Still into You escrita por ItsLevioosa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi oi
Espero que gostem
Boa leitura



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- Vá embora, seu erro fatal da humanidade! E não apareça mais senão eu chamo a polícia!

Dobrei a esquina e me encostei numa volumosa árvore, enchendo meus pulmões de ar e tentando dissipar as lágrimas. Eu não deveria me importar com a opinião dela, mas ela é minha mãe e eu apenas finjo não sentir nada.

“Seu erro fatal da humanidade”.

Já passei noites com insônia por causa dessa frase que ficava passeando pela minha mente. Tudo que eu menos queria era ouvi-la novamente. Até que as coisas estavam indo razoavelmente bem. Certo, eu fui demitida justo quando fugi de casa e daqui algumas semanas tenho que pagar o hotel nada pomposo onde estou hospedada, além do fato de eu não ter muitas roupas por minha mãe ter vendido metade delas num brechó para comprar suas bebidas. Conseguia economizar na comida usando a cópia da chave da casa para roubar alguns alimentos. Mas ela também conseguiu tirar isso de mim há alguns segundos.

Para suprir a ineficiência do meu agasalho em me aquecer eu corri até a única parte de Londres que fica movimentada às duas da manhã. Se eu andasse com pressa talvez tivesse mais chance de fugir de possíveis estupradores que podem aparecer do nada – porque ladrões não teriam o que roubar mesmo.

Em pouco tempo cheguei ao meu destino, sentindo meu estômago implorar pelo término do meu jejum e minha garganta seca. Nunca, nunca mesmo, caçoe um morador de rua.

Emma, uma amiga, trabalha numa boate próxima. Talvez eu consiga algo comestível lá. Ela também fugiu de casa, a diferença é que ela já tinha um emprego e dorme num quartinho da boate. De dia, ao lado, é um bar comum e de noite uma boate de prostituição.

Mais um tempinho e cheguei ao local. Não era difícil saber que tipo de serviço faziam ali, pois mulheres de corpos maravilhosos saíam acompanhadas de homens de corpos feios até carros luxuosos. Passei despercebida pela porta negra.

A boate não era nem tão grande e nem tão pequena e estava cheia. Havia mais mulheres com o corpo bem à mostra que dançavam em cima do palco e ao redor daqueles típicos tubos de metal, enquanto outras andavam pelo estabelecimento se exibindo para os clientes. A música fazia meus tímpanos vibrarem violentamente.

Vasculhei o salão e, ao fundo do lado esquerdo, avistei Emma atrás de um simples balcão. Fui até ela.

No caminho tive que desviar de dançarinas e homens. Até que uma delas me parou.

- Ei, está perdida?

- Não só estou procurando uma pessoa, mas já achei.

- Hum. Bom, não sei se alguma aqui aceitaria um programa com uma mulher, mas...

- O quê? Não! Não é nada disso que está pensando. Só vim procurar uma amiga que é balconista para conversar. Não quero... Bem, você já entendeu.

- Então tá - respondeu e abriu espaço para que eu passasse.

Andei alguns passos, mas ela me chamou novamente.

- Está à procura de emprego? - me virei para ela, imaginando estar sendo chamada por uma vampira perdida do Crepúsculo que lê mentes.

- Sim, estou. Por quê?

- Sei lá. Acho que poderia trabalhar aqui. Não sei se percebeu, mas recebeu muitos olhares desde que colocou os pés aqui dentro.

Olhei em volta. Dois homens me encaravam descaradamente. Pensei em acenar por educação, porém, me lembrei de que estou numa boate e se fizer isto vão achar que quero clientes.

Abri a boca para responder, mas fui lerda, pois ela já estava caminhando para o outro lado.

Olhei para minha direita. A parede era repleta de espelhos. Fiquei de frente a um deles e encarei meu reflexo. Meu físico não é feio e nem deslumbrante, mas já é alguma coisa. Muitas aqui aparentam ter a mesma idade que eu e somos fisicamente parecidas também, mesmo se formos inseridas no grupo das magrinhas bonitinhas. Seriam pontos positivos caso quisesse encontrar trabalho aqui, mas me tornaria como a pessoa que mais detesto: minha mãe, que quando seu pagamento não era suficiente fazia o mesmo que essas garotas. Eu sei que ela não tinha muita opção e por isso fazia alguns programas, mas...

Então minha ficha caiu, assim, de repente, como se estivesse presa por alguma engrenagem e finalmente se libertou. A minha herança não era receber dinheiro e sim ficar na mesma situação que minha mãe.

- O que está fazendo aqui?- Emma apareceu ao meu lado sorridente. Por um momento, naquele singelo sorriso, pensei que as coisas podem melhoras. Contudo, lembrei que também tenho uma incrível capacidade de me iludir.

- Vim conversar com você. Está muito ocupada?

- Para sua sorte tive que organizar algumas fichas hoje e só por isso estou aqui há essa hora. Mas já estou quase finalizando, posso falar com você se não demorar muito. Vamos lá fora?

Assenti com a cabeça e fomos para fora. Achei melhor assim, pelo menos me sentia menos desconfortável.

- Eu preciso de um emprego urgente - não via motivo para ficar enrolando então fui direto ao ponto. Odeio aquela conversa: “Oi, tudo bem?” “Bem e você?” “Tudo ótimo!” blé, blé, blé, não está nada ótimo.

- Ahn, não sei se posso te ajudar. Não estamos precisando de balconistas nem de dia no bar. Só se eu perguntasse para alguns amigos que trabalham por aqui.

- Hm...

Meu olhar parou numa placa na entrada da boate que não reparei quando cheguei. Anunciava um leilão de virgindade e quem quisesse participar era só falar com uma atendente. Estão aceitando garotas que queiram vender, digamos, sua pureza.

- Quanto é possível ganhar num desses leilões? - a pergunta saiu da minha boca sem ao menos passar por uma análise na minha cabeça. Emma pareceu surpresa com ela.

- O primeiro lance é vinte mil e apenas 10% fica para a boate. O resto é da menina. Está pensando em participar?

- Não sei. O que você acha?

- Acho que é uma maneira rápida de ganhar dinheiro, mas por outro lado, não acho que essas coisas devem ser feitas com qualquer um que dê dinheiro em troca. Trabalho nesta boate, mas nunca serei nada além de balconista.

- Mas ganharia dinheiro rápido, não é?

- Com certeza. Está mesmo pensando nisso? Posso não gostar muito da ideia, mas você é praticamente uma mendiga e não conseguirá emprego tão rápido e se conseguir talvez não seja grande coisa – ela pareceu constrangida pelo o que disse – Desculpe, acho que falei demais.

- Não, tudo bem. É preciso aceitar a verdade e ter astúcia para muda-la caso não esteja satisfeito com ela.

Eu queria que fosse mais simples seguir essas frases e não ter pensamentos tão confusos. Uma parte da minha cabeça dizia: “Não faça isto, Hayley! Isso não presta e você será um ser humano desprezível!”. Porém, a outra dizia: “Ah qual é? É só uma noite e você terá dinheiro para ter onde morar.”.

Se fizesse isto seria mais parecida com a minha mãe, mas seria apenas isto e não em outras coisas.

- Sim. Talvez me arrependa, mas a vontade de não ser moradora de rua é maior.

- Ok. Vamos entrar. Farei sua inscrição.


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Notas finais do capítulo

Hmmmm, no que será que isso vai dar hein?
Só avisando, a história não é baseada em pegação e sexo ok? Até porque não curto histórias assim

Comentários são mais que bem vindos

Beijos e queijos



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