O Amor em L escrita por Lucy


Capítulo 2
#2 Letícia


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Aqui está para apreciação de vocês, o segundo capítulo de O Amor em L!
O capitulo conta a história da Letícia com o seu melhor amigo Guilherme.
Espero profundamente que vocês gostem e não esqueçam de comentar o que acharam!
Até o próximo!
Beijocas.



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Eu tinha um curta-metragem para produzir, mas estava sem uma gota de criatividade.

Meu nome é Letícia e eu estudo cinema; estava com um projeto imenso nas costas e sem mentalidade para fazer.

O roteiro tinha que ser completamente original, e o professor tinha colocado milhares de exigências. Eu estava precisando conversar com alguém que não fosse da minha equipe, para que minha cabeça começasse a trabalhar em uma ideia para o curta. Conversar com meu melhor amigo parecia a ideia perfeita.

Hoje Guilherme viria aqui para casa. Tínhamos combinado uma sessão de cinema, jogados sobre as almofadas velhas do meu gastado sofá e conversando com ele, eu teria alguma ideia. E eu estava super ansiosa. Ele poderia não perceber, porque era meio lento, mas sempre tive uma queda, quase um salto de precipício pelo Guilherme. Nós éramos parecidos demais e ríamos das mesmas idiotices. Nossa conexão sempre foi intensa, mas nunca tinha rolado nada carnal. Nunca mesmo.

Se ele era lento, eu era mais ainda.

E apesar de ser tímida, com ele eu me sentia livre das amarras da timidez. Mas apesar disso ser um fato, eu não tinha coragem suficiente para me jogar em cima dele e chupar sua língua, rasgar suas roupas e transar com ele loucamente em cima do meu sofá velho. Às vezes penso que faríamos um “tuor” sexual pelos pequenos cômodos do meu apartamento, com as janelas abertas, para todos os curiosos verem que eu e meu amigo nerd e tímido éramos na verdade ninfomaníacos incubados.

Guilherme ficou de trazer suco (estávamos evitando, e fazendo uma aposta para ver quem beberia refrigerante primeiro) e algumas porcarias industrializadas repletas de açúcar. Eu fiquei de preparar a pipoca, o brigadeiro e assar a pizza de frango com catupiry que eu tinha comprado mais cedo.

Coloquei a pizza no forno baixo e fui para o banheiro e me preparar para essa noite de cinema que eu esperava transformar em uma noite de sexo selvagem. Esperava. Acho que vou, primeiramente, descer e ir ao bar da esquina tomar uma dose de cachaça e depois voltar com toda minha libido ativada.

Não. Quero estar sóbria.

Entrei debaixo do chuveiro frio e depilei todos os pelos visíveis do meu corpo, tirando os da cabeça, desses, eu gostava. Passei a gilete de trás para frente e vice e versa, garantindo alisamento de pele total e extermínio completo dos pelinhos desagradáveis. Quando acabei, cacei a calcinha mais sensual que eu tinha na gaveta, mas descobri que a única (usada em ocasiões especiais, tipo ir a alguma festa), estava furada, quase se partindo ao meio. Que ó-d-i-o! Eu não tinha nenhuma peça íntima aprazível, apenas imensas calcinhas de algodão, que eram extremamente confortáveis.

Peguei uma azul. O que eu esta planejando fazer não necessitaria dela mesmo... Peguei o short do meu pijama e coloquei minha camisa velha e manchada do filme Eclipse da saga crepúsculo. Eu amava essa camisa, e apesar das súplicas de minha mãe para que eu jogasse a camisa fora, ou que fizesse ela de pano de chão, eu a tinha guardado e esperava passar ela para a minha prole.

Tirei a pizza do forno e a coloquei na mesinha de centro na minha sala, assim como o pote de brigadeiro, três vasilhinhas com granulados diferentes e a pipoca estava rodando no microondas.

Assim que me dirigi ao escritório para pegar o DVD, a campainha tocou. Fui atender e um Guilherme de olhos vermelhos estava na minha porta. Ele estava com a camisa do Harry Potter. Eu amo esse cara.

–O que foi garoto? – Perguntei o deixando entrar em casa. Ele pegou minha mão e a beijou, passando direto por mim e indo para o sofá.

