Uptale escrita por Helen


Capítulo 4
IV — Sofisma.


Notas iniciais do capítulo

P.ext. Todo discurso tendencioso cuja intenção reside na ideia do erro, proposto ardilosamente por quem o exprime.



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A máquina escalava a fenda, poupando o esforço de seu criador, que se mantinha acoplado à invenção. Chegando à superfície, o monstro desceu da engenhoca e digitou em um celular: "modo Y". Os grandes braços mecânicos entraram no pequeno corpo retangular, e depois de vários barulhos de movimentação metálica, duas pernas saíram ao mesmo tempo que dois braços se revelavam. Levantando-se, o robô parou em pé por algum momento e bateu em si mesmo, para então sair sua cabeça realista. Abrindo os olhos, a máquina analisou todo o cenário.

O chão era rochoso, repleto de poeira. Um vulcão adormecido estava a alguns quilômetros, criando uma vasta sombra na pequena vila em que a criança e o robô encontraram. Mesmo estando adormecido, via-se a lava correndo por alguns lugares, formando "rios" que eram usados por ferreiros. A maioria das casas eram feitas de aço.

Com essa visão, o pequeno monstro e a máquina se propuseram a procurar pelo seu objetivo inicial, que era encontrar um humano tão inteligente quanto eles. A criança guardou o celular e começou a andar pelas ruas daquela cidade de humanos.

Não havia pessoas nas ruas. Pareciam estar todas em casa, brincando e vivendo em suas tecnologias. Nenhuma estava na janela para apreciar as árvores laranjas e cinzentas (em ambos os sentidos). Lentamente, a esperança do monstro foi se esvaindo. Sem alguém para perguntar sobre o mais inteligente, o que adiantaria andar pelas ruas?

Seu robô percebeu a falta de esperança pelas ondas cerebrais da criança e começou a dizer as falas que tinha sido programado a falar. Mesmo sendo um consolo familiar, o pequeno monstro aceitou as palavras robóticas de sua máquina. A esperança dada a ele o impulsionou a procurar por mais ruas, e enfim chegar até uma grande casa de aço, que tinha uma placa com o nome "Laboratório".

Feliz, a criança se aproximou da grande porta e bateu nela. Uma pequena câmera saiu de um compartimento e começou a observá-la. Perguntou seu nome e seu objetivo. O monstro teclou no bloco de notas do celular as duas coisas, e apontou para a câmera. Visto isso, a máquina voltou-se para dentro e a porta abriu.

Ambos entraram no grande laboratório, e foram recebidos por um humano com 1,75 de altura, cabelos negros que iam ate o pescoço e olhos da mesma cor. Ele apresentou ambos ao laboratório, e deixou que explorassem tudo, podendo fazer o que quisessem. Mesmo com medo, a criança começou a andar pelas várias salas cheias de aparelhos. Logo se acostumou com o lugar. Passou o dia inteiro lá, sem perceber.

Quando a noite chegou, o monstro pediu para voltar pra casa. O humano deixou apenas a criança ir, pedindo para examinar o robô. Mesmo sendo máquina, a criação não quis abandonar seu mestre. Isso arrancou uma risadinha do humano. Deixou que o monstro ficasse enquanto examinava o robô, mas avisou para terem cuidado com o sistema de segurança que fica ativado de noite.

O monstro ficou esperando dentro de uma sala cheia de compostos químicos o retorno da sua máquina. Então, ouviu um tremor estranho e foi pra baixo da mesa. Viu um grande robô com uma peruca preta, um rosto de aço muito realístico, equipado com uma arma no lugar do braço. Aquele era o sistema de segurança contra monstros.

Não demorou muito até o robô perceber a presença do monstro ali e começar a atirar. A criança fugiu, e invadiu a sala onde o cientista estava analisando seu robô. Paralisou ao ver o humano morto pela sua máquina. Ela explicou-se, dizendo que ele era uma ameaça e iria transformá-lo em outro sistema de segurança. Sem tempo para ficar chocada, a criança ordenou ao robô que fugisse com ele. A máquina obedeceu e os dois fugiram do laboratório.

Lá fora, tarde da noite, ninguém percebeu a movimentação. A criança e o robô correram pelas ruas, de volta à fenda, e ao chegarem nela, desceram.


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Notas finais do capítulo

Não teve imagem dessa vez, fica por conta da imaginação de vocês.
(Esse é o último capítulo, porque não tive ideias para outros.)



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