Dark Moon: Knight-hen escrita por Lord Gilgamesh


Capítulo 1
Capítulo 1




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Reino de Krbyn, ano de 239. Um homem caminhava debaixo da chuva na estrada de lama, seus pés calçados com botas negras com detalhes metálicos pisavam com força nas poças d'água formadas pela forte chuva. Ele estava todo coberto por um manto negro, da cabeça até os joelhos. Apenas dava pra ver seu cabelo negro como ébano e seus olhos negros sem vida. Ele não carregava consigo nenhuma arma e parecia bastante cansado. Estava prestes a chegar em um pequena cidade quando desmaiou no meio da estrada. Seu rosto estava quase sendo coberto pela água de uma poça quando uma garotinha parou ao seu lado e com muito esforço conseguiu arrastar o homem até sua casa.
A garotinha deitou o homem no tapete da sala de sua casa e começou a cuidar dele. Tirou o manto molhado que cobria o rosto e o corpo, tirou as botas e também sua camisa negra, deixando-o apenas de calça. Ele aparentava ter uns dezoito anos e era bem forte e tinha bastante cicatrizes no tórax e abdome, sua pele era extremamente pálida e gelada. Ela então preparou compressas quentes para colocar sobre o corpo do homem a fim de aquecê-lo. Quando pegou uma das compressas e tentou colocá-la na testa do homem, ele acordou e em uma velocidade incrível já estava de pé segurando a garotinha pelo pescoço e prensando-a contra a parede.

- Quem é você? O que estava fazendo comigo? - perguntou o homem olhando fixamente para os olhos da garota num tom frio que fazia a pequena menina tremer.

- E-eu estava cuidando do senhor. O senhor desmaiou na estrada e eu lhe trouxe pra cá. - respondeu a garotinha com uma voz doce e angelical, porém com muita dificuldade devido a força que o homem exercia com suas mãos em seu pescoço.

O homem então soltou a garotinha que caiu assentada, tremendo de medo do homem. Ela aparentava ter uns oito anos, tinha cabelos azulados e heterocromia de olhos, o da esquerda era vermelho e o da direita era azul. Ele então colocou as duas mãos na parede e olhou para baixo, seu olhar era frio e sem vida.

- Me desculpe. Eu estava fugindo de alguns bandidos. Achei que você trabalhasse para eles. - disse o homem sem demonstrar expressões.

A garotinha esfregou seu braço nos olhos, enxugando suas lágrimas e se levantou dando um agradável sorriso.

- Sou Mari. Pensei que quando visse meus olhos você fugiria, mas isso não aconteceu. As pessoas normalmente fogem quando vêem uma bruxa. - disse ela indo em direção ao fogão de lenha colocar mais compressas para esquentar.

- As pessoas não fariam isso se soubessem o que realmente é uma bruxa. - disse o homem se virando observando atentamente o que a menina estava fazendo.

- E como é uma bruxa de verdade? E eu lhe disse meu nome, não vai me dizer o seu? - perguntou a garotinha enquanto mexia na panela de água quente com todo cuidado.

- Isso são duas coisas que você não precisa saber. - disse o homem num tom frio pegando suas roupas que estavam perto do fogão a lenha secando.

- Tudo bem se não quer me contar seu nome. Mas pelo menos fique comigo. Meus pais morreram a alguns meses e você foi a primeira pessoa que não fugiu ao me ver. - disse a garotinha colocando sua pequena mão em cima da mão grande e forte do homem.

- Você não iria me querer com você. - disse o homem olhando fixamente com seus olhos mortos para os olhos heterocromáticos da garotinha.

Um barulho de pessoas se reunindo perto dali começou a surgir na casa. Mari foi olhar pela janela e avistou um grupo de soldados com armaduras negras que pareciam estar falando com a população. O mais alto e mais forte deles segurava um papel e parecia estar bem exaltado. O homem a agarrou por trás, tampando sua boca e a levou para um canto da casa.

- Eu disse que você não iria me querer com você. Esses soldados estão atrás de mim e a qualquer momento podem entrar nas casas. - disse o homem ainda tampando a boca de Mari.

Ela o olhava assustada e ele lentamente tirava a mão da boca dela e caminhava em direção as suas roupas. Quando estava terminando de se vestir ele ouviu o barulho da porta batendo, tentou ir atrás de Mari, mas já era tarde demais. Ele olhou pela janela e viu a pequena garota correndo em direção a multidão e decidiu que aquela era a hora de fugir. Com o maior cuidado, ele abriu a janela que dava para trás da casa e pulou, fechando a janela pela parte externa. Começou a andar lentamente para longe quando ouviu gritos.

- Bruxa!! - uma mulher gritava escandalosamente.

- Essa bruxa deve saber onde está o fugitivo! - gritou um homem num tom furioso.

- Peguem-na! - gritou outro homem.

