Broken Glass - Caco de Vidro escrita por Letícia Silveira, Maavi


Capítulo 9
Capítulo 9 - Aceito ou não?




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Admito que fiquei alguns minutos em choque. O Jake acabou com a Leah! Essa era a única informação que já tinha caído a ficha. Agora, o Jake sofreu impriting comigo! Ele me ama! As palavras de Seth ficaram rondando a minha mente:

 

 

"O impriting é um fenômeno que ocorre com nós, transmorfos, e é quando encontramos a nossa alma gêmea. É como se fosse amor à primeira vista, só que muito mais forte. E nós podemos encontrar o nosso impriting em qualquer fase da vida, onde poderemos ser apenas amigos, irmão mais velho, namorado, amante... Mas às vezes pode ser apenas um extinto de proteção"

 

Extinto de proteção e se o Jake não me amasse? Percebi que o corredor estava vazio e que Jacob evitava me encarar, como se tivesse medo da minha reação.

 

- Você não precisa terminar com a Leah, Jacob. - Eu disse com um fio de voz, mas tenho certeza que ele ouviu.

 

- Como assim? - Ele perguntou atônito, como se a última coisa que ele esperava era essa resposta.

 

- Você não precisa terminar com ela, só por saber como isso me fere. Eu sei sobre o impriting e que você não quer me ferir, mas eu estou pedindo para você retornar com a Leah. - Eu disse com a voz entrecortada.

 

Leah não podia sofrer novamente, por minha causa dessa vez.

 

Jake não merecia ser infeliz, como eu vou ser.

 

Foi o ato mais difícil e importante que eu já fiz na vida.

 

Nem percebi que eu estava com os olhos fechados e mordendo o lábio, nervosa com a sua possível reação. Abri os olhos e percebi que não havia mais ninguém ali e eu precisava ir para a minha próxima aula: Mecânica. Eu me inscrevi nessa aula, como se fosse uma matéria extra, pois tinha algumas disciplinas entre as quais escolhi.

 

Tentei não chorar, mas a verdade é que a única coisa que eu queria era ir para casa e chorar, afim de esmagar essa dor em meu coração.

 

Cheguei na sala sentindo um certo aperto no coração, mas eu sabia que o único jeito era ignorar aquilo.

 

- Bom dia, senhorita Cullen. Vejo que se atrasou, posso saber o motivo? - Perguntou um senhor, quando eu entrava na sala, que mais parecia uma garagem, com várias peças espalhadas e vários alunos sentados no chão.

 

- Desculpe, senhor - chequei o meu horário - Breen. Prometo não repetir isso, mas estou indisposta. - Não era mentira, eu não estava me sentindo bem.

 

- Está bem, senhorita. Entre, mas fique bem claro que não se pode repetir, OK? - Ele perguntou e eu assenti com a cabeça, já entrando na ''garagem''. Me sentei perto de uma menina pálida com cabelos castanhos escuros cacheados. Ela fez uma careta ao me ver sentada ao seu lado e disse com uma voz aguda:

 

- Esse lugar está reservado. - Eu permaneci no meu lugar e a ignorei. - Eu disse que este lugar está ocupado.

 

- Sim, eu estou nele. - Eu disse a encarando e dando o sorriso mais sínico que eu já dei na vida.

 

A menina sorriu para mim. Espera, por que ela sorriu?

 

- Gosto do seu ponto de vista. Sou Miranda prazer. - Ela sorriu amigavelmente. Tinha um jeito de patricinha, mas no fundo parecia ser boa pessoa.

 

- Miranda o quê? - Perguntei. - Ah, desculpe. Renesmee Cullen, prazer. - Digo apertando a sua mão num comprimento amigável.

 

- Miranda Stweart. É legal te conhecer. Pena que você não pode sentar no almoço conosco. - Ela fez um muxoxo.

 

- Porque não?

 

- Porque você não tem um nome com "M". É uma regra idiota da Mel. O nome dela é Melinda, mesmo.

 

- Como assim?

 

- É a Melinda não deixa niguém não-descolado ou popular sentar na nossa mesa. Ou pelo menos que tenha um nome com "M". - Ela fez uma careta, parecia que a situação não a agradava.