–Prometi a você que te compraria um sofá novo – Disse ele reclamando do desconforto e sentando no chão, sobre as almofadas.

–Ainda aguardo esse presente – Sentei na sua frente e o encarei – O que aconteceu?

–Briguei com a Maria. – Novidade; eles viviam brigando. Esqueci de mencionar. Ele tinha uma namorada, que na minha humilde opinião, não combinava nada, nadica de nada com ele. Ela era chata, não gostava de ler, nem de ver filmes, tinha um péssimo gosto para músicas e não suportava maratona de séries e visitas que duravam o dia inteiro no museu. Odiava comer porcarias, era toda “geração saúde” e claro, me odiava.

Revirei os olhos teatralmente de propósito para ele ver toda a minha insatisfação com aquele relacionamento supérfluo.

–Já falei pra você o que se deve fazer e não voltarei a repetir – Levantei-me e fui à cozinha pegar a pipoca que tinha ficado pronta. Na volta para a sala, passei no escritório e peguei o DVD, Mulan.

–Esse filme de novo? – Reclamou ele pegando a pipoca das minhas mãos.

–Shiu! Você não tem direito de nada aqui mocinha. – Ele deu de ombros e se acomodou nas almofadas. Coloquei o DVD e nossa sessão de cinema começou quando me aconcheguei nele, apoiando minha cabeça em seu peito.

Passamos o filme todo repetindo as falas dos personagens e cantando as músicas. Quando o filme acabou, já estava escuro e a única luz do cômodo provinha da televisão que ficou ligada, mesmo quando os créditos estavam rolando.

Não prestei muita atenção nisso, porque as coisas tinham ficado mais interessantes. Enquanto os créditos passavam, Guilherme tinha colocado sua mão dentro da minha camisa e acariciava minhas costas nuas. Seu toque era frio em contraste com a minha pele quente. Virei de forma que pudesse encará-lo, então ficamos de frente um para o outro. Apesar da pouca luz, eu podia ver seus olhos, e eles brilhavam.

Com a mudança de posição sua mão que antes estava em minhas costas tinha se afastado, então a peguei e a coloquei novamente debaixo de minha camisa surrada. Seus dedos voluntariamente subiram pela minha barriga, distribuindo arrepios pela minha pele, até que chegaram aos meus peitos. Senti algo vibrar lá em baixo; estava começando a ficar do jeito que eu imaginava.

Sua mão cobriu todo meu seio e o apertou. Deixei escapar um gemido e ele me acompanhou. Seu polegar e indicador apertaram meu mamilo, puxando-o levemente para cima, e esfregando-o suavemente. Gemidos saíam de minha boca, eu não podia evitar. Eu era movida a estímulos e ele estava me estimulando bastante.

Pareceu-me que ele não estava satisfeito apenas em me tocar, ele queria mais. Mudou nossas posições e montou em mim, sentando em minhas coxas. Segurou a barra de minha camisa e foi dobrando-a até que ficasse acima de meus seios. Eles, ele segurou com vontade, apertando-os e soltando-os. Esfregando os mamilos entre os dedos e puxando-os.

Sua expressão era digna de cinema. Se eu tivesse pensando na faculdade e em prêmios cinematográficos que eu ganharia no futuro, estava com uma câmera apontada para ele, registrando cada movimento seu; cada expressão e cada olhar. Ah! As ideias para o meu curta estavam começando a aparecer... Mas eu estava mais interessada em dar e receber prazer. Outro dia poderíamos colocar isso da câmera em prática.

Ele se abaixou e quando fez isso, caiu de boca neles. Eles que já estava duros e doloridos de prazer. Eles que ficaram molhados com as lambidas e chupadas que Guilherme dava repetidas vezes, até que eu estava gritando e implorando por mais, segurando seus cabelos, empurrando-o contra o meu peito, friccionando minhas pernas, estimulando-me e estimulando-o. Os gemidos ecoaram pela sala, e quando arqueei minhas costas, dando mais espaço para ele explorar, percebi que as janelas estavam abertas, e que provavelmente meus vizinhos estavam escutando e testemunhando a despedida da minha virgindade.

Eu não poderia estar mais feliz e mais envergonhada.

