Selina escrita por Little Vit


Capítulo 1
Selina


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura e Cuidado.



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Salém, 2015

O Sacerdote corre, os ruídos de seus passos apressados ecoam por toda a extensão do corredor, ele precisa chegar ao final, antes que a coisa, como ele mesmo intitulava, o alcançasse.

A uma certa distância atrás, alguém caminhava tranquilamente na direção do apressado e amedrontado Padre.

“ Tolo. ” – A criatura sibilou. “ Acha mesmo que correr irá salvar-te de mim? ” – Pronunciou alto suficiente para desesperar ainda mais o coitado do Padre. “ Vocês humanos são todos tolos. ” – A coisa gritou, e com um rápido movimento com sua mão, fez com que o Sacerdote voasse de encontro com a parede, o fazendo cair sobre o chão frio de Salém.

Enquanto o velho gemia no chão frio, tentando, em vão, conseguir levantar-se. A criatura que o perseguia aproximava-se lentamente.

“ Quem é você? ” – O Padre gemeu contorcendo-se de dor.

“ Alguém que você não queria conhecer. ” – A criatura murmurou.

Saindo das sombras da noite, iluminada por uma linda lua cheia, a criatura mostrou-se, alta e magra, tinha cabelos longos e ruivos, pele parda e extremamente bela. Mas o que realmente chamou a total atenção do Padre foram os olhos, eles brilhavam, era como os olhos de um gato no escuro, só que era um brilho diferente, era um brilho assustador, os olhos da mulher brilhavam como duas bolas e fogo.

“ O que você é? ” – O Sacerdote lutou outra vez, para balbuciar as palavras.

“ Eu já disse, algo que você não queria conhecer. ” – A Mulher sussurrou.

“ Por que veio atrás de mim? ” – O velho murmurou.

“ Pode parecer até uma piada infâmia, porém, preciso de algo que só você pode me dar. ” – A Mulher revelou.

“ E o que seria? ” – O Padre questionou sentando com dificuldade e avaliando se chegaria muito longe se corresse.

“ Nem pense nisto. Se tentar fugir, eu mato você em um piscar de olhos. Não me subestime. ” – A Criatura sibilou segurando o velho pelo pescoço que se debatia com a falta de ar.

“ Tu....tudo be...bem. ” – O velho sussurrou, quando seu pescoço foi livre. Ele respirou algumas vezes antes de falar. “ Se eu lhe der o que precisa, me deixará ir? ” – O Sacerdote questionou receoso.

“ Poderei pensar. ” – A mulher disse.

“ Do que precisa? ” – O Velho indagou levantando-se com dificuldade.

“ Preciso do livro. ” – A Mulher murmurou.

“ Livro? Que livro? ” – O Padre perguntou.

“ Preciso dos Grimórios que vocês roubaram. ” – A Mulher gritou, assustando o Padre.

“ Grimórios? Isso não existe. ” – O Padre murmurou convicto.

“ Você sabe que eles existem. ” – A mulher falou aproximando-se do Padre. “ Não minta para mim. Não tenho paciência para joguinhos. ” – A Mulher ameaçou.

“ Como sabe dos Grimórios? Poucas pessoas no mundo sabem desta tal existência. Como você sabe? ” – O Padre questionou amedrontado.

“ Não importa como eu sei. O que importa, é que me dará estes Grimórios hoje a noite. ” – A mulher murmurou convicta.

“ E se eu não fizer o que me manda? ” – O Padre questionou receoso.

A mulher o fitou e se aproximou novamente, ficando a centímetros do mesmo.

“ Você ainda não entendeu, que não existe essa opção? Se não me der o que quero, dificilmente você viverá até o fim da noite. ” – A Criatura sussurrou.

O Velho engolia em seco.

“ Prefiro morrer. ” – Ele murmurou cheio de uma falsa coragem.

“ Prefere? Bom posso providenciar isso. Mas antes de lhe matar, irei providenciar que todas aquelas criancinhas tão lindas, que vossa santidade cuida, também morram com você. ” – A Mulher murmurou e o brilho no olhar voltou.

“ Mataria crianças? ” – O Padre gritou escandalizado.

