Cancer Benefits escrita por Youngblood


Capítulo 3
Vênus


Notas iniciais do capítulo

Oie!Voltei e sei que eu demorei,mil desculpas!!! Mas eu fiz milhões de pesquisas para esse capítulo... e espero que vocês gostem,
Eu particularmente amei escrever.
Boa leitura!!!



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–Bom dia,querido!

Minha mãe sorridente abria as cortinas do quarto,cortinas essas que ela enfim havia colocado em meu quarto,o fato é que meu quarto não abriga mais apenas uma cama,um despertador e um cara 'quase' morto,meu quarto recebeu o direito de ser um quarto normal,agora com exceção do despertador que eu havia enterrado no quintal ainda na noite de natal. Aparentemente recebi um novo despertador,minha mãe.

–Não é um bom dia se todas as festas passaram e eu preciso voltar a acordar cedo.

O meu natal e ano novo foram normais,não foi exageramente ruim e nem exageramente bom,foi normal.Passei em casa com a minha mãe, no natal comendo uma "ceia" comprada no restaurante japonês 24 horas e, no ano novo assistindo pela TV a bola da Times Squares subir.

Antes,ainda durante as aulas eu e a garota,Ally, acabamos sendo expulsos da aula,novamente, e em uma de nossas brincadeiras estúpidas durante a detenção,meu gorro inútil caiu,e eu tive que explicar porquê eu era tão novo e estupidamente careca,e aí como um passe de mágica,todo o vínculo que eu pensava ter com ela se esvaiu como areia entre os dedos,no momento ela ficou menos brincalhona que o normal,na hora pensei que fosse algum tipo de pena/respeito que todas as pessoas
me ofereciam quando eu contava a minha vida ou morte,acho que "morte" é o termo mais apropriado,mas "vida" assusta menos as pessoas. Enfim depois desapareceu, pelo resto da semana,e eu quis me iludir,em minha cabeça não teríamos aulas juntos naqueles dias,mas era óbvio que ela estava me evitando.O câncer fazia isso comigo,era incrível como um tumor afetava até a minha vida social.

–Levante,Austin.-Mimi disse doce se abaixando para desferir um beijo em minha testa e logo após sair fechando a porta atrás de si,me acordando de meus devaneios.

Me levantei e fui até ao banheiro,me olhei no espelho e observei meus raros fios reaparecendo em minha cabeça.
Após o banho e de pôr uma roupa um pouco mais quente do que o clima de Miami geralmente permite,desci as escadas e decidi apenas comer uma maçã,não sei porque,mas parece que maçã é o clichê das alimentações de quando não está com fome ou tempo.

–Não acha que essa roupa está muito quente?Eu sei que esfriou um pouco hoje,mas não é necessário! E acredito que você é um rapaz muito grande para sobreviver apenas com uma maçã.

–Eu tô bem,mãe.

–Austin,querido,tem tempo o bastante para o café,se você se atrasar eu te levo,não há problema...

–Eu vou a pé,mãe,valeu.

–Austin...-ela disse triste,minha mãe sabia que aquele não era um bom dia,então não insistiu mais.

Eu não sabia exatamente o que me fazia definir ter um dia bom e não ter um dia bom,sem nem ao menos ter acontecido nada de ruim comigo, basicamente eu só acordava e dizia que era um mau dia,e pronto,era o bastante para ser o pior dia de todos. Faz parte desse meu tumor idiota,não consigo tratar ninguém bem,as vezes eu explodo e as vezes eu sou o maior babaca não consigo nem falar direto com alguém.
Com Ally era diferente,eu não explodia com ela e apesar de tudo não fui o maior banana encarando ela e gaguejando como as vezes eu faço com pessoas que não conheço muito. Só gostaria de ter essa reação com a minha mãe,eu a amo tanto e não consigo expressar,só a trato mal,ou fico totalmente distante,isolado,frio. Desperdiço meu bom humor com a pessoa errada,com uma pessoa que nem ao menos quer ficar perto de mim porque eu tenho a droga de um câncer.
Continuo pensando enquanto ando pela calçada até o caminho da escola,ouço o som insistente de uma buzina,mas não paro.

