Ninguém Vê

Eu sou o que ninguém vê.
O resto de um passado doloroso,
A sobra de alimento do dia anterior,
O vazio que habita depois dos sentimentos dolorosos,
A sombra que sempre permanece no escuro.

Olhos me observam sem entender.
Sempre buscando respostas em lugares errados.
Onde o pecado se alastra na alma sem perdão.

Então feche os olhos.
Por um momento fique em silêncio.
E me escute toda vez que ouvir um
Grito rasgar minha garganta em dor.

Não se preocupe com a verdade
E Nem com as mentiras.
As palavras nunca foram importantes.
Pelo menos não nesse momento.

Sentimentos não me corroeram... Dessa vez.
Mataram-me com um único e doloroso golpe.
Meu corpo caiu inerte sobre o chão.

Lágrimas como aquelas que chorei, nunca voltarão.
Perderam-se com o tempo, levando com solidão,
A minha pobre alma sem coração.

Triste e doce sofrimento.
Com suas pétalas de sangue envenenadas,
E seu caule – a minha carne – forjado a ouro.
Mergulhando-se em um abismo que não tem fim.

Tremendo de frio possessivamente.
Não desse frio que estas pensando.
Aquele frio, entende?

Sobre os olhos cegos,
Um animal habita o meu corpo.
Envolve o meu pescoço enforcando-me lentamente
E o som que produz, sinto que são os
Meus ossos quebrados fazendo isso.

Estou com medo e você não vê.
Ninguém vê... E isso me fez entrar em pânico.