Pov. Brad

Eu já estava indo para o campo onde o jogo aconteceria, acho que todos estavam confiantes por nosso adversário ser um pouco menor, já havíamos ganhado dos Lions umas duas vezes são de uma escola que fica há umas cinco quadras da Rosey High, mas não lembro o nome do colégio em si.

Estava me perguntando se Tom iria ao jogo hoje, ele pareceu estranhar quando o chamei para ir, não julgo, ele talvez estranhe ou não goste do fato de eu estar tentando me aproximar, ele e Ian parecem ter um conceito bem sólido de que toda pessoa popular é um ser humano horrível, mesmo eu nem gostando de ser popular a fama fica. Lise parece ser mais flexível quanto a isso de populares, nerds e afins.

Cheguei cedo ao campo, as lideres de torcida já estavam lá, incluindo a chefe delas, Amber. Passei direto para o vestiário ignorando minha, agora, ex namorada que me encarava com ódio.

Aos poucos as pessoas começariam a aparecer, o jogo começaria no final da tarde. Minha linha de pensamento foi interrompida quando outros jogadores começaram a chegar, logo o treinador começaria a surtar, o cara só falta ter um infarto antes dos jogos.

─ Nossa, será esse Brad Shummer? ─ detectei sarcasmo na voz de Chad e me virei para ele, Josh estava ao seu lado

─ Eu pensei que tinha entrado em coma! ─ ironizou Josh juntamente. Eles não eram as melhores pessoas do mundo, mas eram os jogadores mais aceitáveis… Não sei se posso considerá-los amigos.

─ Eu ando meio ocupado. ─ menti.

─ Eu sei, Amber nos contou que tem se ocupado com aqueles nerds, o que deu em você, Shummer? ─ questionou Josh

─ Eles são legais, mais legais que muita gente aqui. ─ Tentei ser enfático para entendessem que eu falava deles, mas também não poderia perder muito tempo com discussões idiotas. Os dois não pareceram entender.

…

Aos poucos a tarde começara a cair e o jogo iria começar, as lideres de torcidas estavam amontoadas perto da grade e incrivelmente a escola em peso estava ali. Procurei Tom, Ian e Lise nas arquibancadas e nem foi tão difícil, os três vestiam camisetas verdes assim como quase todos de Rosey High. Parei de prestar atenção nas pessoas ali quando o treinador mandou eu ir logo para minha posição no time, o jogo iria começar.

Pov. Tom

Sentamos nas últimas fileiras da arquibancada. Lise nos tinha feito usar roupas verdes com a cor do time da escola, pois, segundo ela, precisamos “entrar no espírito do jogo”. O que sinceramente é a última coisa que eu gostaria de fazer. Esportes não são mesmo a minha coisa preferida no mundo.

Na verdade, eu não entendia nada sobre futebol americano. Não deveríamos nem ter aceitado o convite, já que nenhum de nós sabe algo sobre isso. Mas, como Ian disse, não podemos recusar a oferta de um popular que está mesmo tentando ser nosso amigo.

Vi que Brad estava olhando em direção as pessoas na arquibancada, que gritavam o nome do time da nossa escola, esse ecoava por todo o campo. Os jogadores se juntaram e depois tomaram as suas posições.

Sinceramente, essas foram as horas mais confusas da minha vida. Não tinha ideia quando nosso time estava ganhando, apenas quando o placar mostrava um número maior do que o da escola adversária. Eu comecei a ficar com tanto tédio que decidi descer com Ian e comprar cachorro quente e refrigerantes.

─ Você está conseguindo ver quem é o Brad? ─ perguntei para Ian. Como todos estavam com capacetes e vestidos da mesma forma, só com um número na camisa, não conseguia distinguí-los muito bem.

─ Número 5. ─ olhei para ele surpreso. Como ele sabia dessa informação? ─ O que foi? Às vezes eu assisto o treino para olhar pras líderes de torcida.

─ Achei que você gostasse da Lise. ─ falei.

─ E eu gosto. Mas não faz mal assistir líderes de torcida, não é? Aliás, nem sei se eu e Lise daríamos em alguma coisa. Ela não tem ideia de que eu goste dela, e eu não tenho coragem de dizer.  

─ Como é que nossa conversa começou a entrar nesse rumo? ─ Ian deu de ombros e nós dois subimos para voltarmos para nosso lugar.

No momento em que sentamos, algo bom deve ter acontecido, pois todo mundo começou a gritar e balançar a bandeira do time da Rosey High. Franzi o cenho e olhei para Lise:

─ O que aconteceu?

─ Olhe pro placar, idiota. Nós ganhamos! ─ explicou ela, que começou a gritar junto à multidão. Tudo o que eu e Ian fizemos foi bater palmas. Definitivamente não iríamos para outro jogo de novo.

Olhei para o placar, e tínhamos ganhado com um número bem à frente do outro time.

Brad estava sendo carregado pelo time agora, e todos comemoravam. Quando o colocaram no chão, Amber foi em sua direção. E então o beijou. Foi um choque e tanto para eu e meus amigos. Afinal, achávamos que os dois tinham terminado.

Quando essa “cena” acabou, até parecia que Amber estava olhando diretamente pra mim, com a maior cara de vaca no rosto. Brad não parecia nada feliz. Ele discutiu com a  garota brevemente, mas logo foram interrompidos pelos colegas de time, que o arrastaram para o vestiário.

Depois disso, tudo o que eu quero é ir para casa e ter uma longa noite de sono.

Pov. Brad

Aproveitei o movimento no vestiário para sair logo dali após tomar um banho e trocar de roupa, ainda ouvi de uma tal festa que aconteceria na casa de Amber, mas não estou mesmo com animo para isso, ou para olhar para a cara de Amber.

Vi algumas pessoas que por ali restaram aglomeradas em torno de alguém na arquibancada e por pura curiosidade decidi ver o que acontecia. Deparei-me com Ian deitado na arquibancada, haviam alguns curiosos como eu e obviamente Lise e Tom que aparentemente não sabiam o que fazer.

─ O que aconteceu? ─ tratei de perguntar.

─ Ele escorregou da arquibancada e caiu. Tinha muita gente descendo ao mesmo tempo, alguém deve tê-lo empurrado. Ele bateu a cabeça, começou a sangrar muito e desmaiou. ─ explicou Lise, desesperada.

─ Deve ter sido por causa da dor. Meu celular descarregou e a Lise não tem o número dos pais dele ou algo assim. ─ concluiu Tom.

─ E o celular dele? ─ Lise lembrou, mas logo perdeu a esperança que há pouco seu olhar havia ganho quando Tom negou com a cabeça.

─ Já tentei, mas o infeliz trocou de senha e eu não faço ideia de qual seja a nova. ─ explicou.

─ Está bem, a gente leva ele pro hospital no meu carro, lá daremos um jeito de avisar a alguém. ─ decretei.

Parei com o carro perto do campo e trouxe Ian até o veiculo enquanto Tom e Lise se esbaforiam atrás, era bonito ver amigos tão preocupados uns com os outros.