Let it Snow - Faberry escrita por Metacase, I am Gleek, Tharry Charliye, analaborda, Peixotize, CalPessoa, Stronger, FaberryLover, Florence, Rebeka Agron, Fernanda Redfield, ohmyhulk, Violet, Vitor Matheus


Capítulo 12
RebekaAgron - Um verdadeiro Natal em família


Notas iniciais do capítulo

Então chegou a minha vez.
Em primeiro lugar, eu quero dizer obrigada para a Iza (ou Metacase) por esse convite maravilhoso. Eu jamais imaginei ser chamada para uma coletânea de one-shots, mas como tudo na vida é uma surpresa, eu estou aqui e fico muito feliz em poder mostrar a minha.

Espero que gostem e que se divirtam um pouco. E desculpem-me se houver algum erro. Muitas vezes passa despercebido.

Boa leitura. =D



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Faltavam exatamente dois dias para o Natal.

Quarenta e oito horas.

E a família Berry-Fabray ainda não havia comprado os presentes.

Não por falta de tempo. As duas matriarcas estavam com as suas merecidas férias. A peça de Rachel havia sido finalizada há duas semanas e como Quinn era dona da sua própria galeria, ela aproveitou para se permitir relaxar um pouco durante aquela época de comemoração.

O fato de não terem finalizado as compras era devido aos seus dois filhos mais novos de sete anos compartilharem não apenas as mesmas características físicas mas também a curiosidade inerente herdada de Rachel.

Quinn se recordava nitidamente do Natal anterior, quando os gêmeos invadiram o closet que dividia com a esposa e encontraram os presentes. Ela até tentou, mas não conseguiu ficar brava. Embora os tivesse gerado com os próprios óvulos, eles conseguiam facilmente criar uma cena dramática por causa da convivência com Rachel.

Então ali estavam elas, às nove da manhã, arrumando os filhos para que pudessem ir às compras. Ambas até poderiam esconder os presentes em outro lugar, mas eles encontrariam de qualquer forma. A praça de recreação do shopping seria o ponto perfeito para distraí-los enquanto compravam tudo. E é claro, teriam ajuda naquela quinta-feira.

— Eu quero o cachecol verde, mamãe. — Louise disse. Estava em pé na própria cama.

— Tudo bem, meu amor. — Quinn foi até o closet da filha, voltando momentos depois com o objeto em mãos e o colocando ao redor do pescoço dela.

— Se a Lou vai usar, eu também vou. — Devon pulava sobre o colchão da cama da irmã.

— Dev, pare de pular. — Rachel pediu enquanto saía do cômodo para buscar o cachecol do filho.

— Por que vocês preferem mesmo a Sonserina? — Quinn arqueou a sobrancelha.

— Porque o lado dos mocinhos parece ser tão chato. — Louise respondeu rapidamente.

Devon assentiu concordando, ao tempo em que a judia retornava para o cômodo.

Ela observou os gêmeos após o garotinho estar com o cachecol envolto no seu pescoço. Eram tão lindos. Os cabelos loiros, os rostos pálidos e os olhos verdes eram uma cópia fiel aos trejeitos físicos de Quinn e nunca se cansaria de olhar. Eram os seus maiores presentes, exatamente como a filha de quatorze anos, que tinha acabado de entrar no quarto.

— Será que nós já podemos ir?

Quinn sorriu para a filha. Elizabeth era quase uma Rachel mais jovem. As madeixas longas e castanhas, os olhos da mesma cor e a pele morena. Quinn sempre voltava no tempo quando fitava a filha mais velha, como se estivesse revivendo o momento em que viu Rachel pela primeira vez nos corredores do colégio McKinley há mais de vinte anos. Era o mesmo sorriso e o mesmo temperamento. O doador anônimo não conseguiu sobressair naquele conjunto de características, assim como aconteceu na gravidez dos gêmeos.

O sorriso da loira cresceu ao observar o quão adorável Beth estava. O vestido azul sob o cardigã cinza, as botas marrons de cano médio e os cabelos soltos levemente ondulados.

Por fim, ela respondeu a pergunta da filha.

— Daqui a pouco iremos. Sua mãe e eu ainda precisamos nos trocar. Pode levar os seus irmãos para a sala de estar? Já iremos descer.

— Claro que posso. — Beth sorriu docemente e se virou para os mais novos, chamando-os.

