Crazy On You escrita por germanismos


Capítulo 2
Capítulo 2




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“Senhorita Berry, se nós não sairmos agora, nós não poderemos parar e pegar uma Starbucks.”

Eu ouço Lauren no outro lado da minha porta, ela tem estado aqui por 30 minutos, e ela está me levando à loucura.

“Eu já te falei Lauren, eu não vou.”

Eu ouço ela suspirar antes de haver uma tímida batida na porta, não parece muito com ela.

Eu estou intrigada.

“Entra.”

Ela olha de perto para o meu enorme quarto, um lugar que ela esteve, talvez, um punhado de vezes. Majoritariamente, quando eu estou correndo ao redor e preciso de ajuda com algo e então ela entra nesse quarto. É um local onde eu gosto de ficar sozinha, onde eu meio que esqueço a vida que eu criei para mim mesma.

Ela gesticula para a cama e eu assinto, permitindo-lhe sentar.

“Eu sei que não quer voltar, você perdeu a sessão de quarta-feira, mas mesmo assim eu não acredito que isso vai continuar pra sempre.”

Eu suspiro, eu sei que ela está certa. Eu repouso contra a cabeceira; as cobertas estão nas minhas pernas.

“Ela inclusive me disse para falar para você que você deveria perder a sessão de hoje e então ela viria aqui, para o seu recinto.”

“O quê?! Claro que não!”

Eu arremesso as cobertas de minhas pernas nuas e passo a ficar de pé, de forma alguma eu deixaria aquela mulher chegar perto da minha casa.

“Isso é tudo, Lauren” Eu digo a ela ao passo que eu caminho para perto do closet para ficar pronta.

Eu estou no carro antes mesmo de eu perceber que há uma bebida de café na minha mão. Minha mente está ocupada com as palavras de ódio e ameaças venenosas de Quinn Fabray. Eu sei que ela tem o prazer de me ver dessa forma. Segunda-feira foi casual; eu a deixei chegar até mim o que eu acho que é o que ela quer. Eu não mostro esse lado de mim mesma para ninguém, eu sou uma vadia de coração gelado para todos que tentarem chegar perto de colocarem a baixo as minhas defesas.

“Eu posso perguntar uma coisa?” Eu me viro para a minha assistente enquanto ela rabisca algo na minha agenda.

“É claro”, ela coloca o celular e o notebook no chão e me dá atenção.

“Como você sabe que eu tenho uma história com Quinn Fabray?”

Me lembrei depois de chegar em casa na segunda-feira que ela reagiu quase que imediatamente enquanto lia sobre a identidade da minha terapeuta. Não seria surpresa para mim em qualquer outra situação porque minha assistente me informou e me interrogou por pelo menos uma semana dos meus gostos e desgostos, o que é aceitável e o que não é. Algo como isso não seria tolerado ao redor do caso de estudo sobre mim da minha assistente, que tem me aborrecido desde segunda-feira e hoje já é sexta.

Ela limpa a garganta e abaixa a cabeça, “Eu não sei a extensão da sua história, eu apenas reconheci o nome”

“Como?”

Ela fica mais desconfortável, o que é um mau sinal, “Bem... Como sua assistente anterior mencionou, eu estou me certificando que o conhecimento está sendo transmitido.”

Eu assinto, isso é o que eu estava pensando, mas eu tinha que ter a certeza.

“E bem...”

Minha cabeça moveu novamente.

“Continue.”

“Houve aquele incidente depois que você correu para um velho conhecido do ensino médio em Los Angeles.”

Eu lembro disso vividamente repentinamente do incidente a qual ela está falando.

“Entendo”, eu fico em silêncio por um momento, repetindo a cena na minha cabeça que levou a ordem de restrição, “Você deveria cuidar dos seus próprios assuntos”, eu digo a ela friamente.

“Com todo o respeito senhorita Berry, é meu dever está nos seus assuntos.”

Eu quero rir porque ela está cem por cento certa, “Então você é muito boa no seu trabalho”, eu a digo. É a coisa mais próxima de um elogio que ela terá.

Eu não preciso olhar para a cara dela para saber que ela está corada e segurando um sorriso que é o maior do que o meu jamais será novamente.

“Aqui estamos,” ela anuncia saindo do carro assim que ele para.

A música do elevador está me incomodando, eu quero cantar sozinha. Letras estão pulando pelo meu cérebro e pulando para encontrar o tom para a música. Eu preciso de um pedaço de papel e lápis.

“Senhorita Berry está aqui para Dra. Fabray”, Lauren fala para a recepcionista ao passo que eu fico perto dela.