“ Vocês também mataram. ” – A Mulher sibilou baixo o suficiente para si mesma.

“ Não toque nas crianças, elas são inocentes neste mundo cruel. ” – O Padre implorou.

“ Então leve-me aos Grimórios eu os quero. ” – A Mulher falou uma última vez.

Vendo que não teria opção o velho murmurou “ Venha comigo. ” – O Padre pediu.

“ Se tentar alguma gracinha, matarei você mais rápido do que pode respirar. ” – A Mulher ameaçou e o Padre assentiu.

Caminharam algumas quadras até uma igreja.

“ Estão lá dentro. ” – O Padre murmurou.

“ Por que ali? ” – A mulher quis saber.

“ Os trouxeram a muito tempo, aqui ainda era o local mais seguro. ” – O Padre respondeu enquanto caminhava em direção a porta. “ Vou busca-los. ” – O Padre disse.

“ Volte logo, nada de fugir, eu chegaria mais rápido. ” – A Mulher murmurou e o velho assentiu.

Cerca de cinco minutos depois o velho voltou, com um baú em mãos.

“ Aqui estão. ” – Ele murmurou ofegante.

A Mulher abriu o baú e lá dentro, podia ser percebível cinco livros grandes e de aparência antiga.

“ Só esses? ” – A Mulher questionou surpresa.

“ Só vieram esses para cá. ” – O Velho murmurou receoso. “ Acredite, não tem mais nenhum aqui, os outros foram espalhados por todo o mundo. ” – O Padre implorava.

“ Certo. ” – A Mulher murmurou.

“ Por que precisa deles? ” – O Padre questionou.

“ Bom, acho que pode saber. Preciso deles, pois, uma guerra está chegando. Esses Grimórios são muitos poderosos. Eles me ajudarão. ” – A Mulher respondeu.

“ E porque acha que pode controlar esse poder todo? É magia negra. ”

“ Nem tudo aqui é magia negra. E mesmo se for, eu consigo controlar. ”

“ Agora que ajudei, me deixará livre? E as crianças? ” – O Padre perguntou.

“ As crianças sim, não tem culpa de nada. Mas você... ”

“ Prometeu que me deixaria livre. ” – O Padre desesperou-se afastando-se da mulher.

“ Eu não prometi nada. E você sabe demais. Se Adark descobrir o que eu procuro, estou morta, não posso arriscar. ” – A Criatura murmurou.

“ Não contarei nada a ninguém. Pode ter certeza. ”

“ Ahh, eu sei que não contará. ” – A Mulher murmura caminhando na direção do homem. “ Pois, Mortos não falam. ” – Ela sibilou ao seu pescoço.

Segurou o pescoço do velho com uma mão e riu ao vê-lo agonizar.

Percebendo que morreria, o velho deu seu último suspiro.

“ Quem é você afi…afinal? ” – O Velho questionou.

A Mulher o fitou.

“ Sou a Herdeira daquelas que vocês não conseguiram queimar em 1692 ” – A Criatura revelou no último suspiro do Padre.

A última imagem que o sacerdote viu, foram os olhos da mulher, brilhando como fogo.

A noite de lua cheia em Salém já ia terminando, e pelas ruas da cidade adormecida, uma mulher caminhava, seus cabelos longos e ruivos balançavam com o vento.

Ela carregava um pequeno baú nas mãos e um sorriso vitorioso na face.

“Vingança. É isso que está de volta a Salém, Vingança. ” – A mulher sussurrava para si mesma.

Em suas casas, as pessoas puderam ouvir naquela noite, algo fora do comum, uma risada tão medonha quanto assustadora, crianças acordaram assustadas, e homens e mulheres ficaram a se perguntar. Ninguém sabia o que tinha acontecido, e ninguém nunca saberá.

Caro Leitor (a) ela quer vingança, e fará de tudo para a conseguir. Ela fará de tudo para que Salém pague por 1692.

Ela, é Selina, a descendente das bruxas de Salém, e você não quer ela em seu encalço, acredite em mim, ninguém quer.


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Notas finais do capítulo

Ela quer vingança e fará de tudo para a conseguir,
—Vick



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