Herdeiro Imperfeito escrita por My Dark Side


Capítulo 8
Teorias


Notas iniciais do capítulo

Perguntei sobre suas teorias no capítulo passado e fiquei muito feliz em ver que vocês tem as suas. Alguns detalhes ficaram bem óbvios, não é?

Estamos aqui, no dia de hoje, lançando o penúltimo capítulo narrado pelo Kyan, não se preocupem porque ele continuará sim na seleção, apenas veremos ela e outro ângulo.

Estou falando demais, bom, espero que gostem do capítulo! Não posso dar spoilers!



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De manhã eu descobri que o Jean e um dos mordomos italianos teve um desentendimento grande uns anos atrás, ninguém se voluntariou para me explicar, então comecei a criar as teorias. Tenho dúvidas de que alguma delas esteja correta, mas não sei o que fazer além de pensar.

— E foi isso o que aconteceu, uma simples discussão de família. — Elliot deu de ombros finalizando a explicação.

Realmente, ele saiu para seguir Gael e foi o único a descobrir a razão de seu mal humor, todos os selecionados estavam aproveitando os poucos momentos a sós para arrancar a resposta dele. Bom, menos eu. Eu perdi boa parte de sua fala, mas a última frase foi o suficiente para me satisfazer.

A porta se abriu, os reis e príncipes entraram, arqueei as sobrancelhas quando percebi que o ruivo não estava no meio. Os caçulas franceses correram na nossa direção, saltitando e fazendo tantas perguntas que meu cérebro pifou.

Eu já estava meio lerdo desde que acordei, talvez fosse uma consequência atrasada das horas extras de sono do dia anterior. Minha mãe dizia que quando eu ficava ‘lerdado’ eu levava muito mais tempo para formular uma resposta simples, usava palavras mais estranhas — ou formais—, pensava ainda mais e ficava nas nuvens. Insuportável, sua descrição simplificada.

Alguém estava insistentemente puxando a barra da minha camisa, o que fez eu baixar meus olhos para a criança, que esticou os braços na minha direção pedindo colo. Segurei ele com as duas mãos embaixo dos braços e o puxei, sentando-o nas minhas pernas.

Outra mania um tanto desnecessária que minha mãe detestava: colocar os pés em cima da poltrona. Sentar com as pernas para cima, apoiando a lateral do corpo no encosto era confortável, uma posição muito mais simples para dormir. Era já dez horas, o café da manhã foi muito mais grandioso que o costume, eu estava empanturrado e precisava de uma soneca. Sorte minha o convidado parecia querer o mesmo, arrumei ele nos meus braços como fazia com minha prima e acabamos dormindo.

— Lindeza? Oi... Lindeza? Acorda, é quase hora do almoço. — abri os olhos preguiçosamente, virei a cabeça, os olhos castanhos de Elliot estavam bem próximos.

Ele tem uma beleza exótica, se fosse um modelo se daria muito bem... Principalmente com esses olhos angulares, que mostravam sua ascendência de civis da Nova Ásia, o cabelo dele era bem estranho... Preto como piche arrepiado no topo, mas ele tinha uma franja e mechas que emolduravam o rosto de um jeito mais antiquado clássico e... bom, lindo.

Ele estava bem perto, como ontem, naquele quase beijo. Isso também poderia ser um quase beijo se eu me movesse um pouco. Os lábios dele tinham linhas femininas, o nariz dele era um pouco longo demais, arrebitado... Sério, ele está perto demais, isso poderia ser um beijo.

Isso... Poderia ser um beijo! Ai senhor!

— O que você quer, Liot? — perguntei pulando com o susto, sentindo meu coração ressoar nos ouvidos.

— Parece que viu um fantasma... — ele franziu o nariz. — O principezinho italiano e você precisam ir almoçar. Está quase na hora.

Olhei para baixo, vendo a criança pela primeira vez, ela estava ressonando tão bonitinho... Os cabelos cacheados alguns tons de castanho mais claros que o meu.

— Own, que fofo. — franzi as sobrancelhas. — Ninguém achou estranho eu ficar com ele?

— Os reis estavam entretidos demais numa conversa política, os príncipes começaram a jogar e trataram de entreter todo mundo. De qualquer modo, foi só por uma hora e pouco, não foi uma coisa desesperadora, Bela Adormecida.

