Alejandro e Christian viviam um romance escondido mais cheio de amor. Alejandro era gay assumido, mas Christian não.

Ambos estudavam na mesma escola particular St. Dalton Academy, escola aplicada que aceitava apenas estudantes de nível alto de inteligência e boas notas.

Mas o romance de Alejandro e Christian não foi à primeira vista não... Christian fazia bullying com o companheiro quando estava junto de seus amigos, mas no fundo ele sabia que tinha sentimentos pelo garoto, principalmente quando se perdia em seus olhos verdes que brilhavam a luz do sol.

O primeiro beijo deles? Numa festa de Halloween na escola! Christian ficou bêbado e Alejandro o levou para sua casa. Alejandro por sorte tinha dois quartos na sua residência, mas por caraminholas o de olhos verdes colocou o moreno em sua cama e dormiu no sofá.

Christian estava com sua fantasia de príncipe encantado e Alejandro de Peter Pan, eles dormiram fantasiados mesmo. Bom, pelo menos naquela noite Christian dormiu, Alejandro pelo contrário, ficou olhando seu amado na cama.

Mas e o beijo? Sim o beijo foi nessa noite. Como? Pois eu vou contar:

***

Christian dormia tranquilamente na cama de Alejandro, claro que ele tirou os sapatos de Christian e desabotoou sua camisa para ele se sentir confortável. Alejandro quando viu aquele abdômen sarado quase teve a vontade de se deitar ao seu lado, mas, não o fez por medo da reação do outro.

Três horas da manhã, Christian começou a resmungar algumas coisas, como Alejandro não conseguia dormir, estava na sala assistindo filme e comendo pipoca, mas conseguiu ouvir os murmúrios de seu amigo.

Ele foi correndo até o quarto para ver o que ele falava, Christian estava chapado, mas conseguia abrir os olhos:

– Alejandro?

– Sim, sou eu...

– Onde estou?

– Na minha casa e na minha cama, você ficou bêbado na festa e eu te trouxe...

– Você me trouxe até aqui? – dizia ele sonolentamente.

– Uhum.

– Alejandro, porque fez isso?

– Han...

– Ale? Não estou ouvindo, chegue mais perto...

Alejandro corou naquele momento, raramente ficava tão perto de um homem, ainda mais de Christian, ele ficou apreensivo, mas sentou ao seu lado e obteve contato corporal com ele.

– Porque fez isso? – sussurrou ele.

– Pois sou seu amigo – sussurrou de volta.

Christian esboçou um sorriso e mostrou alguns dentes. Alejandro se derreteu naquele momento. Os dentes brancos e perfeitos de Christian o deixou com os pensamentos nas nuvens...

– Ale...

– Sim?

Christian fez um sinal para ele chegar ainda mais perto, fazendo os de olhos verdes corar ainda mais.

Suas bocas estavam tão próximas, eles conseguiam sentir o ar quente um do outro. O coração de Alejandro estava acelerado, Christian começou há levantar um pouco a cabeça, Alejandro fechou os olhos e esperou...

Christian depositou seus lábios nos de Alejandro e o beijo foi intenso. Alejandro levantou Christian e passou seus braços em sua nuca. Christian alisava Alejandro desde o corpo até suas pernas, não deixava um espaço sem tocar.

Os dois então pararam, Alejandro estava ofegante e Christian sorria.

– Obrigado – disse Christian.

Alejandro apenas sorriu, não conseguia dizer sequer uma palavra. Quando viu, seu amigo havia se ferrado no sono novamente, então ele se levantou da cama e voltou a assistir seu filme e comer sua pipoca, mas agora com um sorriso no rosto e com seus olhos verdes brilhantes.

***

Christian acordou e viu sua visão embaçada, não sabia onde estava ou que horas eram. Viu Alejandro no sofá dormindo com pipocas no rosto e o brilho da TV dançando sobre seu corpo.

Ele se levantou e se viu com sua fantasia de príncipe e se lembrou da festa da noite anterior, mas não se recordava de como havia chegado ao que se parecia à casa de Alejandro e nem quem o trouxe a aquele lugar.

Colocou seus sapatos e abotoou sua camisa, foi até Alejandro e o sacudiu:

– Alejandro! Alejandro! ALEJANDRO!

O garoto acordou assustado:

– Chris?

Alejandro se levantou e coçou os olhos.

– O que estou fazendo aqui?

– Han?

– O que eu estou fazendo aqui me diga?

– Ué, você dormiu aqui...

