A Última Carta - A Seleção escrita por AndreZa P S


Capítulo 29
5 - De agora em diante


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de me desculpar pela a demora, mas eu realmente não tive como escrever o capítulo antes. :(
E OBRIGADA, GENTE! Pelos comentários, favoritos, recomendações, acompanhamentos, foi realmente importante pra mim.
CARACA, é a segunda vez que termino uma fanfic (mas a primeira foi ano passado e só tinha 7 capitulos, mesmo assim foi o sacrificio terminar), e agora escrevi e conclui uma com 28 capítulos em três meses e nem suei muito. q HAUSHAUHSUSHH
uhulll!
BOA LEITURA, GALERA CABULOSAAAAAAAAA



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Eu não pensei quando fiz aquilo. Nunca, nem nos meus sonhos mais confusos e improváveis, eu me via prestes a atirar em alguém. Ainda mais em Aspen, que durante muito tempo considerei uma das pessoas mais importantes da minha vida. Mas cá estou eu, com um revólver em punho, me sentindo obrigada a fazer algo antes que fosse tarde demais e Maxon fosse tirado de mim a força. 

Mirei para baixo, em direção a Aspen, se eu acertasse onde queria, sua perna esquerda seria atingida. 

Esperei ouvir o som do disparo, meus olhos estavam fechados. Porém, nada aconteceu, o único barulho que invadia meus ouvidos era do meu coração, que batia erradicamente, pulsando sangue. Ainda tremula, aperto o gatilho mais uma vez...

Com a boca seca, deslizo minha língua pelos meus lábios grudentos, meus olhos arregalados, procurando afoitos pelo o rosto de Maxon. Ele também me olhava, sua expressão parecia confusa e talvez chocada, eu não saberia dizer exatamente. Observo o canivete machucando-o e engulo em seco, desviando o olhar para Aspen, que tinha um sorriso dolorido no rosto, até que começou a rir, mesmo que eu tenha visto algumas lágrimas escorrendo pelo o seu rosto suado. 

— Então você realmente teria coragem de atirar em mim, Ames? - Questionou-me ele, sua voz saindo mais grave do que o de costume. A arma que segurava de forma precária, finalmente escapou de minhas mãos e tombou no chão, causando um baque alto. 

— Ela não funciona? - Retruquei, sentindo-me estranhamente grata por isso. Aspen não queria, de fato, matar alguém esta noite. No segundo seguinte, como se para de acordar para a realidade, para o que estava na iminência de acontecer, o brilho metálico ainda pressionava a pele de Maxon. Ou talvez eu quisesse acreditar nisso mais do que tudo.

— Não é essa a questão, America. Você queria me matar? - Perguntou, a essa altura não havia mais sorriso, mais riso, apenas dor e raiva. Eu queria simplesmente desmoronar ali e agora, para acordar quando tudo já tivesse acabado. 

— Por favor, Aspen..., por favor, você não é um assassino, eu conheço você! Solte Maxon, é a última coisa que te peço. 

Max trincou a mandíbula, seus olhos estavam atentos e o corpo tensionado. Não duvidava de que ele estivesse esperando outra oportunidade para dar mais uma investida contra Aspen, e isso me preocupou. O sangue começava a sair de seu corte, e senti um aperto dentro do peito. O quão profundo era o seu ferimento, afinal? 

Tento balançar a cabeça minimamente, rezando para que Maxon pudesse compreender o que eu queria dizer, mas ele me ignorou, ele não ficaria naquela situação por mais tempo. Seus lábios estão comprimidos em uma linha rígida, e eu mal conseguia ver o movimento de sua respiração. 

— Me responda. - Exigiu Aspen, sua voz soando alta e forte, retumbando dentro de mim. 

Solto o ar pelo os lábios semi abertos, me sentindo um tanto grogue, como se tivesse sido drogada ou algo do tipo. Percebo que minhas mãos ainda tremiam, e as lágrimas escorriam descontroladamente pelo o meu rosto. 

Uma parte minha, oposta à adrenalina que percorria o meu corpo inteiro de forma intensa, está completamente arrasada, triste, perdida, prestes a morrer. E se essa situação acabasse mal, eu sabia, bem no fundo, de que eu morreria também. Aspen, o cara que eu sempre considerei, antes de mais nada, um amigo... estava ameaçando tirar a vida do homem que eu estava perdidamente e irrevogavelmente apaixonada. Duas perdas que não sei se saberia lidar. 

— Você não me deu outra escolha, Aspen... 