Louise se olhou rapidamente no espelho antes de sair. Trajava jeans e tênis, assim como o irmão. No entanto, as cores, as estampas e os casacos diferenciavam os dois. Ela colocou o gorro sobre os cabelos claros médios bem penteados e correu até a irmã.

— Não corram. — Beth advertiu ao ver os gêmeros apressarem o passo ao saírem do quarto.

Quinn sorriu novamente com a doçura da filha mais velha. Ela sempre seria a sua garotinha.

...

— É sério, Quinn? All Star? — Rachel indagou em um tom divertido.

Não era comum ver Quinn usando tênis, a não ser quando se exercitava ou precisava ser mais ágil. Ela sempre usava sapatos de salto ou botas igualmente altas. Contudo, tinha acabado de amarrar os cadarços.

— Algum problema? — A marchand arqueou a maldita sobrancelha charmosa através do espelho. — Eu preciso estar preparada se as crianças decidirem correr. Os saltos não vão ajudar. — Fisgou a jaqueta de couro e a vestiu sobre a camiseta cinza sem estampa.

A morena não respondeu e apenas analisou a esposa minuciosamente. A calça justa, o par de tênis, a camiseta, a jaqueta e os cabelos repicados na altura dos ombros faziam-na parecer a mesma garota da época escolar e não alguém com quarenta anos.

Ela era, sem dúvidas, a mulher mais linda que Rachel já havia conhecido. Quando a viu naquele corredor, desfilando com o uniforme das Cheerios, ela se encantou com aquela beleza angelical. As maçãs do rosto bem desenhadas, o nariz fino tão aristocrata quanto o contorno da mandíbula e os cabelos sedosos presos no rabo de cavalo. Tudo naquela garota exalava beleza, até mesmo quando direcionava olhares gélidos e apelidos maldosos na sua direção.

Foi uma luta constante para ambas estabelecerem uma amizade e quase uma guerra até que iniciassem um relacionamento e se assumissem no ensino médio. Quinn permaneceu ao lado da namorada no clube do coral, ainda que precisasse levar slushies no rosto diariamente. Todavia, ela nunca se importou com isso, e Rachel era grata diariamente por tê-la ao seu lado.

— Você não mudou nada desde o ensino médio. — A atriz abraçou a cintura da esposa, afundando o rosto nos cabelos da nuca dela.

— E você mudou? — Quinn se virou, encarando o rosto da judia. — Ainda é irritantemente tagarela e mandona. — Sorriu.

Rachel abriu a boca em descrença e empurrou os ombros da loira.

— Eu não sou tagarela e nem mandona.

— É sim. — Quinn a puxou pela cintura. — Mas é linda. — Grudou seus lábios em um selinho. — E gostosa. — Continuou os afetos. — E possui as pernas mais longas e deliciosas que eu já vi. — Sussurrou a última frase, beijando-a em seguida.

O beijo era lento e as línguas se tocavam com luxúria. Ambas nunca se cansariam daquela sensação. Era como se os corpos esquentassem apenas com esse gesto. Quinn sugou o lábio inferior de Rachel para dentro da própria boca antes de voltar a beijá-la com volúpia, fazendo-a sentir o centro formigar.

— Oh, meu Deus! — O casal se separou bruscamente ao ouvir a voz de Beth.

Ela estava estática. As duas mãos tampando os próprios olhos e a expressão contorcida em choque.

— Vocês estavam... oh, meu Deus! Isso é nojento! Beijos são nojentos! Ver as minhas duas mães trocando saliva dessa forma tão vulgar é nojento. — A garota falava, sendo tão dramática quanto Rachel.

— Mas estamos no nosso quarto, filha. Nós podemos fazer isso aqui. — Rachel retorquiu.

— Eu chamei vocês no corredor, mas não responderam. — Beth retirou as mãos do rosto. — Agora eu sei o porquê.

— Tudo bem, o que você deseja? — Quinn perguntou.

— Eu desejo que vocês desçam, porque a tia Sant e a tia Britt já estão aqui com a Vivien e com a Chloe.

— Certo. Nós já vamos. — Rachel sorriu docemente.

— Beth. — Quinn chamou quando viu a filha abrir a porta. Ela então se virou e encarou a mãe. — Você sabe que Rachel e eu fazemos mais do que beijos aqui, então da próxima vez, bata na porta. — Sorriu divertida.

Beth abriu a boca e bateu o pé no chão com força.

— Mãe! Que nojo! — Tampou os ouvidos e saiu correndo.

