Pity Party escrita por Larissa Verlindo


Capítulo 1
Único: It's my party and I'll cry if I want to


Notas iniciais do capítulo

OLÁ!
Fiz essa one só pra comemorar o dia da Thalia, nossa pinheiro favorita. ♥
A one tá idiota? Tá. A one tá sem noção? Tá. Ela tá engraçada? Não tá, mas eu tentei. AIUEAIUHE' Fiz ela só pra não deixar passar em branco mesmo, afinal é minha personagem favorita.



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5 anos

Todos estavam felizes e reunidos para comemorar o aniversário de cinco anos de Thalia. A garota estava vestida como uma boneca: vestido rosa rodado e cheio de babados, uma sapatilha de fivela branca e uma tiara de flor.

Estavam prontos para cantar os parabéns. Todos posicionados em volta da mesa, esperando a mãe de Thalia trazer o bolo que havia sido presente de um dos seus tios.

Thalia, é claro, não poderia estar mais feliz. Passou o ano inteiro dizendo que queria um bolo das princesas e tinha certeza de que seu tio ouviu seu pedido – ela havia espiado quando ninguém estava olhando.

E então lá estava a mãe de Thalia caminhando para a mesa com o bolo em mãos, um sorriso elegante e contagiante no rosto, tão feliz que sua pequena conseguiu o bendito bolo de princesa...

Até ela tropeçar nos seus próprios pés, caindo no chão com o rosto afundado no glacê e papel de arroz do bolo.

Não ousou levantar e os demais não ousaram dizer nada. Restou apenas os olhares incrédulos e o silêncio.

Claro, até Thalia perceber o que realmente aconteceu.

A menina correu até onde sua mãe estava, espatifada no chão e coberta por bolo.

O seu bolo.

— MEU BOLO DE PRINCESA! — gritou, fazendo os outros tomarem atitude.

E desatou a chorar.

Seu tio Ares, no outro lado da sala, tirou uma foto em meio às risadas.

**

7 anos

Era seu sétimo aniversário e Thalia, mais uma vez, estava radiante.

Como já estava na segunda série, convidou todos seus colegas de classe e ficou feliz quando viu que, sem exceção, todos compareceram a sua festinha.

Sua mãe havia lhe dito que eles poderiam brincar de qualquer coisa, desde que tivessem cuidado. E é por isso que lá estava ela, por ser a aniversariante, com a venda nos olhos, sendo a cabra-cega.

— Certo — Annabeth, sua melhor amiga desde que entrou no colégio, diz —, como estamos em doze, você tem direito a pedir cinco vezes pelas palmas, ok? Conte até 50.

— Ok. — Com toda a calma o mundo, foi contando numero por numero até chegar ao 50. — Prontos ou não, lá vou eu: batam palmas!

Bem, ela realmente foi.

Caminhando rápido e ansiosa por achar um de seus amigos, nem se deu por conta de que a mangueira utilizada para lavar o pátio mais cedo ainda estava solta por ali.

Enroscou o pé na mangueira e, assim como sua mãe há dois anos, foi de cara ao chão. Infelizmente para Thalia, não havia um bolo para amaciar a queda, e sim o mais duro chão de concreto.

Abriu o choro, retirando a venda e assustando-se ao ver o liquido viscoso e vermelho manchar sua roupa, fazendo com que chorasse mais alto e atraísse a atenção de todo mundo.

— Ai meus Deuses, ela abriu o queixo!

Naquele ano, Thalia ganhou sua primeira cicatriz.

E, é claro, seu tio Ares não pode deixar de tirar uma foto para recordar esse momento.

**

12 anos

Era seu décimo segundo aniversário e, dessa vez, Thalia já não estava mais tão animada quanto nos anos anteriores, devido às desgraçadas que sempre ocorriam nas comemorações.

Mas, firme e forte, decidiu que iria, sim, querer uma festinha. Passou grande parte do seu tempo rezando para que nada acontecesse, afinal, como grande parte das garotas de 12 anos, Thalia estava experimentando o primeiro amor e o havia convidado.

Ficou neurótica grande parte da festa, com medo que algo acontecesse, contudo, depois de um tempo, deixou a neurose e ansiedade de lado e se juntou aos amigos para cantar no karaokê.

