Servos e Humanos escrita por Ed Henrique


Capítulo 23
Os dois lados do amor: Eros e Anteros


Notas iniciais do capítulo

E estamos aqui, com um filler, admito, mas tenho certeza que os fãs de GaaIno vão gostar, ou não. Pensei em fazer uma one shot especial para eles antes da temporada, mas acabei desistindo por falta de conteúdo, então venho com esse para vocês.
O capítulo está meio fraco, admito, mas o foco dele é falar dos irmãos abaixo, por isso aproveitem a contradição do amor.



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Os céus estavam escuros até uma colisão afastar as nuvens, fazendo a luz da lua o iluminar, assim como a seu oponente. Arfava um pouco, diferente do oponente, que fingia ainda estar bem, apesar de conhecê-lo o suficiente para saber que não estava depois daquele golpe.

Quando afastaram as nuvens, tornaram Ártemis espectadora daquela luta, uma luta entre deuses. Fazia eras que os deuses não se enfrentavam assim, tirando Atena e Hades, cujo achava que adoravam se matar em todas as reencarnações.

Um ataque foi em sua direção, mas repeliu-o.

Suas vestes estavam um trapo, mesmo que não se importasse muito com elas. Odiava viver com panos sobre seu corpo, mas para lutar de igual com outro deus, só usando sua vestimenta divina: uma túnica branca e, sobre ela, uma armadura vermelha com alguns detalhes dourados. Realmente odiava aquelas roupas, que além de pesado, não o deixavam nada bonito.

— Se chegar perto dela, prometo que te mato! – avisou.

— Você perdeu, Eros.

Ficando com a visão turva, não percebera quando fora atingido nas costas até já estar fraco e começar a perder altitude. A flecha ali cravada era como veneno para si, e sentiu uma de suas penas brancas lhe deixar.

— Anteros! – bradou.

Eros e Anteros –

Era manhã de sábado, o que significava que passaria o dia com o namorado. Viu-se no espelho, checando se sua roupa estava boa enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo alto. Com tudo pronto, abriu a porta da casa e saiu, rumando o portão. Passando pelo mesmo, abaixou a cabeça e levou a mão ao bolso, puxando o celular, pondo-se a andar.

Constatando que estava no horário, fez menção de guardá-lo, chocando-se em alguém. Não caindo graças a ajuda do estranho, que lhe segurou com as fortes mãos pelo braço, olhou para o mesmo, equilibrando-se para poder não precisar mais de ajuda.

— Tudo bem? – perguntou ele. Pela aparência, provavelmente tinha dezesseis anos, com a margem de erro para dezessete. Era branco, alto, mais ou menos o tamanho de seu namorado, cabelo moreno bagunçado e olhos castanhos claros.

— Sim, obrigada. Desculpe por termos batido.

— Tudo bem. – sorrindo, passou por ela, seguindo seu caminho. Olhou para trás com a estranha sensação de conhecê-lo, mesmo que nunca o houvesse visto na vida.

— Quem era? – perguntou a voz que reconheceu como sendo do namorado, parando atrás dela. Virou-se e o viu, bonito como sempre, já pronto para saírem.

— Ninguém. Esbarramos e ele me segurou para mim não cair.

— Hm. – havia visto a cena de longe, admitindo que não fora com a cara do garoto bem-vestido. – Vamos?

— Claro. – deu a mão para ele, seguindo juntos para o shopping.

Eros e Anteros –

— Não. – respondeu, fechando a porta.

— Tu não fecha a porta na minha cara! – reclamou, batendo na mesma. – Abre essa droga ou eu coloco abaixo.

— A Koharu vai brigar. – avisou e ela se conteve.

— O que foi? – a perguntou de Neji o fez reparar que o outro residente da casa estava ali, sentado na sala acompanhado de Tenten.

— A Ino encontrou um moreninho bonito essa manhã e ele nos encontrou de novo no shopping.

— O Sasuke voltou? – perguntou Tenten, sendo fuzilada pelos olhos do namorado por associar morenos bonitos ao Sasuke. – Quê?

— E o que tem isso? – perguntou o Servo de Ártemis, ignorando a namorada.

— Se você encontrasse um cara bonito falando com sua namorada, e depois o encontrasse novamente no shopping e ele fosse falar com ela, o que faria?

— Você está certo!

— Ah, claro que está, vocês garotos são todos iguais. – reclamou a loira do lado de fora.

— Bom, meu conselho de amigo é que saíam de novo, vão para algum e esqueçam que o viram. – disse, levantando-se e indo até o amigo. – Vocês só estão juntos há um mês, é normal estar com ciúmes, o primeiro ciúme do casal. – abriu a porta, empurrando de leve o ruivo, parando-o quando esse chegou lá fora. – Só voltem quando tiverem superado o problema. – fechou a porta, voltando para seu lugar.

