Melancolia escrita por holden


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Significado de melancolia: Tristeza profunda, doença mental, depressão. Condição mental que se traduz numa depressão relativamente profunda, uma sensação de impotência, um dissabor de existência e, por vezes, pensamentos desvairados de acusação do próprio, de desbrio ou rebaixamento direcionado ao próprio.

Ás vezes Albus Potter tinha pensamentos que o envergonhavam - Aquela horrível humilhação interna que sentimos quando nos lembramos de algo constrangedor. Mas, no seu caso, não eram memórias embaraçosas, mas sim pensamentos, esses que vinham quando ele menos esperava e sempre que isso acontecia Albus tinha vontade de se matar - de verdade.

Ultimamente a ideia do suicídio não parecia ser assim tão horrível, é claro que pensar em suicídio já era algo ruim o suficiente, mas ele sempre fora o cara estranho da família, seus olhos não eram tão verdes quanto deveriam ser, fora selecionado para a Sonserina e era bissexual. Saira completamente o aposto do esperado para qualquer um. E pelos deuses, ele simplesmente odiava Hogwarts. Só em pensar em todas aquelas pessoas superficiais ele tinha vontade de se matar - de novo - a ideia do suicídio não era assim tão ruim.

Não suportava nenhuma das pessoas que deveria se relacionar e tinha arrepios sempre que chegava perto delas. Pessoas, pessoas, pessoas... - ARGH!- Albus as odiava. Ele deveria estar no terceiro ou quarto nível de psicopatia não era possível! Só a palavra ''Amor'' já o fazia ter uma onda de náuseas. A necessidade que o ser humano tem de sempre estar em qualquer tipo de relação o deixava irritado e com uma intensa vontade de revirar os olhos.

Outra coisa que o incomodava tanto quanto pessoas, amor e Hogwarts - Essas três eram um pacote - Era o sentido da existência. Por quê nascemos? Para onde vamos? Quem nos criou e por quê diabos fez isso? Por mais estupidamente clichê que isso fosse ele não conseguia parar de se perguntar incansavelmente. Não conseguia ter animo em fazer as coisas se não sabia o porque de faze-las. Era desgastante.

Mas Albus tinha vontade de chorar. Ao mesmo tempo que desprezava as coisas ele as amava imensamente. Amava o universo mas o odiava por faze-lo existir. Era tanto amor e ódio em conflito dentro de sí que o perturbava, fazendo ter horríveis pensamentos. Ele nunca conseguia parar de pensar, de simplesmente esvaziar a mente e descansar. Pensava demais e revivia coisas insignificantes o tempo todo, coisas que absolutamente ninguém em juízo perfeito se daria o trabalho de pensar. Por isso tinha insônia, demorava horas para dormir e quando conseguia logo acordava completamente infeliz consigo mesmo. Cada vez que acordava de uma noite mal dormida Albus se sentia decepcionado, sempre esperava algo diferente em sua entediante rotina, queria se surpreender com algo, mas isso parecia ser meio que impossível. Você perde as esperanças depois de 17 anos esperando por algo que nunca vai acontecer.

É claro que para as outras pessoas isso era diferente, as via mudando, evoluindo e alcançando objetivos enquanto ele sempre estava parado no mesmo lugar. Isso é algo irritante depois de algum tempo, ninguém podia culpa-lo por ser tão amargurado assim, pior do que não aceitar algo ruim é aceitar, suas esperanças evaporam quando isso acontece.

As vezes se sentia feliz, aquela felicidade em que você sente que pode ser qualquer pessoa ou fazer qualquer coisa, geralmente esses momentos duram algumas poucas horas e logo Albus se sente triste vazio novamente. Felicidade não é algo para todo mundo, algumas pessoas apenas não tem sorte e vivem a vida de uma forma mais morta do que realmente viva.

Albus é uma dessas pessoas.

E não é como se de fato não se esforçasse para isso - Ser feliz e socializar - Mas sempre há algo dentro dele... O mini Al, malvado e infeliz, o puxando cada vez mais para baixo. As pessoas tem certa pena de Albus, uma coisa que já não o incomoda, ele próprio sente pena de sí mesmo. A humilhação e vergonha interna também são sentimentos que se perpetuam. Al sempre tentava lutar consigo mesmo, se odiava, sua mente o matava e nada parecia bom o suficiente, não queria ser daquele jeito, viver na sua cabeça fazia com que o céu nunca fosse azul o suficiente, fazia com que o copo sempre estivesse meio vazio.

Ele gosta de imaginar sua vida como um filme, ou uma realidade alternativa, pensa que, dessa forma, consegue passar de forma menos infeliz sua vida. Não que fosse um cara com uma vida horrível do tipo... falta de comida ou pais, ou que tivesse um grande trauma de infância, pelo contrário, tinha uma boa vida, uma casa e família que o amavam.
Se sentia extremamente ingrato por se considerar uma pessoa infeliz tendo coisas que inúmeras pessoas gostaria de ter. Mas, por mais que se esforçasse para se sentir mais confortável com a realidade em que se encontrava Albus não conseguia, sempre falhava em tudo que tentava. Ele não consegue se encaixar, seja na família, escola ou amigos... algo sempre o incomoda. Tudo que faz parece forçado, sente que não merece a felicidade e coisas boas da vida. Está sempre esperando que algo ruim aconteça com ele pois, de certa forma, sente que merece.

Até se consideraria uma pessoa falsa, se não soubesse que todos a sua volta são piores, retribuir algo ruim não é ser alguém ruim, ele não se sente mal por não ser verdadeiro com as pessoas que o cercam. Ás vezes se pega esperando algo que não sabe o que é, mas, no fundo, sabe que isso é apenas uma forma de conforto do seu cérebro para mante-lo ocupado com algo.

Não consegue, mesmo que queira insistentemente, deixar de ver a vida como uma ilusão, a vida é uma ilusão, e quem não vê isso é sortudo, a benção da ignorância é algo que Albus gostaria de ter. Se acha extremamente patético por ser assim, queria poder ignorar as coisas como as outras pessoas fazem.

Albus odeia tudo que há no mundo.

Sempre pensa em como seria se ele se matasse, isso é meio mórbido, mas é algo que o satisfaz em suas crises depressivas. Sente que quando finalmente morrer vai ter adiado sua morte o máximo possível, nunca sentiu que fosse viver muito.

Albus Potter acredita na morte emocional.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam, isso é muito importante para mim. Beijos.