— Nossa! — riu Nico di Ângelo, seu colega e filho dos amigos do seus pais. — Você canta mal, Thalia.

— Como se você cantasse bem. — Luke, seu primeiro crush, a defendeu.

Nesse ponto, Thalia já estava crente que havia deitado nos braços de Deus e estava no paraíso.

Seu pai os chamou para cantar os parabéns. Todos se ajeitaram em volta da mesa redonda de madeira que estava lotada com docinhos, salgadinhos e os refrigerantes. Sua mãe trazia vinha trazendo o bolo. Os familiares já começaram a rezar para que não acontecesse o que aconteceu na festinha de cinco anos. Beryl largou o bolo na mesa e todos soltaram a respiração, aliviados.

Comemoraram cedo demais.

Assim que gritaram o famoso “viva!”, Thalia se apoiou na mesa para poder apagar as velas.

Grande, grande erro.

A mesa não aguentou o peso e virou com tudo em cima dela. Bolo, docinho, salgadinho, refrigerantes... tudo foi derrubado em cima de Thalia.

Mas, dessa vez, não chorou. Queria muito, mas aguentou firme. Definitivamente não choraria na frente de Luke Castellan.

Bem, pelo menos não até ver que ele ria descontroladamente e tirava fotos suas. Aí foi difícil segurar o choro.

Annabeth, sua melhor amiga, apoiou a mão no ombro dela, tentando reconforta-la, porém quem realmente a fez parar de chorar foi Nico.

— Chora não, Thalia. Olha o lado bom: pelo menos ninguém terá uma festa tão épica e legal quanto a sua.

— Desde quando pagar mico é épico e legal, idiota? — perguntou com a voz trêmula do choro.

— Eu achei épico e legal. Quero tentar isso no meu aniversario também, você me ajuda?

Inesperadamente, ela riu. Riu tanto que todos começaram a rir também.

E, mais uma vez, lá estava seu tio Ares tirando mil e uma fotos do momento.

**

14 anos

Era seu décimo quarto aniversário e Thalia já não tinha grandes esperanças de que tudo desse certo, contudo aceitou de fazer uma comemoração porque seus amigos a incomodaram até que dissesse o maldito “sim”.

Eles já não eram mais crianças e já não brincavam mais. Porém, Leo, como sempre um insano de carteirinha, decidiu dar de presente para Thalia uma piñata.

— Sério, Leo?

— É diferente e original. — Deu de ombros. — E faz parte das minhas origens.

E lá foi eles pendurar a piñata lotada de doces em uma das vigas do telhado da garagem de Thalia. Seus familiares e amigos se reuniram em volta dela, sentando-se em cadeiras de praia, para ver se ela conseguiria acertar o formato de burro feito de papel crepon.

Nico vendou seus olhos, e Thalia automaticamente estremeceu, lembrando-se do seu aniversário de sete anos.

— Tudo bem? — Nico perguntou.

— Tudo.

Fizeram-na andar uns passos para trás e para o lado, para que não ficasse tão fácil de ela conseguir acertar.

— Pronto, pode ir.

— Arrasa, chica!

Fácil, pensou ela, é só eu refazer o caminho que Nico me fez andar.

Thalia respirou fundo e pôs-se a andar. Não tinha como nada dar errado!

Posicionou o bastão para frente com calma quando achou que já estivesse perto da piñata e subitamente com toda sua força começou a bater. Ouviu os gritos das pessoas e se empolgou, achando que estava conseguindo, então resolveu bater mais forte.

— PARA, THALIA, PARA! — Ouviu os gritos do seu pai, desesperado e parou, tirando a venda para ver o que estava acontecendo.

Na sua frente, jaz seu avô.

Depois desse dia, ela pegou um imenso trauma de piñatas e burros.

E, como de praxe, seu tio Ares estava rindo horrores da desgraçada alheia com sua câmera na mão.

**

16 anos

Atualmente

Depois de quase ter matado seu avô espancado, o trauma foi tão grande que Thalia Grace teve certeza de que nunca mais comemoraria seus aniversários. Havia começado a odiar a data.