Eros e Anteros –

— Só depois de me falar quem era aquela atirada! – fechou a porta assim que entrou, deixando o mesmo do lado de fora. A cena era familiar, apenas com a diferença de que não eram Neji e Tenten no sofá, e sim Matsuri e Hidan. O casal estava se beijando, ignorando por completo o filme romântico que passava na televisão já a tarde.

— Já disse que nunca a vi na vida, está fazendo drama. – explicou ele.

— Engraçado, eu nunca vi o moreno, mas você não estava fazendo drama. – rebateu. – Eu vi aquela ruiva passando a mão no cabelo para você, colocar a mão no seu ombro e se eu não tivesse aparecido ela teria pulado no seu colo.

Afastando-se, uma vez que não aguentavam mais os gritos deles, o casal no sofá respirou fundo, pensando o quão incômodo a visita era.

— Sinto muito se era o que queria. – falou irônico.

— Meu Deus, vocês não cansam? – perguntou Hidan, levantando-se do sofá. – Por que não vão brigar na sua fraternidade? Aposto que o pessoal de lá deve adorar um barraco. – abriu a porta, empurrando-a para o lado de fora. – Vão passear, ir para a praça, não sei, mas vão!— bateu a porta, respirando fundo. Extravasar a raiva era bom, fazia muito bem. – Onde paramos? – perguntou, sorrindo, indo até a namorada no sofá.

— Mantenham um braço de distância. – avisou Koharu, observando-os, e o garoto xingou internamente o casal que expulsou.





— Qual o seu problema? – perguntou Ino, enquanto andavam lado a lado, rumando a praça próxima.

— Meu? Você quem ficou com ciúme de uma ruiva só porque ela pediu uma informação. – defendeu-se.

— Eu? Você quis arrumar problema com um cara porque ele nos encontrou por acaso no shopping.

— Ah, você é a garota de mais cedo. – a voz já familiar fez os dois olharem para trás, vendo o homem que já encontravam pela terceira vez só naquele dia.

— Você de novo? – perguntou Gaara, irritado. – O que quer agora?

— Só passeando. – respondeu sorrindo, o que fez o ruivo avançar um passo para socar o moreno.

— Eu lhe avisei para ficar longe deles, não foi, Anteros? – perguntou a voz, surpreendendo a Ino.

— Vejo que se recuperou. Demorou. – comentou, vendo o Cúpido se materializar em sua forma com a aparência de um adolescente e apenas uma cueca box. – Como ousa aparecer para mim novamente nessa forma? – perguntou Anteros. – Esqueceu que é graças a mim que pode crescer? Ao aparecer assim me insulta.

— Não é por sua causa que estou nessa forma agora. – rebateu. Agora fazia sentido para a loira. Eles eram irmãos, então era por isso que ela achava que o conhecia, porque ele fora seu cunhado.

— Não seja ridículo. Com meu nascimento você foi capaz de crescer, caso contrário ainda seria um bebê. – disse.

— Não foi seu nascimento em si que permitiu isso, e sim o fato de eu ter alguém com quem compartilhar e viver. Alguém que eu possa dividir meu amor, como a Ino.

— Está dizendo...

— Que eu a amo! – respondeu convicto, deixando a loira perplexa, fazendo o mais novo rir.

— Assim como amava Psiquê?

— Ainda me lembro como é amar Psiquê, ela é mãe de Voluptas, afinal. – ambos os irmãos olharam para a direita de Eros, vendo algo se materializar. – Não lhe chamei, Voluptas. – disse e o deus do prazer desapareceu antes mesmo de poder se materializar por completo. – Mas não sei se é porque a Ino é uma Serva ou me rejeitou, mas o sentimento que tenho – levou a mão até o coração – é maior.

— Ei, pare de dar em cima de minha namorada! – olhando por sobre o ombro, o Cúpido viu Ino segurar o namorado.

— É isso que seu amor faz, Anteros. – falou, voltando a olhá-lo.

— Que discurso lindo. – bateu palmas ironicamente. – Me comoveu. Julga o meu amor apenas por ser o mais velho, o preferido da mamãe.

— Sua inveja é sem sentido. – retrucou. – O amor não deve ser mantido em ordem, pois é isso que ele faz, – materializou seu arco e colocou a mão atrás das costas, pegando uma flecha, acertando Gaara – cria ciúme e desconfiança.

— Sem sentido? – atirou uma flecha no irmão, que a bloqueou com outra. – Enquanto você se divertia, eu fui mandado para viver com pescadores.