— Eu... eu só quero que você me diga, Meri... você realmente o escolheu, não é? - Fiquei surpresa pela a mudança brusca em seu tom de voz, que parecia embargado. Seu rosto se transformou em uma caricatura machucada, arrependida, e a raiva já não estava mais ali. 

Deslizo minhas mãos pelo o meu rosto, que com certeza estava vermelho, e tento secar inutilmente a úmidade que se encontrava presente. Balanço a cabeça de um lado para o outro, mas sem saber exatamente o motivo da minha negativa....

Não, eu não estava negando que escolheria Maxon à Aspen em qualquer situação. Eu estava negando que aquilo realmente estava acontecendo, eu devia estar sonhando, não é possível. 

— America! - Grunhiu Aspen, fazendo com que eu me sobressaltasse. 

— E o amo, já falei isso pra você, Aspen. Chega, chega disso. Não aguento mais, se você quer matar alguém aqui, leve a mim. Eu faço o que você quiser, qualquer coisa é melhor do que ver o amor da minha vida sendo morto na minha frente. Chega. Não me obrigue a passar por isso, não faça com que o carinho que eu sinto por você se transforme em ódio. Não faça isso, pelo o amor de Deus, Aspen.... pelo o amor de Deus. - Minha voz soava estragulada, desafinada. Minha cabeça já começava a martelar, e tantas emoções me envolviam, que eu achei que poderia me desintegrar dentro de poucos segundos. 

Meu peito subia e descia tão rápido, e o movimento doía. Sério, doía mesmo.  Meus olhos cruzaram com o olhar de Maxon, e apesar de tudo o que estava acontecendo ali, ele me olhou como se eu fosse a pessoa mais maravilhosa do mundo, e eu quis chorar... mas eu já chorava tanto...

Não sei muito bem o que motivou Aspen a fazer aquilo. Não sei se foi motivado pelas minhas palavras, pelo o meu rosto desfigurado ou por um surto de consciência...

De repente, as mãos de Aspen não seguravam mais Maxon, o canivete caiu no chão antes que eu pudesse perceber que Max já havia sido liberto. Imediatamente, ele veio em minha direção e eu me joguei em seu corpo, suas mãos apertaram minha cintura enquanto eu enxarcava sua camisa branca. Nao sabia mensurar o quanto eu me senti leve naquele momento, parecia que nada daquilo que senti nesses minutos fora real. A simples presença do corpo de Maxon contra o meu, e o conforto que aquilo me proporcionava era o suficiente para varrer qualquer dor, ou resquicios de dor e desespero que poderia ainda estar dentro de mim. 

Quando me afastei, a fim de procurar por qualquer outro tipo de ameaça vinda de Aspen, pude notar que a alça do meu vestido havia sido manchada pelo o sangue de Maxon, que ainda escorria... grosso e vermelho forte. Deixo minhas mãos uma de cada lado do rosto de Maxon, fitando-o atentamente, analisando cada machucado, arranhão e prevendo que seus lábios ficariam roxos logo. 

— Você está bem? - Lhe perguntei, realmente preocupada. Ele apenas sorriu, me abraçando mais uma vez. 

— Estou melhor agora. - Sussurrou em meu ouvido, e eu quase me derreti, como o de costume, em seus braços. Mas ouvi o som de algo pesado tombando no chão de madeira lustrada do quarto, e imediatamente me afastei do aperto de Maxon, procurando por Aspen que com certeza ainda estaria ali. 

Max se virou um segundo depois, o corpo tensionado novamente, como se estivesse se preparando para brigar mais uma vez. Mas não havia mais necessidade, os joelhos de Aspen estavam cravados no chão, as mãos puxavam freneticamente seus cabelos negros, enquanto seus olhos verdes marejavam.

— Me perdoem. - Sussurrou ele, e mais uma vez eu senti meu coração apertando dentro do peito. - Eu... eu nunca quis machucar ninguém, eu jamais... jamais faria nada para te machucar, America, jamais. - Seus olhos então fixaram-se em mim, como se quisesse que eu eu visse através deles o quanto estava arrependido. Porém, por mais que eu estivesse arrasada por ele, ainda permanecia em mim a imagem das consequências do que ele fizera. Não podia tomar nenhuma atitude... não sei se voltaria a amá-lo como amigo algum dia, só sabia que não queria mais vê-lo, e isso seria o melhor para nós dois. 

— Aceito suas desculpas, mas nunca mais quero te ver de novo, Aspen. Seja feliz, encontre alguém que mereça o seu amor, ame de verdade, lute de verdade, mas somente com as suas melhores armas para conquistar o amor da sua vida, porque está claro como água para mim, que não sou eu. E você sabe, no fundo você sabe. 