Por isso, hoje, no dia do seu décimo sexto aniversário, ela está atirada de modo desleixado no sofá da casa do seu melhor amigo, Nico di Ângelo – o novo modo que encontrou de comemorar, mesmo que ainda fosse totalmente contra isso. O garoto havia falado que iria ao banheiro e logo estaria de volta. Claro, Thalia não era burra e sabia que ele estava indo buscar seu presente – ele sempre fazia isso, afinal.

Ouve os passos de Nico na escada e tenta segurar um sorriso, curiosa para saber qual o presente desse ano. Continua o olhando dessa mesma maneira quando ele levanta suas pernas e se senta ao seu lado.

Nico a olha, com as sobrancelhas arqueadas.

— Por que ‘tá me olhando assim?

— Cadê?

— Cadê o quê?

— Você sabe o quê.

— Não, eu não sei.

— Sabe, sim — bufa.

— Não faço ideia.

— Meu presente, Nico!

— Ah! — exclama. — Eu achei que tivesse te dito que não poderia comprar nada esse ano. Foi mal.

Thalia se amaldiçoa mentalmente.

— Tudo bem, você não tem obrigação mesmo...

— Mas você quer?

— O quê?

— Você sabe o quê.

— O presente? — pergunta retórica. — Bem, quero. Mas não tem problema você não o ter.

Nico se aproxima mais, como se estivesse pronto para contar um segredo.

— E se eu disser que o tenho?

— Você disse que não poderia comprar.

— E precisa ser algo que se compre?

— E há presentes que não se comprem?

— Sim.

— Qual? — pergunta.

— Esse.

Os lábios do Nico estão grudados nos seus.

E mesmo odiando seu aniversário, nesse instante, ela jurou que não se importaria de comemorar no ano que vem se pudesse repetir esse beijo.

Extra:

Quando Thalia chegou em casa, depois de passar o dia com o Nico – ou melhor, beijando-o –, subiu correndo direto para seu quarto. Estranhou ao ver sua cama lotada de almofadas. Caminhou até lá e pegou uma das almofadas, surpreendendo-se ao virá-la: havia uma foto impressa nela.

— Mas o quê...

Fez a mesma coisa com as outras almofadas, vendo com surpresa – e um pouco de vergonha – as fotos impressas.

Nas almofadas estavam registrados todos os momentos de desgraça que ocorreram nos seus aniversários. Em uma, retratava ela apontando acusatória e com lágrimas nos olhos para a mãe, que estava caída no chão com o rosto enfiado no bolo. Em outra, ela estava segurando um bastão e seu avô estava com os braços levantados, tentando se proteger da porrada que iria levar.

Apesar de trágico, não conseguiu segurar as risadas. As fotos eram realmente engraçadas.

Em meio a todas elas estava um bilhete vermelho. Abriu-o.

“Vou começar me desculpando, pois eu menti para você: desculpe!

Então, como você já deve ter percebido, eu tinha, sim, dinheiro para comprar seu presente, mas não queria algo clichê de presente, queria te dar algo inovador, original. Até pensei na piñata, mas olhando sua foto percebi que era melhor não fazer isso novamente. Então, como você odeia o seu aniversário por todas as desgraçadas que aconteceram nele, quis te fazer essa surpresa. Por quê? Porque eu sei que na sua cabeça esses eventos são tão dolorosos e vergonhosos e você odeia isso, mas se ver por esse outro ponto de vista, vai perceber que eles também são engraçados – menos no caso do seu avô... tá, foi engraçado ver você descendo o cacete no velho, mas não conta isso pra ninguém. Thalia, meu presente é algo para tentar te ajudar a superar o trauma que você pegou de aniversários. Não sei se ele realmente vai te ajudar, provavelmente, não. Mas olhe o lado bom: se estiver na bad, é só olhar para as almofadas e pronto, você irá rir por dias – eu me sinto assim cada vez que olho para essas suas fotos, pelo menos.

Enfim. Era apenas isso. Apenas eu tentando ser original e tentando te fazer feliz. Espero que tenha gostado dos meus dois presentes. Beijos!

P.S: Agradeça ao seu tio Ares pelas fotos!”


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