Arte de Amar escrita por Juliana Lestranger


Capítulo 8
Caminhos Divididos




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Capítulo 8 - Caminhos Divididos

Hermione ficou em observação por algumas horas, o efeito do sedativo não demorou muito passar, seus olhos ainda estavam pesados, a primeira coisa que fez foi levar a mão até o ventre, queria poder sentir seu filho, mas ainda ele era muito pequeno não tinha como, abriu os olhos e viu Gina sentada em uma cadeira ao lado da cama cochilando.

– Gina? – Chamou baixinho fazendo a ruiva acordar.

– Mione! Você quer nos matar de preocupação? – Deu um abraço na amiga. –Você está bem?

– Meu bebê... Como ele está? – Perguntou com os olhos marejados. – O que aconteceu?

– Está tudo bem com ele. – Sorriu fazendo Hermione fechar os olhos aliviada. –Aconteceu um sangramento, houve o rompimento de alguns vasos sanguíneos. – Acariciou o cabelo da amiga, explicou da mesma forma que a Madame Pomfrey. – Pode acontecer também devido ao stress emocional e a emoções fortes. – A encarou pousando a mão sobre a mão dela. – Você pode me contar o que aconteceu?

– Gina foi horrível. - Sentou-se na cama. – Ele disse que não quer essa criança, que não vai perder a vida dele por causa de uma noite comigo. Ele falou que foi um erro e o pior... - As lágrimas tomaram-lhe os olhos novamente. – Ele me mandou tirar o bebê.

– Nossa! Eu não esperava isso dele. –Fechou os olhos, sentiu a dor da amiga. – Você sabe que eu estou aqui para o que precisar. – Seus olhos estavam marejados, abraçou a morena, se sentando na cama. – Pode chorar, tira tudo que esta te fazendo mal.

– Oh, Gina! – Hermione apoiou a cabeça no ombro da amiga e chorou, às vezes falava coisas incompreensíveis, quando já lhe faltava forças, ela foi se acalmando. - Onde ele está?

– Acho que ele esta lá fora, ficou um longo tempo lá junto com o Rony.

– Me diz Gina, por que isso? – Falou magoada. – Estava tudo se encaixando, tudo estava bem... – Seus olhos enchiam-se de lágrimas outra vez.

– Mi, calma você não pode ter emoções fortes, lembra? - Tentou acalmar a amiga que já estava chorando de novo.

– Você tem razão, eu não vou por a vida do meu filho em risco, por causa de um idiota. - Respirou fundo, engolindo o choro. – Eu vou esquecê-lo nem que seja a última coisa que eu faça. – Murmurou para si. Fechou os olhos e se aninhou no colo da amiga, precisava estar bem para o bebe não correr nenhum risco, ficou daquele jeito até chegar a hora de ir embora.

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Harry aproveitou aquele tempo que Hermione estava dormindo e foi resolver algumas coisas em Hogsmeade. Rony ficou ali esperando por ela, não disfarçava a preocupação, antes de se apaixonar por Luna, o que sentia por ela era forte, tiveram um pequeno romance, nada muito alarmante, não comentaram o que aconteceu com os amigos, preferiram deixar apenas entre os dois, ele ainda gostava dela de uma maneira especial, sentia um amor fraternal.

– Hermione? – Chamou o ruivo entrando na enfermaria. – Posso entrar?

– Claro Rony... – Disfarçou um sorriso e limpou as lágrimas que escorriam. –Estou só esperando a Madame Pomfrey voltar para eu receber alta.

– Gina, você não quer ir com a Luna buscar as coisas da Hermione no dormitório?

–Mi, você vai ficar bem sozinha? - Notou o olhar do irmão, a morena apenas confirmou. - Tudo bem, então você encontra com a gente lá fora, para irmos embora juntas.

– Eu a levo, não se preocupa! – Resmungou Rony, quando a ruiva saiu, se virou para Hermione. - Fiquei preocupado com você. – Abraçou fortemente a amiga. – Como você está?

– Péssima... – Sua garganta parecia se fechar finas lágrimas escorreram por seu rosto. – Logo nós vamos embora... Ai tudo vai ficar melhor. – Fechou os olhos, queria acreditar nas próprias palavras, encostou a cabeça no peito dele se aconchegou entre seus braços.

Rony acariciou os cabelos dela, queria ficar um tempo sozinho com ela, queria conversar sobre alguns assuntos importantes. Ficaram alguns minutos daquela maneira, em silêncio, tudo estava tranquilo se não fosse pela chegada de Harry que atrapalhou os dois.