“Oh wow, Senhorita Berry... É uma honra encontrar você”, a mulher diz.

Ela parece diferente.

“Onde está a outra garota?”

Ela ia responder quando eu ouço uma voz suave.

“Erin, você pode mandar a senhorita Berry nesse momento”, ela diz antes de voltar para o estúpido escritório.

Eu rolo os olhos, porra, estava bem aqui de pé. Ela poderia direcionar a frase pra mim.

Eu entro no escritório dela e dessa vez eu fecho a porta, me certifico de que ela bata um porquinho.

Ela não olhou pra mim da mesa dela e eu faço meu caminho pro sofá desconfortável que eu estava começando a odiar. Ela está escrevendo algo novamente e eu aposto que é sobre mim. Eu não sou fútil, eu juro.

Eu estou começando a ficar impaciente, ela tem cinco minutos antes que eu tire meus óculos de sol e arremesse sobre a mesa.

Ela olha pra mim e sorrir, “Oi, Rachel.”

Filha da mãe.

Eu não respondo, eu continuo balançando minha perna e arrasto minhas unhas pelo braço da cadeira enquanto eu olho pra ela, desejando trazer a tona o quanto eu a odeio.

“Eu senti a sua falta na quarta-feira, você está se sentindo bem?” ela pergunta, não está sendo sarcástica e isso me faz ficar irritada porque ela está fingindo não saber a real razão de eu ter vindo.

“Não.”

“Bem, me admira que você tenha arranjado tempo para hoje.”

Há um brilho nos seus olhos que me desloca.

“Como se eu tivesse escolha”, eu zombo.

Ela se levanta, dessa vez sem nada nas suas mãos e anda na direção do sofá, sentando no mesmo lugar que ela tinha sentado ontem. Ela tira seus saltos altos e senta em estilo indiano.

“Hoje, eu quero começar tudo de novo.”

“O quê?”

Ela suspira, quase como se fosse difícil para ela, “Eu quero dizer pra o quanto eu sinto muito pela forma que eu tratei você. Tudo o que você disse está certo, eu estou envergonhada de mim mesma e pelo jeito que eu agi com você no ensino médio. São uns dos meus maiores arrependimentos.”

“Você espera que eu acredite nisso?”

Ela não olha pra mim, ela estava esperando que essa fosse a minha reação, “Eu estou sendo sincera e enquanto você clama que eu seja a razão de você ser desse jeito, bem... Você é a razão de eu ser dessa forma.” Ela gesticula para o escritório.

“Do que você está falando?” Eu pergunto, de alguma forma eu estou vagueando, meu pé descansando na mesa de centro em frente à mim.

“Eu pensei que hoje poderíamos falar sobre mim, deixar você saber quem eu sou, com sorte, você ver que eu não sou a mesma pessoa que eu era no ensino médio.”

“Você quer apenas falar sobre si mesma”, eu rolo os olhos.

“Eu não gosto de falar sobre mim, o que é a razão pela qual eu ouço as pessoas. Mas eu acho que isso beneficiará você e eu estou colocando de lado minhas inseguranças por isso.”

“Inseguranças? Por favor, como o quê?” Eu pergunto cruzando os braços no meu peito e descansando a cabeça para trás.

Porra de sofá.

Ela rir pra si, “Vamos começar com algo mais simples.”

Ela quer simplicidade?

“Certo, por que você foi uma vadia comigo?” Eu pergunto.

“Isso não era o que eu tinha em mente quando eu disse simples.”

“Ok, como você veio parar em Nova York?”

Eu controlei o choque que foi ela estar em Nova York e agora eu estou curiosa. Essa é a minha cidade, sempre foi.

“Bem... Depois que nós nos graduamos na escola, eu fui aceita na Universidade Estadual de Ohio. Eu nunca dei muita atenção para o que eu queria estudar, então eu fiquei indecisa por um ano.”

“O que mudou?” Eu me encontro perguntando, não que eu esteja interessado ou algo do tipo.

“Prioridades vieram e minha colega de quarto era do curso de psicologia, ela tinha uma paixão por isso e isso meio que pegou em mim."

“Clássico história conformadora de Quinn Fabray”, eu rolo os olhos.

Ela me ignora, “Eu fui para o curso e me apaixonei, me fez sentir bem. Muito melhor que fazer as pessoas chorarem. Eu fui interna em alguns lugares como parte do requerimento para a graduação. Eu fiz no verão e no inverno e então eu estava apta para me graduar um ano mais cedo. Eu percebi que o tipo de dano psicológico e emocional que eu causei nas pessoas e eu odiei a mim mesma. Meu estômago revirou ao ouvir histórias ou ler casos estudantis sobre pessoas que tinham alguém como eu em algum ponto da vida. Não que todos os meus pacientes tenham a mesma história, mas isso foi como eu comecei.”