Quinn riu e recebeu um tapa de Rachel no braço, que tentava segurar o riso.

— Você é uma idiota, Lucy Quinn. — A morena ralhou, fingindo um tom sério.

...

— Ainda não sei o motivo de estarmos aqui. — Santana disse. — Está uma loucura.

— Vocês estão aqui porque amam as suas duas melhores amigas e vão ajudá-las com essas duas pestinhas angelicais. — Quinn respondeu, apontando para os gêmeos, que andavam mais à frente. — E não fique resmungando. Vamos comprar os seus presentes também.

— Tudo bem. Então Kurt e Blaine voltam amanhã?

— Sim, eles foram apenas visitar Burt, Carole e Pam em Lima e logo estarão de volta para celebrarem o Natal conosco. — A loira respondeu enquanto observava as crianças.

Santana assentiu e encarou Rachel e Brittany, que andavam com os braços entrelaçados, sempre parando e entrando em alguma loja para analisarem os objetos do local.

Quinn já estava se sentindo entediada e fitou a loja de móveis mais adiante, arrastando a amiga e os filhos até lá.

— Aqui podemos nos sentar enquanto esperamos. — Ela explicou.

— Graças a Deus. Eu estou velha demais para andar o dia todo em um shopping. — Santana disse, passando os olhos pela loja depois disso. Ela observou cada produto até a sua atenção cair sobre as duas garotas conversando mais afastadas. — Quinn. — Chamou a amiga. — Olha ali. — Apontou discretamente para o local em que Beth e Vivien estavam.

Quinn seguiu o olhar da latina e observou as garotas sorrindo uma para a outra. Vivien era exatamente como Brittany aos quatorze anos. Tinha os cabelos loiros compridos e os olhos azuis cristalinos.

Elas estavam próximas. Próximas demais.

— Elas estão apenas conversando. — Quinn engoliu em seco. — Não estão?

— Eu espero que sim. Elas parecem estar em uma bolha de intimidade. — Santana comentou apreensiva.

— Não. Esqueça isso. Hoje Beth quase teve uma síncope porque presenciou Rachel e eu aos beijos. Apenas esqueça. — A marchand tentou desconversar.

— Eu não sei. Viv anda falando demais sobre a Beth ultimamente. — A latina murmurou.

— Ela anda?! — Quinn quase gritou, atraindo a atenção de alguns clientes na loja, menos das duas adolescentes. Elas realmente pareciam alheias a tudo. — Eu vou lá acabar com isso! — Decretou.

— Espera aí, Gaybray! — Santana segurou o braço da amiga. — Se você fizer isso, elas vão se afastar e então irão se encontrar sem o nosso conhecimento, exatamente como você e a Hobbit quando a sua mãe foi contra o relacionamento de vocês.

Quinn odiava quando Santana tinha razão e odiava a possibilidade da sua garotinha estar sentindo algo a mais por Vivien. Elas cresceram juntas e eram melhores amigas. Sempre estiveram presentes em todos os momentos da vida uma da outra. Quinn amava os filhos de Santana e Brittany, mas não desejava ver Beth beijando alguém.

— Tudo bem. — A loira respirou fundo. — Mas eu estou de olho nelas.

— Vamos observar tudo, Q. Eu também não quero a minha filha namorando. — Santana disse.

Quinn apenas aquiesceu e relaxou o corpo.

Mas não por muito tempo.

As duas garotas encerraram o assunto depois de alguns minutos e se levantaram, indo até as mulheres.

— Mama, tia Quinnie. Onde estão os menores? — A pergunta de Vivien fez as duas adultas entrarem em alerta.

Quinn pareceu escanear toda a loja com os seus olhos, e Santana não estava diferente. Elas passaram a caminhar pelo local, tentando encontrar três crianças de sete anos, mas nenhuma daquelas que estavam ali eram os seus filhos.

— Merda, merda, merda. — Santana estava desesperada. Longos minutos tinham se passado desde que iniciaram a busca. — Eu estou fodida. Não. Melhor do que isso. Eu estou morta.

— Oh, droga! — Quinn finalmente entrou em pânico. Ela havia tentado manter a calma durante toda a procura pelas crianças. — Vamos contatar os seguranças do shopping agora mesmo!

— Não! — Santana elevou o tom de voz. — Se contatarmos, eles vão anunciar por todo o shopping. Britt e Rach vão ouvir e aí sim tudo vai piorar.

