Tayra - Garota Lobo escrita por Meyra


Capítulo 1
Capítulo 1 - O Uivar sob a Lua




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Há várias maneiras de contar uma história, porém, não existe maneiras para se contar essa história. Ouça quem tiver coragem, imagine quem puder, acredite quem quiser, pois você poderá entrar em uma aventura inesquecível. Você tem coragem? Então abra a sua mente e deixe que a sua imaginação tome conta de você.

Jack observou por um instante o que acabara de escrever na folha de seu bloco de anotações. Batia, com leveza, a ponta de sua caneta sobre o caderno num ritmo constante pensando no que poderia escrever ali. Era complicado, já que sua inspiração resolveu abandoná-lo quando mais precisava. Não tinha mais em quem inspirar ou em que, e isso incomodava o moreno, pois o seu maior sonho é ser um grande escritor.

– Mas essa sonho está longe de se realizar - pensava ele, encarava a sua escrita naquela folha fina de seu bloco de anotações.

Deu um suspiro pesado fechando em seguida seus finos olhos achocolatados imaginando uma cena de romance, onde a mocinha beijava o mocinho embaixo de um guarda-chuva no portão de um parque de diversão. Isso era clichê demais, pensou ele, no entanto, não podia descartar essa idéia.

Voltou a escrever em seu bloco anotando a idéia que acaba de ter, apesar dela ser pequena demais. Jack nunca perdeu a esperança de um dia sua inspiração voltar a bater na porta de suas imaginações.

Após anotar, Jack encarou por alguns minutos seu bloco de anotações dando mais um de seus famosos suspiros pesados. Era inutil anotar uma idéia sem saber como tranformá-la em história. Anotara tantas idéias, porém, nada floresce em sua imaginação. O bloqueio de inspiração é algo incompreensível, nem mesmos os maiores escritores do mundo entende sobre esse assunto. Um dia você está inspirado pra criar aquela história Super ultra mega pika, mas no outro dia toda aquela inspiração vai embora. E quando menos espera, tudo que criou até ali é como uma árvore sem raiz.

O sinal da faculdade toca num som alto e agudo assustando Jack e o acordando de seus pensamentos. Jack volta a suspirar guardando, por fim, o seu material. Todos saíam conversando alegremente com os seus amigos, ao contrário do moreno a qual nunca se esforçou a fazer amizades.

Jack saiu com sua mochila nas costas seguindo para a saída da faculdade, várias pessoas ficavam ao redor do portão conversando, outras iam até o refeitório comer algo antes de ir para a casa. Jack seguia o seu caminho sem trocar palavras com ninguém até finalmente passar pelo portão da faculdade, se excluindo de tudo e de todos.

Já estava de noite, e olhando para aquele céu clareado pela lua podia-se perceber que ia chuver em breve. Precisava chegar em casa antes da chuva, pois a estrada que ele segue é perigosa quando chove. Continuou a seguir até o estacionamento onde estava o seu carro estacionado. Seu carro é um Chevrolet de quatro portas vermelho. O carro não era sujo, Jack cuidava de seu carro sempre o mantendo limpo e bem cuidado, pois acreditava que assim mostraria a todos que vissem seu carro a beleza dele. Um carro vermelho, totalmente limpo e bem cuidado consegue ser mais bonito do que um Camaro, acreditava ele.

Ao chegar até o seu carro, deu uma rápida mexida em seus bolsos tirando deles a chave do carro. Com cuidado e sem pressa, Jack encaixou a sua chave na porta girando com delicadeza abrindo a porta em seguida. Entrou no carro fechando a porta, em seguida ligou o rádio a qual tocava uma música que pouco ele conhecia.

Por fim, ligou o carro saindo, em seguida, da garagem de sua faculdade seguindo rumo ao apartamento a qual mora. Seu apartamento fica em Betar Rully, uma cidade um tanto longe de sua faculdade, é pago por seus pais que não moram com ele. Jack deixou seus pais assim que decidiu entrar numa faculdade de direito. Apesar de não ser o forte dele, Jack se empenha sempre na faculdade afim de se tornar um bom advogado, apesar de não ser sua grande ambição.

A estrada que segue para a cidade Betar Rully é deserta, dificilmente encontra-se carros passando por elas. Não existe muita iluminação nessa estrada, sem contar que ela é um pouco estreita. A única coisa que iluminava a estrada era o farol alto de seu carro. Ao lado da estrada há um matagal que leva a uma floresta densa e escura, Jack tinha curiosidade de entrar nessa floresta, mas era perigoso.

O caminho todo foi seguido por uma música que ele não conhecia, porém gostava de ouvi-la. Sua atenção é totalmente roubado pela estrada, qualquer piscar de olhos pode acontecer algum acidente, pois a estrada que percorria não era segura.

Jack deu uma rápida espiada para o céu, ele estava lindo. As estrelas que formavam as constelações encantavam Jack de tal maneira, e a lua... lua cheia é a predileta dele, pois ela é intensa como o seu brilho. Desde pequeno, Jack sempre se encontou com a lua cheia, aquilo o fascinava.

Com os olhos fixos ao céu, uma nuvem negra começou a tampar a lua que ele tanto adimirava. As nuvens indicavam que ia chuver, e não era aquelas chuvas que não incomodam ninguém, era uma tempestade. E sem perceber, a estrada em que percorria começou a ficar nublado e isso o incomodava, pois a estrada já era perigosa antes, imagine nublado. Jack acelerou mais o carro prestando firmemente atenção a estrada, precisava sair dali logo antes que chova, pois o perigo era enorme. Porém, não conseguia enxergar nada a sua frente.