— Carambolas... Vamos, então? — arrumei meus braços para deixa-lo o mais confortável possível. — Só preciso de uma mão.

Ele soltou um riso pelo nariz, puxando-me pelos meus cotovelos.

— Vamos, babá de aluguel.

— Quantos apelidos você já tem para mim?

Ele levantou os olhos, contando com os dedos, quando ele chegou na segunda mão comecei a me preocupar.

— Dez, posso ter mais, mas eles eu não posso usar aqui, você me mataria.

— Posso perguntar quais são?

— Você não quer saber... Eu tenho certeza disso. — ele abriu a porta para mim, o burburinho de conversas incessante alcançou os nossos ouvidos.

— O meu bebê sumiu... — uma mulher chorava, abraçada a rainha Megara. — Depois de tudo o que aconteceu...

— Não se preocupe, ele não deve ter saído do palácio.

Elliot me fitou, depois a criança e a mãe desesperada no meio do salão, fazendo a conexão, andamos juntos e acabamos chamando a atenção de alguns para nós.

— Está tudo bem? — questionei a rainha mais próxima, Catrina, mas quem respondeu foi a monarca de Illéa.

— Oh, meu jovem, pode nos dar... Giulianna, olha quem chegou.

Eu nunca tinha vistos olhos dourados, eles ficaram tão radiantes quando avistou a criança que não importava qual cor fossem, uma joia rara e preciosa, mais valiosa do que muitas ao redor do mundo.

— Graças a Deus! — ela colocou as mãos sobre o filho e soluçou aliviada. — Muito obrigada! — beijou as minhas bochechas, pegando o pequeno príncipe, estava tão aliviada que o ar a sua volta ficou mais leve que plumas.

— Obrigada, meninos. — fizemos a reverência e fomos para a nossa mesa.

Estranhei a mudança de lugares, mas percebi que as plaquinhas tinham sumido, então nós poderíamos nos sentar ao lado de quem quisermos, isso era um pouco mais confortável, mas acabei me habituando a comer ao lado de Henrique, mas ele já estava com...

— Liot, quem é aquele ali? — apontei para o menino de olhos violetas que invadiu meu quarto ontem.

— Não tenho ideia. Quer conversar com ele?

— Deixa para lá.

Eu não me importava muito, o mais curioso no momento eram as famílias reais, a história por trás de cada uma delas soava milhares de vezes mais interessante do que mais um selecionado. Tinham dezenove, eu decorei o nome de alguns, no primeiro dia eu sabia o de todos, mas após a transformação ficou quase impossível associar...

— Elliot, você já tinha esse... — gesticulei tentando dar a ideia do que eu queria saber.

— Oh, não. Meu cabelo era bem diferente, eu fiz questão de mudarem quase tudo, meus pais são uma decepção em corte de cabelo original.

— Ah...

— Na carta que eles mandaram falaram que eu fiquei... Qual foi a palavra? Rebelde, e estou refletindo mais a minha personalidade. — parecia querer falar mais alguma coisa, mas apenas sorriu.

Agora eu pude falar com o mestre do conhecimento, ele ainda estava um pouco irritado porque Higor insistia que apenas inglês fosse falado ali, não importava quantas pessoas estivessem presentes. Alexei conseguiu transformar nosso primeiro almoço juntos em uma belíssima aula de história, fazendo as relações Illéa, Itália, França, explicando com detalhes o que sabia sobre a personalidade dos monarcas e suas vidas.

Aparentemente, o rei francês e a rainha Megara tinham uma ligação familiar, ele era conhecido por ser responsável e amoroso — severo e absolutista eu chutaria, mas amoroso... definitivamente não —; a rainha Catrina era muda, suas expressões e gestos são explicativos e o rei consegue entender tudo o que passar por sua cabeça. William o mais calmo de todos os três herdeiros, Roger seria um problema para a nação no futuro e Fabrício... é só uma criança, as meninas são outra história.

— Muito bem, se o rei é tão amoroso, por que o ar ficou tão pesado ontem?

— Problemas de família. — Elliot deu de ombros. — Não somos parte dela, então não precisamos das respostas consistentes, não é?

Ele... sabia de alguma coisa sim, e não queria contar.

