Esme Cullen - A História - Short Fic escrita por Ditto


Capítulo 3
Capítulo 2




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Respirar, soltar o ar, respirar, soltar o ar... olhar para o teto, ficar imóvel... repetiu várias vezes na cabeça a forma que sua mãe tinha lhe instruído de como se portar na noite de núpcias.

Esme perdeu a concentração quando uma dor aguda se abateu no seu ventre. Segurou o gemido de dor que teimava em sair de sua boca, uma mulher nunca deveria fazer barulhos desagradáveis quando estivesse com o marido.

Mas.. aquela, ela nem sabia como definir aquilo, aquela coisa do marido que entrava dentro das suas partes de mulher parecia rasgá-la por dentro. Aquele ato que estavam fazendo... aquilo era bruto, animal e Esme só pode olhar para o teto branco acima dela contendo as lágrimas que escapavam.

Dor... rezou para aquilo acabar logo e o marido sair de cima dela, mas os seus gemidos de dor pareciam encorajar Charles Evenson que tornava o movimento cada vez mais rápido e forte.

Ela não soube quanto tempo aquilo continuou mas por fim Charles se deu por satisfeito e saiu de cima dela deitando-se ao seu lado na cama.

— Você foi boa – o seu mais novo marido resmungou antes de virar-se para o outro lado da cama e dormir.

Esme continuou parada, tentando aliviar a ardência que sentia em suas partes de mulher. Segurou o choro. Nenhum homem gosta de mulher chorona repetiu em sua cabeça. Quando ouviu os roncos do marido ecoando pelo quarto achou seguro se levantar e ir em direção ao banheiro para se limpar.

Encarou-se no pequeno espelho em cima da pia, o rosto estava vermelho e seus lábios cortados, supôs que tinha os mordido para abafar os gritos. Lavou-se como pode e água fria trouxe um pouco de conforto.

Era seu dever como mulher,aguentar a dor e dar os filhos do marido. Mas uma voz pequena em sua cabeça dizia que não era para ser assim, que não deveria só sentir dor.

— Bobagem, bobagem – murmurou para si mesma – Eu estou feliz. Sou uma mulher casada. Logo terei filhos. Sou feliz. Sou feliz – repetiu a frase várias vezes como se quisesse reafirmar aquilo para si mesma.

Os meses se passaram, e logo anos também. Não demorou muito para Esme perceber que o marido bebia, e bebia muito. Ao sentir o bafo de álcool ela já se escondia na cozinha da pequena casa, limpando uma mancha invisível no fogão, procurando evitar um contato físico com o marido.

Era errado, sabia que era errado, uma esposa deve obedecer o marido e não se esconder pela casa. Mas quando ele estava bêbado, ele desejava coisas e a noite sempre terminava com ele roncando na cama e ela encolhida com alguns hematomas no banheiro.

— Eeeeeesme! – o marido a chamou cambaleando pelos cômodos.

Esme esfregou o fogão com mais vigor, se o ignorasse talvez ele a deixasse em paz? Ela só queria.... silêncio, só queria poder sorrir um pouco despreocupada.

— Eeeeeeesme! – ele ralhou soluçando, claramente bêbado – Venha aqui!

Ela queria ir embora daquela casa mas, tinha dito isso para a mãe meses atrás em uma de suas visitas para a antiga casa.

— Você só está implicando Esme. Eu aguentei o casamento com seu pai por 30 anos. Onde já se viu uma mulher largar o marido para trás? Isso é coisa daquelas mulheres moderninhas de Nova York que a gente vê no jornal. Isso não é coisa de mulher decente.

Algum tempo depois sua mãe morreu e ela foi a única no enterro. De que adiantava a mãe ter tido o suposto “respeito” das pessoas da cidade se nem ao menos algum deles foi se despedir dela no enterro? Ela não queria uma vida daquela para si, queria amigos, queria sorrir, queria... como queria ir embora...

Mas a mãe tinha razão, para onde ela iria? E como ia viver sozinha? Quem aceitaria uma mulher que abandonou os sagrados laços do casamento?

— Eeeeeesme, achei você! – o marido a surpreendeu agarrando-lhe pelo braço – Venha esposinha...

Esme foi arrastada até o quarto e jogada com brutalidade na cama. Fechou os olhos e ficou imóvel, só esperando aquilo acabar.

Tinha começado como as outras noites, ela ficaria lá imóvel e o quanto mais rápido ele começasse mais rápido acabaria. Mas dessa vez ele estava estranho, mais bruto que o normal.

— Por favor.... – ela murmurou ao não aguentar mais a dor que percorria o corpo.

— Por favor o quê putinha? Eu sei que você gosta. Eu sei. – ele gemeu com o bafo de álcool em seu rosto.

As lágrimas agora jorravam soltas, Esme soluçava de dor. Não aguentando mais empurrou o marido de cima dela.

— Vadia! – ouviu antes de receber um tapa no rosto – Quem você acha que é para mandar eu parar! Você ouve e obedece, entendeu? Você é minha mulher! Minha!

O marido a agarrou pelo pulso antes de jogá-la na cama novamente.

— Você vai aprender quem manda aqui!

O marido agarrou mais forte seus pulsos impedindo-a de se mexer antes de entrar violentamente nela. Esme gritou, e essa foi a primeira vez que desejou morrer.

A dor a consumia tanto que nem percebeu que o marido tinha por fim acabado e agora roncava ao seu lado. Correu para o banheiro e entrou na água fria procurando algum alívio. Os seus pulsos agora tinham uma estranha coloração roxa, quase preta, e ela mal conseguia mexe-los.


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