— E o que você quer fazer?! — Quinn se irritou. — Se alguém sequestrou os nossos filhos, o melhor que devemos fazer é chamar ajuda.

— Ninguém sequestrou os nossos filhos, Q. — A latina rebateu em um fio de esperança. Não queria pensar naquela possibilidade. — Eles devem ter escapado enquanto estávamos distraídas olhando para Viv e Beth. Vamos achá-los.

— Vocês estavam olhando para nós? — Beth indagou cruzando os braços. Estava curiosa, embora também estivesse preocupada com as crianças desaparecidas.

— Uma hora. — Quinn determinou, ignorando a filha. — Se não os encontrarmos em uma hora, chamamos ajuda.

— Certo. Uma hora. — Santana assentiu, e ambas saíram correndo da loja com as duas adolescentes atrás.

O primeiro pensamento foi a loja de brinquedos. Quando elas pararam em frente ao local determinado, Santana deu meia-volta para falar com as garotas.

— Se os virem, nos chamem. — Ela pediu, entrando no local com Quinn logo depois.

— Ei! — Rachel saudou quando viu a esposa e a amiga dentro da loja.

As duas sobressaltaram, mas tentaram manter a compostura e caminharam até as esposas.

— Oh, oi. — Quinn sorriu nervosa. A respiração ofegante pela corrida.

— Vocês estão bem? Onde estão as crianças? — Brittany perguntou.

— Elas estão... — A marchand encarou a latina.

— Estão na praça de recreação com Viv e Beth. — Santana respondeu rapidamente. — Viemos saber se precisam da nossa ajuda em algo. — Abriu um sorriso.

Deus abençoe Santana e a sua capacidade de mentir descaradamente de uma maneira impressionante e ágil em uma situação desesperadora, Quinn pensou. Se ela não fosse advogada, poderia facilmente contracenar em alguma peça da Broadway.

— Não se preocupem com isso. Estamos bem aqui. Vamos comprar os presentes das crianças agora. — Rachel também sorriu.

— Tudo bem. Nós vamos até os outros agora então. Nos liguem se precisarem de qualquer coisa. — Quinn sorriu para as duas mulheres na sua frente, saindo da loja e sendo seguida por Santana.

— Elas estão estranhas. — Brittany comentou. — Agiram de forma suspeita.

— Estão aprontando algo. — Rachel concordou. — Quer segui-las?

— Vamos comprar primeiro esses brinquedos. Depois vamos atrás delas.

— Tudo bem.

...

— Por Deus! — Quinn estava cansada. A jaqueta amarrada na sua cintura. — Eles não estão nas três lojas de brinquedos, nos fliperamas e nem nessa maldita praça.

— Tudo bem, agora eu estou realmente com medo. — Santana comentou enquanto segurava o próprio cardigã em mãos. Tentava se manter paciente, mas o pânico estava quase sobressaindo em seu interior. Eram apenas crianças e estavam em qualquer lugar daquele shopping.

A praça de recreação estava um tumulto, assim como todo o lugar espaçoso. Isso só dificultava a busca pelos pequeninos. Aparentemente, grande parte de Nova York gostavam de fazer compras faltando apenas dois dias para o Natal.

— Mas quem poderia ter sequestrado eles? — Beth questionou com os olhos marejados. — São apenas criancinhas. — Fungou.

— Oh, meu amor, não chore. — Quinn puxou a filha para os seus braços antes que Vivien o fizesse.

A garota afundou o rosto no ombro da mãe, sentindo o abraço amoroso. Quinn também tinha os olhos cheios de lágrimas. Seus bebês estavam sozinhos e correndo perigo. O desespero tomava conta de cada célula do seu corpo. E se estivessem com medo? Ou chorando? Ela não conseguia imaginá-los sofrendo. Era doloroso demais.

— Olhem ali! — Vivien apontou para o mar de pessoas indo e vindo. — Não são eles?

Quinn passou os olhos por todos até focar nas três crianças andando de mãos dadas. Ela reconheceria aqueles cachecóis verdes e o gorro vermelho de Louise em qualquer lugar.

Louise, Devon e Chloe estavam quase entrando na loja de eletrônicos quando foram parados pelas duas mulheres e pelas duas adolescentes.

— Madre de Díos! — Santana ergueu a pequena latina em seus braços. — Mi hija, onde vocês estavam?

— Nós queríamos fazer uma surpresa, mama. — Chloe respondeu.

