Adorável professora escrita por Sra Lecter


Capítulo 3
Contrato.


Notas iniciais do capítulo

A literatura é uma ilusão agradável aos olhos, assim como o amor.



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Após a aula lá está a senhorita Benson na academia. Moldando o que Deus lhe deu. O corpo moreno que já fizera a noite de adolescentes explodindo hormônios. Está ela à pensar sobre a peça e sobre sua vida. Amorosa, principalmente. Pois se a literatura ensinou a ela uma coisa é que o verdadeiro romântico está sempre sozinho.

Corria em uma esteira quando passa a sua frente Nick, pai de Amanda. Ela não se aguenta e o chama.

—Doutor Amaro?

—Sim? –ele responde tirando os fones de ouvido.

—Falei com Amanda hoje. Eu sou Olivia Benson. Fui professora...

—É. Eu sei quem você é. –responde ele secamente.

—É triste ela não continuar em NY. –ela diz demonstrando empatia.

—É, pois é. Acho que ela percebeu que tinha que encontrar algo para fazer da vida. –diz ele.

—Mas é uma pena. Digo, ela escreve tão bem...

—A vida de dramaturga é muito difícil. –ele seca com a toalha o suar que escorre de sua testa.

—Eu li a peça dela. –diz antes que ele se afaste por completo.

—Leu? Ela lhe mostrou? –pergunta ele voltando.

—Sim. Eu adorei. O que você achou? –pergunta sorrindo.

—Digamos apenas que não é a minha área. –ele responde indiferente.

—Ah, entendo.

—Bom, foi um prazer, senhora...

—Senhorita. É senhorita. –ela o corrige.

—Senhorita Benson. –ele diz indiferente e se afasta.

Em sua mente uma caneta vermelha escreve um F nas costas do homem.

Ao chegar em casa. Depois de tomar um banho quente, ela liga para Amanda para marcar um café durante esta tarde para falar sobre a peça.

Olivia aguarda por Amanda bebericando um chá.

—Oi, desculpa, senhorita Benson. –diz Amanda sentando-se na cadeira à sua frente.

—Imagine, tudo bem. –ela diz com um sorriso no rosto. –Você não está com frio? Está congelando lá fora. –ela ergue a mão, a procura de uma garçonete. – Por favor, um café para a moça.

—Não, não. Eu não posso beber café. –Amanda diz retirando o casaco com pequenos flocos de neve.

—Um chá? Esse que estou bebendo é ótimo.

—Não precisa. Obrigada. –Amanda diz sentando.

—Por que não pode beber café? –pergunta curiosa.

—Tenho úlcera. –responde Amanda retirando a touca.

—Desde quando? –pergunta preocupada.

—Desde de NY. Desde essa peça, na verdade. –Amanda ri sem jeito. –E... Falando nisso.

—Ah, sim. A peça. –Olivia retira alguns papeis da bolsa e coloca sobre a mesa. –Esse é o contrato. Mas não é um contrato, é só um documento que o John elaborou dizendo que você cede à escola o direito de produzir a sua peça. Você assina aqui e começamos. –ela diz entregando a Amanda uma caneta.

Amanda a encara sem jeito, desliza os dedos entre os fios loiros.

—Tudo certo? –pergunta Olivia sem entender.

—Olha, eu não quero parecer esnobe, e eu sei que você só quer ajudar, mas... Eu continuo não achando que é o tipo de peça para se produzir em uma escola. –diz Amanda com todo cuidado.

—Eu entendo. –Olivia diz demonstrando empatia.

—Eu quero muito que ela seja produzida. Mas eu prefiro não encena-la do que ela ser mal feita.

—Eu e o professor Barba concordamos com isso. –ela diz tentando acalmar a loira.

—É que... Eu não sei se quero fazer isso. –Amanda cerra os lábios.

Olivia suspira.

—Você quer que ele vença? –pergunta a professora referindo-se ao pai de Amanda.

—O que? –pergunta ela confusa.

—Eu li a peça, Amanda. Sei de onde ela veio. Seu pai não te entende. Ele não te apoia? Tudo bem...

—Ele diz que sim. –rebate Amanda.

—Financeiramente, sim. Pagando a faculdade. –ela enaltece a voz. –Ele te incentiva, mas só quando você faz o que ele quer. Não deixe ele vencer.

—Mas... Se ele estiver certo...

—Não, Amanda. Você só perdeu a fé em si mesma. Como todo artista. Mas, querida, você só precisa assinar. Irá recupera-la.

Amanda encara os papeis. Pega a caneta.

—Parece que estou vendendo minha alma. –ela diz rindo. Por fim assina.

—Ela é toda minha. –diz Olivia sorrindo. Pega o contrato de cima da mesa e coloca novamente dentro da bolsa.

No dia seguinte o elenco já havia sido escolhido. Os preparativos começaram.

—Eu te encontrei perambulando, seu verme maldito. –diz Sheila com o sotaque da personagem Margaret, cruel madrasta irlandesa.

—Isso ai. –diz Barba aplaudindo. Os demais aplaudem também.

—Will irá interpretar o doutor Jean, o pai, frio e alcoólatra. –diz Barba.

—Isso ai. –diz Will mordiscando o polegar.

—Ferry interpretará a falecida mãe heroína, que assombra nossa história. –ele sorri. –E por último, e não menos importante, Harley será a senhorita Jaimes Sherman, nosso anjo incompreendido.

—Oi. –ela acena para Amanda.

—E agora, senhorita Rollins, gostaria de declarar em nome de todo departamento de arte da escola que é uma honra ter você aqui e... Dúvidas. Sei que temos dúvidas do elenco. Alguém?

Harley ergue a mão.

—Sua peça capta realmente o que é ser adolescente, como nos questionamos sobre quem somos e eu gostaria de fazer o melhor durante minha atuação para isso queria saber de onde a Jaimes se originou. Quem te expirou? –ela pergunta um sorriso.

—Tudo o que escrevo, tudo o que meus personagens vivem é autêntico, e sim, tudo aconteceu comigo. São todas coisas que passei em algum momento. É uma história pessoal. –ela diz e todos a encaram intrigados.

—Alguém mais? –pergunta Barba.

—Sim. –diz Will. –Na página cinquenta e dois, quando acontece a briga do pai com a Jane é mesmo necessário que ele bata nela? Digo, ele é muito reprimido para isso.  Parece meio forçado, banal.

—Sério Will? É necessário isso? –pergunta Barba.

—Com licença. –diz Amanda se retirando do teatro.

—Pelo amor de Deus, Will. Amanda é uma convidada de honra. –diz Olivia indignada. –E se não pode ter um pouco de respeito quem sabe encontramos outro para estrelar a peça dela. É o quer?

—Não. –responde Will bufando.

—Não? Foi o que imaginei. –diz ela levantando para ir atrás de Amanda.

—Você tomou sua medicação hoje? –pergunta Barba para Will.


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Notas finais do capítulo

Atualizada!



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