Hopeless escrita por katiclover


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Eu sei, eu sei, estou sumida.
Desculpem a demora. Não esqueci da história, pelo contrário, ainda tenho muitos planos e ideias para ela. Meu tempo estava corrido e confesso que estou desanimada com a série atualmente e ainda mais depois das notícias chocantes das últimas semanas. Mas... É por isso que a escrita existe, certo? É onde - felizmente - podemos decidir como a história começa e termina.
Continuem comigo e continuem me cobrando que assim vocês me incentivam a voltar haha
Muito obrigada àqueles que favoritaram e comentaram o último capítulo e aqui vai mais um, com mais surpresas e mais informações para vocês se divertirem criando teorias (fico feliz quando compartilham elas comigo nos comentários, quem sabe eu roubo uma ideia?) hahaha
É isso aí, aproveitem e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/665888/chapter/7

Anteriormente em Hopeless...

            Ainda segurando firmemente no aparelho, ajoelhou-se lentamente ao lado do pai.

            Permitiu que as lágrimas descessem pelo seu rosto enquanto aguardava pela ajuda.

            ...

            Permaneceu naquela mesma posição pelo que pareciam horas. Acariciava o cabelo de Castle que agora estava adormecido.

            Alexis não conseguia acreditar na imagem que havia encontrado quando chegou em casa. Sabia que a situação estava difícil, que a perda de Kate estava afetando a todos eles e obviamente seu pai era o que mais estava sofrendo. Sabia também que ele estava bebendo – muito mais do que o costume – e sabia que aos poucos, ele estava desistindo. Desistindo de seguir em frente, desistindo de sua própria vida. Ainda assim, encontrá-lo naquele estado a havia deixado perplexa. Foi criada com todo o amor e carinho de seu pai, via no mesmo um espelho de superação e um exemplo de pessoa que batalhava por seus objetivos e não desistia até alcançá-los.

            Tinha orgulho de seu pai. Costumavam sempre brincar que talvez Alexis fosse a mais madura e quem “ditava as regras”, por conta do espírito brincalhão e descontraído de seu pai, que em questão de segundos conseguia se transformar de uma criança que se divertia como nunca com brinquedos barulhentos e divertidos a um homem crescido, experiente, protetor e apaixonado. Sabia do tamanho da sua força e de todo o esforço que ele depositava na sua tarefa de ser pai, tentando sempre fazer o melhor que estivesse em seu alcance para agradá-la e vê-la feliz. E foi por esses e tantos outros motivos que ao vê-lo tão destruído e vulnerável, sentiu uma vontade enorme de resgatá-lo, trazer de volta o sorriso para seu rosto... Porém, sabia que não seria fácil.

            No início, não aceitou tão bem a relação de seu pai com Kate, e o principal motivo era o medo. Medo que ele se machucasse fisicamente “brincando de policial” como ela costumava dizer, e também, que ele se machucasse emocionalmente. Acompanhara de perto as idas e vindas de seu pai e Kate, e sabia o quanto ele havia sofrido até que conseguissem dar o próximo passo e finalmente se encontrarem na mesma página. Ela tinha medo de que tudo isso voltasse a se repetir, sabendo que seu pai a cada dia a amava mais.

            Com o passar dos dias, meses, anos, ela se adaptou a convivência com Kate e quando se deu conta, a considerava parte de sua família. Estava sempre por perto, fazia seu pai imensamente feliz e trazia para os olhos dele um brilho que a menina não via há muito tempo. Quando ambos anunciaram seu noivado, ela foi a primeira a se levantar para abraçá-los. Estava ajudando Kate com os preparativos para o grande dia e se tornavam cada dia mais próximas. Se comunicavam diariamente via e-mail e SMS, conferências de vídeo e longas conversas no telefone.

            Quando seu pai a disse que estariam embarcando para visitá-la juntos, se empolgou imediatamente. Planejou passeios e passatempos para realizarem juntos e estava ansiosa para passar alguns dias com a companhia do casal. Riram, passearam e aproveitaram o tempo juntos, até o dia da partida. Levou-os até o aeroporto e os deu um abraço apertado, prometendo visitá-los assim que encontrasse um tempo livre.

            Se despediu e voltou para casa. Precisava estudar para um teste importante e realizar as tarefas da faculdade que ficaram atrasadas por conta do tempo que dedicou a dar atenção somente para Castle e Beckett.

