Destinos Inseparáveis escrita por eUaDoRoBoLaChAs
Notas iniciais do capítulo
Não sei o que dizer xD espero que gostem *,*
LUCY:
Acordei no hospital. O que aconteceu? Eu O.D.E.I.O este sítio!
–O que aconteceu?- perguntei à única pessoa que ali estava, Ryan.
–Quando caíste do telhado magoaste a perna, e desmaiaste com o susto.
–Odeio este lugar, traz-me más recordações...
–Eu sei, também quero sair daqui. Lembras-te de alguma coisa? Enquanto estavas inconsciente...
–Eu lembro-me de estares a pedir desculpa. Eu queria abrir os olhos e falar, mas estava presa, não conseguia. Estava a ficar assustada, até que tentei relaxar e consegui acordar.
–Fiquei mesmo assustado quando fechaste os olhos...
–Eu sei, eu vi-te a chorar. Quando posso sair daqui?- se não me deixarem sair eu acho que fujo.
–Não sei. O médico mostrou-me a radiografia, e tens uma pequenina fratura, nada de mais.
Estava tão distraída que nem reparei que tinha a perna engessada.
–Não sinto dores- disse eu.
–Eles deram-te analgésicos, para não desmaiares outra vez de dores.
–Ah bom. Pergunta ao médico quanto tempo vou ficar aqui.
–Mas... estás bem?
–Agora estou, o problema vai ser à noite.
–Porquê?
Mas eu vou ficar com sono, e não vou poder dormir.
–Tens pesadelos?
–Também... Quando aconteceu o acidente, eu era pequena, e fiquei tão chocada, que fiquei sonâmbula, e eu fazia coisas más. E não quero que volte a acontecer, então é melhor eu não dormir.
–O que fazias?
–Eu... bem, eu...
–Não precisas de contar, se te deixar mal.
– Não faz mal, eu conto. Bem, eu tinha de usar umas luvas especiais durante a noite, porque batia em mim própria inconscientemente, e acordava toda magoada... Tive de ir a muitos especialistas, mas só um médico conseguiu acalmar-me, e é esse que está a acompanhar-me agora, acho eu.- Ele começou a ficar mesmo assustado, então eu acabei de falar- Ainda hoje demoro muito a adormecer, com medo que isso aconteça, mas não tens de te preocupar, eu fico bem...
–Claro...- ele deu um sorriso forçado, mas vi que ficou perturbado com essa ideia.
–Quando posso ir para casa? Estou a ficar com sono... mas não quero dormir- ele sentou-se na minha cama e olhou-me nos olhos, mas mais uma vez, baixei o olhar. Então ele deitou-se à minha beira e encostou a minha cabeça no seu ombro.
–Podes dormir. Vou ser o teu guarda-costas. Se mexeres um dedo, eu acordo-te.
–Não é bem assim... Quando isso acontece é impossível acordar-me.
–Eu faço de tudo, até te atiro da cama...
–Tanto não...
–Estou a brincar!
–Mas, e se... e se eu te magoar também?
–Eu corro esse risco. Tens de descansar...
Eu não sei o que me estava a dar, deve ser dos analgésicos. Num dia normal eu estaria a bater-lhe por se ter encostado a mim. Mas em vez disso, deixei-o ficar ali, a brincar com o meu cabelo.
Comecei a ficar com os olhos pesados, e deixei-me adormecer. Sentia-me segura com ele aqui, nunca pensei que tal fosse possível.
–--
Eram duas da manhã, e acordei com uma mensagem no telemóvel. Quem manda mensagens a esta hora?? Só depois percebi que estava com a cabeça encostada aos ombros do Ryan, que estava a dormir.
É mesmo impressionante como as pessoas conseguem ser diferentes quando querem... E estamos aqui, eu e ele. Ele a dormir, tão inocente... sempre o vi como um demónio que saiu das trevas para me assombrar, e agora ele chega aqui e faz-me sentir mal por tudo o que pensei dele.
Fui ver a mensagem, e arregalei os olhos. Era de um número que eu não conhecia, e dizia:"És muito egoísta, se não fosses tu, ainda estaríamos vivos e felizes, bem longe de ti. Odiamos-te!"
