Playing Dangerous escrita por WeekendWarrior


Capítulo 13
Got Me Burning in My Soul


Notas iniciais do capítulo

Presentinho de ano novo.
xx♥



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Me maquiava animada em frente ao espelho da penteadeira, terminava de passar o delineador e depois partia para o batom abusivamente vermelho, combinaria com minhas unhas compridas.

Levantei-me e admirei meu vestido preto no espelho, alisei o mesmo que já estava em meu corpo. Perfeito. Somente o par de All Stars que eu calçava quebrava essa magia melancólica que ao meu redor pairava.

Agora você se indaga do porquê de toda arrumação. Sim, Jake, mas não somente ele. Entendam agora.

Bom, Jake virá para um jantar aqui em casa, ele e seus pais, o Sr. e Sra. Gyllenhaal foram convidados pelos meus avós para o tal jantar. Algo que não sabia, era que as famílias eram amigas de longa data, isso soava-me engraçado, reprimi um sorriso.

Parecia-me que o pai de Jake estava tentando embarcar nessa onda de política novamente, pois também soube que o mesmo já foi Sheriff e com talvez influência dele, seu filho também tornou-se um. Complicado não? Consegui todas essas informações através de minha avó.

Logo eu já estava no andar de baixo com meus avós recebendo Jake e seus pais.

Nossos olhares cúmplices se encontraram, reprimi meu ímpeto de lhe sorrir abertamente, apena o cumprimentei polidamente, fiz o mesmo com seus pais.

Isso seria engraçado, seria minha piada interna, eu estava amando essa situação.

Jake inicialmente disse que não viria, mas o insisti que viesse, queria vê-lo, queria essa sensação de perigo, saber que eu e Jake eramos pecadores da mente. Nossos olhares se encontravam constantemente.

Sentamo-nos na mesa de jantar, meus avós e os pais de Jake estavam alheios a nossos olhares. Estava bem a sua frente, o encarava nos olhos e ria de canto de boca imperceptivelmente. Ele estava lindo numa camisa social azul clara embolada nos cotovelos, as belas mãos à mostra. Lembrei de onde suas mãos já estiveram em meu corpo, o encarei novamente, dessa vez com um olhar suplicante.

O jantar correu maravilhosamente bem, fiz questão de atiçar Jake com meus olhares, era uma sensação ótima, até mesmo cômica. Ele implorava-me trégua com seus olhos azuis, pois eu sabia o quão difícil era pra ele ver-me e não tocar-me, eu sentia o mesmo.

O jantar já havia ido, agora saboreávamos a sobremesa. Meus avós e os pais de meu homem mais velho conversavam sobre algo que eu estava totalmente absorta, de repente o nome de Jake é citado na conversa e minha atenção se volta.

— Diga-nos como é trabalhar no Estado mais armado do país. As coisas andam bem? – indagou meu avô a Jake.

Mordi o lábio, uma pequena proeza tomou conta de minha mente. Estiquei meu pé direito até a perna dele que estava a minha frente.

— É, nos fale sobre isso, Sheriff Jake – falei colocando a feição mais inocente em meu rosto e sorri.

Meu pé foi até sua coxa, ele ficou apreensivo, eu sorria internamente.

Entre pigarreios e pequenas pausas Jake explicou-nos seu trabalho. Eu sorria e balançava a cabeça como se estivesse prestando atenção a sua explicação, estava morrendo de vontade de beijá-lo.

— Mas que tal uma bebida? – perguntou meu avô se levantando. Parei de atiçá-lo.

Todos concordaram, seria minha chance, queria experimentar algo que há muito estive pensando, fantasiando.

No momento em que todos levantaram, apressei-me e passei ao lado de Jake sussurrando somente para ele ouvir:

— Fique de olho no seu celular – ele encarou-me rápido e continuou caminhando em direção a sala de estar – Vovó, acho que vou subir, não estou muito bem – menti.

— O que tem, minha querida? – ela se aproximou de mim.

— Não sei muito bem, apenas um mal-estar. Vou pro meu quarto, tudo bem? – olhei de relance para Jake – Boa noite a todos.

Subi as escadas num raio, fui até meu quarto, mirei-me no espelho e depois procurei pelo meu celular. Esperei uns cinco minutos e mandei uma mensagem para meu amado:

“Diga que vai ao banheiro.”

Mandei outra em seguida:

“Agora!”

Desci as escadas e adentrei o corredor, logo Jake apareceria por ali. Por sorte a sala de estar era do outro lado, longe dos cômodos.