– Quem me trouxe?

– Eu.

– E porque fez isso?

Christian já se encontrava nervoso e com o rosto um pouco vermelho e com um pouco de fúria nos olhos.

– Você estava bêbado e não conseguia dirigir e não falava coisa com coisa e eu te trouxe para minha casa... Algum problema?

– Sim! Vários problemas... Se alguém descobre que dormi em sua casa, iriam me zoar até o fim do ano.

– Por quê?

– Porque acha? Porque você á gay Alejandro.

– E qual o problema? Você me beijou ontem. – disse ele determinado.

– O que? – gritou ele.

– Sim, você me beijou.

Christian pegou Alejandro pelo pescoço e o levantou.

– Chris... Por favor...

Christian levou Alejandro até a parede e o pressionou contra ela.

– Se contar a alguém sobre esta noite... Eu te mato.

– Chris... Por favor...

Alejandro estava vermelho e sem ar.

– Você ouviu? Ouviu?

Alejandro assentiu e Chris o soltou, derrubando-o. Alejandro colocou as mãos no pescoço e começou a tossir, procurando ar para seus pulmões.

– Qual o problema em me beijar? – disse ele entre tossidos.

– Eu não sou gay, não sou um verme, uma pessoa doente que gosta de arruinar a vida dos outros. Não sou uma pessoa imprópria para a sociedade, eu não sou um monstro!

As palavras de Christian ecoavam pela sala e cada letra Alejandro sentia seu coração se despedaçar. Ele abaixou os olhos e sentiu lágrimas começarem a escorrer por seu rosto.

Christian pegou as chaves de seu carro que estavam na mesa de centro e saiu da casa. Alejandro ainda estava no chão chorando por conta das palavras insensíveis do amigo.

Depois de alguns minutos Emma bateu a porta de Alejandro:

– Ale?

– Pode entrar... – disse ele soluçando.

Emma entrou e encontrou seu amigo no chão:

– ALE! O que aconteceu? Você esta bem?

Emma o ajudou a levantar e o sentou no sofá.

– O que aconteceu?

Alejandro contou todo o ocorrido desde a festa até a briga de Christian e ele.

– Ale, você podia ter morrido! Tem certeza que você está bem?

– Estou... Mas... Emma eu amo ele! – disse com os olhos lacrimejantes.

– Oh Ale...

Emma sentou ao seu lado e o abraçou.

– Você merece alguém melhor.

Emma limpou as lágrimas do rosto do amigo.

– Vamos, se arrume iremos ao shopping hoje!

– Mas e a escola?

– Faltaremos – disse a loira com um sorriso no rosto.

***

Christian chegou à escola pisando fundo e tentando lembrar se algo do que Alejandro falou realmente aconteceu, mas não conseguia, bebeu demais que seu cérebro não registrou nada do que havia ocorrido.

Max, Ben e Liam vieram em sua direção:

– Onde foi ontem? – disse Max.

– É, depois de algum tempo você sumiu da festa – afirmou Ben.

– Não me vá dizer que ficou com alguma menina na escola, porque se alguém descobre você irá ser expulso! – disse Liam.

– Não, não, não fiz nada disso, só fui embora mais cedo, estava com muita dor de cabeça.

Ao dizer isso ele saiu na frente de seus amigos, o deixando para trás.

– Acho que aconteceu alguma coisa que ele não quer nos contar – disse Max.

Os outros dois assentiram.

***

Christian foi para o banheiro da escola e via seu reflexo no espelho. Ficava se perguntando se havia mesmo beijado Alejandro, e quando se lembrava disso sorria.

Christian estaria gostando de Alejandro? Queria descobrir, e quem sabia colocar seus sentimentos à flor da pele.

Ele saiu do banheiro e foi para seu carro, o ligou e deu marcha à ré, não iria à aula hoje, iria atrás da pessoa que atormentava seus pensamentos: Alejandro.

***

Depois de meia hora Alejandro saiu de seu quarto arrumado: camisa branca com um xadrez por cima e calça jeans preta e seus tênis azuis habituais de sempre.

Emma sorriu para ele e pegou em sua mão:

– Vamos?

Ele assentiu com um pouco de medo.

– Hey... Vamos ao shopping para se divertir e esquecer isso, você é mais forte que isso.

Alejandro sorriu.

– Aliás, comprarei alguma coisa azul para você.

– Por quê?

– Porque é sua cor favorita – disse ela sorrindo.

– Como você sabe?

– Intuição feminina.