Os beijos e chupadas de Guilherme não pararam nos meus seios. Subiram pelo meu colo, vagaram e demoraram pelo meu pescoço, minha orelha, minha testa e bochechas, até que ele parou a centímetros da minha boca; lambeu os lábios e não aguentei: aproximei sua boca da minha, capturando sua língua e chupando-a. Seus lábios seguiram o ritmo dos meus e nosso beijo parecia coisa de filme pornô. Mas era bom, muito bom e só me afastei dele quando precisei de mais oxigênio.

Nesse momento, nos encaramos. E a coisa mais idiota aconteceu.

Começamos a rir. A gargalhar de verdade. Os dois. Eu ri tanto que minha barriga doeu; ele riu tanto que lágrimas escorregaram pelo seu rosto. Ainda bem que nossa gargalhada acabou em mais beijos e roupas sendo tiradas.

Quando ele viu minha calcinha altamente sensual me encarou e pude sentir todo meu sangue ir para as bochechas.

–Você sabe escolher muito bem peças íntimas para uma ocasião especial. – Sorriu ele puxando-a pelas minhas pernas.

–Eu sabia que você gostava de algodão. Queria agradar. – Ele salivou. Pude ver sua língua rosada passar pelos lábios carnudos, primeiro no superior, depois no inferior e depois ele mordeu os lábios.

Eu queria aquele conjunto bucal ali, onde ele tinha acabado de despir.

E meus pedidos foram realizados. Guilherme só pareceu satisfeito quando me contorci no chão, apertando minhas coxas ao redor de seus ombros; gemidos de êxtase saíram da minha boca e todo meu corpo estremeceu. Senti como se nunca mais fosse andar novamente; parecia que os nervos das minhas pernas tinham morrido. Afrouxei minhas pernas do seu redor e fiquei estirada no chão; ele sorrindo pelo meu cansaço.

–Nem comecei ainda – Disse ele, levantando-se. Percebi que ele estava completamente vestido ainda. Uma pena. Eu tinha que mudar essa situação. Mudaria assim que as forças retornassem ao meu corpo.

–Aonde você vai, se você ainda não terminou? – Virei a cabeça de forma a olhar para ele.

–Pegar uma coisinha no seu quarto. – Ele pulou meu horroroso sofá e entrou no meu quarto. Escutei a gaveta emperrada da mesinha de cabeceira ser aberta e depois, arduamente ser fechada. Eu não me lembrava de ter colocado algo ali de intuito sexual. Na verdade, fazia muito tempo desde que eu não mexia naquela mesinha. Ele voltou e tinha quatro pacotes de camisinha na mão.

Fiquei atônita, meus olhos e boca arregalados.

–Eu comprei tudo isso? – Perguntei a ele que gargalhou.

–Eu escondi na sua esquecida mesinha de cabeceira. – Disse ele subindo em mim novamente. Beijou-me rapidamente e tirou sua camisa. Passei a mão sobre seu peito.

–Então faz tempo que você queria me maltratar assim? – Perguntei girando um de seus mamilos em meus dedos. Ele gemeu.

–Faz tempo sim. Não sei como eu não as usei naquele dia que você dormiu do meu lado só de camisola, e quando acordou não estava mais com ela. Eu me controlei bastante.

Eu tinha esse problema com camisolas. TODAS as vezes que eu dormia com uma, eu acordava sem ela. Um fantasma tarado, só pode.

–Interessante. – Sorri e ele me beijou de novo, as mãos desabotoando a calça. Ele se levantou rapidamente e se desfez dela, assim como fez com a cueca. Ai ai, eu seria deliciosamente invadida já já. Ele voltou a ficar em cima de mim e a fricção entre nossos sexos fez ambos gemer em antecipação. – Você pretende usar todas hoje? – Eram quatro pacotes, cada um vinha com três. Eu sou um pouco exagerada.

–Se você não acabar comigo nas três primeiras, eu uso todas – Sussurrou ele no meu ouvido.

Eu tinha acabado com ele nas três primeiras. Guilherme ficou estirado do meu lado na sala; na boca um sorriso idiota, os olhos quase se fechavam. Ficamos abraçados no meio do cômodo, completamente exaustos da maratona sexual. Tínhamos escutado nossos celulares tocarem milhares de vezes, mas ignoramos completamente; e agora que tínhamos acabado o cansaço nos impedia de ir atrás dos aparelhos.

A campainha tocou.

