Amor gelado escrita por Vanessa Carvalho


Capítulo 5
5° Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, mas os estudos estão me tomando bastante tempo. Tentarei não demorar tanto para os próximos.



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As semanas passavam sem qualquer informação sobre o paradeiro de Jack. Porém os Guardiões estavam preocupados com outras coisas no momento. Jaime estava diferente. Ele se recuperou do ataque de Breu, mas de alguma forma, isso o mudou. Ele estava indiferente, distante até mesmo de Sofia, de quem ele nutria um amor imenso. Além disso, devido ao frio, todas as crianças estavam começando a ficar doentes. E isso estava preocupando a todos.

Fadinha e Sandman eram quem ficavam vigiando as crianças enquanto Norte e Coelhão procuravam Jack. Sua ausência nunca foi tão sentida quanto agora. Cupcake relatara que outro dia as aulas foram canceladas devido ao frio extremo e sem possibilidade de volta. As notícias afirmavam que era o inverno mais intenso que eles tiveram em anos e que talvez esse frio fosse aumentar.

Enquanto isso, todos tentavam entender o que estava acontecendo com Jaime. Ele estava indiferente a tudo. Era como se uma grande tristeza tivesse tomado conta dele e o garoto alegre tivesse sumido como se nunca tivesse existido. Ele ainda acreditava nos Guardiões, mas simplesmente não dava mais importância.

— Sofia, como está o Jaime? – Fadinha perguntou preocupada.

— Ele melhorou, mas...

— Oi Fada! – Jaime cumprimentou passando rápido para a cozinha e saindo no mesmo instante.

— Viu só? Ele ficou diferente. Sei lá, ficou mais...

— Frio! – Ela falou preocupada já pegando seu globo para relatar para Norte o que aconteceu.

— Ah Sofia eu... Ah, você ainda está ai? Olha eu tenho tentado entrar em contato com o Jack, não precisa ficar fazendo pressão em cima da minha irmã que...

— Tudo bem, Jaime, nós entendemos. Se existe uma pessoa para conseguir encontrar o Jack, esse alguém é você, já que vocês são amigos, não é?

— A... Migo? – Jaime falou devagar como se procurando o significado daquela palavra.

— É Jaime. Amigo de todos nós, na verdade! – Fadinha falou colocando uma mão no ombro dele e sorrindo.

— Bem, farei meu melhor! – Ele falou saindo de vez.

— Sofia, você vai ficar bem? Eu... Eu Tenho umas coisas para resolver!

— Tudo bem! Eu disse que ele estava diferente.

— É só preocupação. Eu volto mais tarde, e se sair...

— Me proteger do frio, já sei!

Fadinha chegou na fábrica de Norte o mais rápido que pôde. Mandou suas fadas vigiarem Jaime. Ela estava mais preocupada que o normal. Encontrou Sandman e Coelhão já esperando Norte. Eles estavam cada vez mais preocupados. Coelhão principalmente. O que o Breu fez com seu amigo? E o pior, o que ele está querendo fazer com as crianças?

— Então, por que todo aquele desespero?

— Gente, acho que descobri o que o Breu está tentando fazer.

— O QUE? – Coelhão gritou assustando alguns Yets que estavam por perto. Foi neste momento que Norte chegou.

— Assustando meus Yets Coelhão? Cansou da concorrência! – Norte falou soltando uma das suas gargalhadas.

— Não brinque Norte. O caso é sério. Breu está aprontando das suas.

— Ah isso nós já sabemos, precisamos descobrir...

— Ele está fazendo com que as crianças se tornem vazias. – Fadinha falou encostada numa coluna.

— Oi? – Norte perguntou confuso. – Como assim, vazias?

— Da primeira vez que o enfrentamos, ele queria fazê-las esquecer de nós, o que não deu certo, como todos sabemos, mas agora, ele está tentando criar um mundo sem sentimentos. Sem encantamento, sem... Amor. – Fadinha terminou a frase quase sussurrando.

— Como assim, sem amor?

— Fazendo as crianças, e temo dizer que desta vez ele expandiu seu alcance para os adultos também, esqueçam dos sentimentos de amor pelas pessoas que elas mais amam na vida. Tornando-as apenas...

— Vazias! – Coelhão falou assustado. – Isso.... Isso é horrível! Não dá para você conviver com as pessoas e não nutrir nada por elas! É impossível!

