As notas tocavam docemente no ambiente, Jake se manteve de olhos fechados, e o rosto de Bella surgia de dentro de uma nevoa densa, ela parecia preocupada, e... triste. Esticou a mão em vão, estava fraco, toca-la era tudo o que queria, mas seu corpo não o obedecia, sentia como se tivesse apanhado umas cem vezes. A caixinha de música continuava a tocar, porém, nota a nota os sons foram ficando mais lentos e Jake se sentiu confuso, tentou arrastar o corpo, mas não conseguia, Bella agora chorava.

Assustado, abriu os olhos e se levantou do chão duro que o abrigava todas as noites. Por que Bella chorava? Será que sofria? Precisava dele. Com relutância se ergueu, e mais uma vez, implorou a escuridão que o retirasse dali.

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2 meses depois.

O sol forte lhe bateu no rosto e Bella fez uma careta. Ainda era de dia, e o sol não a afetava, claro, era virgem e não fora transformada. E mesmo se tivesse sido transformada, vampiros imaculados podiam andar ao sol, esticou a mão pálida para a luz amarela da janela, uma quentura familiar lhe tocou a pele, como o aconchego de uma mãe. Não que soubesse exatamente o que isso queria dizer, sua mãe nunca havia sido muito maternal. Alias, sua mãe não estava falando com ela, nada, nem uma palavra. O rei não havia aparecido desde... Aquele incidente, e a mãe, é claro, acredita que ela o tenha desagradado. O que não era em um todo, uma mentira.

Não havia conseguido dormir, provavelmente estava com a aparência péssima, dormir e comer é a base de sobrevivência de qualquer humano, e agora, já era de dia. Porém, não desejava sair, queria apenas se manter deitada, com a luz do sol lhe tocando a mão, a fazendo pensar em Jake, e no calor dele. Se virou de lado, se afastando do raio solar, e tocou a parede fria, aquele contraste de temperatura a fez se arrepiar, e imediatamente se lembrou de Edward. Provavelmente ele havia desistido do casamento, ela lhe deu um tapa, não é qualquer homem, ainda mais um do tipo de Edward que aceitaria isso de uma mulher, mas o que a fazia perder o sono dia após dia é o fato dele tê-la beijado em seguida, se houvesse ficado ofendido com o tapa partiria a seguir, não lhe daria um beijo.


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"O conselho, um bando de velhos vampiros que não souberam morrer" - Edward riu sozinho, lembrando das sábias palavras do falecido pai, ali, na frente do conselho, os observando, era impossível não pensar que seu pai tinha razão. Havia, em média doze vampiros do conselho, normalmente são os vampiros mais velhos da raça, ( e ricos). Os olhares deles eram vagos, como se tivesse visto tudo na sua existência, e a face cansada e sem "vida" apenas fazia Edward desejar do fundo do coração morrer em batalha e nunca ter que se ver naquele estado. Mas eram os que o ajudavam a comandar o reino, sempre fora assim, e pra sempre haveria de ser, não seria ele a mudar as tradições de seu pai, nunca. O do meio, era o principal, líder do conselho e o mais perigoso na opinião de Edward, Aro tinha ideias malignas e sabia passa-las como uma peste negra entre os velhos do conselho. Ele tinha cabelos pretos, espessos, longos, formavam um estranho manto, que fez Edward lembrar Drácula, no filme Drácula de Bram Stoker. Formavam uma mesa em forma de meia lua, a frente de Edward, os cercando de uma maneira ameaçadora, até mesmo para o rei. Como já imaginava, Aro, que estava no centro na mesa foi o primeiro a falar:

– Majestade, nós, do conselho em reunião ontem, chegamos a conclusão que a senhorita...- fez uma pausa no qual pegou uma folha e começou a ler procurando o nome.

– Isabella. - Interrompeu Edward.

Marcus, outro membro do conselho que tem o poder de sentir a força de relacionamentos,levantou os olhos, e se fixou em Edward. Aro visualmente desconfiou e continuou:

– Sim, senhorita Isabella. Ela não foi de vosso agrado, majestade?

– Oh, sim, foi. - Edward sorriu se lembrando do belo rosto de Bella.

– Então, porque vossa majestade deixou de visitar a família dela? Devemos lhe lembrar que és o rei, e que deveras ter um herdeiro digno do reino em breve...

– Tá, Tá. Eu sei! - ergueu as mãos, pedindo para o conselho parar, já bastava a pressão de cuidar de um reino, agora ainda tinha que ter um filho.

– Se sabes, porque não se casas com a garota? Pelo que soubemos, ela é fértil e pode lhe dar um bom filho.

– Porque acho que ela merece alguém melhor. - Edward quase se engasgou com as próprias palavras, tá bem, era verdade, mas desde quando devia ter dito aquilo em voz alta?

O conselho ficou quieto, chocados, com certeza.

– Quero dizer, eu acho que a garota não quer se casar. - Porra! Agora tinha que tentar sair por cima. Um rei apaixonado não era mesmo o que o conselho queria, e com o poder que aqueles malditos velhos vampiros tinham, eram capazes de fazer uma rebelião em todo reino.

– Ela não tem que querer, vá até lá esta noite, e avise que o casamento será essa semana.

Edward não disse mais nada antes de se teletransportar pra residência de Isabella.