Os dois riram e saíram.

***

Christian viu Emma e Alejandro saírem animados de dentro da casa e entrando no carro de Emma. Discretamente, ele começou a segui-los.

No banco do carona, havia várias rosas de todas as cores, mas, principalmente azul e também havia uma com pétalas de várias cores que Christian tinha feito numa experiência alguns dias atrás quando estava sem nada a fazer.

Ele guardara aquele rosa para alguém especial e agora sabia para quem seria.

Emma brincava com o carro na rua, fazia viradas bruscas e paradas repentinas, mas Christian não desistia de segui-los.

Depois de alguns minutos cheios de emoção no trânsito, finalmente chegaram a um lugar: o shopping!

Christian estacionou na primeira vaga que viu e saiu correndo com todas as rosas em mãos, às vezes os espinhos o machucavam, mas não se importaria, faria de tudo para que desse certo o seu plano maluco.

***

Emma estacionou em uma vaga perto da entrada do recinto. Ambos desceram:

– Devia ser mais cuidadosa no trânsito doida! – disse Alejandro.

– Para que cuidado? Devemos nos divertir! – disse ela rindo.

– Até a gente se acidentar!

– Relaxa ta comigo ta com Deus!

Alejandro ria da inocência da amiga.

– Ainda não sei como conseguiu tirar carta de motorista.

Ambos riram e entraram no shopping.

Assim que passaram pela primeira loja, uma vendedora saiu de um corredor e foi em direção a eles com uma caixa dourada e um laço azul:

– Han... Você é Alejandro?

– Sim.

A moça entregou o pacote para ele e saiu.

– O que é isso? – disse Emma, curiosa.

– Não sei.

Alejandro abriu a caixa e achou uma rosa vermelha.

– De quem será que é? – disse Emma vendo os corredores.

– Não sei, nem cartão tem!

Alejandro guardou a caixa em sua mochila e continuaram seu caminho. Quando viraram outro corredor, um vendedor de sorvete os parou:

– Alejandro?

– Sim.

Ele o entregou um saquinho prateado com uma fita azul com um laço. Logo em seguida saiu.

– Mais um? – disse Emma.

Alejandro abriu e achou uma rosa roxa.

– Cartão?

– Nada.

– Quem será que está te enviando essas rosas?

Alejandro balançou a cabeça e guardou a rosa na mochila.

– Estou com medo de virar outro corredor e alguém me entregar mais rosas...

– Estou aqui, se lembre disso.

Emma e Alejandro foram ver o playground e acharam no banco que iam sentar três rosas: uma amarela, uma rosa e outra azul. Junto um papel escrito:

“Para Alejandro”

– Mais? – disse Emma impressionada – alguém estava te flertando cara.

Alejandro estava de boca aberta e colocou as rosas na mochila junto com o papel.

Os dois então foram para o cinema assistir um filme animado e pediram pipoca e refrigerante.

Quando a garçonete entregou o saco de pipocas grande para Alejandro, havia cinco rosas: vermelha, amarela, bege, azul e violeta.

– Com licença, quem lhe entregou isso? – perguntou Emma a garçonete.

– Não posso falar tenham uma boa tarde.

Alejandro guardou as rosas na mochila e foi assistir ao filme olhando para todos os lados para ver se alguém estava o olhando, a fim de descobrir quem lhe estava enviando estas rosas.

As horas passaram rapidamente com o filme, e a pipoca e o refrigerante também. Emma teve que ir duas vezes buscar mais comida para ele e Alejandro.

Quando saíram, ainda vendo as cenas pós-créditos finais, Alejandro se deparou com um buque com dez rosas de variadas cores em cima de uma mesa, com um papel:

“Para Alejandro, o amor da minha vida”.

– Isso já passou dos limites – disse Emma nervosa.

– Acalme-se, irei esconder isso.

Alejandro escondeu assim, as rosas e o papel dentro da mochila. Sua bolsa já havia ficado estufada de tantas coisas que tinha dentro, as rosas também não ajudavam em nada.

– Venha, já sei o que fazer. – disse Emma

A loira pegou na mão de Alejandro e o pujou até uma máquina de dança do playground e colocou moedas na máquina a fim de fazê-la funcionar para poderem jogar.

– A não Emma, por favor, eu não sei dançar.

– Sabe sim, você é o melhor da escola, além do mais aqui tem uma música que é a sua favorita e que serve muito bem para o momento pelo qual está passando.