Minhas palavras pairaram pesadas no ar, e o cara diante de mim, parecia que as tinham sentido como um chute ceiteiro no estômago. Ele sabia que eu estava certa, ele sabia. Não é possível que somente eu conseguia ver que nós nunca fomos um casal de verdade, que nós nunca nos empenhamos o suficiente para estarmos realmente juntos. Fizemos o básico, nos apegamos um ao outro, mas não fizemos tudo aquilo que a nossa idealização queria. Nosso relacionamento não foi um conto de fadas, não foi tão bonito quanto achamos que era. 

E ele acabou. Qualquer ligação que eu por ventura pudesse ter com Aspen acabara naquela noite, e eu me sentia livre. Livre de verdade, para então começar um novo relacionamento com Maxon. Eu estou entregue inteira para ele, sem medo e nem cicatrizes do passado. 

Houve uma pausa silenciosa, e eu podia sentir os olhos de Maxon olhando-me, mas permaneci com a expressão inalterada, fitando Aspen que agora já apoiava as mãos no chão para se erguer debilmente. Parecia que suas forças haviam sido drenadas e ele precisava de muito esforço para se levantar. Solto um suspiro alto e pesado, sentindo meus ombros que até então estavam retos e tensos, arriando.

— Vamos chamar a policia... dar ocorrência. - Comuniquei-o, me sentindo estranha ao dizer aquelas palavras.

— Você está certa. - Sussurrou Aspen, a voz fraquinha, derrotada.

Com o canto do olho percebo o movimento da cabeça de Maxon, que balança calmamente de um lado para o outro. Ele pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. 

— Ames, você não precisa fazer isso. - Disse, seu rosto muito sério.

Respiro fundo.

— Mas é o certo. - Retruquei. Maxon então abriu um pequeno sorriso de lado.

— Vamos colocar uma pedra em cima disso. Vamos deixar com que Aspen viva a sua vida, ele errou, mas ninguém saiu machucado disso. Ele não é um assassino, mas você o conhece melhor do que eu, e já deve ter notado isso. 

Nós dois encaramos Aspen, que nem de longe parecia o mesmo garoto que eu vira algum tempo atrás. Suas roupas estavam completamente amassadas, os cabelos desgrenhados e o rosto suado. Seus olhos pareciam tão pesados que me davam a impressão de que ele precisava de muito esforço para mantê-los abertos. Ele parecia que tinha fugido de um hospicio ou algo do tipo. 

—Pode ir embora, Aspen. - Murmurou Maxon, sua voz autoritária, imponente, e apesar dos machucados e da dor que devia estar sentindo, seu porte estava ereto e digno, com aquele ar de superioridade que aprendi a gostar. 

Aspen abriu a boca para dizer algo, mas desistiu. Com movimento de pernas rápido e preciso, ele caminhou em direção à porta, mas antes de sair pediu desculpas mais uma vez, e eu acreditei de fato nelas. 

E então, Maxon e eu ficamos parados, mais uma vez sozinhos naquele quarto enorme. Não sei exatamente quantos minutos ficamos ali, de pé, fitando algo além das paredes claras, mas com certeza aquela pausa havia sido necessária, tornando-a até mesmo agradável.

Precisávamos digerir o que acabara de acontecer. Depois de algum tempo, lembrei-me de que Maxon estava machucado e praticamente implorei para que ele fosse para o hospital mais próximo, mas ele bateu o pé e disse que não precisava. Contendo minhas preocupações, vasculhei o quarto mais de uma vez a procura de algum kit de primeiros socorros, e felizmente o encontrei no banheiro, no armário superior. 

— Deite-se. - Pedi para Max, que me obedeceu sem pestanejar. Ele parecia exausto, e para falar a verdade eu também estava. Limpei com o maior cuidado possível os ferimentos no rosto de Maxon, mas às vezes eu podia vê-lo respirar fundo e fechar os olhos por alguns segundos, mesmo que nenhum piu tenha saído de sua boca. Ao analisar o machucado em seu pescoço, constatei com alívio de que ele era mais superficial do que aparentava em um primeiro momento. Limpei-o assim como fizera com os arranhões perto de seu olho, e o machucado perto de sua boca. Maxon estremeceu um pouco.

— Já estou acabando. - Murmurei para ele. Max sorriu para mim.

— Estou bem. - Garantiu-me ele. Houve cerca de um minuto de silêncio antes de eu me pronunciar novamente:

— Max... você foi muito bondoso com Aspen, em deixá-lo ir sem prestar queixas a ele na delegacia. 

Ele franziu as sobrancelhas, mas depois suas feições demonstravam humor.

