The servant and the prince escrita por moonabel


Capítulo 5
Capítulo 5: Segredo


Notas iniciais do capítulo

Feliz natal gente ♥ tudo de bom pra vocês
boa leitura o



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De tarde, um bonito som de piano se escutava por todo o castelo. Enquanto sua empregada lhe servia uma bebida, a Lady penteava seus longos cabelos e cantarolava junto à melodia. O piano ficava numa plataforma elevada na frente dos sofás, numa sala arejada cheio de janelas. Era o quarto do chá, onde a Rainha passava suas tardes antes do seu falecimento.

Kaito dedilhava levemente as teclas do instrumento, com maestria.

– Perdão vossa Majestade - Yuma entrou pelo quarto, curvado, interrompendo - o Rei requer sua presença na blibioteca, príncipe– Deu ênfase na última palavra. Se desculpou novamente e saiu.

–Eu volto mais tarde, Miku - ele desceu da plataforma, arrumando a gola da camisa, deixando-a sem entender nada. Saiu do quarto, andando pelo corredor até chegar ao local. Entrou, porém não havia ninguém. Fechou a porta atrás de si. Procurou pelo cômodo, mas as janelas estavam fechadas, dificultando a visão.

–Pai? O senhor me chamou? - andou até as prateleiras, com as mãos na cintura. Foi puxado para trás bruscamente, com uma mão em sua barriga e outra na boca, impedindo-o de falar. Aquela mão, aquela luva, ele conhecia bem. Resmungou, na tentativa de falar, em protesto, balançando os braços. Foi empurrado contra a parede, com os braços seguros, fazendo alguns livros caírem das prateleiras.

–Acho que você me deve uma explicação - eu rosnei, com meu rosto próximo do dele.

–Você...- ele começou, tremendo. Encarei tão profundamente seus olhos que se arrepiou - Eu ia te contar, sabe.

–Esperou oquê?! Eu saber pelo Rei que vocês irão se casar?! Como eu fico? - contive minha raiva, apertando fortemente o braço dele na parede.

–Eu ia contar na nossa primeira noite! Você me tratou tão bem que eu não tive coragem – ele desistiu de tentar se soltar. Não sou um homem de se chorar, mas eu naquele momento provavelmente estava chorando como um bebê.

–O que eu ainda sou para você? - abaixei a cabeça - fui só algo para te divertir por um tempo? - Meu coração nunca doeu tanto. Não queria sair nunca do lado dele, independente do que acontecesse, mas no momento a única coisa que eu queria era sumir.

–É um casamento arranjado, tá bom?! - Kaito elevou a voz - não tenho escolha, sou o único herdeiro!

–Ela pode se casar com qualquer outro. Não com o meu príncipe! - eu tremia.

–Não faz..- o interrompi, tapando sua boca. Ouvi passos.

–Kaitooo! - A princesa abriu a porta - Eu quero visitar a cidade, cadê você?

Para não correr o risco de sermos vistos, me abaixei no chão, segurando Kaito sentado encostado na parede, ficando atrás de uma prateleira.

Ao ver que a sala estava vazia, ela deu meia volta, se perguntando onde ele estaria. Estávamos muito próximos, sentia sua respiração na minha bochecha.

–G-Gakupo...olha, eu sei que você deve me odiar, mas por favor, saiba que não é minha culpa, eu te amo muito - ele me olhou.

Separei-me dele, levantando e estendendo a mão pra ajudá-lo a se levantar:

–Eu nunca poderia te odiar, príncipe. Apenas, não fale mais comigo. Arranje outro para ser seu servo - limpei as lágrimas com a mão - espero que seu casamento seja feliz- e lhe beijei, antes de sair. Um beijo igualmente dividido entre paixão e mágoa, um beijo que eu jamais me esqueceria.

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–Você me deve uma - o rapaz de cabelos rosados cruzou os braços.

–Eu sei, obrigada - eu disse tomando um último gole da garrafa.

–Beber não vai resolver nada - tomou o rum das minhas mãos - sabe oque vai resolver? Você me explicar o que aconteceu.

Estávamos sentados no chão terraço, longe de tudo e de todos.