Eu continuo em silêncio.

“E sobre Nova York, eu me graduei e trabalho aqui e eu acho que eu apenas fui sortuda com o resto”, ela finaliza.

“Conto de fadas”, eu ironizo, “por que você escolheu Nova York?” Eu reintero minha pergunta.

“Eu já falei pra você.”

“Não, você falou como você terminou aqui. Por que você escolheu Nova York para se graduar?” Eu pergunto novamente.

Se ela me der alguma resposta otária, eu vou literalmente partir a cara dela.

“Oh, uh...” ela gagueja, eu acho que eu falei algo que meio que mexeu com ela, “apenas pareceu um lugar melhor que Lima”, ela me diz.

“Você está certa.”

“Você quer saber sobre como estão os outros?” Ela pergunta após um momento de silêncio.

“Você ainda fala com eles?” Eu pergunto.

Eu acho que meu choque pareceu algo como se eu estivesse enojada. As vezes eu confundo os dois.

“É claro, eu falo com pelo menos um deles todos os dias”, ela diz parecendo orgulhosa.

É claro Quinn Fabray, que tinha milhões de amigos no ensino médio, não tem problemas ao manter contato com todos eles após todos esses anos. Isso apenas me faz odiar ela ainda mais.

“Eles ainda vivem pateticamente em Lima?”

Ela rir, “Finn é o único que ainda vive em Lima, ele ajuda o Mr. Schuester com o Glee Club. Eu vi eles no último ano quando as crianças vieram para as Nacionais, você estaria bem orgulhosa deles agora.”

Eu resisto à ânsia de vomitar.

“Kurt vive na cidade, ele tem sua própria butique. Santana e Brittany vivem do outro lado da cidade, em Connecticut... juntas.”

Eu fico chocada, “Elas vivem juntas?!”

Ela rola os olhos, “Finalmente”, ela comenta, “Mercedes está em Los Angeles, ela canta. Tina já está casada e vive fora da cidade, eu não tenho falado com o Artie em anos, mas eu ouvi falar que ele está vivendo com o pai dele no Texas. E o Noah, ele trabalha.”

“O que ele faz?” Eu me encontrei perguntando, eu sempre tive um leve apreço pelo rapaz.

“O que ele NÃO está fazendo?” Ela rir suavemente, “Ele vive em Nova Jersey com a sua namorada de 3 anos.”

“Wow.”

Noah Puckerman está numa relação estável? Brittany e Santana admitiram os sentimentos? Quinn Fabray está se desculpando? Kurt tem sua própria butique? Ok, bem, isso não é o tipo de coisa fácil para afirmar. Se duvidar, o inferno é frio.

“Eu sei, é legal ser capaz de ter pessoas que você conhece ao seu redor.”

“Yeah”, eu falo baixo, eu não sei como é sentir-se assim. Meus amigos mais próximos além da minha assistente é Jesse St. James e não é preciso dizer muito, ele é o único que entende o que eu pensarei, inclusive, ele é o único que me conhece.

“E Rachel Berry, ela provavelmente tem sido a mais bem sucedida de todos nós”, ela me dá um sorriso modesto.

Eu dou uma risada contida, é estranho ouvir isso.

“Todo mundo está realmente orgulhoso de você, Rachel”, ela me diz.

Eu zombo dessa vez, “Aham, sei.”

“Eu acho que toda vez que nós estamos juntos, nós falamos de como você está indo.”

“Me certificarei de os mandar autógrafos.”

Ela mexe a cabeça e olha pra baixo, “Sabe, não é porque você me odeia que você tem que os odiar também. Eles são seus amigos e sentem sua falta. Eu sei que Tina sente e Kurt também.”

É difícil de acreditar, mas meu coração perde uma batida na menção de Tina. Ela era minha única verdadeira amiga no ensino médio.

Eu tiro o meu olhar dela e mordo o lábio inferior.

“Bem, eles provavelmente pensam que eu sou uma vadia de coração gelado, então qual a diferença?”

Ela rir novamente, ”Ah qual é, eles não acreditaram em todas essas coisas... Diva, sim. Mas não todas essas coisas que andam dizendo.”

Eu sinto meus olhos começarem a marejarem. Queria está com meus óculos de sol em mãos.

“Eu tenho certeza que todos eles estão por fora do fato que você é minha Shrink agora”, eu comento.

