Assim que eu sai do carro do Cláudio, eu me despeço dele e entro no prédio.
Passo pela portaria, onde o porteiro se chamava Jack, um nome estranho para quem está no Brasil, mas não temos muito o que comentar:

— Olá Jack— o cumprimento

— Olá senhorita — ele responde

Continuo andando até o hall onde fica o elevador, dou uma olhada em volta e vejo o garoto das calças rosas sentado em um dos muitos sofás com um fone de ouvido e lendo uma revista de moda, acho que a Vogue ou talvez a Glamour, não importa, continuo andando em direção do elevador, aperto o botão e segundos depois ele chega, quando vou dar um passo para entrar no elevador eu sinto um puxão:

— Ei! — vejo o garoto das calças rosas segurando o meu braço — Quem é você? E me solta — Digo um tanto irritada

— Peter, prazer — ele fala com uma voz gay e me estende a mão e eu aperto rapidamente— pelo visto a situação ta pior do que eu imaginava — ele murmura me olhando de cima a baixo

— O que? Do que você está falando? — pergunto

— Nada. Quer saber, vem comigo — ele me puxa na direção do elevador apertando o botão 9, provavelmente ele é vizinho de andar da Lucia —Sinceramente, como você tem coragem de sair com essa roupa toda branca e um tênis,esse visual não colou nem com superbonder, e acessórios não foram criados a toa, e esse seu cabelo, faz quanto tempo que você não faz uma hidratação, essas pontas estão mais secas do que o deserto de Saara. — É, agora tenho certeza que ele é gay

— Okay, o que você vai fazer comigo?

— Você vai ver, vai ser puro Glamour. — ele fala, tenho vontade de rir mas melhor ficar quieta.
Ele pega o celular, disca um número e fala rapidamente:

— Amy, Luck, os animais da ONG podem esperar, temos uma emergência nível Hard (difícil, em inglês), venham para meu apartamento NOW (agora, em inglês)

Ele desliga o telefone e o coloca no bolso, a porta do elevador se abre ele sai e eu o sigo, Peter vai na direção do apartamento de número 98, nós podemos escolher o número do apartamento em que vamos morar na hora de acertar os papéis, desde que comece com o número do andar, ele abriu a porta e disse para eu entrar, o apartamento era muito bem decorado, haviam partes com papel de parede florido, em outras paredes rosas e uma com várias fotos, agora tenho absoluta certeza, sem sombra de dúvidas, ele é gay.

Alguns segundos depois duas cachorrinhas correm até eu e começam a cheirar meus pés e fazer festa:

— A poodle é se chama Spring e a Shih Tzu é a Cristal — Peter diz

— Posso passar a mão? — pergunto

—Claro — responde

Passo a mão na Spring que fica de barriga pra cima, e depois na Cristal que se espreguiça, ignora o carinho e conca a brincar com a minha mão

— Ali, venha aqui por favor.

Eu vou até ele, que abre uma porta no canto que leva até um lugar incrível, era uma espécie de salão de beleza / estúdio de moda, era incrível, tinha uma estante com vários tipos de tecido, de todas as cores, na frente tinha um negócio antigo que as mulheres usavam para se trocar, e também havia uma máquina de costura, um manequim, um espelho gigante cobrindo quase toda parede, e também uma cadeira de cabeleireiro, daquelas que eles usam para lavar o cabelo, um suporte segurando um secador e várias prateleiras com todos os tipos de produtos, e na parede extra perto da máquina de costura haviam vários desenhos de roupas que foram perfeitamente colocados e desenhados:

— Meu Deus, isso é incrível — falo com sinceridade

— Eu sei — ele apenas responde — sente-se aqui— Ele pede

— Não, o que?—digo assustada

—Relaxa, vai ficar fabulous (fabulosa, em inglês)

Sento na cadeira com um pouco de medo, até que a campainha toca

— Me espere aqui — ele fala e eu resolvo não contraria-lo

Ouço umas vozes, três vozes diferentes:

— Vocês não tem idéia, a garota que se mudou ontem no prédio, não tem o mínimo senso de moda e o cabelo dela ta sem corte e todo resecado — ouço o Peter falando, me olho no espelho e não acho que o que estou vendo seja tão ruim assim

— Meu Deus, a ONG dos animais pode esperar. — Uma voz estranha fala

Ouço passos vindo até o cômodo onde eu estou, e juro que estava um pouco apreensiva com o que eles iriam fazer comigo:

— Bem que você falou que a situação estava feia, meu nome é Amy, prazer —

— Ali — apenas respondo com uma vontade imensa de enfiar minha cara num buraco

— Esse aqui é o Luck— Amy me apresenta a um sujeito um tanto bonito

—Olá

— Então garota, vamos começar por que ta feio — vejo que ele é gay também
Peter colocou Sorry do Justin Bieber ( quem quiser ouvir para acompanhar, juro que é legal, não é pq é do Justin Bieber que é lixo, eu não gosto dele mas essa música é bem contagiante) Luck começou a lavar o meu cabelo, passou um milhão de cremes que eu nunca havia ouvido falar, depois ele me levou para uma cadeira e pegou uma tesoura:

— Peare, o que você pensa que vai fazer— digo assustada

— Vou cortar, mas juro que não vai ser muito, só as pontas pra ela voltar ao normal, acho que você conheceu a Helena, nós que fizemos o cabelo dela.

