P.O.V. Príncipe Felipe.

Isso é incrível. Pessoas que vivem para sempre, intocáveis.

—Mas, a que preço menino? Isso não é viver, é existir.

—Você pode...

—Ouço seus pensamentos. O poder corrompe os fracos.

—Você é a mãe da Aurora.

—Não. Sou a prima da prima da mãe dela. Somos cópias umas das outras.

—Como clones?

—Mais ou menos isso. Só que somos místicas, poderosas e ocorremos naturalmente. Somos a maneira da natureza revidar.

—A natureza?

—A imortalidade é um crime contra a natureza! Nada deveria viver pra sempre! Somos todos frutos da magia negra, filhos do pecado e carregamos a morte dentro de nós. Precisamos do sangue dos outros para viver, o vampirismo e a imortalidade são fruto da magia negra e o mais irônico de tudo é que tudo isso começou por causa do amor.

—Do amor?

—Uma mulher apaixonada que queria ficar com seu amado pela eternidade, então ela criou um elixir que os manteria vivos para sempre, mas o tiro saiu pela culatra. Ela foi traída, o homem que ela amava deu sua imortalidade para outra mulher. E então mil anos após o ocorrido outra bruxa inventou de repetir o erro, desta vez o feitiço foi mais brando, mas uma vez mais o tiro saiu pela culatra. Ester era o nome dela, uma mãe que amava tanto seus filhos que não pôde suportar a ideia de perdê-los então os transformou em vampiros, ela os matou literalmente. Seu marido atravessou a espada em seus corações e mesmo estando avisada de que esse feitiço traria consequências severas ela não quis ouvir.

—E que consequências foram essas?

—O feitiço decretou que a árvore que lhes concedeu a vida eterna seria a única que poderia tirá-la, a natureza não aceita nada imortal meu filho. O sol se tornou o inimigo deles, os manteve presos por semanas, mas Ester deu um jeitinho entretanto os vizinhos que antes abriram suas casas para eles se mantinham longe. Eles não tem um amigo no mundo porque mataram desenfreadamente durante mil anos! A pior das consequências, aquela com a qual nem mesmo a bruxa que lançou o feitiço contava foi a sede. O sangue os atraía acima de todas as coisas, eles devastaram tantos vilarejos e logo se voltaram contra a própria mãe e arrancaram seu coração de dentro do peito. Então meu rapaz, ainda acha isso incrível? Maravilhoso?

—Eles fizeram isso mesmo?

—Eles são predadores. Eles fizeram sim. E durante mil anos ficaram impunes, mas agora estão pagando por todas as vidas que tiraram.

—Como?

—Klaus é a âncora para o outro lado, Elijah não pode mais matar seus inimigos e também não tem amigos, Rebekah foi curada e quando Hayley sugou a cura de dentro dela ela começou a envelhecer mais depressa que o normal e em cerca de vinte e quatro horas estava morta. Freya teve seus poderes roubados e ela não passa de um ser humano mortal não sobrenatural, Kol perdeu a mulher que amava porque ela tinha medo dele. Ele a matou e eu a trouxe de volta.

 -De volta? De volta da morte?

—A morte é diferente pra nós. Graças á Qetsyiah, a mesma bruxa que foi traída pelo noivo á dois mil anos. Ela criou o purgatório sobrenatural só para impedir o homem que a traiu de encontrar a paz. Não é natural trazer os mortos de volta, mas eu trouxe mesmo assim. Aquela menina tinha dezessete anos, tinha uma vida toda pela frente e foi brutalmente assassinada pelo homem que jurou que jamais a feriria.

—Você salvou ela da morte.

—Sim. Salvei.

—Como?

—Magia Negra. Bem vindo á Mystic Falls meu Príncipe.

A mulher se virou e saiu.