o trouxemos para cá, primeiro o induzimos ao coma, para que pudesse se curar mais rápido, porém, mesmo depois que aparentemente o corpo se curou, não respondeu aos nossos estímulos. A única coisa que fazia o demonstrar melhora era uma cuidadora novata que a Princesa Carmen enviou-nos dizendo que não podia mais olhar para cara da mesma, Denise, triste, acredito que sentia falta do seu povo, mas cumpria com o que mandávamos sem questionar e não se afastava um segundo do nosso paciente herói.

A semana que passou sem notícias da minha naem não foi nada fácil pra mim, não pude dormir e mal consegui comer, passei a maior parte do tempo aqui no hospital para me distrair, mas era impossível esquecer que a Mônica estava nas mãos daqueles bandidos.

— Com licença, posso entrar? — Era a Maria, ela veio me visitar mais do que o normal essa semana, eu realmente tinha uma família incrível.

— Entre, irmã. — Ensaiei o melhor sorriso que pude, pois, atualmente ela andava reclamando da ruga que se formava sempre entre meus olhos.

— Nem vou reclamar desse sorriso falso, melhor do que nada. — Disse sentando-se ao meu lado no sofá de minha sala. — Mamãe e papai querem saber o por quê de você não comer conosco e nem se quer ir dormir em casa. — Fiz menção de abrir a boca pra falar, mas ela levou os dedos aos meus lábios me interrompendo. — Eu já expliquei pra eles mais de uma vez que é sobre a dentuça, mas eles não entendem, não adianta.

— Não a chame assim, Maria!

— Ok, ok, é só que depois que essa humana chegou você só sofre! E ainda por cima me esqueceu. — Falou fazendo beicinho, o que me fez rir.

— Eu não te esqueci, sua boba! Mas é que são muitos problemas e um atrás do outro. Mas prometo que assim que tudo isso passar vou deixar um tempo pra minha irmãzinha. — Falei abraçando-a.

— Argh! Contrasthi, não precisa me tratar como criança, além disso, não... Não sou sua irmã, você sabe!

— Porque você insiste em dizer isso? Que não sou seu irmão? Por acaso tem algum problema com minha linhagem? — Perguntei sério e largando-a.

— Você não entende nada e acho que nunca vai entender... — Disse suspirando.

— E se tentar me explicar?

— Deixa pra lá... Apenas come alguma coisa e tenta dormir, está com uma cara horrível! — E dizendo isso levantou do sofá e bateu a porta me deixando confuso sobre a mudança de humor repentina. O fato é que a Maria é a única pessoa com quem ando conseguindo um bate-papo decente, mas sempre quando chega nessa parte em dizer que somos irmãos ela simplesmente muda! Quem entende essas fêmeas?

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POV CEBOLA

— Hei, mana... Pra onde vai com toda essa pressa e essa cara? — Perguntei quando vi Maria com um pequeno tufão se formando sobre sua cabeça.

— Não enche, Cebola! — Foi a única resposta que consegui, pelo visto, o clima ruim do Contrasthi estava contagiando muita gente por aqui, mas como eu já estou nisso, não há problema algum em ferrar mais com a minha vida.

Bati em sua porta e entrei no escritório.

— Olá, irmão. Ocupado? – Perguntei o vendo sentado no sofá com os dedos massageando as têmporas.

— Não, não, entra aí. Alguma novidade? – Questionou com uma expressão esperançosa.

— Infelizmente acho que vim te perguntar a mesma coisa.

— Bom, acho que os dois estão prontos para ver o Oráculo finalmente... Isso deve ser um progresso, não é?

— Porque não me disse antes, Contrasthi? – Agora um certo ar de urgência movia meus pensamentos.

— Eu estava cuidando da liberação dos pacientes. Já ia chama-lo, pois, pedi que os mandassem para cá.

Quando iria retrucar ouvimos alguém bater na porta, dissemos “Entre!” em conjunto e logo os dois humanos entraram totalmente arrumados e com uma expressão determinada no rosto. Não perdemos tempo algum, nos dirigimos automaticamente ao templo, colocamos as vestes e eu convoquei o Oráculo.