— Nunca mais façam isso! — Quinn advertiu enquanto mantinha o casal de gêmeos em seus braços, beijando os rostos deles fervorosamente. — Santana e eu quase morremos do coração.

— E nós também. — Beth se pronunciou. — Vocês sabem o quanto ficamos desesperadas? Achamos que tinham sido sequestrados. — Beijou a bochecha dos irmãos e de Chloe.

— Mas nós ficamos de mãos dadas, mamãe. — Devon retorquiu.

— Mas eu disse para fazerem isso apenas quando estivessem conosco e não que poderiam sair sozinhos por aí. Vocês são crianças. Poderia ter acontecido algo. Gostariam de ver as suas mães chorando? — Quinn questionou séria.

O casal de loiros e a jovem latina abaixaram a cabeça envergonhados.

— Eu não estou ouvindo. — Santana foi firme. — Vocês gostariam?

— Não. — Eles responderam em uníssono.

— Ótimo. — Quinn beijou a testa dos três e colocou os gêmeos no chão. — Queremos que isso não se repita mais. — Suspirou.

— Mas o que vocês queriam fazer, afinal de contas? — Vivien perguntou curiosa, e os quatro pares de olhos fitaram as crianças.

— Nós ouvimos a Beth falar que queria um celular novo de Natal... — Devon começou.

— E a Viv queria um laptop novo. — Chloe emendou.

— Nós queríamos comprar de presente. — Louise finalizou. — Conseguimos economizar com a nossa mesada.

Quinn não evitou sentir o peito aquecer com aquilo. Seu olhar cruzou com o de Santana, que sorria para as crianças como se não tivesse censurado-os minutos mais cedo. Elas sempre iriam se derreter pelos filhos. Independentemente de qualquer situação.

— Oh, meus amores. — Beth se curvou, apertando os pequenos. — Eu trocaria qualquer celular por vocês. Não me assustem mais.

Vivien repetiu o processo enquanto sorria para as crianças. Eram tão adoráveis.

Ela encarou a mãe depois disso.

— Você poderia realizar a surpresa deles. — Sorriu.

— Eu concordo. — Beth assentiu. — Não se nega um desejo aos filhos. — Fitou Quinn com os olhos castanhos brilhosos idênticos aos de Rachel.

Santana bufou e encarou Quinn, que olhava para a filha com amor estampado em suas feições. Sabia que cederiam. Era sempre assim.

— O que aconteceu com as líderes de torcida que faziam qualquer um sentir medo? Vamos logo comprar essas coisas. — Ela caminhou para dentro da loja com Quinn e as crianças.

As duas adolescentes ergueram os braços em comemoração, e Vivien abraçou Beth repentinamente. Elas sorriram mutuamente, encarando os olhos uma da outra por longos segundos.

Um pigarro foi ouvido, fazendo com que se separassem abruptamente e fitassem as mães, que mantinham expressões nada amigáveis no rosto.

— Podem vir hoje ou querem esperar o próximo Natal? — Santana questionou.

— Nós vamos. — Beth saiu em disparada, sendo seguida por Vivien.

— Eu não gosto disso. — Quinn disse.

— Muito menos eu.

...

— Ela não atende. — Rachel revirou os olhos, tentando efetuar outra ligação.

— Acho que não vai ser necessário ligar, Rach. — Brittany comentou. — Elas estão ali. — Apontou com a cabeça.

A judia seguiu o olhar da mais alta e viu a esposa com a amiga e os filhos saindo da loja de eletrônicos. Todos caminhavam calmamente e seguravam algumas embalagens. Tinham terminado mais rápido do que pensavam.

— Quinn. — Rachel chamou quando se aproximou ao lado de Brittany.

— Oi, Rach. — Quinn sorriu. — Já terminaram?

— Sim, e você não me atendeu.

— Me desculpe, amor. — A marchand fisgou o celular do bolso traseiro rapidamente. — Eu deixei no silencioso.

— Tudo bem. — A judia colou a sua boca na da esposa em um selinho. — O que vocês compraram?

— Beth e Vivien imploraram por um celular e um laptop novos de Natal e Santana e eu quisermos presenteá-las. — Quinn respondeu, omitindo toda a parte do desaparecimento das crianças.

— Eu não sabia que Beth queria isso. — A atriz franziu o cenho.

— Eu também não sabia, mas ela pediu de última hora e eu resolvi deixá-la escolher. Ela não sente mais a mesma emoção de abrir os presentes como os irmãos, então não tem problema. — A mais alta sorriu, beijando-a brevemente outra vez.