Alguns segundos depois, ele aparece, sorrio e ando em sua direção, ele sorri-me de canto de boca.

Colo-me ao seu corpo e o beijo, Jake se afasta olhando pros lados.

— Isso é perigoso, Carmen.

— Eu sei, venha. Nãos se preocupe, as empregas não nos virão, ninguém nos verá.

O puxo pela mão escadas acima, com passos rápidos adentramos meu quarto, tranco a porta e encaro Jake, num impulso pulo em seu pescoço selando nossos lábios.

Sempre desejei e fantasiei isso, tê-lo em meu quarto.

— Eu quero você. Agora – disse rente a seus lábios encarando suas íris azuis.

— Também te quero, Carmen – acariciou minha nuca e beijou-me – Era um sacrifício vê-la e não tocá-la.

— Mas agora pode tocar-me. Toque-me – grudei meu corpo mais ao seu.

Minha resposta foi mais um beijo ardente, pegou-me em seu colo e me depositou na cama, esfreguei-me a ele, estava pegando fogo. Essa sensação de perigo era deliciosa, adorava isso.

Nunca estive com outro homem para diferenciar tal ato, mas Jake levava-me a lugares nunca antes descobertos por mim, prazeres diversos. Meu homem mais velho havia me presenteado com algo delicioso que era nosso segredo mais íntimo. Ficava feliz quando algo novo me era ensinado por ele, eu apenas acatava a seus pedidos, literalmente.

— Sempre te quis em meu quarto, não sabe o quanto fantasiei isso.

Ele arqueou as sobrancelhas.

— Ah, é? Que tal transformarmos essas fantasias em realidade?

Sorri e o beijei, passei meus braços ao seu redor e minhas pernas também, o prendendo. O queria todo pra mim.

Ele desceu seus beijos para meu pescoço e deixou vários beijos ali, sua mão subiu meu vestido e acariciou minha coxa. Eu arqueava meu quadril ao encontro do seu, já sentia sua excitação, o queria logo, sentia pressa, não tínhamos muito tempo.

— Jake, por favor… Não temos muito tempo – sussurrei.

Ele encarou-me e fitei profundamente seus olhos azuis nebulosos, o fogo se acendeu ainda mais dentro de mim.

Quando vi já estávamos nos movendo juntos e nossos gemidos se misturavam. Eu ainda usava meu vestido e Jake, mal tirou a roupa. Foda-se. Meu desejo era tanto, que se eu não tivesse mais eu poderia morrer e eu teria mais.

Mudei a posição em que estávamos, ficando por cima, movi-me sobre ele quase que num ritmo frenético, mordia meu lábio inferior para reprimir os gemidos. As alças de meu vestido caíram deixando meus seios a mostra, eu estava no céu, no céu na terra.

Apoiava-me em seu peito enquanto meu corpo tinha o atrito prazeroso, meus olhos fechavam-se mas quando abriam-se encontravam as órbes azuis excitada fitando meu rosto transparecendo prazer.

Uma vontade de gemer o nome dele subia até minha garganta, era como se quisesse mostrá-lo como me sentisse, dizê-lo que era ele, porém nada era proferido, apenas gemidos baixos e contidos.

Algo grande e explosivo estava crescendo em meu íntimo, o ápice do prazer estava próximo e Jake percebeu, mudou de posição novamente.

Agora ele comandava o ritmo, era quase tão frenético quanto antes, seu corpo chocava-se contra o meu de maneira rude, era assim que eu gostava. Apertei mais minhas pernas ao seu redor, finquei minhas longas unhas em suas costas por cima da camisa social.

Então algo explodiu em meu interior, era diferente das outras vezes, mais forte, mais erótico. Gemi um tanto alto e Jake tapou meus lábios com seus dedos, dedos quais desceram para meu pescoço e depois apalpou meu seio livre. Ele me tinha queimando bem na alma.

Logo sinto Jake liberar-se, seu ápice também pareceu ser arrebatador. Ele geme e tomba ao meu lado, respira rápido, seus lábios estão entreabertos. Umedeço meus lábios e suspiro satisfeita. Sorrio languidamente e o abraço. O beijo nos lábios e digo:

— Você precisa ir.

Ele franze o cenho.

— Ei, está me usando, garotinha?

