Amargo Inverno escrita por Miss Ailee


Capítulo 22
Capítulo 22: Saudades




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66619/chapter/22

- Ele deve chegar por volta das três! – Foi o que mamãe disse aos gritos esta manhã.

Eu ainda estava muito sonolenta quando puxei o rádio-relógio pré-histórico da minha avó da mesinha de cabeceira para ver as horas. Sete e meia da manhã. Quem acorda às sete e meia de manhã por livre e espontânea vontade?

Minha mãe deve estar querendo tirar o meu couro, só pode.

Levantei ainda meia grogue, com toda aquela faladeira entre minha mãe e minha avó, e quase tropecei em Cee Cee, que dormia no chão.

- AI! – foi o que Cee disse quando meu pé acertou em cheio sua costela. – Eu já vou embora, Suze, meu avião parte às 14 horas, não precisa me chutar pra fora daqui não!

- Desculpe Cee, esqueci que você dormiu aqui hoje.

- Ok, Suze, enfie a cara no travesseiro e volte a dormir, ainda é madrugada.

- Você não está ouvindo minha mãe BERRAR??? Como vou dormir com toda esta faladeira???

- Ô exagerada, eu ouvi sim! Mas releve, ela está feliz porque o Andy vem visitar o bebê!

- Que bebê Cee Cee?

- Seu irmãozinho ou irmãzinha. O que está na pança da sua mãe, oras!

OMG, eu havia me esquecido da gravidez! E minha mãe nem fez as unhas! Como ela vai rever o ex-marido, - que deixará de ser ex -, pai do filho que cresce em seu útero, com aquelas unhas com esmaltes DESCASCANDO? Sério, minha mãe deixa muito a desejar, na maioria das vezes.

- Cee, tenho que fazer as unhas da minha mãe.

- Mas meu Deus do Céu, Suze, deixa sua mãe em paz!

- Mas se o Andy ver os esmaltes descascados dela não vai querer voltar a viver com ela. Quem viveria com uma mulher de esmaltes que descascam o tempo inteiro? Homens gostam de mulheres que se cuidam, Cee, e eu preciso que ela e o Andy se acertem, e que todos nós voltemos para a Califórnia, porque desta forma eu posso ficar com o...

- JESSE! – Berrou Cee.

- Sim, ficarei com o Jesse...

- Eu sei Suze, até porque ele está ali na porta nos olhando!

E então eu vi. O meu Jesse. Parado feito um dois de paus na porta do meu quarto, quer dizer, o quarto da minha avó, onde minha mãe, Cee Cee e eu havíamos dormido.

E eu estava sem maquiagem, descabelada, usando camisola (daquelas minúsculas e transparentes) – certo, havia uma grande massa de edredom sobre meu corpo, já que lá fora nevava, mas o aquecedor a gás de minha avó dava conta de deixar o clima bastante agradável dentro do pequeno apartamento -, com os esmaltes descascados, e o pior, com BAFO DE CAMA!

- JESSE! – Gritei. – Saia já daqui! Estou seminua!!!

- Ah, Suzannah... Inocente como uma borboleta, age como se eu já não tivesse visto tudo que você esconde sob as cobertas. Esqueceu-se de que eu morava no seu quarto quando estava morto?

- Mas eu só dormia de pijama.

- E eu me materializava no seu banheiro. Durante o seu banho.

- EPA, - Disse Cee Cee. – estou indo tomar café da manhã...

Então ela saiu do quarto, deixando Jesse e eu sozinhos.

E eu não sabia nem o que fazer, nem como agir. Ainda mais depois daquela declaração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Já desisti de pedir reviews, acho que todo mundo abandonou a FIC pelo tempão que sumi, enfim, vou postar até o fim, só para não ficar incompleta.

Beijocas para quem um dia ler!