— Só fiz isso porque queria vencer dele nas eleições. - Retrucou, uma de suas sobrancelhas se arqueou. Revirei os olhos.

— Claro, sei. Ahn... acho melhor você tirar essa camisa, ela está muito suja, e eu não aguento mais ver sangue em você, me dá agonia. - Falo, já me levantando da cama. Maxon sentou-se em seguida, desabotoando a camisa rapidamente, revelando por completo agora a sua pele nua do peitoral forte. Ele jogou-a no chão, e de repente seus olhos se fixaram nos meus, e eu mal conseguia pensar direito. - Bom..., acho que podemos ir pro hospital agora, só para garantir que você está realmente bem.

Maxon ainda me fitava atentamente, intensamente, parecia que queria me comer com os olhos. Senti minha pele esquentar e formigar, enquanto minha garganta ficava seca. 

— Pois eu acho que nós dois deveriamos ficar aqui mesmo. - Ele lançou um olhar para a cama, e seu sorriso alargou-se. - Oh, com certeza aqui é o melhor lugar para ficarmos. 

Mordo o lábio inferior pare reprimir um sorriso. Cruzo os meus braços.

— Você consegue pensar nisso até quando está com dor? - Indaguei a ele, que soltou uma risada. 

Naquele momento, parecia que o incidente com Aspen era uma nuvem escura e distante. Talvez poderiamos até fingir que nunca acontecera. 

— A única dor que sinto é quando você está tão longe de mim assim. - Respondeu, fazendo com que meu corpo estremecesse um pouco. Maxon não esperou que eu lhe dissesse algo, e ainda bem, porque eu não tinha nada bom o suficiente para dizer. Ele aproximou-se de mim, sua pele irradiava calor, sério. Por mais que ainda não tivesse encostado um dedo sequer em mim, eu já começava a me arrepiar. 

De repente ele parou, seus olhos fixos na alça do meu vestido. Maxon contorceu o rosto, franzindo o cenho. 

— Aspen machucou você? - Me questionou, parecendo confuso e profundamente irritado. 

— O quê? Ah, não... esse sangue é seu. 

Seus lábios também franziram-se.

— Também não gosto de te ver suja de sangue. - Ele murmurou, e eu assenti com a cabeça. 

— Vou trocar de roupa, então. - Comuniquei, já fazendo menção em ir rumo ao banheiro pegar peças limpas para usar, mas Maxon me impediu, segurando o meu braço. 

Seu sorriso era de canto, e mesmo com o rosto machucado ele parecia incrivelmente sexy. Os cabelos louros e desgrenhados, os olhos que me derretiam inteira só me fazia pensar coisas que eu tinha certeza de que ele também queria fazer. 

Porém as palavras que saíram de seus lábios me pegaram de surpresa.

— Você gosta desse vestido? - Perguntou, olhando-me de cima a baixo. Reviro os olhos, não era aquilo que eu queria que ele dissesse. Dou de ombros. 

— Gosto, mas tenho alguns modelos parecidos, e... - Não pude terminar a frase, pois Maxon rasgou o tecido e eu fiquei parada, atonita, sem me mover, sentindo minhas bochechas vermelhas. 

A sensação de ficar apenas de calcinha e sutiã na frente de um homem era estranha. Mas a forma como o Maxon me olhava, apenas fazia com que eu me sentisse estranhamente quente e linda. Ele focou o olhar entre os meus seios e quando voltou a falar comigo, um sorriso cafajeste brincava em seu rosto.

— Você está muito melhor assim. - Sussurrou ele, aproximando-se de mim e me envolvendo em seus braços. Primeiro ele tocou seus lábios macios na minha clavícula, descendo lentamente pelo o meu pescoço, e eu já tinha me esquecido de como respirava. - Você está bem? - Agora fora a vez dele me perguntar, e o ar de riso em sua voz me deixou um pouco sem reação.

— Sim, é que... - me afastei um pouco para poder olhar em seus olhos. - Você é tão, tão, mas tão lindo. - Confessei, me aproximando dele novamente, puxando seu lábio inferior entre os meus dentes. Maxon disse alguma coisa, mas eu não consegui entender, e então me puxou para a cama, ficando entre as minhas pernas. Ele deu a entender que me beijaria, mas então se afastou de novo. Apertei minhas unhas contra a pele de suas costas, sentindo tanto desejo pela a pessoa dele, pelo o beijo dele, que eu nem sabia de onde estava vindo. 

Solto um suspiro baixo.

— O que houve? - Ele me perguntou.

— Me beija logo. 

Maxon beijou o canto da minha boca. 

— Assim? - Retrucou.