Por um momento minha mente deu um apagão, nesse momento refleti sobre o que eu e Jake tínhamos, não era nada mais que desejo carnal, ele me queria, eu o queria. Nós tínhamos um ao outro quando esse desejo nos pegava e depois… Partíamos? Quem estaria usando o outro aqui nessa história? Ele a mim? Ou eu a ele?

Nós não tínhamos nada, porém o homem queria-me somente para si. Será que Jake realmente gosta de mim? Ou apenas uma fantasia cumprida? Uma meta de vida? Um segredo a mais para guardar? Um pecado a mais para se arrepender depois? Mordi meu lábio pensativa.

Vendo ele que eu não responderia, apressou-se em falar.

— Bom, tenho que voltar pra lá e fingir que isso não aconteceu – riu e se levantou.

Abotoou a calça e depois ajeitou a camisa, levantei-me e o ajudei a se recompor – eu mesma já tinha colocado meu vestido no lugar.

— Prontinho – arrumei a gola de sua camisa social.

Ele sorriu em agrado.

— Minha garotinha degenerada – abraçou-me e beijou-me no pescoço.

— Meu paizinho – sorri e acariciei seu rosto, uma rala barba se via – Agora vá, se não vão achar que você morreu no banheiro.

Ele riu, uma risada deliciosa, eu adorava tudo nele, seu cheiro, seu fala, seu modo de andar e o jeito que ele sentava. Seu cabelo, seus dentes e até mesmo o modo que suas unhas eram. Era normal reparar nisso tudo? Bom…

— Carmen, eu… – ele começou a falar mas sua fala falhou, o encarei esperando que terminasse de falar – Preciso ir.

Beijou-me rápido nos lábios e saiu rápido pela porta apressado. Mas que merda foi essa? Jake todo desconcertado? Franzi o cenho, pisquei meus olhos algumas vezes.

Suspirei mirando minha cama toda desarrumada e automaticamente sorri. Mordi meu lábio inferior e caminhei até o espelho, mirei meu reflexo, encarei meu rosto. Eu era bonita, não era? O que será que Jake viu em mim? Tinha eu, algo de diferente das demais?

Todos sempre elogiaram-me pela “beleza” que eu tenho porém, nunca gabei-me disso. Eu somente era eu mesma, não fazia esforço algum, também diziam-me que eu parecia com minha mãe e ela sim era bela! Muito bela.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto ao lembrar de minha mãe, eu sentia tanto a falta dela. Admirei-me no espelho enquanto as lágrimas caiam, eu não deveria estar triste, não depois de tudo que aconteceu. Esfreguei meu queixo no ombro. Sim, eu era bela e única, bela quando chorava.

— Tudo bem, então. Te vejo na segunda – disse Marina me abraçando – Beijos e cuidado, hein.

Rolei os olhos.

— Vai logo, Marina. Entra nesse carro – brinquei a empurrando de leve.

— Ok, ok. Já vou, já vou! Tchau, Carmenzinha.

— Tchau, Mari.

Marina entrou no carro de seu namorado e partiu, acenei para ela e seu garoto um breve “tchau” com os dedos.

Eu e minha prima tínhamos vindo ao cinema, sabe, descontrair às vezes é bom. Papear e colocar as fofocas em dia, porém era difícil, porque eu queria contar tudo que estava acontecendo na minha para Marina e eu simplesmente não podia. Eu havia tentado algumas vezes, mas eu parava e me reprimia, talvez ela pudesse me julgar ou até mesmo me entregar. Será? Eu não sei… Muito improvável. Merda!

Andei na calçada em direção meu carro, parei ao lado do mesmo e introduzi a chave para abrir a porta. Levo um susto quando sinto um puxão em meu braço direito, viro-me e encaro o indivíduo.

— Bradley? O que você…?

— Eu sei de tudo, sei o que você anda fazendo. Carmen, isso é… Caralho! É errado! Eu não entendo, eu…

Ele havia bebido, sua voz era pastosa, parecia ameaçador.

— Bradley, você está bêbado. Por que não vai pra casa? Quer ajuda com algo?

— Porra, Carmen! Chega disso! Sei de tudo! De você e aquele policialzinho de merda – me encarava com ódio, seus olhos verdes pareciam pegar fogo. A bebida o deixou fora de si – Você não sabe quem ele realmente é. Não que eu seja melhor que ele, mas… Porra! Por que ele Carmen? Eu estive com você primeiro.

Meus olhos estavam arregalados, minhas pernas ficaram bambas, meus joelhos queriam me trair. Mas como ele sabia? Meu coração palpitava, engoli em seco me recompondo.

