Galaxy Edge escrita por Marinaoliiv


Capítulo 15
One more shot, please


Notas iniciais do capítulo

Amoressss, me desculpem pela demora, ok? Mas não se preocupem, a história não vai parar.



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— Não importa o quanto você lute, sempre vou fazer você voltar rastejando.

— Luke, você está começando a me dar dor de cabeça – empurro ele pra longe de mim e o encaro – Então é melhor ficar caladinho.

— Alguém ta estressadinha, hein? – ele puxa o cigarro e volta a soltar a fumaça perto de mim – Só pra relembrar que você não está em posição de vantagem, boneca.

Quando sigo seus olhos vejo que está olhando diretamente para meu colo descoberto. Num impulso, tento recolocar o vestido no lugar.

— Você está começando a parecer patética assim – Luke fala enquanto caminha ao meu lado – Já não reparou que o vestido não vai voltar pro lugar só porque você está puxando-o?

— Tem alguma ideia melhor, idiota? – solto um suspiro de frustração – Não posso chegar em casa assim. Meu irmão vai pensar o que de mim?

— Ele provavelmente vai te achar o máximo por ter se metido em uma briga – ele chega próximo a mim e passa a ponta do dedo no meu pescoço – ainda mais com uma marca linda dessas.

—Não me diz que... – assim que olho para Luke vejo um sorriso extremamente aberto – Você me deixou um chupão?

Ele gargalha alto, se divertindo com a situação. Divertido vai ser eu tendo que me enrolar toda pra explicar isso pro meu irmão e pra Maeve. Fuck.

— Ah, qual é – ele para de rir e volta a fazer seu já conhecido sorriso sedutor - Não me diga que não gostou, boneca.

— Só cala a boca, ok? – mostrei a língua pra ele e me virei caminhando de volta pro pub.

Olhei de relance pra trás enquanto caminhava e vi Luke jogar seu cigarro no chão e pisar em cima. Em seguida, o vi dar uma breve corrida em minha direção.

— Eu suponho que esse rebolado todo seja um convite para mais uma  bebida – Luke sussurra calmamente – Ou para mais uma aventura em cantos escuros de pub.

Poucas palavras saídas daquela boca me desequilibraram, resultando quase em um tombo, porém muito bem disfarçado por uma mexida nos cabelos.

É incrível o quanto ele consegue mexer comigo, simplesmente com um mexer de lábios. O mais incrível ainda é que ele parece saber que é exatamente isso que eu penso.

Assim que entramos, senti o cheiro de podridão mais uma vez. Como se todos que estivessem ali, naquele pub, naquela noite, só quisessem esquecer com quem dormiu, esquecer quantas doses de vodka desceu pela sua garganta e esquecer de si mesmo.

Eu podia ver no rosto de cada um o desejo sentir algo, nem que seja pela ultima vez, nem que seja dor. Podia ver cada coração vazio sendo preenchido por uma bebida colorida cheia de licor.

Minha mente começou a se encher de devaneios e tudo o que eu queria era uma bebida. Eu, naquele pub, naquela noite, também queria esquecer.

Parei na frente do balcão e deixei que o barman escolhesse a bebida por mim, contanto que não me contasse o que vinha nela.

Enquanto esperava minha bebida, olhei em volta. Tinha algo parecido com um palco no fundo do pub. Havia vários instrumentos sobre ele, onde aparentemente umas pessoas se ajeitavam para começar um “show”.

Observando cada um, reparei no mais alto. Ele estava de pé encostado na parede, batucando seus dedos na coxa.

Quando virei-me de volta pro balcão vejo o barman trazendo minha bebida.

— Está aqui, anjo – ele deixa o corpo na minha frente enquanto morde os lábios – Uma bebida secreta para a mocinha de cabelos roxos.

— Muito, muito obrigada – assim que olhei pro barman o reconheci de quase uma hora atrás – Vem cá. Não foi você que me serviu um sex on the beach ainda nesta noite?

— Foi sim – ele sorriu revelando um piercing na boca – Tinha algum problema na bebida, por acaso?

— Não mesmo – sorri levantando um pouco o queixo – Estava uma delícia.

Nem dei tempo para ele responder e já me levantei do banco, indo em direção a multidão no meio da pista. Só no momento em que acabei minha bebida que reparei que Luke havia sumido, mas pouco me importava com ele. Bom, importava sim, porque tenho certeza de que minha casa não é muito perto daqui e eu precisava de uma carona dele. Precisava mais ainda da adrenalina que subir na garupa da moto dele me propõe. Mas agora... uma música boa, por favor.

E parece que minhas preces foram ouvidas, porque no exato momento que chego na pista começa a tocar The NBHD.

Foi só eu começar a me mover no ritmo da música que já sinto um corpo se colando ao meu. Não preciso nem virar pra saber quem é, já que só o cheiro já é o bastante pra reconhecer.

Mexo meu quadril de forma lenta e um calor toma conta de mim. Fecho os olhos e quase posso sentir a música como uma faca, rasgando-me ao meio.

Quando fico de frente para Luke, ele sorri pra mim pouco antes de encostar sua boca em meu pescoço, depositando pequenos beijos ali.

Afastei seu rosto de mim, com fins de analisá-lo. E mais uma vez eu me encontro na situação de me perguntar qual o feitiço que ele jogou em mim.

E aquele olhar que me despertava ódio e desejo ainda estava lá, como se Luke soubesse que eu o desejava, que no momento, era a única coisa que me fazia sentir viva. Ele era como uma válvula de escape para um universo paralelo.

Puxei-o para mais perto de mim, querendo aproveitar bem essa situação. Lentamente, minhas mãos encontraram sua nuca e passearam por ela. Não nos beijávamos, não falávamos, quase nem respirávamos. Apenas estávamos ali, trocando carícias no meio de uma pista cheia de gente louca e bêbada.

E eu também consegui esquecer de tudo, só que não foi por causa de uma dose de vodka, nem de whisky. Foi uma dose de Luke.


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