 

- Não entendo.

 

- Nem eu. - A cara dela foi tão hilária que eu ri.

 

O resto da aula fluiu muito tediosa. Descobri que o Quil, o Seth, o Embry e o jacob estavam em um curso mais avançado de mecânica. Miranda era muito legal e engraçada, mas disse que eu nunca poderia contar à Melinda que eu havia falado com ela.

 

Miranda parecia muito desconfortável ao falar da Melinda. A única coisa que eu não entendia era o porque dela ser amiga de Melinda.

 

A minha próxima aula era Aula de Inglês, uma coisa muito chata e tediosa. Não posso dizer desnecessária, porque era preciso eu aprender a minha língua.

 

Cheguei na classe atrasada, pois era do outro lado do campus (mesmo o campus sendo pequeno, eu acho que eu exagero ao caminhar como humana, sou muito lerda :P). A professora, srta. Monroe apenas me olhou feio e assentiu para que eu entrasse. Assim que eu o fiz, percebi que havia apenas dois lugares vazios: um ao lado de Melinda (a mal encarada) e outro ao lado... do Jacob. Eu fiquei igual a uma pateta, olhando de um lado para o outro, pensando com quem eu deveria sentar.

 

A professora pigarreou, chamando a minha atenção e falou:

 

- Já não basta interromper a minha aula, ainda tem que dar uma de estátua. Você só precisa sentar... - Ela disse já bastante irritada.

 

Não respondi nada apenas me sentei ao lado do Jacob.

 

- Oi. - Ele disse com aquela sua voz rouca e suave ao mesmo tempo. Foco, Nessie! Foco!

 

- Olá. - Eu disse formalmente, tentando prestar atenção na aula.

 

Eu olhava para o meu relógio de cinco em cinco minutos e o silêncio que beirou entre mim e o Jake estava ficando incômodo. Estava realmente um clima chato entre nós. Agora eu estava com outra dúvida: eu havia mandado para ele voltar com a namorado e ele, como um homem apaixonado, deveria ir correndo atrás dela.

 

- Já falou com a Leah? - Perguntei indiferente. Encarando o quadro, onde a professora tentava ensinar algo que eu nem mesmo sabia o nome.

 

- Ainda não - Ele murmurou mais alguma coisa que, mesmo com a minha audição apurada, eu não consegui entender.

 

Novamente, aquele silêncio que tanto me perturbava pairou na sala de aula. Bem, na sala de aula não, porque a professora praticamente falava sozinha com os seus botões. Mas você entendeu o que eu quis dizer...

 

- Você já tem par para o baile? - Ele perguntou com um tom indiferente.

 

Baile? Ah, é. Liza tinha me comentado algo sobre.

 

- Ainda não. - Vi, pelo canto do olho, que ele deu um pequeno sorriso. Emendei: - Mas logo terei. - Como eu esperava (para inflar o meu ego), o sorriso dele murchou e ele cruzou os braços sobre o seu grande peitoral esculpido pelos deuses, que, por um milagre, estava tapado por uma camiseta preta. Esse ato me fez crer que ele não gostara muito da minha resposta. Sorri vitoriosa.

 

- Sabe, acho que vou convidar ainda hoje a Leah. - Ele disse com um sorriso malicioso no rosto. Meu sorriso se desfez, mas eu ainda queria acreditar ter ouvido um pouco de provocação na sua fala.

 

- Que bom. Eu até já tenho em mente que eu convidarei. - Graças a Deus, eu tinha um talento nato pra teatro, porque isso era totalmente mentira.

 

- Hummm. Posso saber quem é o cavalheiro honrado? - Ele perguntou com um tom de deboche. Ai, porque eu fui abrir a minha boca grande! Anta! Agora eu acho que aquele silêncio era bem apropriado.