O vento ondulou preguiçosamente no local em que a múmia iria aparecer, as luzes tremeluziram e logo o nosso salvador tomou forma.

— Finalmente voltaram! Começo a ter dúvidas se são mesmo os escolhidos já que demoram tanto tempo para recuperar seus corpos. — Mal chegamos e já nos presenteava com seu humor ruim de sempre. — Mas espere, falta uma, cadê a garota?

— Não temos tempo para explicações, já basta que nos abandonou na hora da batalha, abençoe esses dois que vamos precisar disso! — Falei impaciente, não havia tempo para historinhas e tinha pressa para resgatar a Mônica.

— Eu não lhe culpo por não entender nada dessas coisas... Mas só posso fazer algo quando os três estiverem reunidos!

— Então. Abra. Uma. Exceção. Agora. — Falei entre os dentes, mal me dei conta que me aproximara da múmia horrorosa e a encarava de perto, em minhas mãos pequenos raios e trovões indicavam uma tempestade eminente e acredito que isso o tenha feito repensar sua decisão.

— Tudo bem, tudo bem! Tentarei ver o que posso fazer, mas não garanto nada. Nenhum desses dois é o liadhere e vosso povo não será salvo só com eles.

— Nós sabemos. Agora simplesmente faça. — Foram minhas últimas palavras antes do ritual começar.

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POV CASCÃO

A conversa com a múmia seguiu bizarra, eu só pensava que quanto mais tempo perdíamos ali, mais perto podíamos estar de perder a Mônica. Ninguém sabia o quanto aquela semana se arrastou, minha mente dava voltas tentando lembrar em que momento acabei servindo como um nada para as minhas meninas, não importa o que eles diziam, a culpa era minha, eu não a protegi!

— Quem vai primeiro?— O Oráculo perguntou naquela voz etérea que me dava arrepios!

— Espera! Vai onde? Ninguém falou que eu ia ter que ficar sozinho com esse... Esse... Ah! Com ele. — Disse apontando.

— Medo, urgh! Não havia humanos melhores para nos enviarem? — Desdenhou de mim.

— Eu posso ir, vamos logo e sem perder tempo. — Minha Maga tomou a frente, corajosa como só ela poderia ser. Mas é óbvio que o cavalheiro que existe dentro de mim balançou a cabeça em desaprovação, suspirei e disse:

— Não, não, Maga. Deixa que eu vou!

Deixei o Príncipe, o doutor e minha linda na parte da frente do templo e pegamos um caminho que eu já conhecia, o mesmo corredor que dava na mesma sala sem móveis onde tudo aconteceu, balancei a cabeça para tirar as lembranças da minha mente, porém, subitamente uma voz veio em minha cabeça “O que você fez com meu namorado, idiota?”, quando foi que a Maga disse isso? Caramba, eu tinha me machucado feio mesmo, quem dera que isso fosse verdade! A Magali jamais me chamaria assim.

— Preparado, humano? — Aterrissei novamente naquela sala na presença do carinha estranho. Não falei nada, apenas balancei a cabeça afirmativamente e ele começou.

— Há muito tempo, quando a guerra entre os povos começou foi previsto que habitantes de um planeta longínquo seriam nossa salvação. Eis que aqui se encontra Cássio, descendente de Antenor, terráqueo corajoso, forte e digno de receber todas as bênçãos dos antepassados que aqui rogo. Venham espíritos que se foram e presentei esse humano com a graça que lhe foi designada.

Quando ele acabou de falar fiquei esperando que algo acontecesse, entretanto o silêncio na sala era de dar nos nervos, estava prestes a perguntar quando aconteceu. Minhas mãos começaram a pesar e senti como se tivessem uma tonelada cada, uma força veio de dentro de mim e congelou todo meu corpo até que consegui liberá-la, qual não foi minha surpresa quando percebi que jorrava água de cada dedo, além de poder controlar a força com que os jatos saíam, criei bolas e as joguei nas paredes, a força era tanta que aquele papo de água mole em pedra dura nem precisou bater tanto assim pra furar, foi instantâneo.