— E é por isso que é sem sentido. – atirou três flechas de uma vez, usando seu poder para transformá-las em uma chuva, forçando o irmão a voar para desviar. – Eu gostaria de ter tirado férias e ido aprender a pescar, mas fiquei lá com aqueles deuses e suas regras.

— Não fale como se sua vida fosse imperfeita! – criou uma flecha negra, mirando. Eros voou na direção de Ino, pegando a mesma e o humano, conseguindo fugir da explosão causada pela flecha do irmão, infelizmente o bairro possuía um buraco.

— Não saíam. – instruiu, voando para cima do irmão. – Desista, Anteros. Seu amor desune, desagrega e separa, não pode entender como é unir ou dar afinidade universal. Não pode entender o que é ser o Cúpido.

— Eu sou mais poderoso! – atirou outra flecha negra, mas o loiro criou uma dourada, colidindo com o irmão, vencendo-o. Anteros conseguiu desviar e olhou para o mais velho, surpreso.

— Não com a Ino aqui! – afirmou. – Sei que percebe, mesmo agora que não estou com minha armadura divina, que faço frente a você. Se lutarmos a sério, as chances de eu lhe matar, como prometido, são grandes.

— Então só preciso tomá-la de você! – seu poder criou sua armadura divina, a qual era preteada com detalhes pretos.

— Anteros! – bradou, vestindo a sua.

— É impressão ou isso virou uma disputa por você? – perguntou Gaara, vendo os irmãos subirem mais, começando a se atacarem.

— Ainda está enfeitiçado? – perguntou ela.

— Só um comentário.

Viram os irmãos colidirem, causando uma explosão nos céus. Se algum humano visse aquilo diria que, com certeza, eram fogos de artifício, ou o fim do mundo. Eros foi o primeiro a sair da fumaça da explosão, materializando sua flecha dourada e voando para dentro dela novamente.

Anteros criou sua negra, colocando para frente e, quando achou que acertou o irmão, abriu um sorriso vitorioso, desfazendo-o na hora que percebeu que não atingira nada. O Cúpido apareceu atrás de si com a flecha em mãos, direcionando-a para o rosto do irmão.

— Parem! – ordenou e o loiro parou a flecha a poucos centímetros do rosto da mãe, surpreso por vê-la ali.

— O que houve? – perguntou Gaara, não entendendo a situação, vendo Ino se ajoelhar.

— Minha deusa interferiu. – disse baixo e o namorado olhou para os céus, vendo o Cúpido desfazer a flecha que segurava. Mesmo que pudesse se mover em barreiras e ver monstros, ver um deus era outra coisa. Morreria só de olhar para algum, como já ocorrera com uma das amantes do deus do trovão.

— Levante-se, Ino. – autorizou e assim ela fez. – Vocês dois, francamente.

— O que a senhora faz aqui, mamãe?

— Veio proteger o filhinho de novo. – tentando se virar, Anteros apertou a flecha na mão e o irmão se apressou para criar a sua novamente. Antes de ter a chance, Afrodite jogou a ambos contra os prédios mais próximos.

— Vim parar essa briga ridícula. – respondeu. – Nós podemos não ter o conceito que os humanos entendem de família perfeita, mas vozes e essa briga ridícula chamarão a atenção de Zeus.

— Por que o deus dos deuses se importaria com deuses de segunda linha? – perguntou Anteros.

— Porque estão destruindo uma cidade à toa. – respondeu e reparou no dano que só aquele bairro tivera. Se continuassem, acabariam com a cidade, e não podia permitir uma guerra ali. – Se querem mesmo se matar, juntem-se a Atena e Hades.

— E abaixar a cabeça para outros deuses? – o Anti-Eros perguntou.

— Exato. Se não gostou, desfaça a armadura, os dois. – o Cúpido não perdeu tempo, enquanto o irmão não o fez. – Eu disse para desfazer. – elevou o tom de voz, e, no medo, ele desfez. – Se eu souber que estão lutando de novo, os mandarei para tirar férias com o pai. – ameaçou. – Agora, vão. – Anteros desapareceu, deixando-os. – Você também Eros. – disse ela e, após lançar um olhar para a ex, desapareceu também. Suspirando, a deusa bateu palmas. – Crianças. – murmurou, sumindo.


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Notas finais do capítulo

Tenho que agradecer ao site: “Eventos Mitologia Grega” porque se não fosse as informações dele, nunca conseguiria fazer esse capítulo, tanto que foram as informações que me motivaram a tal. Também há outros agradecimentos que devem ser feitos, mas devem ser deixados para o final da fanfic ;).



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