— Eu também achava isso, até conversar com o Jaime. Ele estava completamente seco e vazio. Não soube nem o significado da palavra “amigo” quando falei do Jack. Ele ainda tem todas as suas lembranças e ele ainda lembra de nós, ele apenas simplesmente não tem nenhum sentimento em relação a isso, em relação a nada. De alguma forma, aquela areia preta que Breu jogou nele, tirou toda a capacidade dele de sentir!

— Mas.... Então o que podemos fazer?

— Não sei, Norte, mas precisamos encontrar alguma coisa para...

No meio da discussão, o homem da lua apareceu novamente. Sand tentou, novamente, chamar a atenção dos amigos, que estavam preocupados demais para notar a sua presença. Mas, diferente da outra vez, o homem na lua apareceu! Não era uma forma física propriamente dita, era uma névoa, do tamanho de uma pessoa mediana, mas ainda assim, uma névoa. Branca, cálida, pura.

— Meus amigos de longa data... – Falou uma voz suave, mas segura o suficiente para fazer todos se calarem. O silêncio era tanto que se escutava a respiração dos duendes. – Demorei para entrar em contato com vocês, peço perdão por isso, mas precisava entender o que se passava. O que nosso inimigo estava pretendendo fazer. Temo que estamos em grave perigo. Mais do que o esquecimento, ele agora quer trazer para o coração dos humanos algo mais perigoso, algo mais sério. Esquecimento é parte da vida, à medida que nossas crianças crescem elas nos têm como suas lembranças mais bonitas da infância. O que não nos desobriga de protege-los. Daí a importância da nossa amiga fada. Sandman é responsável pelos sonhos mais bonitos, Norte a magia da infância e você Coelhão...

— A esperança. Todos nós sabemos disso.

— Sei que durante todo esse tempo, vocês se perguntaram porque eu recrutei Jack Frost e mesmo o aceitando, sempre se perguntaram disso! Eu sei, não adianta negar. Eu vejo o coração de vocês. Então vocês pensaram que era para a diversão, mas não é somente isso. Depois, como Breu já falou, ele é responsável direto pelo controle do frio, daí essa neve descontrolada tomando conta de todo o setor norte do Globo, mas o Jack tem algo que nem mesmo ele descobriu ainda. Ele é responsável e guardião dos sentimentos. Para me explicar melhor, ele seria a “cola” que as pessoas têm com seus sentimentos. É ele quem faz com que as pessoas se lembrem do que é a amizade, o carinho, o amor. E sem ele...

— Sem ele, as pessoas vão começar a esquecer disso! – Fadinha falou assustada.

— Depois que ele chegou, vocês notaram que as crianças pararam de discutir umas com as outras, e que elas estavam mais unidas? E que agora que ele foi embora...

— Elas começaram a se separar e a brigar. Jaime!

— Ele foi apenas o primeiro. Seus amigos também começaram a se afastar daquilo que os torna humanos. Meus amigos. Jack está onde a vista não alcança, após a fumaça, o vento, é lá que ele está. Encontrem-no mais rápido possível. Senão, o planeta se tornará um lugar sem sentimento algum. Um lugar onde apenas há seres vagando pela terra fazendo tudo automático, sem paixão nenhuma.

O homem da lua sumiu deixando apenas um pequeno fogo azul. Os guardiões ficaram calados por um tempo. Um mundo sem sentimentos? Isso seria horrível. O amor era a força mais poderosa que havia, todos sabiam disso. Com ele, as pessoas eram capazes de fazer qualquer coisa. E sem ele...

Um lugar onde os olhos não alcançam? O que o homem da lua queria dizer com isso? De repente, um raio de luar caiu em cima do Globo de Norte. Aparentemente tomou o Globo todo, mas depois de um tempo, ele focou exatamente onde havia uma fumaça negra permanente.

— É nesse lugar que vocês irão encontrar o Jack. Mas eu aviso... Ele está diferente. Não de uma maneira ruim, mas vocês precisarão de paciência para fazê-lo entender que vocês precisam dele. – A voz do homem da lua sumiu por completo.

— Coelhão, você e Sand vão até esse lugar procurar Jack. Eu e a Fadinha ficaremos aqui e tentaremos retardar esse vazio do Breu. Vão meus amigos, e boa sorte.

Coelhão se despediu dos amigos, abriu seu buraco característico e partiu em busca de Jack. Sandman foi atrás dele na sua nuvem de areia dourada. O destino do mundo agora estava nas mãos dos dois. Jack era necessário agora mais que nunca. Não só para salvar o planeta de um inverno rigoroso, mas para salvar os sentimentos humanos.


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