A Evolução dos Estilhaços escrita por Layla Magalhães


Capítulo 1
Aviso




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MARA

Não sabemos bem por onde começar. Juliette insiste em dizer que devo escrever como nós nos conhecemos.

Que seja.

Eu direi a eles, Juliette.

Noah e eu acabáramos de terminar nossa graduação na faculdade e saímos pelo mundo — nosso mundo — atrás daqueles que também tem poderes, como nós. Seguimos pistas por todos os lugares: Rússia, França, Estados Unidos, Índia, Brasil. E, por um acaso (Juliette está dizendo para eu não escrever assim. "Nada é por um acaso, Mara. Eu sonhava com um pássaro e mais tarde descobri que este pássaro era o Warner. Não foi o acaso. Era pra ser." Bem. Sou eu que estou escrevendo esta parte, não sou? Então me dê licença.) soubemos de um garoto com a capacidade de abrir buracos de minhoca onde ele quiser. Quando ele quiser. Disse também ter viajado até um lugar em que as pessoas com dons são livres e que elas podem lutar, treinar e se especializar em seus dons.

Parece até ficção científica, não é?

Mas é a verdade. Após muito pesquisar conseguimos rastreá-lo e ele disse ter viajado para outro universo, outro mundo. De primeira, achamos que ele estava chapado. Achamos não, eu achei. O Noah sabia que ele estava falando a verdade, mas eu estava assustada e extasiada demais para raciocinar.

O Minhoca — peço desculpas a ele. Inventei esse apelido idiota para manter sua identidade — vendo minha descrença, decidiu provar o que estava falando. "Ver para crer, certo?" ele dissera, brincando. E ele nos trouxe para cá.

Não foi nada de outro mundo (Noah não acredita que eu coloquei este trocadilho péssimo aqui). Não precisamos nos dar as mãos, nem fechar os olhos e fazer cálculos matemáticos. Foi o que eu imaginaria de um teletransporte, só que não de uma cidade a outra, e sim de um mundo a outro.

Quando me dei conta de que estava em outro lugar, eu pensei que tinha morrido. Sinceramente. O lugar era bom demais para ser verdade, e isso seria uma versão minha de paraíso. Primeiro de tudo: tinha verde. Árvores adultas, árvores pequenas. Vi pessoas trabalhando nos jardins. Vi pessoas fazendo as plantas crescerem na frente de todos. Não havia muitos carros nas ruas com exceção de um ou dois que passavam pelas avenidas.

Minhoca nos levou direto até o centro de especialidade do local. Ponto Ômega foi como ele chamou. Logo na entrada vimos como o lugar era diferente. Os prédios eram espelhados e o chão era um extenso gramado com flores. Algumas crianças brincavam por ali e fizemos o possível para passar despercebidos, afinal, não queremos ser descobertos. Entretanto, uma menininha na faixa dos dez anos nos notou. Ela é loira, seu cabelos compridos e seus olhos em um tom excepcional de verde. Minhoca pediu para que continuássemos a andar, mas eu... eu não consegui. Parei e observei a garotinha caminhar até mim com os olhos curiosos. Tentando soar amistosa e não como um alien invadindo o mundo dela (mais um, Noah! Como é que o Kenji diz mesmo? Trocadalho do carilho!) eu disse um tímido oi para ela. Esperei por alguns instantes ela me cumprimentar também, mas o que recebi foi um olhar estranho.

E nós conversamos um pouco. Ela me apresentou os pais dela. Nós quatro — Aaron, Juliette, Noah e eu — conversamos muito. E depois de algumas semanas, ainda estou aqui.

O mais engraçado é que Juliette já sabia da minha existência. Numa das andanças de Minhoca, ele deixara o livro — o meu livro — cair. E, por um acaso (sim, J, sim) ela o encontrou. Ela o leu, pedacinho por pedacinho. Ao nos ver, ela juntou todos os pontos. Ela nos recebeu. Primeiramente, a vi como uma estranha. Hoje, vejo como a irmã que nunca tive. Pode não parecer, mas amo essa mulher. Então, não pude deixar de escrever esta história. A nossa história.

Façam um bom proveito de cada capítulo escrito aqui — Deus sabe como foi ter de conversar horas e horas com todos para anotar cada detalhe. Kenji e Amaya deixaram meu trabalho incrivelmente mais difícil — embora infinitamente mais engraçado.

E, no fim, vocês verão que não é realmente o final. É só o começo.

(dia censurado)
Setor 45


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