Como num filme de terror, os olhos de Guilherme se arregalaram.

–Tá esperando alguém? – Perguntou ele ajeitando-se para me encarar. Pensei que ele iria se levantar desesperado procurando por suas peças de roupa. Mas me enganei, ele permaneceu no mesmo lugar. Acho que cansado demais para se levantar.

–Não... Mas já é bem tarde e esquecemos nossos celulares por aí. Deve ser alguém te procurando. – Levantei-me e coloquei a camisa dele, que ficou parecendo um enorme saco de lixo em mim. Vesti minha calcinha sensual de algodão e ele começou a rir. – Ridículo. – Procurei desesperadamente pelo meu short, e a campainha voltou a tocar – JÁ VAI! – Achei e vesti apressadamente a porcaria do short e fui atender a porta. Nem me dei o trabalho de olhar no olho mágico. Quando escancarei a porta, lá estava ela, fervendo em fúria, os olhos vermelhos, não sei se de maconha, de chorar ou de qualquer outra coisa. Sua cara estava demoníaca e até imaginei um par de chifrinhos vermelhos brotando de sua testa impecavelmente lisa, sem nenhuma espinha ou cravo. Maria, a namorada, ou ex-namorada do Guilherme. – Oi Maria – Ela não foi convidada para entrar, mas me empurrou e entrou no meu apartamento mesmo assim. Incrédula, fechei a porta e encarei a situação à minha frente.

Se não fosse trágica, com toda certeza seria cômica: Guilherme sentado no meio da minha sala, entre as almofadas, completamente nu, não fosse a almofada que cobria suas vergonhas. Maria estava espumando como um cão raivoso, os olhos injetados, ora olhando para mim, ora olhando para Guilherme.

–O QUE SIGNIFICA ISSO? – A voz naturalmente aguda dela, saiu ainda mais irritante e voei até seu pescoço.

–Fale baixo sua descontrolada! Você não está na sua favela pra ficar gritando no meio da madrugada! – Ela inflou e expirou pela boca. Sentou com tudo no meu sofá duro e reclamou de dor. – O que você está fazendo aqui? – Ela claramente me ignorou e se voltou para Guilherme.

–Liguei para você milhares de vezes! Mandei centenas de mensagens! – E ela não estava brincando; deveria mesmo ter essa quantidade de notificações no celular dele – Liguei para sua mãe e ela disse com voz de sonsa que não sabia onde você estava! Óbvio que ela estava mentindo. Liguei para seu irmão, mas ele te acoberta em tudo. Resumindo: TODOS estavam escondendo você de mim! Até pra essa criatura eu liguei – Seu dedo com uma unha imensa perfeitamente esmaltada apontou para mim – E nenhum dos dois me respondeu. Então você só podia estar aqui.

–Depois de todo esse discurso, você ainda não me respondeu. O que você está fazendo no meu apartamento? – Cruzei os braços sobre os peitos.

–Vim atrás do meu namorado é claro! Não queria que ficássemos de mal... - Ela olhou para mim, mas logo depois voltou a olhar para o Guilherme que estava meio perturbado. Não devia estar enxergando nada, coitado, estava sem os óculos. Depois de dar uma verdadeira olhada nele, ela surtou: - VOCÊ ESTÁ NU? – Revirei os olhos para a sua gritaria. Então ela olhou para mim.

–VOCÊ DEU PRO MEU NAMORADO? – Ela se levantou e ficou cara a cara comigo – VOCÊ SUA PIRANHA, SE FAZ DE COITADA, “AAH MEU AMIGUINHO” SÓ PRA PEGAR ELE. EU SABIA DESSA SUA LADAINHA DESDE SEMPRE!

Eu não tenho sangue de barata e não iria levar umas reclamações por baderna altas horas da noite. Tapei a boca da Maria com um tapa e puxei seus cabelos até ela estar sentada no meu sofá lixo. Fiquei na altura de seus olhos e a encarei. Sussurrei para ficar ainda mais ameaçadora.