 

- Claro o.... - olhei em volta da sala para ver se tinha algum gatinho, mas nada que se comparasse ao Jake. Um nome me veio a cabeça. Uma pessoa muito parecida com o jake, digna de fazer ciúmes nele (isso se eu tivesse sorte).- SETH! - Gritei para a sala toda ouvir. (Leia-se berrei sem querer no meu momento de empolgação. Caralho, parece que eu descobri a América! Agora sei o que Critovão Colombo deve ter sentido... /momento viajado off.)

 

- Senhorita Cullen! Como ousa interromper a minha aula assim? Vá para a diretoria agora! - A professora Monroe disse brava. (Leia-se bravíssima! Sabe aqueles desenhos animados que a pessoa fica vermelha quando está com raiva? Então, ela está igual.)

 

- Desculpe professora, mas não me manda pra diretoria que o meu pai me mata. - Isso era a pura verdade. Uma filha de Edward Cullen na diretoria? Ele me manda de volta pro internato de onde eu vim! (Isso será o que ele alegará. Brincadeira!)

 

- Deveria ter pensado antes de berrar pra toda a sala algo inapropriado como sete. Isso aqui não é aula de matemática. - Ela disse batendo pé. Espera, sete? Seth? husahsuahsaushau, eu ri alto, o que fez a professora se tornar uma pimenta ambulante que mergulhou no catchup de raiva.

 

- SAIA DA MINHA AULA AGORA SENHORA CULLEN! E VOCÊ TAMBÉM BLACK! COMO OUSAM RIR DE MINHA PESSOA? - Acho que ela ainda não entendeu a piada. Eu tô rindo até agora!

 

- Eu.. eu.. - o Jacob tava se acabando de rir que nem conseguia falar de tão ofegante. - eu não... tenho... nada.. a.. haver ... com ... isso. - Ele falou tão lerdamente tentando recuperar o fôlego (e olha que ele é um lobisomen) que a professora deve ter pensado que ele achava que ela era retardada mental.

 

- Eu... não.. tenho... problemas.... mentais, BLACK! - Ela falou, imitando as pausas dele. A cena foi hilária, o que me fez rir mais e a professora colocou os braços na cintura e começou a bater o pé no chão, fazendo um barulho irritante por causa do seu calçado de salto. - Algum problema senhorita? Será que vai ser preciso chamar seus pais virem para o colégio? - Ela falou e eu imediatamente me levantei, parei de rir e caminhei à diretoria.

 

Senti o conhecido cheiro amadeirado do Jake, ele provavelmente tinha sido expuso de aula também.

 

Chegamos na diretoria e percebi que havia mais uns cincos alunos ali, inclusive Richard e Catherine, se não me engano.

 

- Oi. - Eu disse abadanando pra eles, enquanto uma senhora, digamos idosa (leia-se velha caquética) nos atendeu com os seus charmosos (igual a horríveis e desidratados - acho que estou com TPM :P - cabelos).

 

- Bom dia, o que os traz aqui? - Ela disse sorrindo com a sua dentadura de dentes amarelos.

 

- Eu gritei "sete" na aula de português e a mulher me mandou pra cá. - Era a mais pura verdade, eu apenas omiti fatos.

 

- E eu apenas ri. - Jake disse fazendo uma carinha de inôcente. Ai, que fofo essa carinha, parece a do gatinho do Shrek.

 

- Ok, sei que não deve ser apenas isso. Aguardem o próximo período aí, fazendo alguma atividade. - Ela disse e entrou numa salinha próxima.

 

Catherine estava sentada em um banco próxima ao Richard. Resolvi sentar entre os dois.

 

 

- Olá, Cath, Richard! - Comprimentei.

 

- Oi, Nessie! - Richard disse com um largo sorriso no rosto. - Estava precisando mesmo falar com você. - É minha impressão ou a voz dele está mais sedutora?

 

- Pode falar. - Eu disse.

 

- Queriraobailecomigo? - Ele perguntou e depois percebi que ele estava nervoso.

 

- Como? - Perguntei, erguendo as sombrancelhas.

 

- Quer ir ao baile comigo? - Ele perguntou me encarando com um sorriso.

 

E agora? O que eu respondo? 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E agora será que a Nessie vai aceitar??
Espero que tenham gostado!

Cap feito por Leticia Silveira

Beijos :*