Adorável professora escrita por Sra Lecter


Capítulo 1
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Seria o destino começando um novo jogo com a nossa protagonista sem sorte no amor?



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Uma boa professora se classifica, mas não é a opinião dos alunos em geral. Solteira e orgulhosíssima deste fato.

-Senhora Benson? –perguntava qualquer um.

-Senhorita. Senhorita Benson. –ela respondia no mesmo instante.

Se mantinha otimista. Hoje sairá com Jonas, indicado por uma amiga. Não está esperançosa. Os homens de Kingston não estão ao seu nível. Esse fato é concreto, por isso não se casou ainda. Seu intelecto é demais para esses seres que o interesse se baseia em homens atrás de bolas ou mulheres com seios fartos.

Olivia Benson é, com toda certeza, uma daquelas mulheres que acreditam em um amor verdadeiro. Não é atoa que ensina literatura para o ensino médio, os autores lhe encantam, principalmente os da era romancista.

O transito está lento hoje, o que deixa Olivia mais tensa.

Jonas. Ela pensa. Acho que não deve ser algum veterano de guerra. Espero realmente que não seja.

Ao chegar ao restaurante avista apenas uma mesa com um homem solitário. Caminha até lá.

-Jonas? –pergunta com um sorriso nos lábios, o nervosismo já não a incomoda.

-Olivia? –ele levanta e oferece a mão.

Educado. Ela o cumprimenta.

-Professora de literatura, não é? –pergunta ele abrindo um sorriso.

-Sim. –responde encantada pelos lindos dentes brancos do homem. Belo sorriso.

-Não gosto muito de ler. Me limito aos resultados dos jogos no jornal. –ele ri.

Droga. E foi só o começo. Ele não gosta de ler, ele está usando um perfume muito forte. Essa camisa está me cegando.

Menos de dois minutos e tudo estragado. Olivia só consegue reparar nos defeitos do homem a sua frente.

Meu Deus, por onde andam os homens interessantes? Eu não aguento mais isso. Se ele me tocar abaixo do quadril de novo irei levantar e ir embora. Pensava a mulher enquanto encarava o rosto do homem em sua frente.

-... Eu jogava maravilhosamente, mas eu... –o homem segue falando.

Eu, eu, eu. Egoísta. Pensa consigo mesma e sem querer sua imaginação escreve um enorme F sobre a testa do homem. Reprovado.

Não presta mais atenção no que ele diz, está ocupada pensando sobre a aula de amanhã.

No final do encontro, algo que nunca aconteceu nos primeiros encontros de Olivia.

-Desculpe, mas estou sem grana. Pode pagar essa? –Jonas entrega a conta para a morena.

-Claro. –responde ainda incrédula.

Dois beijinhos no ar, um abraço. Hora de ir pra casa, mas antes ela terá que ir a um caixa eletrônico, pois pagar a conta lhe deixou sem um dólar no bolso.

Mas que encontro foi esse? Pensa enquanto estaciona o carro. Mesmo para ela aquilo, o encontro, fora terrível. O que ele achou? Por que eu paguei? Por quê?

Enquanto digitava os dígitos da senha percebe alguém se aproximando. Roupas pretas, capuz, é uma ladra, pensa. Sem esperar mais abre a bolsa devagar, aguarda aquela possível assassina se aproximar e dispara nos olhos dela seu spray de pimenta, comprado há dois meses, após ser assaltada no mesmo local.

-Ai, ai, ai! –a jovem grita levando as mãos aos olhos.

-Nem mais um passo ou...

-Sou eu. Senhorita Benson. Amanda Rollins, ex-aluna. –diz a loira entre gemidos.

-A dramaturga, mas... Você estava em Nova York. –Olivia se desespera.

-Eu voltei. Ai, ai! –Amanda abaixa o capuz e olha para a professora.

-Me desculpe, por favor. Eu achei... Meu Deus! –Olivia não sabe como reagir.

-Está tudo bem. Ahh! –ela tira as mãos do rosto.

-Você está bem? Vamos para o hospital. É isso. Vamos. –a morena agarra o braço de Amanda.

-Não. Meu pai trabalha lá, eu... Não. –Amanda diz abrindo e fechando as pálpebras para amenizar a dor.

-Tudo bem. Mas... –Olivia olha para a loira sem saber o que dizer.

-Pode me dar uma carona pra casa? –pergunta Amanda, agora com menos dor.

-Claro. Posso! –responde Olivia. Ela termina de retirar o dinheiro e as duas vão até seu carro.

Olivia liga o carro.

-Então, como vai a vida de professora? –pergunta Amanda com um leve ardor nos olhos.

-Bem. E a faculdade? –pergunta Olivia mais calma.

-Eu não comecei. Gastei um ano escrevendo minha peça para a tese, mas nem me escrevi. Meu pai me convenceu a cursar Direito.

-Mas... Você escreve tão bem. Por quê? Amanda você escreve melhor que qualquer uma na sua idade. Não pode deixar se levar por seu pai...

-Não. Vou fazer por mim. Acho que não me aceitariam na faculdade, de qualquer modo. E meu pai tem razão, é mais seguro. –diz a loira encarando a estrada.

-Meu Deus, que desperdiço. Seu conto fez tanto sucesso.

-Isso foi há muito tempo.

-Mas você ainda...

-Não sou tão boa quanto pensam. –Amanda diz cabisbaixa. –Vire à direita.

-Aqui? –pergunta Olivia mostrando com o indicador.

-Sim. Agora à esquerda. Vou ficar na casa do meu pai.

-Ele sabe disso? –pergunta Olivia.

-Sabe. Falei com ele. Vou ficar bem. Não se preocupe. –Amanda sorri.

-Eu adoraria ler sua peça. –diz Olivia sorridente. Amanda é uma ótima dramaturga e ela leria qualquer coisa que ela escrevera.

-Eu te levo na escola amanhã. –diz Amanda.

Olivia estaciona. Amanda abre a porta.

-Foi um prazer te reencontrar, querida. –Olivia ajeita os óculos.

-Igualmente, senhorita Benson. Até. – a loira sai do carro e adentra a casa do pai.

Olivia dirige pra casa. Preciso ler essa peça.


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Notas finais do capítulo

Comenta o que achou, please! Nunca te pedi nada.