— Tudo bem. — Rachel retribuiu o sorriso após a quebra do afeto. — E o meu presente?

— O seu presente? — Quinn fingiu pensar. — Eu já o comprei desde a semana passada.

Rachel ficou surpresa.

— Eu não sabia disso. Desde quando você se tornou tão sorrateira?

— Desde que eu faço qualquer coisa por você. Ou seja, sempre.

A judia se sentiu derreter e distribuiu incontáveis selinhos pelos lábios da esposa, fazendo-a rir.

— Eu amo você. — A diva sorriu amorosamente.

— Eu amo você muito mais. — Quinn espelhou o sorriso que recebia.

— Parem com essa cena melosa. — Santana disse. — Eu vou acabar vomitando.

A marchand estava pronta para responder, mas um homem chamou a atenção de todos.

— Com licença. Desculpe interrompê-las. Eu só queria dizer que fico feliz em saber que vocês conseguiram encontrar os seus filhos. — Ele sorriu educado na direção de Quinn e Santana.

— Desculpe, eu não entendi. — Brittany ficou confusa e segurou o braço de Santana quando ela tentou se afastar.

— É que eu estava em uma das lojas e vi as duas senhoritas perguntando sobre três crianças. Eu iria me oferecer para ajudar, mas elas já tinham achado os pequeninos. Não se preocupem. Eu também já perdi a minha filha aqui. É praticamente algo que acontece com todo pai ou mãe. — Ele soltou uma risada.

Quinn praguejou dentro dos seus pensamentos, amaldiçoando todas as gerações do homem com o sorriso simpático. Santana pareceu perder a cor do rosto, e Beth e Vivien saíram de perto calmamente com as crianças. Elas sabiam o que viria.

— Claro que sim. — Rachel forçou um sorriso. — É algo normal, mas elas os acharam. Para o bem delas. Obrigada pela gentileza.

O homem apenas sorriu mais uma vez e se retirou segundos depois.

— Vocês perderam as crianças? — Rachel indagou. As palavras saindo lentamente e em um tom duro.

— Foi um acidente. — Quinn tentou manter a voz firme.

— Isso não é um acidente! — Brittany estava raivosa. — Vocês duas deixaram três crianças de sete anos sozinhas em um shopping movimentado.

— Mas nós já os achamos. Nada de ruim aconteceu. — Santana tentou apaziguar.

— Mas poderia ter acontecido! Vocês têm ideia de quantos sequestradores estão em um simples shopping!? Oh meu Deus, eu quero matá-las agora. — Rachel esfregou as têmporas.

— Eu quero torturar lentamente e depois matar. Vocês foram irresponsáveis. — Brittany bronqueou e jogou as embalagens que segurava em Santana depois disso. — Eu acho bom você ficar quieta todo o caminho até em casa.

A judia repetiu o mesmo processo com a esposa. Estava realmente brava.

— Rach...

— Eu não quero ouvi-la. Já está ferrada o suficiente por hoje. — Rachel cortou a esposa, indo em direção aos filhos com Brittany.

Quinn fitou Santana.

— Nós estamos fodidas do mesmo jeito.

...

Os adultos conversavam entre si enquanto as crianças brincavam no andar superior. A mansão Berry-Fabray estava totalmente decorada com o espírito natalino. As meias coloridas estavam penduradas com os nomes bordados de cada um ali presente, logo acima da lareira, e a imensa árvore de Natal repleta de enfeites e com a estrela dourada no topo era o que mais chamava atenção. Rachel passou a comemorar a data festiva assim que Beth nasceu, embora comemorasse o Hanukkah esporadicamente.

— Então quer dizer que vocês estão de castigo? — Blaine perguntou enquanto ria.

— Pare de rir, borboleta. — Santana ralhou, bebericando do vinho em sua taça. — É por pouco tempo.

— Continue com esse pensamento. Está indo muito bem. — Brittany adentrou a sala de estar. — O que fizeram é algo de, no mínimo, duas semanas sem brincadeirinhas sexuais. — Se sentou ao lado da esposa.

— Ou quem sabe três. — Rachel se pronunciou ao lado de Quinn.

— Não exagere. Eles estão bem. — A marchand retrucou.

— Quinn está certa. E é Natal. Época de harmonia e perdão. — Kurt sorriu. — E Barbra, você não aguenta ficar muito tempo sem querer apagar o seu fogo. Nós sabemos disso. — Brincou.

