Alyssa

- Não, não veio - murmurou, convencido - E agora vamos entrar.

- Não consigo nem andar - suspirei pesadamente - E nem sei seu nome.

- Eu sou Bill - bocejou - Kaulitz. E não seja por isso, eu te levo no colo.

 Ri, enquanto ele me pegava no colo e ia saltitando mato afora.

- Você é leve - suspirou.

- E você está se achando muito forte - ri, fazendo o rir também e arquear uma sombrancelha.

 E ele foi me levando, enquanto eu tentava suportar olhar para a luz com aqueles malditos olhos novos.

- Ae - Bill murmurou, mais para si mesmo do que para mim, quando chegamos á uma casa branca gigante, que mais parecia uma casa de campo

- Aqui estamos nós.

- Me põe no chão - murmurei, tossindo.

- Eu não. Só vou soltar você quando estiver bonitinha deitada na cama do quarto de hóspedes - Bill disse, com um sorriso convencido no rosto.

- ME PÕE NO CHÃO, PORRA - desencavei um dos únicos palavrões que conhecia e usei o resto de forças que tinha para gritar.

- Bah - ele revirou os olhos, pousando meus pés delicadamente no chão - Teimosa.

 Pois é, ele me pôs no chão, mas se recusou a soltar da minha cintura, até que eu estivesse como ele disse. "Bonitinha deitada na cama do quarto de hóspedes".

- Você pode ir tomar banho - Bill apontou para a suíte - E enquanto isso eu vou preparar meu menu de comidinhas humanas.

- Deve ser estranho. Sabe, comer com a boca - ri.

- Estranho deve ser comer com os olhos - ele franziu o cenho.

 Tive que concordar.

- Ahn - Bill encarou o vazio - Eu já volto.

 E saiu pululante do quarto. Fechei os olhos, recostando a cabeça no travesseiro.  Minha cabeça doía, meus olhos coçavam, meus cortes ardiam e eu estava enjoada como nunca. Pff, ótimo progresso, Alyssa.

- Nhai, olha - Bill entrou no quarto, trazendo um milhão de vestidos nas mãos.

- O que é isso? - abri os olhos, falando num sussurro. Desculpe, meu estado não me permite fazer melhor.

- Minhas criações - sorriu, orgulhoso.

- São lindos! - suspirei, maravilhada, me sentando na cama e me arrependendo instantes depois, ao sentir uma pontada nas costas e soltar um urro de dor.

- Deita ae - Bill me fez deitar de novo.

- Hm, são todos lindos - repeti - Você desenhou todos?

- Sim, sim - o sorriso cheio de orgulho voltou a sua face - E são seus.

- Meus? - franzi o cenho.

- Ué, você não gostou deles? - arqueou uma sombrancelha, enquanto pendurava as peças no cabide. Era impossível não gostar daquelas coisas lindas.

- Eu amei todinhos - sorri.

- Então te dou eles de presente - Bill abriu o sorriso mais divino que eu já vira.

- Obrigada - estiquei os braços para ele, como um bebê quando pede colo. Logo, Bill me abraçou, rindo.

- Vou encher a banheira. Não ouse se mexer - murmurou, entrando no banheiro. Fechei os olhos de novo.

 "- Eu só queria poder sentir a água! - Lara murmurou, sentando-se numa rocha decorada com flores.

- É. Cuidado, se papai ouvir você falando que quer descer para o mundo inferior ele pode acreditar - repreendi.

- Ah, mas eu desceria até o mundo inferior só pra sentir como é a água... - seus olhos se tornaram sonhadores."

- Já enchi a banheira - Bill voltou - Você pode ir, se quiser. Ajuda?

- Só me ajude a levantar - sussurrei. Ele assentiu com a cabeça e me ajudou a chegar até a porta do banheiro

- Obrigada - sorri - De novo.

- De nada - piscou pra mim, me entregando um dos vestidos - De novo.

 Entrei no banheiro e vi aquela coisa cheinha de água. Me lembrei da minha irmã. Ela morreria para estar ali.

 Tirei os frangalhos daquele vestido e dei uma última olhada para o vestido lindo desenhado pelo meu novo amigo. Hihi, era tão lindo.