            A ligação chegou no meio da noite. Era madrugada, mas ela havia acabado de se deitar, pois havia estudado até tarde. Leu o nome de seu pai no visor e um calafrio percorreu seu corpo. Não sabia explicar, mas algo a dizia que uma ligação de seu pai àquela hora da noite não significava algo bom. Imediatamente sentou-se e acendeu o abajur ao seu lado, atendendo à chamada. Quando ouviu a voz de sua avó e não a de seu pai, sabia que suas suspeitas haviam sido confirmadas. Algo não estava certo.

            Martha Rodgers nunca chorava. Martha Rodgers era uma atriz com um controle absoluto sobre suas emoções. Uma mulher determinada e forte, que Alexis tinha como exemplo desde criança. Independente e decidida, companheira e amiga. Já tinha perdido as contas de quantas vezes havia chorado no ombro da vó, ou ido a sua procura atrás de conselhos amorosos. Tinha muitas lembranças ao lado dela, mas não se lembrava de vê-la chorar. Martha Rodgers nunca chorava. E ainda assim, sua voz baixa e entrecortada do outro lado da linha pela primeira vez dizia o contrário.

            Pegou o primeiro voo para Nova York, hesitando por um instante ao adentrar o veículo após saber do acontecido. O medo e o pavor haviam de ficar para depois – pensou.

            Apoiou seu pai da melhor forma que conseguiu e esteve ao seu lado por todo o tempo em que ele a permitiu. À noite em sua cama, sozinha, se permitia sentir seu próprio luto. A dor em imaginar a longa jornada que teria de enfrentar dali para frente.

            Durante todos os dias que se passaram ela acompanhava a forma como seu pai lidava com o tudo. No início, apenas se recusava a dormir em seu quarto ou comer sentado à mesa. Após tomar conhecimento sobre os vídeos que Alexis o havia mostrado, ele passou dias assistindo-os até decorá-los, tendo na ponta da língua cada palavra dita nas filmagens. E então, a bebida. A princípio ele a ouvia quando o pedia para se controlar. Depois de alguns dias, porém, nada conseguia atrair a atenção de seu pai.

            Alexis e Martha tentaram conversar com ele algumas vezes, mas sentiam que sua expressão endurecia imediatamente ao ouvir o nome de Kate, o que as fizeram concluir que ele não estava pronto. Observavam as visitas que Lanie o fazia e viam que ele se acalmava em sua presença, já que a mesma o dava seu tempo e não o pressionava. Apenas o fazia companhia e dizia que estaria lá para ele sempre quando precisasse. Decidiram então, fazer o mesmo. Dar a ele o tempo que precisava e se esforçar para mostrá-lo que não estava sozinho.

            Com a mudança da faculdade, Alexis estava correndo para se adaptar ao novo ambiente, e sabia que não poderia parar agora. No início, conseguiu uma semana para ficar em casa com ele em tempo integral, mas inevitavelmente, precisou voltar. O mesmo acontecera com sua avó. Havia interrompido as aulas por duas semanas, mas não poderia abandonar seus alunos para sempre. Castle diariamente as dizia que ele estava bem, e que não queria que elas deixassem de realizar suas atividades. As ruivas protestaram de inicio, mas perceberam que era o melhor a se fazer. Talvez se Castle visse todos retornando às suas rotinas, pudesse tentar fazer o mesmo de alguma forma.

            Quando ouviu as batidas fortes na porta, Alexis levantou e enxugou as lágrimas. Suspirou aliviada quando encontrou Javier e Kevin à sua frente. Cumprimentaram-se brevemente e Alexis abriu caminho para que entrassem. A primeira reação que tiveram foi semelhante à da menina. Percorreram todo o espaço com os olhos e pararam no corpo de Castle estendido no sofá da sala. Aproximaram-se juntamente até parar ao seu lado. Esposito foi o primeiro a falar:

            - Castle. Bro, acorda. – segurou firmemente no braço de Castle, balançando-o em uma tentativa de despertá-lo.

            Recebeu alguns resmungos em resposta e fez sinal para que Ryan ajudasse a levantá-lo.

            Ryan ajudou Esposito a colocar Castle de pé e juntos o levaram cambaleando até seu quarto. Pediram para Alexis que arrumasse a sua cama e deixasse-a pronta para que ele se deitasse. Ligaram a água fria e juntos após lutar contra os protestos de Castle conseguiram fazer com que tomasse um banho após tantos dias.

            Cerca de quinze minutos depois, os meninos fecharam a porta e deixaram Castle adormecido com a luz baixa em seu quarto. Seguiram em silêncio de volta à sala, onde Alexis, Martha e Lanie juntas terminavam de jogar as últimas garrafas no lixo e finalizavam a limpeza da bagunça que estava acumulada ali há dias.