Quinn riu, recebendo um revirar de olhos da atriz. Kurt estava certo, mas ela não iria concordar. Sempre tentaria ganhar uma discussão.

— De que fogo vocês estão falando? — Beth entrou no cômodo com Vivien em seu encalço.

— O fogo da lareira. Ela está bem aconchegante, não está? — Quinn logo tratou de desconversar.

— Ela realmente está. — A garota sorriu inocentemente. — Eu adoro esse clima. — Se aproximou do sofá, enlaçando o pescoço das mães com seus braços. — E obrigada pelo celular novo. Eu adorei.

— E eu adorei o laptop. — Vivien imitou o gesto da amiga. — Obrigada, mama. Obrigada, mamãe. — Beijou o rosto de Santana e Brittany.

— Nós fazemos de tudo por vocês, meus amores. — Quinn respondeu amorosa.

— Vocês são completamente rendidas por elas. — Blaine comentou.

— Como se você também não fosse um idiota pelos seus filhos. — Santana retrucou. — Não fui eu quem presenteou a Viv com um carro.

— Nathan já está com dezoito anos e precisava de um. — O moreno de olhos verdes deu de ombros.

— E logo será a vez do Max. — Brittany sorriu.

— Espero que não. Eu quero aproveitar muito o meu garotinho até lá. — Kurt segurou a mão do bebê, que se mantinha aconchegado no carrinho.

— Eu achei que os outros iriam vir. — Blaine fitou as amigas.

— Puck, Mercedes, Tina, Artie, Mike e Sugar decidiram comemorar em Lima com as suas famílias, e os meus pais estão em um cruzeiro judeu comemorando o Hanukkah. — Rachel respondeu.

— Nossos pais também estão em Lima, mas prometeram vir no Ano-Novo. — Brittany disse.

— Os meus estão com os meus avós em Cincinnati, e Frann e Cassie ainda estão em lua de mel. — Quinn sorriu.

— Não acredito que elas casaram mesmo. — Kurt disse. — Frannie afirmava o tempo todo que nunca iria se casar e por quase quinze anos eu acreditei. E agora, aos quarenta e cinco, está casada.

— É bem curioso como tudo sempre se encaminha para o seu destino. — Quinn continuou sorrindo. — Frannie odiava Cassandra desde que se conheceram no trabalho e isso parecia ser recíproco, então se apaixonaram e se casaram. Meus pais sempre foram conservadores e agora têm duas filhas casadas com duas mulheres.

— Por isso decidiram abandonar o lado conversador. Era o melhor a se fazer. — Rachel comentou. — Ou perderiam a chance de conhecer os netos. Eles adoram Beth, Lou e Dev.

— Falando neles... — Santana disse quando as vozes infantis se aproximarem.

— Mamães! — Devon apareceu na sala de estar. Estava eufórico. — Eu adorei esse sabre de luz! É muito legal! — Sorria animado enquanto segurava o objeto azul.

— É claro que é. Foi caríssimo. — Quinn riu.

— O que a sua mãe quis dizer é que você merece, meu bebê. — Rachel abriu um sorriso amoroso.

— Eu vou pegar você, Dev! — Louise adentrou o cômodo com o mesmo brinquedo, porém vermelho. A máscara do Darth Vader cobria o seu rosto.

A garotinha mal terminou de falar quando o drone pequeno sobrevoou a sua cabeça. Chloe estava rindo e Nathan tentava ajudá-la.

— Vai com calma, baixinha. — O rapaz moreno de olhos azuis segurava a pequena em seus braços.

— Mama, olha! — Chloe correu até Santana quando Nathan a colocou no chão. — Eu aprendi a controlar. O Nate me ensinou. Agora vem brincar comigo. — Pediu, segurando a mão da mais velha.

— Vem brincar com a gente também, mamãe. — Devon e Louise puxavam Quinn.

A marchand encarou a amiga e sorriu, pondo a taça sobre a mesa de centro.

— Vamos ver... — Quinn retirou a máscara do rosto da filha. — Blaine, você poderia ficar de pé?

O homem franziu o cenho e também colocou a sua taça sobre a mesa de centro, se levantando em seguida.

Quinn colocou a máscara no rosto dele.

— O tio Blaine agora é o Darth Vader e precisa ser capturado. O que acham?

