Galaxy Edge escrita por Marinaoliiv


Capítulo 4
Do me a favour


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero que estejam gostando!



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Sinceramente, eu adoro meu trabalho. A única parte chata é aturar esses bêbados tarados. Fora isso, é ótimo. Eu ouço músicas a noite toda. E música é o que me define, é o que mantêm minha alma viva. A melodia me preenche e me domina, me levando aos lugares mais profundos do meu pensamento. É minha droga, meu vício. Depois da Maeve, claro, música é minha melhor amiga.

Além da música, o ambiente é muito agradável. Dá pra entender o porquê o Imperius tem tanto movimento. E o salário? Bom, me viro muito bem com ele.

Estava colocando meus saltos – “roupa de trabalho” – quando a May aparece.

– Procurei por toda essa maldita cidade por um ‘Luke Carson’ e ninguém conhece ou ouviu falar – É sério isso que ela ta me falando?- Esse guri não existe. Juro pra ti, guria.

A May surgiu com essa mania de me chamar de ‘guria’. Coisinha chata. Mas sempre evito discutir com a Maeve pois é muito difícil vencer dela nos argumentos.

– Esquece ele, May. Vai ver estava só de passagem. – Sorri com essa possibilidade, seria um problema a menos.

– Pode ser... mas tomara que aquele ali não esteja só de passagem.

Segui o olhar dela que estava fixado na porta do pub. Nathan acabara de entrar no Imperius, acenando e sorrindo pra mim. Seus cabelos loiros estavam completamente bagunçados. Retribuí com um sorriso tímido pra ele.

– Você conhece aquele Deus grego ali? E não me contou?

– Ele é meu novo vizinho – Ri da cena que ela estava fazendo pelo Nathan – Uma gracinha.

– Uma gracinha ia ficar ele estampado em um quadro em cima da minha lareira. Me abana, guria.

Rimos juntas desse comentário. Ficamos um bom tempo conversando até de Caleb me lançar um olhar feio do tipo “Acho que você tem trabalho a fazer”.

Depois o olhar de Caleb, fui cumprir minhas tarefas. Fiquei arrumando as coisas no balcão enquanto balançava a cabeça ao som de alguma música que eu não conhecia, mas era muito boa.

– Legal esse lugar, há quanto tempo trabalha aqui?

Era Nathan, encostado no balcão me olhando. Ele tira seus óculos escuros revelando seus olhos azuis.

– Faz uns dois anos, desde que me mudei pra cá. E o que você está fazendo aqui?

– Caleb é meu amigo e vivia pedindo para passar aqui. Hoje resolvi conhecer o tal pub.

–Legal, vai querer algo?

– Não, valeu. Eu não bebo.

– Eu também não curto muito beber, mas é bom pra dar umas escapadas da vida.

Rimos enquanto ele concordava ser verdade o que eu tinha dito.

Nathan é um cara legal. Não parece ser um idiota como alguns caras que conheci, como aquele Luke. E tem o sorriso mais bonito que já vi.

Dei olhada no pub, estava bastante cheio para uma terça. Maeve estava conversando com um loirinho no canto, ligeira essa garota.

Voltei a olhar o movimento do lugar, quando meus olhos pararam em alguém.

Luke estava sentado a algumas mesas longe do balcão onde eu estava. Estava jogando pôquer ou cartas, eu não conseguia ver direito. Jogado na cadeira parecendo bem satisfeito com um copo cheio de bebida.

Até de longe Luke me passava uma sensação estranha, de que algum problema pode acontecer a qualquer minuto, de adrenalina. Ele sorri para seu joguinho e sinto meu sangue ferver.

– Tá ficando meio tarde pra mim, vizinha rabugenta. – Ele se aproximou de mim e me deu um beijo na bochecha. – Até mais, garota.

Quando voltei a olhar para a mesa onde Luke estava, ele havia sumido.

Procurei por Maeve e ela também havia sumido. Deve ter ido pra casa, talvez com aquele loirinho. Pelo menos alguém se deu bem.

Caleb estava distraído perto da caixa de som, então resolvi pegar um ar.

*****

Estava um pouco frio na rua. Respirei fundo o ar gelado e me encolhi.

– Com frio, boneca?

Luke estava encostado na parede do Imperius com um cigarro na boca e tentando se equilibrar em pé. Ri daquela cena, ele mal conseguia ficar no lugar.

– Luke, você está bêbado? E você fuma? Que horror.

Eu acho fumar um ato horrível mesmo. Poxa, fuder os pulmões e ainda morrer mais cedo? Quem iria querer isso? Credo né. Mas eu tinha que admitir, Luke estava incrivelmente sexy e engraçado daquela maneira. Nesse momento, ele estava conseguindo me tirar de órbita.

– Oi mãe, quanto tempo né? – Ele deu uma gargalhada – Vai me mandar parar?

– Por que te mandaria parar? A vida é sua, fica a vontade aí.

– Então me trouxe mais bebida? – Ele me fez um biquinho enquanto soltava um soluço – Opa.

– Que patético, Luke – Quase não consigo conter o riso – O que você está fazendo aqui do lado de fora?

– Vim aqui para acender um cigarro. Estou meio chateado, sabe? Acabei de perder uma grana legal num jogo. – Ele desliza na parede até cair sentado no chão – Senta aqui, boneca.

Olho para ele dando um tapinha no chão ao seu lado... Caleb não vai se importar comigo fora uns cinco minutinhos, vai?

Ele apaga o cigarro assim que sento ao seu lado. Menos mal, assim o cheiro não fica tão forte.

– Então, é assim que você ganha a vida? Jogando?

– Digamos que sim, é o mais prático pra mim. – Eu dou uma risada e ele se vira pra mim – Eu sou muito bom nos jogos, okay?

– Dá pra ver – Ele me faz um biquinho e eu o empurro – Sai pra lá, Carson.

– Carson? Qual é, boneca. Gosto de ouvir você falar meu nome.

– E eu gosto quando você não me chama de boneca. Mas nem sempre conseguimos o que queremos, não é mesmo?

– Por que você me odeia tanto? – Diz Luke em meio aos soluços. Ele só podia estar muito bêbado mesmo.

– Porque você é insuportável, oras.

– É só um pretexto para você me notar, oras. –Péssima imitação de mim, aliás – E se eu fosse tão insuportável assim, você não estaria aqui sentada ao meu lado quando deveria estar trabalhando.

Ele se aproxima seu rosto de mim, me fazendo olhar para os seus olhos. Até hoje eu nunca tinha visto olhos tão profundos quanto os de Luke. Infinitamente profundos e cheios de segredos, como se sugassem tudo ao redor. Tão profundos, que o universo inteiro caberia ali. E seria só mais algo dentro daquele olhar para eu admirar e me perder.

– Tenho algo pra lhe dizer, boneca – Diz ele quase em um sussurro – Eu sei um jeito de te pagar pelos CDs quebrados.

– Poxa, já estava demorando né e também... – Luke me interrompe.

– Ei, é surpresa.

– Olha, eu adoro surpresas. Mas estamos falando de um CD de Arctic Monkeys. Faça-me um favor, e me conte o que é.

Faça-me um favor, e se acalme. – Ele sorri parecendo contente - Te garanto que vais gostar da surpresa.


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