            Sentaram-se todos juntos no grande sofá e por alguns minutos apenas se olhavam. Alexis suspirou fundo e após mais alguns segundos, quebrou o silêncio:

            - Então... O que vamos fazer? – perguntou para ninguém em específico, traçando seu olhar rapidamente sobre todas as pessoas ali presentes.

            - Ele precisa de ajuda. – disse Ryan, ao que todos concordaram com a cabeça.

            - Eu conheço alguém que pode ajudá-lo, mas não sei se é uma boa ideia... – disse Lanie, atraindo todos os olhares em sua direção.

            - O que você quer dizer? – perguntou Martha.

            Lanie suspirou fundo antes de responder:

            - Há alguns anos atrás, logo após o tiroteio de Kate no funeral do Montgomery, ela começou a ver alguém. Um dia estávamos conversando e ela tocou no assunto. Disse que ele havia sido designado para tratar seu PTSD* e que ele foi de grande ajuda na época. Ela deveria ter feito apenas algumas sessões para poder voltar ao trabalho, mas estava fazendo tão bem a ela que ela decidiu continuar frequentando suas consultas... Eles conversavam sobre Castle, ela o contava sobre seus bloqueios e sua dificuldade de se aproximar de Rick da forma que gostaria até que finalmente ela o fez, e sei que seu psicólogo teve um papel importante naquele ano de sua vida... – finalizou, esperando a resposta dos amigos.

            A sala permaneceu em silêncio por alguns instantes, e Espo foi o primeiro a se pronunciar.

            - Por que você acha que pode ser um problema? – perguntou.

            - Não sei se ele gostaria de se tratar com o mesmo médico de Kate, já que todas as vezes que sugerimos a ele que faça algo que o lembre dela, ele recusa sem pensar duas vezes... Vocês acham que ele está pronto para isso?

            - Bom... De uma coisa é certa, ele precisa de alguém para tirá-lo dessa situação, e talvez uma pessoa familiar seja melhor do que um completo estranho... Mesmo meu pai não o conhecendo, o doutor de certa forma conhece meu pai baseado nas informações que Kate lhe dava... Nós podemos convencê-lo a ir sem contá-lo sobre o envolvimento de Kate, e falamos para o doutor que ele mesmo o conte a verdade quando achar que está pronto.  – sugeriu Alexis.

            - Acho uma boa ideia. Precisamos convencê-lo de que vá por conta própria. Não podemos forçá-lo a fazer nada que não queira. – disse Ryan.

            Os três amigos olharam fixamente para Martha, como se pedissem sua aprovação. A mesma balançou a cabeça positivamente, dizendo:

            - Eu e Alexis falaremos com ele pela manhã, até lá, vamos deixá-lo descansar e colocar a cabeça no lugar após o caos que se passou hoje e nos dias anteriores.

            Todos concordaram e se levantaram, agradecendo uns aos outros pela ajuda e apoio naquele momento difícil que não imaginavam ter de passar um dia. Antes de sair, Lanie disse por fim:

            - Posso conseguir o contato do médico de Kate amanhã. Conversem com ele e nos mantenham atualizados.

            - Tudo bem... Obrigada mais uma vez. – disse Alexis, a abraçando fortemente antes de fechar a porta e voltar-se para Marta.

            Encontrou o olhar triste e desolado de sua avó, que ainda assim a encarava de volta com um leve sorriso e uma expressão acolhedora. Abriu os braços para a neta que deu alguns passos largos e enlaçou seus braços ao seu redor. Juntas, se consolavam e diziam palavras reconfortantes uma para a outra. Passaram mais uma vez no quarto de Castle para se certificar de que estava tudo bem e subiram as escadas juntas, prontas para descansar e se preparar para o dia seguinte.

            LONDRES

            - Vamos logo amor, estamos atrasados! – disse Henry, segurando a porta da frente e esperava por Luiza.

            Três semanas haviam se passado desde a primeira discussão séria do casal, referente à cicatriz que Luiza encontrou em seu corpo, fato que a fizera questionar Henry. Um mês desde o acidente e a relação dos dois estava seguindo sem grandes problemas, porém Luiza ainda não permitia que Henry realizasse muita aproximação.

            Naquela mesma noite, após discutirem e se entenderem, Luiza teve seu primeiro sonho desde que havia perdido sua memória. Na manhã seguinte, pensou em comentar o assunto com Henry, mas decidiu guardar o acontecido para si mesma. Talvez fosse só a sua cabeça criando imagens para projetar o que Henry a havia contado sobre como conseguiu a marca em seu peito. Cerca de uma semana depois, porém, o acontecimento se repetiu.