Comecei a entrar em pânico. Eu sei que não podiam ser os meus pais, era impossível... acho eu... mas comecei a ficar sem respirar. Rebolei e caí da cama, rastejei no chão até à mesinha, atirei água à cara, mas não conseguia respirar quase nada. Não voltaram os pesadelos, mas voltaram os ataques de pânico. Levantei-me com uma perna só, e atirei-me contra a parede, caindo ao chão. Não conseguia controlar-me, mas rastejei até à cama. Tentei agarrar o braço dele, o que era difícil, pois a cama era alta. Mas consegui, e ele acordou. Viu-me e foi a a correr chamar o médico que me acompanhava em criança, que me deu uma injeção, e voltei a respirar.
–Obrigado!- foi a única coisa que consegui dizer, porque depois desmaiei.
Ryan:
Acordei com alguém a puxar-me o braço. Abri os olhos e vi que a Lucy não estava ali. Então virei-me e vi-a no chão, mais pálida que um fantasma, pois quase não respirava. Fui a correr chamar o médico e disse-lhe o que se estava a passar. Ele pegou numa seringa e num frasquinho cheio de líquido. Acompanhei-o até ao quarto onde ela estava e o médico injetou-lhe o líquido no braço. Mal o fez, ela inspirou muito fortemente e depois desmaiou.
–O que se passou com ela?? Foram os pesadelos??- eu entrei em pânico, se eu não lhe dissesse para dormir ela não tinha passado por isto.
–Ouça menino, sou médico dela desde pequena. Este é um caso muito complicado, e apenas lhe devo dar explicações com a autorização da menina Holt.
–Imploro que me diga algo! Eu sou a única companhia dela neste momento, preciso de saber! É grave? Foram os pesadelos?
–Calma!- ele quase gritou- Ela estava acordada. Foi um ataque de pânico, que só acontece quando está acordada.
–Co... como?
–Algo a fez assustar-se QUANDO.ESTAVA.ACORDADA.- falou pausadamente.
–E... o que tinha a seringa?
–Aquele líquido faz com que o nível de adrenalina desça, de modo a informar o cérebro que o sinal de perigo é falso. Acalma-a, mas fá-la desmaiar.
–Quando vai acordar?
–Isto parece-lhe um interrogatório?
–Desculpe... mas quando vai acordar?
–Daqui a uma ou duas horas, vá para casa menino.
–Posso ficar aqui com ela?
–Desde que não me chateie mais...- deu um sorriso- gosta dela?
–O quê? Não!- fiz uma careta- Ela odeia-me desde bebé...
–Fico feliz sabendo que o sentimento não é recíproco- sorriu e foi-se embora.
Pensei bastante naquilo, enquanto esperava que ela acordasse.
[...]
Já se passaram duas horas, ela ainda não acordou. Já é bastante tarde, os meus pais deixaram-me dormir cá, embora que eu não queira adormecer até ela acordar.
[...]
Quatro horas! E ainda não acordou! Procurei o médico, mas ele já se tinha ido embora. Então falei com uma enfermeira bastante simpática.
–Já se passaram quatro horas! Não acha estranho? Deviam acordá-la ou ver se está tudo bem!- ela estava com pena de mim, vi nos seus olhos, e deu um sorriso.
–Calma, a esta hora já não está desmaiada. Temos de a deixar descansar. Tem uma cadeira ao pé da cama dela, aconselho-o a dormir também.
E foi o que eu fiz, já não aguentava mais o sono. Deitei-me ao lado dela e fiquei a observá-la. A imagem dela sem respirar ainda pairava na minha mente. Fiquei a observá-la, agora calma, não estava feliz, mas também não estava triste.
Sinceramente, devem ter-me drogado... Eu podia estar em casa a fazer uma direta com o meu melhor amigo a jogar video-jogos, mas em vez disso estou aqui a admirar uma pessoa que sempre me odiou. Sinto-me um pouco (muuuiittooo) ridículo. E assim eu adormeci, com estes pensamentos a dar-me a volta a cabeça.
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