Reviro os olhos. Me inclino pra cima, para eu mesma beijá-lo, mas Maxon se esquivou. Ele queria brincar comigo.

— Não. - Deslizo meu indicador pelo o meu lábio, e seus olhos ficaram intensos, negros.  

— Faz isso de novo? Você fica tão sexy. 

— Então me beija.

— E depois?

— Depois você faz o que quiser comigo. - Fecho os meus olhos por um momento, a intensidade do momento, das minhas emoções e sensações, e do olhar de Maxon já começava a me deixar desnorteada. - Eu sou sua. 

— Eu te amo, vou fazer de você a mulher mais feliz do mundo. - Diz ele antes de me beijar, saciando a minha vontade de ter a sua boca contra a minha, de sentir o seu gosto mais uma vez.

 

...

 

America está com seus cabelos ruivos, mais curtos do que quando mais jovem. Mas seus olhos azuis ainda mostram certa inocência, que encanta Maxon de tal maneira que ele seria incapaz de verbalizar com palavras. Ambos estão participando de uma festa benificente promovida pelo o Congresso, e depois de tantos anos ao lado de Maxon e lidando com as pessoas públicas, ela já não se importava mais em representar um papel de mulher polida e refinada, na verdade, toda a insegurança e rebeldia que a caracterizam anos atrás, deram lugar a uma mulher madura e responsável.  Quando não está dando aula de música para as crianças de baixa renda - dois anos após o casamento de Amerixon, ela decidira por fim fazer uma faculdade, e, como era de se esperar, escolheu Música -, ela se ocupa a organizar a agenda do marido, que ficara corrida desde que vencera a primeira eleição quando tinha 22 anos.

Maxon cutucou a cintura de America, fazendo com que ela lhe fitasse automaticamente. Ele inclinou-se para baixo, seu hálito fazendo cócegas na pele exposta de seu pescoço. 

— Você está linda hoje, sabia? - Sussurrou Maxon. 

America abriu um sorriso enorme.

— É a quinta vez que você diz isso. Vou começar a acreditar. - Retrucou ela, com um ar de riso tomando suas feições e fazendo com que suaves linhas de expressão lhe marcassem o rosto.

— Você ainda não acredita? Vou ter que fazer algo sobre isso, então. 

America arqueou uma de suas sobrancelhas. 

— É mesmo? E o que o senhor tem em mente? 

Maxon abriu um sorriso enorme, fazendo surgir pés de galinha ao redor dos olhos castanhos, e ainda juvenis. Sua expressão era semelhante ao de uma criança travessa. 

— Venha comigo, vou te mostrar. - E então pegou a mão de sua esposa. Ambos caminharam calmamente entre os convidados, sorrindo e acenando, parando para tirar fotos quando era necessário, mas assim que saíram pela a porta dos fundos e entraram em um corredor estreito e reservado, Maxon pressionou o corpo de America contra a parede. - Você consegue imaginar o quanto eu te amo? - Ele perguntou de repente. 

— O tanto quanto eu te amo.  - Respondeu de imediato. Maxon sorriu. 

— Eu amo mais. - Retrucou de volta, depositando beijos no pescoço de America, fazendo-a se arrepiar. 

— Parecemos dois adolescentes. 

— Falando nisso, acho que a Eadlyin está entrando na adolescência mais cedo do que o normal. Recebi um cominucado da escola... parece que a sua filha tentou sufocar um dos coleguinhas. 

— Minha filha? 

— Ela tem o seu gênio. - Diz ele. America tenta manter a expressão séria, mas acaba sorrindo.

— Talvez. 

— Não quero falar sobre isso agora. Quero é te beijar, beijar a noite toda, todos os dias, pra sempre.

— Pra sempre. - Diz ela, sentindo-se emocionada. Por mais que ele sempre dissesse que a amava, ela sempre se sentia assim. Como se fosse a mulher mais feliz do mundo... e talvez fosse mesmo.


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Notas finais do capítulo

OBSERVAÇÃO ADICIONAL: Carter e Marlee também se casaram. America ficou sabendo mais tarde que o pai de Carter também era político, mas que o garoto preferiu seguir o seu sonho, e meses depois quando concluiu a faculdade, abriu sua empresa de paisagismo. Eles tiveram um filho. America e Maxon moram em outra casa, não mais na mansão. Aspen largou a política e ninguém mais sabe o que aconteceu com ele, mas há boatos de que ele se apaixonou por uma indiana via internet e que teria se convertido para poder casar com a moça.
SEGUNDA TEMPORADA -> https://fanfiction.com.br/historia/686351/Quem_nos_somos/