A minha sorte é que não está passando nenhum carro nesse momento. - pensava Jack enquanto forçava sua vista afim de tentar enxergar algo da estrada. Apesar do farol alto, a dificuldade de enxergar era alta.

De repente, Jack ouve céu rasgar com o barulho do trovão e a chuva começa a cair forte sobre o carro. Uma ventania forte soprava a chuva mais para o carro fazendo com que Jack não enxergasse absolutamente nada. Mais que depressa ele liga a escova para o para-brisas, afim de tentar enxergar algo que, na opinião dele, agora estava impossível de enxergar.

Sua atenção era totalmente roubada pela estrada, e a vontade de sair dali era enorme. A chuva não o ajudava em nada, e com a neblina piorava mais ainda. Jack já estava achando impossível sair dali.

Logo, Jack se assusta com algo que ouve. Um tipo de uivo, uivo de lobo. Poderia ser somente a sua imaginação, ou alucinações por causa da chuva - o que era meio impossível também - mas Jack sentia que isso não fazia parte de sua imaginação. Tinha quase 100% de certeza de que ouviu o que ouviu.

O medo tomou conta de Jack, seu coração se apertou e o que ele mais deseja agora é sair daquela estrada o mais depressa possível. Jack pisa com força no acelerador afim de sair dali, pois sentia que algo iria acontecer e não podia ficar ali.

De repente, algo como um animal pula na frente do carro cabamleando, como se estivesse com a pata machucada. O animal parou olhou na direção do carro e Jack pôde identificar o que era. Para ele era um tipo de um cachorro. Ao perceber o animal, mais que depressa, Jack pisa fundo no freio afim de parar o carro para não atropelá-lo. O pneu deslisa sobre a pista e Jack quase perde o controle do carro, porém consegue pará-lo sem causar um acidente.

No susto, Jack fica uns minutos olhando para as suas mãos sobre o volante a quais estavam tremendo. O garoto estava ofegante e seu coração estava disparado, quase viu sua morte logo a frente.

Depois de alguns minutos tentando recuperar seu fôlego, Jack respira fundo para se acalmar e por fim abre a porta do carro para ver exatamente no que ele ia acabar atropelando.

Jack dava lentos passos até o animal, a chuva o molhava mais a cada passo que dava. Não se preocupava em pegar resfriado, o que mais o preocupava era no que ele ia acabar atropelando. Entre seus lentos passos o trovão que acabara de rasgar o céu iluminou por um rápido instante o local onde estava o animal que Jack ia atropelar.

E para a sua surpresa não era um animal que ela ia atropelar, e sim uma garota. Suas roupas estavam rasgadas. Sua pele, além de estar pálida, estava arranhada, como se um gato tivesse arranhado-a. Estava desmaiada sobre o asfalto molhado, a chuva caía sobre o seu corpo limpando o sangue que saía dos arranhões.

Olhei para trás afim de ver se passava algum outro carro, inútil, nenhum carro passava naquele momento. A estrada estava totalmente deserta, nenhum sinal de alma viva além do Jack. Num suspiro de derrota, Jack volta a olhar para a garota caído no chão dando de novo aquele seu famoso suspiro.

Lembrou, ele então, a garota saíra da floresta ao seu lado, aquela floresta negra e sem vida. Ninguém nunca teve coragem de entrar nela, por um momento Jack a adimira por ter entrado, mas por outro lado sente medo, pois seja lá o que a atacou pode vir atrás da garota.

Sem pensar duas vezes sobre o assunto, Jack mais que depressa pega a miuda em seus braços e leva ela até o seu carro. Com dificuldade, pelo fato de estar usando suas duas mãos para segurar a garota, Jack abre a porta de seu carro e a coloca sentada no carona delicadamente. Logo, passa o sinto de segurança em volta do corpo da miuda o prendendo em seguida. Após terminar, fecha a porta do carona e logo em seguida vai direto a porta do motorista a qual abre e entra em seguida já com as suas grossas mãos sobre o volante começando, por fim, voltar a dirigir em direção a cidade a qual Jack mora.

_*_

– Devemos ir atrás deles, senhor? - a voz grossa de um homem a qual estava dentro da floresta negra não muito longe da estrada a qual Jack percorria dizia pronto a dar os seus apressados passos atrás deles. Porém, uma mão se pôs a frente dele o impedindo de prosseguir. O dono dessa grossa mão observava aquele pequeno veículo a se afastar e a cada afastada apertava mais os seus finos olhos.

– Deixe-os ir. - disse-o após o veículo sumir de sua vista, seu rosto estava sério e ainda que o veículo tenha desaparecido de sua visão, ele encarava a estrada atentamente. Aquele olhar frio e esmagador, aquele que faria qualquer coisa pra pôr as mãos naquela garota estava deixando-a ir.

– Mas Senhor, ela vai...

Sem deixá-lo terminar o que ia dizer, os punhos de sua grossa mão é fechado com força e, sem qualquer aviso, inseriu um forte soco na cara dele o fazendo voar longe batendo as costas numa árvore a qual a mesma cai em seguida.

– Nunca se opõia a mim. - terminou ele ainda com os finos e ameaçadores olhos fixos a estrada a qual ainda não passava mais nenhum veículo.


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