— E também cortamos o da Michaella, e que cabelo, tenho inveja do da Michaella, ele é lindo, ondulado natural e escuro. AH é um Dream (sonho, em inglês) — diz Amy

— E também escolhemos as roupas do Cláudio, quando ele vai fazer os shows — Diz Peter

— Nós fizemos a mesma coisa com a Lucia, o que estamos fazendo com você — diz Luck

— E o Nico e o Nycolas tivemos que mudar o guarda-roupa deles quase que inteiro. Esses homens de hoje não tem o mínimo senso de moda — Diz Amy

— Quem são esses? — pergunto

— Logo você vai conhecê-los

— Como assim?

— Nós que ficamos responsáveis pela festa de ano novo todas as pessoas que tem a capacidade de andar sem uma bengala vão, e é claro que você vai né?!

— Não sei, mas posso tentar

— Claro que vai, agora nós vamos te virar para você não ver o que vamos fazer com o seu cabelo

— Não corte mais que 4 dedos okay

— Relaxa — Luck disse por fim

Ele virou a cadeira e cortou meu cabelo por 10 minutos, a cada mecha de cabelo que caia, meu desespero aumentava, eu simplesmente odiava cortar o cabelo, depois ele pegou um secador e secou todo o cabelo ( ava, jura?), até que eu recebo uma mensagem

To morrendo de saudades, sua amiga não vale nada, queria que você estivesse em SP, eu ainda te amo.

Henry

Sinto uma lágrima cair e Luck desliga o secador, pega o celular vê a mensagem e diz:

—Gente, olha isso— chama Amy e Peter — Ele é um babaca de ficar com a Amiga da Ali e dizer isso depois, ele não te merece lindinha, agora vamos terminar esse cabelo para mostrar para ele que perdeu.

Luck volta a secar meu cabelo, eu seco minhas lágrima, e alguns minutos depois me vira para o espelho:

—Isso está incrível — falo impressionada e com os olhos um pouco vermelho

— Eu sei — disse Luck— agora tira essa cara de choro, eu odeio ver uma garota chorando por um babaca.

Me recomponho e logo Peter diz:

— Agora vamos para o seu apartamento, escolher um visual novo para você— disse Peter

Saimos do apartamento do Peter, pegamos o elevador, e fomos até meu apartamento, abri a porta, e fui andando sendo seguida por eles até o meu quarto, eles entraram e foram direto ao meu guarda roupa, logo o abrindo e tirando um monte de roupas de dentro dele

— Olha só Ali, branco só no ano novo, no way( sem chance, em inglês) de usar isso no dia-a-dia — disse Peter, então ele tirou de lá, um short jeans, e uma camisa xadrez— pode ficar com a blusa e com o tênis, agora só troque o short e amarre essa blusa na cintura.

Peguei as roupas e fui no banheiro me trocar, vi pelo espelho que ficou super bom, sai de lá e mostrei para eles como que ficou

— Ta linda, ficou verdadeiramente uma diva — falou Peter

— Agora que terminamos por aqui vamos para a ONG, nós temos mais 2 horário antes de fechar— falou Amy

— Que ONG que vocês vão? — pergunto

— Uma aqui perto, de proteção aos animais abandonados. — falou Luck

— Posso ir também? Eu amo animais.

— Claro, você pode mostrar esse visual para o world (mundo, em inglês) mas vamos logo, antes que feche — falou Peter

Saímos do apartamento, pegamos o elevador e é claro que eles quiseram tirar uma foto no espelho, rapidamente postei no Instagram e os marquei, saímos do prédio e na esquina era a ONG,

Entramos e eles já eram conhecidos por lá, me apresentaram a todo mundo, fomos ver os animais, e eles eram tão fofos e logo vinham para nós fazermos carinhos neles, foi uma tarde muito divertida, eu realmente havia gostado muito, saímos da ONG quando estava quase fechando, me despedi deles e Peter entrou num carro preto com o Luck e a Amy, entrei no prédio, dando um "Oi" a Jack, vou para a área da piscina,vejo a Mickey, e sento em uma espreguiçadeira ao lado dela, começamos a convencerás sobre futilidades enquanto víamos o sol se pôr.