Sugar Rush escrita por Raposinha Marota


Capítulo 1
Sugar Rush


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura
Recomendo ouvir a música enquanto esteja lendo a estória



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A noite mal havia começado e Efina já estava em sua cama na pousada. Teobaldo, usando o nome de "Hans" desta vez, estava em um bar reunindo informações para um novo trabalho e aproveitou para beber algumas doses da bebida mais forte que havia no estabelecimento. Sim, ele estava de mau humor, mas não um convencional. Ele foi tentado a ficar assim. Por mais que fosse uma obsessão sua, era muito mais fácil culpar Lea do que admitir suas vontades pecaminosas. Ali ficou até chegar ao estado desleixado e sem pudor de seus atos, apesar de que tinha plena competência de discerni-los e as palavras. Ele caminhou pela cidade, pequena e pacata por sinal, perdido em seus pensamentos. Tornou-se um vício. Um vício tão grande quanto sua paixão por doces.

Não demorou muito até ter percorrido quase todas ruas e decidira encaminhar-se para a pousada. Em seu caminho, encontrou aquela que tanto perturbava seus pensamentos e dava-lhe noites em claro. Ela estava apoiada a uma parede de uma casa qualquer, desfrutando de um saco lotado de doces de diversos tipos. Ela sorria sozinha e seus olhos vermelhos pareciam emitir um inocente, porém sedutor brilho exótico. Teobaldo parou onde estava, encarando surpreso para a garota. Um calafrio percorreu seu corpo, aumentando sua temperatura corporal e levando a imaginar cenas inapropriadas para menores como Efina. Lea parecia muito mais sensual debaixo da fraca luz do poste ali perto e com suas roupas comuns de uma adolescente nada especial. Não... era impossível aquilo ser tão extraordinário. E foi então que Teobaldo notou que estava perdendo o juízo. Ele estava enlouquecendo por causa de um único e inaceitável desejo.

Ele era mesmo podre.

Ousou dar um passo e se arrependeu. Ao encostar o pé no chão novamente, o rapaz sentiu mente e corpo entrarem em um conflito com vitória já apresentada. Como uma reação em cadeia, arrepios seguidos de pensamentos obscuros o dominaram. Teobaldo a encarou seriamente e bufou irritado. Ele havia perdido para si e caído em um buraco sem volta.

Ele se aproximou a passos largos até a jovem. Lea sorriu ao nota-lo ali e antes que pudesse cumprimenta-lo, sentiu os dedos do rapaz tamparem sua boca, vendo um olhar sério e malicioso do mesmo. Seu corpo estremeceu ali mesmo e sentiu o hálito carregado de álcool quando este se aproximou de sua orelha direita.

- Apenas venha. - ele disse sem delongas.

- Hans. O que há com...? - assim que a jovem teve a boca livre, tentou pedir explicações, mas fora barrada novamente pela mão do rapaz.

- Apenas venha. - ele repetiu, porém um pouco mais irritado e a garota calou-se.

Rapidamente, ele agarrou a mão da jovem e encaminhou-a por algumas ruas desertas até chegarem em um beco vazio e ausente de qualquer presença além deles mesmos. Lea tremia um pouco por medo, afinal, não sabia do por que ser arrastada até aquele lugar e do por que de Teobaldo estar tão estranho. Ela já pensava o pior quando fora prensada contra a parede e notar a aproximação perigosa do rapaz. Seu coração disparou loucamente enquanto mantinha um contato visual assustado para com ele. Aqueles olhos dourados-esverdeados a consumia aos poucos e tinha que concordar que não importava a cor que ele pintasse os cabelos curtos e arrepiados, sempre mantinha-se impecável. Agora, loiro, apenas o deixa mais sedutor e imperdoavelmente belo, mesmo naquela posição decadente que este fazia. Ainda assim, Lea estava confusa... o que Teobaldo queria consigo?

Para o rapaz, encara-la um pouco mais poderia quebrar com o resto de responsabilidade e respeito que tinha pela jovem. Era como encarar a mais bela mulher dos sonhos e saber que não poderia toca-la. Uma tortura infernal e que acabava com a paciência restante do jovem. Como se sentia um idiota. Um idiota por agir pelos próprios instintos primitivos. Ele estava caindo ao pedaços e ao se reconstruir, tomava a forma de um íncubus no corpo de homem.

Ele estava perdido perante ao desejo.