— Senhores. — o velho senhor apareceu do nosso lado. — Nós teremos mals algumas aulas de dança após o almoço, estejam preparados. Será a última chance de vocês antes do baile de amanhã.

— O baile não é terça?

Elliot segurou a testa, irritado.

— Amanhã é terça. Hoje é segunda, você passou quase o domingo inteiro dormindo.

Soltei um riso nervoso, o que fez ele arquear uma sobrancelha e revirar os olhos em seguida. Já tinham casais na sala de dança treinando, o príncipe William estava dançando com uma das gêmeas, Gael acompanhava a outra nos rodopios ao redor do salão. Algumas criadas também estavam espalhadas nos esperando, Alexei veio correndo pegar Liot para começar, eu fui até Gina.

— Que tal uma dança?

— Informal demais, senhor. — ela segurou minha mão e apoiou a outra no meu ombro. — A tentativa foi válida. Agora, você tem que conduzir.

— Não pode me afastar deste pesadelo?

— É só não pensar.

— Fácil falar.

Depois do que pareceu meia hora, ela disse que eu ainda parecia enferrujado e rígido. Entre as linhas eu percebi uma crítica a minha falta de coordenação na liderança.

— Gininha, vamos trocar de par? — Zeno estava atrás dela com uma outra empregada. — Dançar apenas com o seu selecionado não vai ajudar muito. — a menina tinha os olhos brilhantes escuros calorosos, combinavam muito com a pele negra dela.

Ela arqueou as sobrancelhas para mim, eu assenti meio perdido.

— Meu selecionado estava quase morrendo observando vocês, quer saber o motivo?

— Qual seria? — os cabelos dela eram bem cacheados, algumas mechas tinham escapado e ficavam como uma moldura de molinhas.

— Você é terrível na dança, eu posso afirmar isso por mim mesma agora.

Críticas que não tem fim... Maravilha.

— Não se importe com os passos, deixe seu corpo guiar.

No final da aula de três horas, eu estava sentado em uma das mesas no canto, remoendo a minha falta de experiência e talento na dança. Monstrinhos flutuavam a minha volta enfatizando todas as reclamações que ouvi durante o dia, eu era uma armadura viva e enferrujada.

— Vai ficar chorando? — era a primeira vez que ouvi essa voz, sinos de igreja batendo causando a revoada dos pássaros. — Você tem a opção de ficar aí e não dançar amanhã ou aceitar ter uma aula particular neste momento.

— Vossa alteza! — levantei em um pulo reconhecendo o primogênito estrangeiro.

— Dispenso formalidades. — ele mostrou os dentes e as covinhas. — Você quer uma aula?

— Mas...

— Eu estava dando uma aula para o pessoal ali, você perdeu. Agora eles estão treinando só para não esquecer.

Realmente, todos estavam de volta à pista, eu era o único sentado.

— Vamos? — ele estendeu a mão, aceitei sem pestanejar. — Primeiro, você tem que relaxar todos os músculos e deixar sua mente flutuar junto a música. Segundo, comece a se balançar no ritmo dela e siga seus instintos.

Ele guiou primeiramente, antes de inverter os papéis, na primeira tentativa ele entendeu o motivo de eu estar tão mal, na segunda eu já tinha melhorado uma centelha, e com vinte minutos eu já estava me considerando um dançarino nato, era tão fácil.

— Vê? Não é tão difícil. — ele fez uma careta. — Agora é só não pisar no pé das suas parceiras, elas irão te agradecer se o fizer.

— Eu pisei no seu pé?! Desculpe!

— Foi só a vigésima vez, não é tão ruim assim, tem pessoas que pisam no pé umas das outras a cada dez segundos.

William chamou Zeno para testar a minha melhora, poderia ter escolhido outro menos... dançarino, uma paixão grande por uma arte traz críticas do coração, essas podem machucar a alma. No entanto, ele concordou que eu tinha ‘evoluído’, acho que posso considerar isso um elogio, mesmo sendo uma palavra estranha para usar com esta finalidade.

— Espero que todos estejam prontos para amanhã, vão ter que se preparar para as câmeras, e ficarão no salão dos homens quase o tempo inteiro, ele estará organizado para arrumá-los. As princesas e rainhas estarão fazendo o mesmo no salão das mulheres, as únicas refeições que terão no salão será o café da manhã e o jantar. — nosso tutor terminou de explicar. — Estão dispensados para retornar suas atividades normais, o jantar será servido em duas horas.