– O que está acontecendo aqui? – Não gostou de ver os dois abraçados.

– Nada do seu interesse. – Resmungou Hermione. – O que você faz aqui? – Se afastou do ruivo e encarou Harry.

– Eu preciso conversar com você! – Se aproximou mais dela.

– Acho que a gente já conversou tudo que precisava.

– Harry, eu acho melhor vocês conversarem outra hora... – Rony se aproximou do amigo.

– É importante! – Desviou, voltando-se para a garota.

– Tudo bem Rony. – Respirou fundo. – Vou ver o que ele ainda tem para me dizer. –No fundo ainda tinha esperanças. – Você nos dá alguns minutos? Se possível ache a Madame Pomfrey. – Pediu, o ruivo confirmou e saiu deixando os dois sozinhos. – Então o que ainda tem para me falar?

– Hermione, eu sinto muito pelo o que eu falei em relação ao bebê...

– SENTE MUITO? – Respirou fundo, todas as palavras dele voltaram em sua mente. – Nunca mais se aproxime de mim ou do meu filho! A gente não precisa de você.

– É melhor assim. - Murmurou. - Eu não queria que nosso relacionamento terminasse dessa maneira. Eu sei que errei pela maneira como agi mais cedo...

– Isso não me comove nem um pouco!

– Eu não queria machuca-la. Será que nos podíamos voltar a ser... Amigos? –Falou com cautela temendo a reação dela.

– AMIGOS? – Hermione soltou uma risada sarcástica. - Essa não seria a palavra mais apropriada para ''nossa'' atual relação. – No fundo doía dizer aquilo para ele.

– Tudo bem. Eu entendo que você esteja com raiva de mim...

– Até que enfim falou algo que preste. –Comentou irônica.

– Se você precisar de dinheiro, fala com o Rony, ele saberá como me encontrar...

– EU NÃO PRECISO E NUNCA VOU PRECISAR DO SEU DINHEIRO! - Gritou com ódio, um silêncio constrangedor se formou entre eles.

– Er... - Harry precisava tocar em um assunto delicado. - Ninguém além de nos, sabe que ele é meu filho. Eu queria que você não falasse para mais ninguém que eu sou o pai dele.

– PODE DEIXAR NINGUÉM VAI SABER QUEM É O PAI DO MEU FILHO. –Gritou com raiva, aquilo foi o cúmulo. – EU NÃO VOU HUMILHAR ELE A PONTO DELE SABER O PAI QUE TEM. – Cuspiu as palavras ásperas. Uma dor apertou-lhe o peito. Respirou fundo tentando conter as lágrimas. – Meu maior erro foi ter amado você... – Desviou o olhar, seu coração estava dolorido.

– Hermione...

– Pode deixar Potter, você não precisa se envergonhar por saber que tem um filho com uma sangue-ruim. – Sua voz transparecia tristeza. - Se essa é sua preocupação, livre-se dela, pois ninguém contará que você tem um filho comigo.

– A questão não é essa! – Se alterou, aproximando-se dela. – Eu não tenho vergonha de você, nunca tive. – Passou as mãos nos cabelos. – Eu só quero proteger vocês, Voldemort não pode saber da existência dessa criança...

– CHEGA! - Gritou nervosa. –Para de jogar a culpa nos outros. Seja HOMEM e assuma as consequências de suas escolhas. - Balançou a cabeça e apontou para a porta. –Vai embora.

– Eu quero que você entenda meu lado. – Segurou-a pelo braço, forçando ela olhar para ele.

– Eu já lhe disse tudo que tinh... – Ele a interrompeu com um beijo. Beijou-a com todo o amor que sentia, ela correspondeu na mesma intensidade, as mãos dele foram para a cintura dela, colando seus corpos, por um momento ela tinha esquecido o que estava acontecendo, queria aproveitar aquele momento, ficaram alguns minutos se beijando... Quando ela percebeu o que estava fazendo, o empurrou dando-lhe um forte tapa na cara. – Nunca mais encoste em mim! – Limpou a boca com as costas da mão.

– O que está acontecendo aqui? - Madame Pomfrey entrou apressada acompanhada do ruivo. – Saia daqui Sr. Potter. - Harry saiu correndo da enfermaria, já não podia ficar ali. A enfermeira assinou alguns papéis, depois de alguns minutos virou-se para ela. – Pronta querida! Já pode ir, o trem já está esperando vocês. Cuide-se ok? – Recomentou a senhora, Hermione consentiu e saiu acompanhada de Rony indo em direção as carruagens que os levariam até o expresso.