            Dessa vez, sem muitos detalhes. Estava amarrada a uma cadeira e sentia seus pulmões queimando. Um homem negro a encarava enquanto outros a seguravam firmemente no lugar. Seu rosto estava molhado, junto com seu cabelo e seu peito. Um corte ardia em sua testa enquanto tentava manter seus olhos abertos e lutava contra o cansaço e sua respiração ofegante. Não ouvia com clareza o que o homem lhe dizia. Mais algum flashes depois e então seu corpo estava rolando barranco abaixo, sujando-a de terra e machucando ainda mais seu corpo fraco. Estava ajoelhada enquanto um homem apontava uma arma em sua direção. Esperava o disparo e com isso, mais uma vez acordou assustada no meio da noite.

            Diferente do seu primeiro sonho, esse havia sido breve e entrecortado. Não conseguiria descrevê-lo se tentasse, enquanto se lembrava de cada detalhe do primeiro sonho perfeitamente. Estava confusa, não sabia o que estava provocando essas memórias estranhas onde tantos rostos desconhecido apareciam. Poderia até conseguir algumas respostas com Henry, mas todas as vezes que pensava em pergunta-lo, mudava de ideia. Decidira esperar mais um pouco até que confiasse nele completamente e fosse capaz de contá-lo o que estava acontecendo.

            Estava se adaptando diariamente ao ambiente de trabalho e rapidamente reaprendia a realizar suas tarefas. Se aproximara muito de Micaela, com quem conversava sobre todos os assuntos, inclusive aqueles que não se sentia confortável para discutir com Henry.

            Naquele dia, o casal saía para trabalhar mais cedo já que teriam uma reunião antes do início do expediente. Henry sempre a deixava no trabalho e seguia para o seu próprio. Luiza voltava para casa com Micaela, alguns minutos mais cedo do que ele. Aproveitava para iniciar os preparativos para o jantar e tomar um banho para se livrar do estresse dos seus dias.  

            Estava se arrumando mais do que o normal já que encontraria com pessoas importantes e precisava estar apresentável. Eis o motivo pelo qual estava demorando e ouvia a voz do marido a chamando.

            - Já estou indo! – gritou em resposta, se apressou para se olhar no espelho uma última vez e sorriu com o resultado que encontrou. Pegou sua bolsa e rapidamente seguiu para as escadas, esbarrando com Henry na metade do caminho.

            - Ei, eu disse que já estava descendo. – disse, juntando sua bolsa que havia escapado de seu braço.

            - Eu sei querida, me espere no carro, esqueci uma coisa aqui em cima. – respondeu, sorrindo.

            Henry tinha a mão para trás e segurava algo, fato que não passou despercebido por Luiza, que decidiu ignorar e fazer o que ele lhe havia dito.

            Henry esperou até que ela saísse de seu campo de visão e subiu o resto das escadas. Alcançou a chave da primeira gaveta de sua cômoda em seu bolso e a destrancou, jogando o envelope branco lá dentro para se juntar com os outros cinco que guardara em dias anteriores.  Voltou a trancar a gaveta e colocou a chave novamente em seu bolso.

            No fim do dia, Micaela estacionava o carro na frente da casa do casal de amigos e finalizava a conversa descontraída que estava tendo com Luiza.  As amigas se despediram e antes de Luiza descer do carro, Micaela a interrompeu.

            - Lu, tem uma moça sentada na escada da sua porta da frente... Você a conhece? – disse, apontando discretamente para a moça que se distraia com seu celular.

            - Ah... Acho que não... Provavelmente ela está enganada. Nos vemos amanhã. – respondeu Luiza, sorrindo e saindo do veículo.

            Micaela retribuiu o sorriso e seguiu para casa. Luiza atravessou a rua e com suas chaves já em mãos, se aproximou calmamente de onde a estranha se encontrava.

            - Senhora? Posso ajudá-la? – perguntou para a moça que agora levantara e caminhava em sua direção. A mesma abriu um largo sorriso quando a viu, o que deixou Luiza ainda mais confusa.

            - Lu, você não se lembra de mim? – perguntou ainda sorrindo e claramente ansiosa pela resposta.

            - Ah... Eu sinto muito. – respondeu Luiza, balançando a cabeça negativamente. – Quem é você?

            - Sou eu, Luiza. Jasmine. – quando não recebeu uma reação de Luiza, a moça continuou. – Jasmine Wilson. Sua prima. – finalizou, jogando seus braços ao redor de Luiza e puxando-a para um forte abraço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*PTSD: para os que não sabem, PTSD é a abreviação de "post-traumatic stress disorder" ou em português, TEPT "transtorno do estresse pós-traumatico".

Espero vocês nos comentários, até a próxima! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hopeless" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.