As crianças ergueram os braços animadas com a ideia de Quinn, fazendo ela abrir um sorriso divertido.

— Eu acho melhor você correr. — Santana sugeriu.

Blaine não perdeu tempo e saiu em disparada, sendo seguido pelas amigas e pelas três crianças. Até mesmo o filho mais velho foi atrás do pai. Beth gargalhou e não ficou fora da brincadeira, assim como Vivien.

— São todos crianças. — Rachel ria.

— O que acha de irmos também? — Brittany arqueou as sobrancelhas e fitou os amigos.

Kurt assentiu animado, e os três se levantaram em um pulo, indo até os demais.

Enquanto isso, o bebê Max ressonava no carrinho. Com certeza também estaria presente nas brincadeiras daqui a alguns anos.

...

Rachel saiu do banheiro e sorriu amorosamente ao ver a esposa e os seus filhos deitados confortavelmente na enorme cama de casal. Era uma tradição todos dormirem juntos no Natal, como se a família se fortalecesse a cada vez que faziam aquilo. Mais um ano estava chegando ao fim, e o amor e cumplicidade entre eles apenas aumentava de proporção.

— Estão aquecidos? — Ela indagou enquanto deixava o robe de seda sobre a poltrona.

— Estamos. — Os gêmeos responderam juntos.

Beth apenas assentiu enquanto bocejava.

A atriz se acomodou sob as cobertas, e logo os gêmeos a abraçaram. A filha mais velha do casal já estava praticamente dormindo enquanto tinha os braços ao redor do tronco de Quinn.

As mulheres sentiam o peito transbordando de amor. Seus filhos eram maravilhosos, e o calor dos corpos deles contra os seus aqueciam-nas de felicidade. Se alguém as dissesse vinte e cinco anos atrás que se casariam, com certeza ririam. Era impossível. No entanto, a vida realmente as surpreendeu com aquele amor arrebatador. Elas seriam eternamente gratas por isso.

— Feliz Natal, mamães. — Devon bocejou.

— Feliz Natal, mamãe Q e mami R. — Louise fechou os olhos.

— Feliz Natal, meus amores. — Quinn beijou a testa das crianças.

— Feliz Natal, meus corações. — Rachel espelhou o ato da esposa.

— Mamãe. — Beth chamou baixinho.

— Sim? — Quinn sussurrou.

— Eu sempre serei a sua garotinha. Para sempre. — A adolescente beijou a bochecha da loira. — Feliz Natal, mamãe Q. — Se ergueu e beijou a testa de Rachel, sendo retribuída. — Feliz Natal, mami Rach.

— Feliz Natal, meu amor. — A diva respondeu sorrindo.

Quinn não precisou perguntar algo. Ela sabia do que a filha estava falando e sentiu os olhos marejarem por Beth ser tão amável e perspicaz, ao mesmo tempo em que era inocente. Ela, com toda a certeza, sempre seria a sua garotinha. Aquela que a fazia assistir o mesmo desenho repetidas vezes e que não parava de falar quando estava entusiasmada.

— E eu sempre serei a sua mamãe. — Quinn respondeu no mesmo tom. — Feliz Natal, meu bem. — Beijou a testa da filha.

Beth apenas sorriu e se entregou ao sono gradativamente.

Quinn fitou a esposa e se esticou um pouco para que pudessem trocar um selinho repleto de amor e alegria.

— Eu amo você. — A loira sorriu. — Está pronta para renovar os votos?

— Eu amo você, Quinn. — Rachel selou as bocas novamente. — É claro que eu estou. Você é o amor da minha vida. — Fitou o anel em seu dedo. O melhor presente que poderia receber naquela data. — Feliz Natal.

— E você é o meu. O meu amor para sempre. — Quinn a beijou na testa, recebendo um sorriso genuíno. — Feliz Natal, Rach.

Ela voltou para a posição anterior e observou os gêmeos dormindo enquanto abraçavam Rachel pela cintura. Os rostos serenos. Seus olhos vagaram até Beth, que abraçava a sua cintura, e logo depois pararam em Rachel. Quinn era a mulher mais feliz do mundo. Ela sabia que seria feliz quando beijou a esposa pela primeira vez no banheiro da escola.

Sorrindo consigo mesma, ela se pronunciou em um sussurro pela última vez antes de dormir.

— Feliz Natal.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Espero que tenham curtido essa one. Obrigada novamente pelo convite. Um Feliz Natal antecipado para todos vocês. ♥

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