— Vamos para a biblioteca, Kyan? — Alex questionou, concordei, queria começar a estudar o quanto antes, só tinha que fazer o pedido.

— Sobre o que são aqueles diários que você estava procurando no outro dia? — perguntei quando estávamos já na porta. — São importantes?

— A história da fundação de Illéa, do ponto de vista do primeiro rei. — ele arqueou as sobrancelhas. — Deve imaginar o quão incrível é, não? A história sendo contada desse jeito... Se todos os líderes de movimentos que revolucionaram o mundo tivessem diários nós entenderíamos melhor suas cabeças, motivos, fraudes etc. É deveras interessante. — o ‘r’ ficava bem forte quando ele pronunciava as palavras. — Por que está rindo?

— Não parece que você aprendeu inglês faz pouco tempo.

— Eu não aprendi inglês a pouco tempo, eu já sabia, só estava numa parte esquecida da minha cabeça, eu tinha que lembrar.

Por coincidência, os reis estavam no cômodo, Alex os ignorou e foi direto para a prateleira pegar os livros, ouvi os murmúrios dos governantes e isso atiçou a minha terrível curiosidade. Eu tinha percebido o rápido modo como o francês analisou o russo.

Isso estava quase parecendo uma terrível conspiração entre pessoas de extremo poder, não sei o motivo, mas Alexei era facilmente associado a um rebelde na minha cabeça. Causava uma certa nostalgia isso, qual seria o motivo dele ser tão furtivo e esquivo?

Espera... Nunca pensei nele como uma pessoa furtiva, será que meu subconsciente estava tentando me avisar que eu estava me envolvendo com um criminoso em potencial? Sacudi a cabeça para afastar tais pensamentos, o conspirador ele devia pensar que era eu, afinal eu quem comecei falando sobre encontrar o segredo do príncipe.

Como eu fui idiota, ele pode ser um agente secreto procurando rebelde, ou um rebelde que acredita que eu faço parte de uma ‘gangue’ inimiga. Morte não está nos meus planos, na verdade... Será que ele estava por trás do ataque de sábado? Não... Para de viajar, Kyan, isso está indo longe demais. O Alexei é seu amigo, não é?

É... Ou será que não? Nós conversamos bastante ao longo dessas semanas, mas eu não sei nada da vida deles, eu sei um pouco mais sobre Elliot por causa daquela entrevista coletiva, mas isso não quer dizer que eu seja amigo deles... Eles devem ser mais amigos do que eu... Ai senhor... E se o Liot também for um rebelde?

— Ryan, você está bem?

— Eu não fiz nada! — levantei os braços me rendendo, ele me analisou.

— Você estava estranho, tem certeza que dormir mais do que o recomendável não afetou o seu cérebro?

— Fazer o que, não é? Ah! Eu estava me perguntando no outro dia, qual é a sua profissão?

— Historiador. — ele respondeu depois de um segundo, inclinando a cabeça. — Você foi na enfermaria?

— Eu não estou doente, pare de criar suposições estranhas na sua cabeça!

— Não fui eu. Foi você. Sério, vai ver o médico, hoje de manhã você estava mal e agora com sua sanidade caindo, será mesmo bom que você vá.

Será que eu estou mesmo louco?

— Não disse que você estava louco, eu falei que você está estranho, ainda mais por estar falando seus pensamentos em voz alta sem notar.

Dei dois passos para trás balançando as mãos na frente do corpo do mesmo jeito quando pedia para meus pais esquecerem algum assunto. Saí quase correndo da biblioteca para o meu quarto, não tenho ideia do que falei em voz alta, será que eu comentei o fato de pensar que ele é um rebelde? Ou será que ele estava apenas blefando? Mas e se ele é um leitor de mentes e sabe tudo o que acontece no palácio?

É... Definitivamente eu não estou normal, eu realmente preciso de um chá.

— Senhor, chegou cedo. — Jean estava prestes a levantar, mas antes que o fizesse eu sentei no chão com eles.

— O que estão jogando?