O pensamento de todos eles juntos para jantar e tendo algumas risadas ao meu custo me faz ficar mal.

“Na verdade, eles não têm ideia.”

“Isso é difícil de acreditar, Kurt é o mais fofoqueiro de todos.”

“Você está certa, ele é. Ele, inclusive, me perguntou se eu ouvi sobre você brigando.”

“E o que você disse?”

“Eu o disse que eu desejaria poder te ajudar”, ela disse pensativa, “Ele não sabe que eu estou tentando.”

“Hm, você quer dizer sendo paga pra isso.”

“Nem tudo é sobre dinheiro, Rachel” ela retruca, quase irritada.

“Sim, bem... Dinheiro compra felicidade, então deveria ser.”

“Você é feliz?” Ela pergunta depois de alguns segundos,ela está traçando a ponta dos dedos dela na parte de trás do sofá.

“É claro, eu tenho tudo o que eu poderia querer na palma da minha mão”, eu digo para ela.

Ela assente.

“Você tem mais alguma pergunta para mim?” quando eu fico calada, ela pressiona, “Ok, eu acho que esse é um bom momento para você me dizer como você chegou aqui, o que você tem feito desde o término do ensino médio?”

“Você não poderia simplesmente pegar uma revista ou procurar no Google?” Eu pergunto.

“Qual é a graça nisso? Eu quero ouvir de você.”

“Tudo bem”, eu me sento mais para trás para ficar mais confortável, eu fecho meus olhos, “Eu fui para a NYU, Teatro Musical com ênfase em Desenvolvimento Vocal. Fui garçonete em um bar no meu segundo ano e toda sexta-feira à noite eles abriam o microfone, eu comecei cantando e um tempo depois eu era a estrela principal. Fiz audições para algumas peças off-Broadway e eu venci. Minha carreira meio que começou daí, me ofereceram um acordo de gravação e eu gravei um álbum, o que levou a mais dois. Fiz uma ou duas participações em filmes, alguns trabalhos de ‘porta-voz’, meus concertos liquidavam em 60 segundos e eu ainda continuo a pessoa mais odiada de Hollywood.”

“Por que você pensa que é a pessoa mais odiada de Hollywood?” ela pergunta frazindo as sobrancelhas no mero pensamento de alguém me odiando ao que parece, ela é consideravelmente uma atriz.

Eu encolho os ombros, “As pessoas pensam que eu estou nisso pelos motivos errados. Os pais não pensam que eu sou um modelo a ser seguido, eu não pareço tão boa este ano como fui no ano passado no Grammy, então eu devo ser uma viciada em drogas, eu estou sendo fotografada com pessoas diferentes, então eu devo ser uma vagabunda, eu fico cansada de tentar agradar as pessoas, então eu devo ser uma diva. Mesma besteira de sempre, eu estou acostumada com isso agora.”

“Eu acho que você presume que as pessoas automaticamente pensam o pior de você.” Ela me diz, como se eu me importasse.

“E eles não fazem?”

“Eu não acho isso e eu acho que você está com medo de mostrar a eles quem você realmente é por baixo disso porque eles não irão aceitar você.”

“Por que eles iriam?”

“Eu acho que essa é uma pergunta que você mesma que tem que responder.”

Ela é a terapeuta, ela não deveria responder essas perguntas? Eu resmungo algumas palavras incoerentes sob a minha respiração e desabafo mais.

“Eu não gosto muito de você”, eu digo a ela.

Ela solta uma risada suave que praticamente me embala em um sono, eu preciso de mais café.

“Isso não é uma coisa que eu ouça todos os dias.”

“O que aconteceu com a recepcionista?” Eu pergunto após alguns minutos de silêncio.

Eu sinto ela mudar, “Que recepcionista?”

Ela está bancando a idiota e eu estou ficando impaciente.

“Aquela rude de segunda-feira. Onde está ela?”

“Oh, hm.” Ela arrasta novamente. “Eu a demiti, ela não foi apropriada e essa não é a primeira vez que eu tive que falar sobre os gestos dela.”

No ensino médio, Quinn apenas faria essas pessoas que irritavam ela, dar voltas no campo de futebol, agora ela apenas demite eles. O mundo nunca estará seguro dela.

“Oh. Ela tinha alguma aversão a mim?”

Quinn parece está debatendo algo na cabeça dela, “Algo parecido. Eu não queria que ela fizesse você sentir-se desconfortável”, ela diz cuidadosamente.

Por que diabos eu iria ficar desconfortável com a recepcionista?

“O que você quer dizer?” Eu pergunto, inclinando minha cabeça mais para vê-la.