Assim como o poder chegou, se foi, rápido! Fiquei extasiado, parado e olhando para a múmia.

— Como assim? Já acabou? — Perguntei preocupado.

— O poder voltará quando você convocá-lo. Precisará treinar muito bem antes de usá-lo. Veja só o que fez com minha parede sagrada! — E apontou para o buraco que meu jato de água fez. — Agora vá chamar sua amiga, precisamos acabar com isso logo.

— Posso perguntar só uma coisa?

— Se eu disser que não você vai perguntar do mesmo jeito, não é? — Respondeu impaciente.

— Exatamente! Então, tinha que ser água mesmo? Não podia ser terra? Fogo? Vento?

— Ah faça-me o favor! Não desdenhe da bênção dos nossos antepassados, garoto ignorante. Saia! Saia já daqui! Vamos! — Nem precisou pedir muito, quando vi o fogo em seus olhos já tinha corrido de volta ao corredor.

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POV MAGALI

O Cas voltou branco da outra sala e apenas fez sinal que era para que me adiantasse para o encontro com o Oráculo, confesso que depois que vi sua feição fiquei receosa, mas deveria enfrentar aquilo se quisesse ajudar minha amiga. Caminhei confiante esperando que o que quer que fosse meu poder pudesse ser útil para encontrar e tirar a Mô daquela com vida.

Ao chegar na sala vi o Oráculo andando de um lado para o outro, quer dizer, flutuando! E ainda por cima não parava de resmungar, tive que chamar sua atenção para perceber que eu estava na sala. Limpei a garganta e prossegui.

— Hum... Senhor? Está tudo bem?

— Senhor? Ah, sou eu, desculpe, é que não estou acostumado a ser tratado dessa maneira. — Falou com uma voz diferente. — Você está preparada?

— Sim, senhor, podemos começar. — Falei com mais confiança e ele deu início seja lá ao que fosse.

— Há muito tempo, quando a guerra entre os povos começou foi previsto que habitantes de um planeta longínquo seriam nossa salvação. Eis que aqui se encontra Magali, descendente de Paulo, terráquea corajosa, meiga e digna de receber todas as bênçãos dos antepassados que aqui rogo. Venham espíritos que se foram e presentei essa humana com a graça que lhe foi designada.

Não sei em que momento desligaram a gravidade, mas senti-me completamente leve, sim, estava flutuando e uma energia gigantesca esquentava todo o meu corpo, meus cabelos voavam soltos ao redor de minha cabeça, senti um campo de força surgi em minha volta, cheio de pontos brilhantes e não sei por quê fiz aquilo, mas lancei minhas mãos para frente, como se quisesse empurrar algo, a energia que chegou à parede foi tão forte que a estrutura ganhou uma rachadura tremenda.

Nem precisei perguntar como descia, meu corpo respondeu a solicitação assim que enviei o pedido. Ao pisar no chão ainda conseguia sentir aquele poder dentro de mim, só não entendia tudo o que podia fazer ao certo. Sorri maravilhada ao Oráculo e naquele instante soube que poderia sim salvar minha amiga.

— Obrigada, senhor. — Curvei a cabeça em direção a ele que pareceu espantado diante de outra demonstração de respeito.

— Eu que me sinto lisonjeado de poder conduzir a passagem disso a você. Agora devo alertá-la, cuidado com tudo isso, treine bastante antes de utilizar. — Eu acenei a cabeça em concordância conforme ele falava. – É muito importante que entenda o que pode fazer, toda essa energia pode ser moldada conforme seu desejo, concentre-se nela e jamais perderá um ente querido, poderá localizá-lo onde estiver através da energia que provém do mesmo.

Nesse instante soube: assim que chegaríamos até o lugar onde a Mônica estava. A energia era a resposta.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sentindo falta de alguma coisa? Há algo que eu poderia acrescentar? Curtiram o capítulo? São tantas perguntas... Me respondam nos comentários se puderem, ficarei feliz em responder!
Até o próximo, goxtosos!
Tchau *-*