Uma simples e divertida distração, era isso o que eu precisava, a minha mente deveria parar de girar se eu me concentrasse e risse, essa tática poucas vezes falhava quando eu ficava nervoso por algo. Acalmar, respirar, dispersar, vários ‘ars’ eram necessários.

Eu decidi ficar no quarto, incrivelmente Jean não foi teimoso como das outras vezes, simplesmente saiu e foi pegar o meu jantar, nesse meio tempo alguém bateu na porta, antes que eu pudesse me levantar o rei da França ‘invadiu’ o meu quarto.

Quais são as possibilidades de o rei estrangeiro vir para o seu quarto quando ninguém está por perto?

— Senhor Wain, eu gostaria de fazer algumas perguntas acerca de seu amigo. — ele pausou analisando minha expressão. — Aquele com o sotaque russo.

Oh, então ele ainda não sabia do Alexei... Será...

Espera, o Alexei falou que morou na França, e se isso for apenas uma mentira disfarçada para proteger seu segredo? Ao invés de ser um rebelde de Illé talvez ele fosse francês e tenha se virado contra a monarquia do país anos atrás e exilou-se em busca de proteção.

Por que eu estou tão complexado com uma teoria maluca que eu criei e que a chance de ser verdade é mínima?

— Que tipos de perguntas, majestade?

— Qual é o nome do jovem, poderia me dizer?

— Alexei. — respondi, então martirizei-me por ser tão rápido, eu deveria pensar se era seguro dizer ou não.

— Ele é fluente em alguma língua além de inglês e russo?

— Alemão. — mordi minha língua, sério eu sou um idiota, estou começando a suar, por quê?

— Existe a possibilidade de ele ser fluente em francês também? — engoli em seco.

— Não sei, senhor. Eu não sou muito familiar com esta língua.

Uma meia verdade, meu coração batia acelerado, eu poderia ser castigado por isso, não podia? Afinal, eu menti para um monarca, mesmo que levemente. Eu realmente não sou familiar com francês, mas eu reconheço quando ouço, alguns vizinhos conversavam com meus pais nessa língua.

— Apenas uma última, o cabelo dele era daquela cor quando ele veio para cá?

Franzi as sobrancelhas.

— É... Não sei, senhor. Eu o conheci depois que aconteceu a transformação.

— Muito obrigado pelo seu tempo. — ele assentiu e se virou, pronto para sair.

— Posso fazer apenas uma pergunta?

— Achei que ele fosse um conhecido. Tem alguma outra?

— Existe alguma possibilidade dele ser alguém perigoso?

A lâmina em seus olhos não estava tão afiada quanto no dia anterior, parecia mais... nostálgica.

— Se você for seu inimigo... deveria desculpar-se o quanto antes, talvez ele seja bondoso.

Não demorou mais de cinco minutos para todos os meus ajudantes voltarem ao quarto, o que foi bem incrível por sinal, o timing perfeito. Gina explicou que todos os selecionados jantariam em seus quartos por conta dos preparativos de amanhã, seria um grande evento, afinal. A rainha organizou tudo sozinha para que saísse de acordo com o que imaginava.

— Pela chegada dos italianos, todos os pratos de hoje tiveram essa origem, o cheiro dos molhos fez meu estômago cantar quando entrei na cozinha. — Olivia se jogou na minha cama, recebendo uma repreensão de Jean.

— Italianos são bagunceiros demais, falam demais e fazem gestos em demasiado. Totalmente e completamente desnecessário. — ele bufou virando o rosto.

— Falando nisso, Ryan, como está se sentindo? Nós passamos por Alexei quando subíamos ele falou que você foi na enfermaria...

— Ele não foi. — Jean afirmou, seus olhos fuzilavam meu pescoço. — Está colocando os dedos nos lábios de novo, ia começar a morde-los nessa mania irritante de criança querendo esconder os erros.

— É tão óbvio assim?

— Até o mais lento dos homens pode adivinhar o que passa pela sua cabeça. Você é um livro aberto.


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Notas finais do capítulo

Vish vish vish... Temos vários probleminhas que estão virando problemões, não é?

Alguém tem ideia do que está acontecendo? Eu acho que o Alex pode estar escondendo alguma coisinha...

Vejo vocês no próximo, só um aviso: se preparem para a festa!



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