Ela inclusive está corando, “Bem, parece que vocês duas tiveram uma história juntas.”

“O quê? Ela disse isso pra você?”

Eu não achei que fosse possível, mas ela está corando cada vez mais. “Sim, cada detalhe vividamente.”

Eu estou tão confusa.

“Parece que você dormiu com ela uma noite.”

Meus olhos ampliam-se. Eu sabia que eu já tinha visto ela antes, ela parecia diferente mas agora que eu sei de onde eu a conheço, eu estou com vergonha de mim mesma por não perceber antes. Eu nunca permiti minha vida pessoal cruzar com a minha vida pública como agora, eu costumava ser cuidadosa, mas como eu poderia prevenir coisas como essa?! Estava completamente fora das minhas mãos.

“Eu, hm, não é o que você pensa. O que quer que seja que ela contou pra você.”

As bochechas dela continuam vermelhas, “Eu não detenho julgamentos, mas você pode ver porque eu tomei a decisão de demiti-la."

Eu não sei por que eu estou tão afetada, não é como se eu não ouvisse os rumores sobre a minha sexualidade. As pessoas especulam cada aspecto da minha vida e minha orientação não parece estar fora dos limites. É por isso que Tristan, "meu namorado", tem estado na minha vida por mais de um ano. Eu falho, por vezes, mais vezes do que eu gostaria de admitir e até agora não teve repercussões terríveis. Agora é diferente, alguém do meu passado sabe a verdade. Eu engulo a saliva com dificuldade.

"Está tudo bem se nós terminamos mais cedo hoje?" Eu pergunto: "Eu tenho um vôo em 2 horas que eu preciso me preparar", eu digo a ela olhando para o meu relógio.

Eu posso dizer que ela está confusa pela forma como a conversa se voltou, mas ela não pressiona, ela se levanta e coloca os saltos de volta antes de caminhar até a mesa dela.

"Claro. Normalmente eu dou aos meus pacientes uma tarefa a cada poucas sessões, e eu acho que isso vai ser adequado para você fazer no fim de semana," ela pega um caderno e entrega para mim.

Eu o abro e o folheio, está em branco.

"Este é o seu diário, quando você precisar anotar alguma coisa, você o faz. E também, muitas das tarefas estão um tanto escrito".

"Então, qual é a minha tarefa, Doutora?"

"Eu quero que você pegue algumas ocorrências do seu fim de semana, conversas com pessoas talvez. Eu quero que você anote como você respondeu ou reagiu. Então eu quero que você anote como a velha Rachel Berry iria agir ou reagir, a do ensino médio. Seja sincera", ela me lembra.

"Muito fácil."

"Pode ser. A parte mais difícil é ver a diferença entre as duas Rachel Berrys."

Eu concordo.

"Você pode fazer a mesma coisa?" eu pergunto.

"Como?"

"Se eu tiver que fazer isso, então eu acho que você deve ter que fazer isso também."

"Será que vai fazer você realmente fazê-lo?"

Duvido. Eu não tenho tempo para bobagens mesquinhas como esta. Eu não tenho escrito nada além de letras de música em mais de um ano. Isso é coisa de assistente.

"Se você fizer isso, então sim, eu vou considerar isso", eu minto.

"Ok, então, eu acho que posso fazer esta tarefa bem. Eu vou escrever como eu responderia no ensino médio."

Sim, eu realmente não me importo. Estou ficando inquieta.

"Posso ir agora?" Pergunto amargamente.

"Sim, você está livre para sair. Tenha um bom fim de semana. Vejo você na segunda-feira."

Dirijo-me para a porta, certificando-me de pegar meus óculos de sol neste momento. Eu os coloco e rapidamente saio da sala com o meu caderno.

A porta bate quando eu saio e eu não faço contato visual com a nova recepcionista. O carro está esperando por mim na hora em que eu descer as escadas, eu mais uma vez opto por elas em vez do elevador.

Lauren está esperando por mim quando eu desço para a rua, ela desliga o telefone, um momento depois.

"Suportável hoje?" ela pergunta quando desliza para dentro depois de mim.

"O que foi que eu disse sobre o meu negócio maldito?"

Ela encolhe para trás em seu assento. Eu vejo seu rosto pra baixo e a culpa derrama em mim. Normalmente eu a coloco de lado, mas o peso do notebook no colo me impede de fazer isso.

Eu suspiro, "Desculpe, você tem uma caneta para me emprestar?" seu rosto muda um pouco e ela imediatamente me entrega a caneta que está em sua mão sem hesitação.

Eu abro o caderno e começo a escrever.


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Notas finais do capítulo

Comentem :)