–Eu sei que você está ouvindo.-me viro e me deparo com uma morena.

–Austin,certo? Austin da aula de biologia? Que desparafusou a cadeira do professor?

–É, sou eu.

–Olha,eu acho que você não é novo somente no Colégio mas também na cidade,então saiba que o clima é bem louco aqui,então se ia a pé deveria ter um guarda-chuva. E já que não tem... quer uma carona?

–É,eu sei,mas estou bem,valeu.- eu disse já voltando ao meu caminho.

–Qual é! Você vai tomar a maior chuva!

–Eu 'tô' bem!- então ouvi uma porta se abrindo e um "toc toc" de sapato na rua até a calçada onde eu estava.

–Você vai a pé comigo,não é?

–Vou,eu quero estar aqui quando a chuva começar pra eu poder dizer um "te avisei".

–Tá! Eu aceito sua carona!-cedi e como se ela já esperasse deu apenas meia volta até o carro, com um sorriso.

–Já estava pensando em ir a pé com esses meus sapatos, podem até ser glamourosos mas não são nada confortáveis!

–E por que não me deixar aqui,enquanto você ia confortavelmente no seu carro?

–Eu já disse! Quero estar do seu lado para dizer "eu te avisei!" quando chuva começar.

–Ok...Tá, eu estou no seu carro,pegando uma carona,e eu nem ao menos sei seu nome.

–Sou,Brooke,você provavelmente não sabe meu nome porque eu não desparafuso as cadeiras dos professores!

–Haha muito engraçado.-rio sem humor.

–Não! É sério! Eu odeio aquele professor,ele me mandou refazer todo o meu trabalho da 6° ou 7° série,só porque em algum trecho eu confundi as estruturas reprodutivas das plantas criptógamas e fanérogamas. Eu penso em me vingar desde então,mas nunca tive coragem! Ou seja... valeu!

–Ah...de nada? Eu acho...- naquele momento eu percebo que estava um sensação de ter voltado no tempo,não por estar com Brooke ou coisa o tipo,mas porque eu estava em um cadilac eldorado ouvindo nada mais nada menos do que Venus do Frankie Avalon.

–Uma perguntinha,você tem certeza que é uma adolescente? Porque eu sinceramente estou pensando que você é a minha avó Hedy.

– O nome da sua avó é Hedy? Tipo Hedy Lamarr,tipo de o "Fruto Proibido"?

–Digamos que minha bisavó era uma grande fã.

–Não sei se eu teria coragem de colocar o nome de uma filha em homenagem à protagonista de "Êxtase".

–Então colocaria o nome da sua filha em homenagem a mulher que criou a telefonia celular,uma coisa tão a frente do seu tempo que outras pessoas só souberam pôr em prática 20 anos mais tarde?

–Ok,você me convenceu.-ela riu,obviamente sem ligar para forma grosseira como eu falei.-E sim,sou uma adolescente.Esse carro foi presente do meu avô e sobre a música... eu gosto,me sinto mais próxima dele,ele amava. Dizia que havia cantado esses mesmos versos na noite em que a conheceu.

–Parece ser uma história legal.- digo recostando minha cabeça no banco do carro,começando a cantorolar a música que recomeçara.

–É impressionante.

–"Venus if you will
Please send a little girl for me to thrill.
A girl who wants my kisses and my arms
A girl with all the charms of you."-eu só percebi que estava cantando quando cheguei no " A girl with all the charms of you."

–Ahá! Eu te avisei!- Brooke disse alto e apontando para janela.

–Incrível! Temos uma garota do tempo aqui!- eu gritei colocando minha cabeça para fora da janela.

–Ha-ha-ha,idiota.- ela riu sem humor mas logo acrescentou uma risada autêntica. Logo começou a cantar e eu a acompanhei:

"Venus, if you do
I promise that I always will be true.
I'll give her all the love I have to give.
As long as we both shall live."


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Notas finais do capítulo

Sobre a música eu aconselho vocês pesquisarem a tradução depois,vai ter uma menção mais tarde a ela!
Beijos lindas!
Obs:Vou viajar então talvez eu demore a postar,mas acredito que quando voltar eu já tenha pelo menos um capítulo já escrito!
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