Spock andou pelos corredores da nave, pensando no que havia feito e suas consequências, agora, uma garota iria chorar desolada por vários dias por causa dele, ele realmente magoou feio Uhura.

Ele entra no refeitório vazio, e senta em uma das mesas próxima a cozinha e apoia a cabeça na mesa, desolado, triste, solitário, enfurecido e assustado, estava experimentando emoções que jurou não experimentar nunca mais, e estava abalado por isso, mas algo acontece naquele recinto, uma voz doce ecoa, ele percebe que não está só e a voz vem da cozinha.

— I’m not afraid, anymore, I’m not afraid! – era familiar e cantava lindamente, Spock tira a mão da cabeça e começa a seguir a voz, a voz que vinha da cozinha - Forever is a long time, But I wouldn't mind spending it by your side, … - era Agatha cantando na cozinha enquanto cortava cenouras para fazer um bolo, ela nota a presença dele e para de cantar.

— Por favor, continue! – ele pede com a voz rouca.

— Tell me everyday I get to wake up to that smile, I wouldn't mind it at all, I wouldn't mind it at all!

— Continue!

— You so know me, Pinch me gently, I can hardly breathe … Forever is a long, long time, But I wouldn't mind spending it by your side, Tell me everyday I get to wake up to that smile, I wouldn't mind it at all, I wouldn't mind it at all! É só isso! – ela levanta os ombros.

— Que canção maravilhosa doutora!

— Hum, obrigado senhor Spock! É uma das minhas favoritas! Ela toca em mim lá no fundo!

— Aguça as emoções?

— É, meio que isso! A cantora que canta acho que canta melhor que eu!

— Discordo!

— Sério!

— Sim! Não acredito que alguém possa cantar tão bem quanto a senhora!

— Ah obrigado! – ela ficou meio envergonhada.

...

Spock se aprofundou ainda mais na leitura do livro, até chegar na parte que mais o tocou, quando Laura, na tentativa de se reconciliar com John, escreve um lindo poema para ele chamado “A Noite Chega”:

A Noite Chega

A noite chega

E fico a observar o luar

A observar as estrelas

A escuridão da noite

A noite chega

E eu fico sem saber

Sem saber o que vai acontecer

Se vou poder te ter de volta

A noite chega

E eu estou presa

Presa nessa escuridão

Na escuridão do seu coração

A noite chega

E com ela veio a escuridão

E você estava na escuridão

E eu fiquei junto dela com você

A noite chega

E eu posso notar

Que você ainda é o mesmo

Que um dia eu consegui amar

A noite chega

E eu posso ver

Que o nosso amor ressurgiu mais forte

E mais forte do que nunca ele irá permanecer

...

Esse poema de alguma maneira fascinou muito Spock, e ele sentia que era para ele não para John Turner, e decidiu conversar com ela a respeito.

— E eu posso ver, Que o nosso amor ressurgiu mais forte, E mais forte do que nunca ele irá permanecer! – ele falava chegando perto dela – Isso é realmente maravilhoso Agatha! Nunca havia lido algo tão lindo!

— Obrigado! Eu dei o máximo de mim quando escrevi esse poema!

— Fascinante! Eu ... – tossiu levemente – gostaria  de lhe fazer uma pergunta!

— Claro! O que quiser!

— Eu poderia acompanhar a senhora no jantar hoje?

— Ah! Senhor Spock eu ... – ela ficou praticamente muda – Eu nem sei o que dizer! Pode!

— A senhorita aceita?

— Claro! Aceito sim!

— Obrigado por aceitar senhorita Lenox!

— De nada! Mais, não me chama de senhorita Lenox, por favor! Me chame só de Agatha, e ... de você!

— Está bem! Então ... me encontre no refeitório!

— Claro! Até lá!

— Sim Agatha!

— Tchau! – ela se despediu enquanto ele saia.

...

Na hora do jantar, Spock esperava por ela no refeitório impaciente, andava de um lado para o outro e despertava a curiosidade dos outros oficiais que já estavam jantando.

— Spock, qual o problema? – Jim quebrou o silencio.

— Eu aguardo uma companhia capitão!

— Até imagino quem é!

— Spock num encontro, hum ... isso é novo! – falou Magro – E ele acabou de sair de um namoro!

— É! – disse Jim – Novo!

Agatha chegou atrasada pois queria melhorar a aparência, passou um batom rosa avermelhado e um lápis de olho preto, deu uma melhorada na aparência de certa forma, mas estava bonita, e pode surpreender Spock.

— Senhor Spock! – ela o chamou.

— Sim Agatha, eu ... – ele parou ao notar a beleza dela.

—O senhor?

— Está encantadora! – ele elogia.

— Obrigado!

— Não há de que! – ele se paralisa olhando para a beleza dela – Ah .. venha! Sente – se! – ele demonstrou gentileza, havia separado uma mesa individual apenas para os dois, para se sentirem mais a vontade, Spock nunca fazia aquilo, mas hoje seria diferente.

— Claro! Obrigado! Eu posso me servir ou o senhor quer ...

— Sinta – se a vontade!

— Hum, tá bom! Mas o senhor não vem?

— Depois da senhora! – e ele a seguiu.

Spock acompanhou Agatha até a bancada de comida, onde ela pegou frango assado, lasanha e alguns legumes, ele pegou vários vegetais, a refeição dele era sempre diversificada de vegetais, quase nunca tinha carne no prato de Spock.

Spock simpatizava muito com ela enquanto ela se servia, elogiava sua obra, seu poema que ele sentiu que era para ele, tudo nela era muito agradável. Quem observava essa simpatia toda era Uhura, que já estava invejando a aproximação dos dois.

— Capitão, preciso sair! – Uhura falou levantando.

— Não vai terminar o jantar? – Jim perguntou.

— Perdi a fome!

Uhura estava aborrecida, Spock nunca havia a tratado daquela maneira, nunca havia separado uma mesa para ficarem a vontade no refeitório, nem nunca havia tido tanta intimidade publica com ela. Ela teria que esquece – lo, no caminho de volta para o seu quarto, ela, que andava a passos largos, esbarrou no tenente Monroe, o que havia a ajudado a descobrir a traição, o tenente derrubou a prancheta e outras coisas no chão.

— Desculpe! – ele falou.

— Deixa eu te ajudar! – ela pede.

— Não precisa! – ele toca na mão dela sem querer e a encara, ficam se olhando nos olhos por um tempo.

— Deixa eu ajudar!

— Tá bom!

Ele termina de catar suas coisas no chão e se despede de Uhura, saindo em seguida. Ela fica o observando sair, e volta para o quarto onde seus pensamento só se voltam para aquele homem, que assim como ela, era negro e também usava um uniforme vermelho.