–Já mandei você calar a boca sua vaca imensa. Dei sim pro seu namorado. Quer dizer, ex-namorado. E dei muito bem dado que esse prédio todo ouviu o que a gente estava fazendo. E quem sabia de ladainha aqui era eu! Você só estava com o Guilherme para fazer ele de troféu. Você não o merece. – Os olhos dela pareciam que iriam saltar das órbitas, ela me encarava com ódio. – Agora você vai sair daqui, calada, sem dizer um só piu e vai sumir da minha vida e da vida do Guilherme. Você entendeu? – Ela não respondeu. Então, para dar mais ênfase no que eu tinha dito, dei um solavanco em seu cabelo e repeti a pergunta: - Você entendeu?

Ela se sacudiu; tirei a mão da boca dela e afrouxei o aperto no cabelo. Maria se levantou, ajeitou o vestido minúsculo e o cabelo. Deu uma última olhada em Guilherme e em mim e disse:

–Entendi. Vocês dois são uns merdinhas – Não tinha coisa mais ridícula para ela dizer. E então ela saiu batendo a porta.

–Vagabunda! – E de forma extremamente infantil, eu mostrei o dedo do meio para a porta. Olhei para Guilherme que assistiu a toda essa discussão, sentado no meio da minha sala, completamente nu. Ele estava com a mão na boca reprimindo uma risada, mas não conseguiu por muito tempo e explodiu em gargalhadas absurdamente altas. Sentei em cima dele e tapei sua boca. – Fala baixo, criatura! – Peguei seus óculos em cima da mesinha de centro e coloquei em seu rosto.

–Você sabe que eu só estava vendo vultos de vocês duas, né? – Ele riu, mas dessa vez controlado.

–Você é um escroto! Não falou nada! – Ele sentou e me segurou em seu colo. Seus lábios esmagaram os meus e depois depositaram beijos por todo meu rosto.

–Por que eu demorei tanto para dizer que eu te amo? – Disse ele, entre os beijos.

–Mas você ainda não disse.

–Então: eu te amo Letícia. Eu te amo muito – Ele apertou minha cintura. E eu poderia ouvi-lo repetir que me amava por toda a vida. Eu poderia ficar ali, com ele, no meio da minha sala; em cima do meu sofá velho; no meio da rua, de uma tempestade; debaixo de uma ponte. Percebi que não importando a situação em que eu estivesse, se ele estivesse comigo, o fardo não receberia mais esse nome.

Em duas fileiras do teatro da Universidade estavam meus amigos e minha família; Guilherme estava em uma das fileiras, na ponta. Do palco, eu conseguia vê-los sorrindo. Eu e minha equipe estávamos apresentando nosso trabalhoso curta-metragem, que iria entrar em uma disputa e concorrer a um “Oscar” universitário. Tínhamos boas chances.

Eu passei a última semana extremamente estressada e preocupada com as últimas edições do filme, as tudo deu certo e agora eu expirava felicidade.

–Em nome da minha equipe, eu gostaria de agradecer a todos os envolvidos na produção desse curta-metragem. Os atores, os figurantes, toda a produção, nossos familiares e amigos, e claro, nossos professores que nos deram todo suporte para que isso acontecesse. – Respirei, o coração saltava no peito – Como o curta-metragem teve roteiro livre, escolhemos contar a história de um romance recifense. Foi trabalhoso, horas de gravação, madrugadas nas ruas desse nosso Recife para que tudo ficasse perfeito e atingisse profundamente vocês. Que o amor de Valentina e Pedro, nossos personagens principais, inspirem vocês. Muito obrigada pela presença e um bom filme!

Os aplausos ecoaram e após alguns minutos de últimos ajustes na sala de reprodução, o filme começou.

–Ficou espetacular, sem dúvida vocês vão ganhar. A apelação ambiental do outro filme não vai ganhar de um romance tão maravilhoso. – Guilherme me abraçou. Revirei os olhos pela comparação desnecessária que ele fez entre os filmes. – Fico feliz de saber que eu servi de inspiração para você – Sorriu ele, convencido.

–Quem disse esse absurdo? – Apertei seu braço. Olhei em seus olhos e beijei sua boca – Obrigada por tudo; por me dar inspiração.

–De nada meu amor, eu quero ver você ganhar o Oscar Hollywoodiano! – Sorriu ele – Imagina nós dois desfilando pelo tapete vermelho em Los Angeles!

Eu já podia imaginar isso muito bem.

–Com o tanto que você permaneça sendo minha inspiração, estaremos desfilando por lá muito em breve. – Nos beijamos entre a multidão que nos cercava no teatro.


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