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Draco Malfoy, após a despedida com Gina, foi para a mansão Malfoy, depois da morte de Narcisa não demorou muito para Lucius se casar novamente, não entendia as atitudes do pai. Sua madrasta era insuportável, tinhas as mesmas ambições do marido, tomava conta da mansão, se livrou de tudo que sua mãe havia deixado e ainda trouxe uma filha, era alguns anos mais nova que ele, diferentemente da mulher, a garota era legal, embora fizesse todas as vontades da mãe. Já não aguentava mais viver ali, ele não se conformava do pai ainda servir aquele que mandou matar sua mãe.

Naquele dia criou coragem e desafiou o pai, o enfrentou de maneira fria e áspera, não iria mais ser parte daquilo, daquela família... Os abandonou e fugiu para a América, precisava ficar longe, não queria que outros comensais fossem atrás dele.

Estava cansado daquele mundo, queria ter uma vida diferente, embora não gostasse iria tentar viver uma vida sem magia, como uma pessoa normal as únicas coisas que queria se lembrar do mundo mágico era sua mãe, Isabelle sua irmã de consideração... E Gina, a ruiva não saia de seus pensamentos. Pegou o colar dela e levou aos lábios em um beijo, fitava as paisagens de seu novo lar, estava no Rio de Janeiro.

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Rony procurou o amigo na cabine de costume, não encontrou, andou por outros vagões e nada. Passou o resto da viagem ao lado da namorada. Quando desembarcaram notou a presença do moreno, ele já estava longe, foi atrás do amigo.

– Harry? – Gritou, o moreno parou mais adiante.

– Rony. – Se aproximou, sua respiração estava ofegante, correu da estação, queria evitar a despedida, mas foi em vão.

– Onde esteve durante a viagem toda?

– Não importa... – Suspirou, ficou escondido em baixo da capa de invisibilidade, não queria encontrar ninguém no trem. - Eu quero que você entregue isso para ela. – Retirou um saquinho, nele continha uma grande quantia em moedas. –Acho que isso dá para ela e o bebê se estabelecer quando saírem daqui.

– Tudo bem. – Pegou o saquinho e o guardou no bolso. – Você sabe que as coisas não precisam ser assim. – Encostou a mão no ombro do amigo. – Ainda dá tempo de voltar atrás.

– É preciso Rony! – Suspirou tristemente. – Não tem outro jeito... Eu vou fazer de tudo para descobrir se Voldemort realmente está vivo.

– E se ele não estiver? Tudo será em vão...

– Eu tenho que arriscar. Pelo menos assim eu sei que ela vai estar segura.

– Vale mesmo a pena Harry? – Indagou. - Você está estragando sua felicidade, sua vida! Você vai ser pai isso é algo único, vai querer perder mesmo o crescimento do seu filho? – Harry não falou nada, apenas balançou a cabeça, já tinha decido, nada mudaria. Ficaram em silêncio, não adiantaria convencer ele sobre o passado, agora restava saber sobre o futuro. – O que você pretender fazer?

– Eu vou para França. –Encostou-se à parede. - Recebi uma carta do ministério de lá, mês passado e resolvi aceitar a proposta de virar auror. Será mais fácil... Indo para longe eu não coloco tudo a perder, ninguém vai desconfiar e se machucar. – Respirou profundamente. - Aqui está o meu endereço, o ministério já alugou um apartamento para mim. – Conjurou uma pena e um pedaço de pergaminho. – Qualquer coisa que acontecer me procure! - Entregou o pergaminho.

– Então essa realmente é a sua decisão? – Suspirou cansado, abraçou fortemente o amigo. – Tchau Harry.

– Adeus, Rony. – Se despediram tudo estava sendo muito difícil. - Até algum dia, meu amigo.

– Até breve! – Curvou os lábios no canto da boca, viu o amigo seguir se perdendo na multidão.

Para Rony aquilo não era uma despedida, era apenas cada um seguindo um caminho diferente, sempre acreditou que a distância não apagava verdadeiras amizades, era preciso acreditar que tudo voltaria ao normal... Levasse o tempo que fosse preciso!


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora para postar esse capítulo, estava com visitas em casa. Boa leitura! :*



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