— Do que você está falando, Brad? Isso não existe, não…

— Para, Carmen! Tá legal? Não minta pra mim, não pra mim, entendeu? – ele me interrompeu explodindo – Você pode mentir pra todos aos eu redor, mas não pra mim – ele apontava para si próprio – Sei de tudo e é mais do que possa digerir.

Meneei a cabeça negativamente, meu corpo estava quente de apreensão, o peito arfava, estava com medo.

— Bradley, isso não existe… Pare com isso! Você bebeu demais, está viajando, pare de inventar coisas.

— Eu vi vocês dois no Parque a algumas noites atrás. Quando você saiu do bar naquela noite, eu estava na rua… estava por aí e te segui. Adivinha quem chegou depois? Aquele bosta do Jake.

Minha garganta estava seca, estava estática, sem reação. Fomos pegos por ninguém mais e ninguém menos que Bradley. Meu Deus!

— Você não tem nada a ver com isso, seu idiota! Eu faço o que eu quiser da minha vida – explodi – O que eu quiser! Gosto dele e vou ficar com ele. Você não nada a ver com isso!

Ele riu debochado de mim e depois passou a mão em seu cabelo um tanto comprido.

— Não acredito que você caiu na dele. Carmen, escute – ele segurou meus ombros – Se afaste dele, sério, se afaste.

Franzi meu cenho com raiva e tirei suas mãos de meus ombros.

— Quem é você? Meu pai? Meus avô? Vai se foder, Bradley! Seu bêbado, idiota. Preciso ir agora. Nunca mais me procure, entendeu? Nunca mais.

— Não! Isso não vai ficar assim, Carmen. Me escute!

Ele tentava segurar meus ombros, repeli suas mãos, depois ele tentou segurar meu rosto e me beijar, o empurrei com força.

— Carmen, eu estou apaixonado por você. Por favor, entenda…

Ele tentava a todo custo tocar-me, no meio de toda aquela confusão ele enfureceu-se e agarrou-me me empurrando contra o carro, gemi de dor, ficaria um roxo em minhas costas.

— Carmen, fique comigo, não com ele. Por favor, fique comigo.

Lágrimas escorriam meu rosto. Por que numa hora dessas nunca tem ninguém na rua? A noite era fria e isolada.

— Bradley, por favor… Solte-me – eu chorava reprimidamente – Deixe-me ir, não me machuque.

— Fique comigo e não contarei nada a ninguém.

— Não! Não posso, não quero.

— Sinto muito então, Carmen – ele me soltou – Sinto muito mesmo, mas sinto que em breve seu relacionamento com esse idiota acabará.

Ele se afastava em passos incertos, havia bebido muito ou até mesmo feito uso de drogas.

O segui e o empurrei.

— Se fizer algo… Eu, eu… Eu vou…

Ele se virou com raiva, eu ainda chorava em desespero.

— Vai fazer o que? Contar a seus avós? Ah, poupe-me!

— Não faça nada, Brad! Por favor! É dinheiro que você quer? Eu te dou! Só me fale quantos.

— Você pensa muito errado sobre mim, Carmen. Não sou isso – ele riu amargurado.

Merda! Merda dupla! Estava ferrada.

— Não faça isso, Bradley! Se você realmente gosta de mim! Não faça! Te imploro!

— É por exatamente gostar demais de você que estou fazendo isso. Prepare-se que em breve todos saberão. Adeus, Carmen!

E deu-me as costas, começou a caminhar para longe.

Eu simplesmente não conseguia mover minhas pernas, estava petrificada, estática, mortificada. Meu peito subia e descia, o vento frio batia em meu rosto molhado pelas lágrimas.

Quando finalmente caí em mim, pus-me em prantos. Porra! Estou fodida! Eu e Jake estamos fadados, não sei o que fazer.

Engoli em seco e caminhei desolada até meu carro, dei partida no mesmo e quando vi já dirigia em direção a casa de Jake.

Sim, eu estava morrendo de medo, precisava avisá-lo, falar com ele sobre o que aconteceu. Merda. Bradley… O que deu nele? Limpei minhas lágrimas que insistiam em cair.

Minhas costas doíam pelo baque que levei, sem contar no quase infarto que tive. Estou morrendo de medo, medo de todos descobrirem e Jake ser punido. Mais lágrimas rolaram.

Meu corpo está dormente e amedrontado, sinto minha alma queimar.

 


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Notas finais do capítulo

thanks♥



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