Emma escolheu a música “Stronger” de Kelly Clarkson, mas na versão Glee.

– Stronger! Como você sabia que eu a adoro?

Ambos se olharam.

– Intuição feminina – disseram em coro e logo após riram.

O jogo começou:

You know the bed feels warmer

Sleeping here alone

You know I dream in colour

And do the things I want

You think you got the best of me

You think you had the last laugh

Bet you think that everything good is gone

Think you left me broken down

Think that I'd come running back

Baby, you don't know me, 'cause you're dead wrong

A música corria e Alejandro estava ganhando de Emma de lavada.

What doesn't kill you makes you stronger

Stand a little taller

Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

What doesn't kill you makes you a fighter

Footsteps even lighter

Doesn't mean I'm over cause you're gone

What doesn't kill you makes you stronger, stronger

Just me, myself and I

What doesn't kill you makes you stronger

Stand a little taller

Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

Ele sabia que essa música o definia nesse momento: deveria ser mais forte que seus sentimentos por Christian, pois sabia também que não havia esperança nenhuma desse relacionamento acontecer.

You heard that I was starting over with someone new

They told you I was moving on, and over you

You didn't think that I'd come back

I'd come back swinging

You try to break me but you'll see

What doesn't kill you makes you stronger

Stand a little taller

Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

What doesn't kill you makes you a fighter

Footsteps even lighter

Doesn't mean I'm over cause you're gone

Alejandro começava a chorar e Emma ao ver isso, esboçou um sorriso com compaixão pelo amigo.

What doesn't kill you makes you stronger, stronger

Just me, myself and I

What doesn't kill you makes you stronger

Stand a little taller

Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

Thanks to you I got a new thing started

Thanks to you I'm not the broken hearted

Thanks to you I'm finally thinking 'bout me

You know in the end the day you left was just my beginning

In the end

What doesn't kill you makes you stronger

Stand a little taller

Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

What doesn't kill you makes you a fighter

Footsteps even lighter

Doesn't mean I'm over cause you're gone

Alejandro dançava como um foguete, com uma cara fechada, ele estava passando por cima de seus sentimentos com a dança e a música. Ele via as rosas quase saindo da fresta aberta de sua mochila e se determinava ainda mais.

What doesn't kill you makes you stronger, stronger

Just me, myself and I

What doesn't kill you makes you stronger

Stand a little taller

Doesn't mean I'm lonely when I'm alone

O último verso foi cantado e então os dois pararam. Estavam ofegantes e então o vencedor saiu na tela: Alejandro havia ganhado por uma diferença de quinze mil pontos de Emma.

Emma sorriu:

– Eu falei que você era o melhor.

Alejandro sorriu de volta e abraçou Emma.

– Obrigado – falou ele em seu ouvido.

Ele estava soluçando e chorando. Emma o abraçava e sentia compaixão do amigo. Ela não seria forte o suficiente nesse momento tão delicado se fosse com ela.

– Alejandro...

Uma voz desconhecida saiu de trás dos amigos. Eles se soltaram e Alejandro viu:

– Christian! O... O que faz aqui?

Emma percebeu um pouco de medo no olhar do amigo.

Christian estava com as mãos para trás segurando alguma coisa, da qual Emma não conseguia ver o que era.

Alejandro estava congelado no seu lugar com medo do que Christian poderia fazer.

– O que você quer? – disse Emma em tom ameaçador.

O playground estava vazio, então se Emma quisesse meter um soco no nariz de Christian ela poderia sem problemas.

– Ale... Eu vim... Pra...

Christian estava nervoso, as palavras não saiam corretamente.

– Alejandro... Eu vim aqui para te dizer... Que... Que eu te...

Christian respirou fundo e reuniu coragem de lugares onde não havia.

– Eu te amo!

Alejandro arregalou os olhos e colocou as mãos na boca.

Christian chegou mais perto e se ajoelhou. Alejandro pulou a grade que o separavam e Emma sorria.

Christian tirou de trás de si um buquê de rosas azuis e uma rosa colorida com pétalas de várias coisas em destaque no meio.

Emma havia colocado novamente “Stronger” para o momento, estava no refrão quando Christian pediu:

– Você quer namorar comigo?

Ele ergueu o buquê e Alejandro sorriu.

– Sim, sim e sim!

Emma gritava de felicidade.

Ele dava pulos de alegria, Christian se levantou e jogou o buquê para Emma e enquanto a música rolava, fisgou Alejandro para um demorado, intenso e apaixonado beijo, bem ali no meio do shopping.