–Eu não estou nem aí pra nada, tô cansado de todo mundo esconder algo de mim. Ele mentiu, disse que me amava... - desabei novamente, abraçando minhas pernas.

–Ei, para de chorar - Yuma era um ótimo amigo, mas não sabia confortar pessoas - só vai fazer as coisas ficarem piores.

–Eu vou trabalhar com limpeza agora, e eventualmente ajudar alguém, não quero servir mais ninguém da família diretamente. Você me entende? - levantei a cabeça, concluindo.

Yuma pareceu entender a situação, e percebeu a gravidade.

–Luka seria perfeita nesse momento, quando será que ela volta? - Ele coçou a cabeça, olhando para os jardins, abaixo de nós.

Um sentimento bom percorreu meu corpo. Isso, só devo esperar ela visitar e irei sair junto com ela. Posso morar na cidade, não vejo problema. Sorri:

– Creio que tudo tem uma solução - me levantei, animado - quer sair para esvaziar a cabeça um pouco?

Corremos até o portão do castelo, saindo em direção à estrada. Chegamos até a campina que ficava perto do castelo, depois do bosque. O dia estava nublado, mas normalmente ficava muito agradável na sombra embaixo do carvalho próximo ao lago. Conversamos, deitados na grama. O tempo passou rápido, mas só voltamos quando o sol começou a se pôr. Encontramos-nos com Meiko na cozinha, quando resolvemos comer algo.

–Eu fiz uma torta pra vocês - disse, lavando as mãos - Mas antes, posso saber aonde foram?

–Lá no lago - respondi, abrindo o armário para pegar os pratos. Sentamos os três para comer.

–Está deliciosa, Meiko-san - Yuma sorriu, provavelmente estava com fome.

–Faço algo para vocês sempre que posso - deu um gole de água - Sentimos falta de vocês aqui no castelo, sabe. Nunca tinha percebido como dependo de vocês - Ela riu, olhando para nós dois com um olhar de reprovação.

– Também te amamos - Yuma se levantou para se servir novamente.

–Ei, o Rei anunciou hoje que vão promover um grande festival lá na cidade. Com direito de convidados de outros reinos, e todo mundo pode ir! - Meiko parecia animada - Vamos?

Eu e Yuma topamos, mas eu não estava nem um pouco afim, para ser honesto. Pelo o que eu entendi, seria como um grande torneio, com apresentações de dança e competições. Seria nesse final de semana, e duraria dois dias.

Com o chegar da noite, o frio ocupou toda a região, e achei melhor ir para meu quarto e ler alguma coisa. Entrei,me cobri com uma manta e acendi uma vela. Devo ter cochilado por alguns minutos antes de ouvir uma batida na porta. Levantei, resmungando, sem raciocinar direito.

–O que é? - eu abri a porta, coçando o olho.

–Olá - Kiyoteru apoiou o cotovelo na porta, impedindo-me de fechar, com um sorriso que me lembrava uma raposa. Senti um calafrio na espinha – Só vim ver como estava. Posso entrar? - perguntou, já dentro do quarto. Pensei em protestar, mas estava sem forças.

–Estou bem, obrigado - cruzei os braços, andando para trás, na defensiva. Ele se aproximou, devagar.

–Eu acho esse seu cabelo tão bonito - pegou uma mecha presa do meu rabo de cavalo em suas mãos, sentindo a maciez - combina com sua aparência... misteriosa.

Nunca me segurei tanto pra não bater numa pessoa. Eu queria me mudar dali, ir trabalhar em outro lugar, porém não tinha dinheiro suficiente ainda. Se eu arrebentasse o nariz dele, com certeza estaria na rua. E o pior, se eu contasse o que ele estava fazendo para alguém, não iriam acreditar. A imagem que todos tinham dele era um rapaz bonito e educado, não alguém que aparentemente estava com um desejo de ver meu corpo nu.

Ele estava a uma distância muito perigosa para meu gosto.

– Ah, obrigado - senti uma repulsa no meu estômago.

–Sabe, a gente poderia se conhecer melhor, sinto um grande magnetismo entre nós - ele continuou. Então, me beijou.


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