O beijo que veio a seguir fora o estopim para aquele momento se tornasse o início de um caminho sem retorno. Lea tentou impedir que aquilo continuasse, mas a diferença de forças naquele instante era grande. Por estar desesperada e entorpecida com aquele toque, suas forças dragonianas acabaram por serem substituídas pelas forças de uma garota humana comum. Teobaldo separou-se apenas para respirar e deixar a jovem fazer o mesmo. Ela, então, fechou os olhos com força antes de afastar-se rapidamente do rapaz. Era evidente que havia gostado e que passara a desejar o mesmo, porém cabia a ela dar um basta com as atitudes do homem a sua frente, estando mais disciplinada com relação aos seus sentimentos.

- Qual o significado disso, Teo?! - Bradou a garota pasma e tentando, em vão, se acalmar. Até havia o chamado pelo nome. - Está louco por acaso?!

- Sim... estou louco. - ele rangeu os dentes com a voz carregada de raiva.

Ele olhou para baixo, encontrando a seus pés o saco de doces que a jovem carregava a pouco. Ele tomou-o e buscou alguns que fossem mais de seu agrado, ouvindo os protestos da garota já alterada. Após comer alguns, tornou a encara-la com o mesmo olhar sério e malicioso de antes e avançou contra a jovem.

- Venha comigo agora. - ele ousou dizer e Lea recuou imediatamente.

- Você rouba meus doces, me beija e ainda espera que eu ainda o siga? - ela sentiu seus pulsos sendo capturados e logo encontrou-se imobilizada no chão, com o corpo do homem em cima de si. - Teobaldo! Eu vou queima-lo até restar cinzas.

- Vá em frente. - ele disse desafiador, tendo visto que a jovem tinha este poder. - Queime-me até que não sobre nada deste louco. - impressionada, esta hesitou no mesmo instante.

- O que há com você? - perguntou novamente.

- Eu estou louco... - Sem delongas, o rapaz a beijou tão ferozmente que esta perdera mais ar do que o normal, fazendo o beijo se tornar breve. - Eu quero o seu corpo.

- Não trate-me como as outras mulheres com que você anda à noite, desgraçado. - ela o olhou ferozmente, porém, novamente, sem sucesso de intimida-lo.

- Infelizmente, Lea... - ele acariciou as coxas da garota, ouvindo um gemido misturado com um grunhido de protesto. - Você é apenas uma torturante "corrida doce". Não leve isso muito a sério.

Ele não mudou sua expressão após dizer tão cruelmente aquelas palavras. Qualquer outra mulher estaria horrorizada do modo como este tratou do assunto, mas a garota riu... riu como se esta tivesse escutado a piada mais engraçado do mundo, porém, com o olhar arrogante da jovem, Teabaldo pensou duas vezes antes de afirmar qualquer coisa.

- É engraçado ver que você não consegue mais mentir pra mim. Talvez tente se iludir e queira acreditar nisso. Eu sou algo a mais para você. Eu sinto isso.

- Acredita mesmo? - visivelmente irritado, para Lea, apenas afirmava o que havia dito antes e, vitoriosa, ousou a sorrir maldosamente.

- Vamos... Você já contou milhares de mentiras melhores.

- Sabe... - a expressão do rapaz era de ódio. - Você é muito, muito... chata. - para a jovem, aquilo era um elogio. Por isso, riu mais um pouco.

- Isso já se tornou hábito de se ouvir.

Teobaldo desistiu de tratar aquilo com palavras e tomou o que acreditava ser seu. O beijo doce tornou-se um pouco amargo ao que este fora maculado por sangue. Sangue proveniente da mordida de Lea nos lábios do rapaz. Ele não reagiu e apenas a lançou um olhar superior, sendo correspondido a altura.

- Você continua sendo um lance. - ele comentou ao toca-la com mais ousadia.

- E eu vou fingir que acredito nas palavras de um mentiroso. - Ela contraiu-se levemente antes de sorrir.

O rapaz sorriu de canto e desejou para que Efina não acordasse durante aquela noite.


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Notas finais do capítulo

Recomendo >>> Sugar Rush: https://www.youtube.com/watch?v=LGioY8ZuEEg
Sugar Rush (Male Version): https://www.youtube.com/watch?v=kFFTvTsFgmc

Caros leitores de todas as idades. Gostaria que, humildemente, deixassem uma palavra a esta escritora que aqui vos escreve. Não é pedir muito um simplório Review para dar a luz que um escritor necessita.



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