Assustada Mari começou a correr de volta para sua casa, mas não era rápida o suficiente e foi pega pelo líder dos soldados. Era um homem forte de quase dois metros de altura. Ele a agarrou pelos sedosos cabelos azuis e a ergueu do chão. Mari esperneava e gritava enquanto escorria algumas lágrimas por seu rosto.
O homem ouvia aquilo tudo e apesar de sentir pena da garota que havia resgatado ele, sabia que não poderia voltar. Estava fraco demais e não conseguiria lutar contra os soldados. Sua cabeça estava a mil por hora, ao mesmo tempo que pensava em fugir, seu senso de justiça não permitia que ele deixasse a pequena garotinha para trás.

- Apareça logo, cavaleiro. Não tenho o dia todo. Ou você aparece ou eu degolo esta bruxa! - urrou o homem balançando a garota de um lado para o outro.

O homem continuava a hesitar e o soldado continuava a berrar. A população clamava pela execução da bruxa. O soldado então começou uma contagem regressiva, mas antes de chegar a metade avistou aquela figura negra em cima da casa da garota olhando fixamente para ele com olhos sombrios e com desejo de matar.

- Resolveu aparecer, covarde. Pensei que deixaria essa bruxa morrer. - gritou o soldado apontando sua espada para o homem.

- Deixe a garota em paz. Sou eu quem você quer e não ela. - disse o homem calmamente, mas por dentro o desejo de matar aquele soldado o corroia.

O soldado olhou bem nos olhos da garota e a jogou para o lado. Ela bateu com as costas e caiu machucada, mal conseguindo se levantar. A população se calou ao ver a brutalidade do soldado.

- Pronto. Agora desça aqui e renda-se. Você não pode lutar, não tem armas. - berrou o soldado com um sorriso maléfico no rosto.

O homem olhava fixamente com seus olhos negros para o soldado e lentamente estendeu a palma da sua mão para frente, tirando-a debaixo de seu manto negro.

- O que é isso? Algum tipo de saudação? - perguntou o solado irritado.

- Esse é o seu fim. - disse o homem friamente.

Um círculo mágico do tamanho de um prato apareceu bem em frente a palma da mão do homem. O círculo possuía escritos em Knesz em sua volta e uma estrela de oito pontas no centro. Ele brilhava num tom de roxo. Todos olhavam assustados. Alguns cidadãos sussurravam com outros que o homem era outro bruxo. Outros simplesmente não conseguiam se expressar, nunca haviam visto mágica antes.

- Souzou mahou? - Mari se perguntou enquanto olhava fixamente para o círculo mágico.

- Sua mágica não funcionará contra minha armadura! - gritou o soldado começando a correr para cima do homem.

Então o homem começou a pronunciar seu encantamento em uma língua que apenas Mari entendia.

- Ahrnevv mia svert akrof! Em adknk reddop e meakaff rahrnmep sauu ahruf! Ahrga, Svert Addakse! - disse o homem num tom baixo e contínuo.

O círculo começou a brilhar mais intensamente e uma lâmina negra começou a sair do centro da estrela de oito pontas. O soldado parou seu ataque naquele instante. A lâmina continuava a sair até a espada negra sair totalmente de dentro do círculo.
O homem então empunhou a espada negra, que emitia uma espécie de névoa negra de sua lâmina. A empunhadura tira um grande óleo ofídio amarelo incrustado no metal e quatro protuberâncias que pareciam pernas insectóides, duas de cada lado, que se projetavam pelas laterais. Ele abaixou a espada, que quase encostava no teto da casa e encarou o soldado.

- Então essa é sua famosa espada?! Quero ver o que ela é capaz de fazer. - disse o soldado, num tom de deboche, empunhando sua espada preparando-se para a luta.

- Famosa espada...?! - se perguntou Mari finalmente conseguindo se ajoelhar.

O soldado começou a correr para cima do homem em busca de uma luta. Quando estava a mais ou menos uns cinco metros do seu alvo, ele deu um salto. Ergueu sua espada acima de sua cabeça enquanto a segurava com as duas mãos, pronto para desferir um golpe mortal na cabeça do homem, que olhava fixamente para frente. Quando estava a centímetros de desferir seu golpe, o homem apenas colocou sua espada para cima, parando completamente um ataque. Por alguns segundos o soldado ficou parado no ar segurando sua espada com toda a força, não acreditando que aquele ataque havia sido parado com tanta facilidade. O homem então levantou a cabeça e olhou fixamente nos olhos do soldado. Seu olhar era aterrorizante e mortífero. Aquele olhar amedrontador tomou conta do corpo do soldado o impedindo de ter qualquer reação. Numa velocidade incrível o homem deu um giro de cento de oitenta graus deslizando sua espada pela espada do soldado, fazendo que faíscas aparecessem devido ao atrito entre as duas espada, e desferiu um poderoso chute no abdome do soldado. O soldado voou por uns dez metros e caiu de costas no chão. Quando conseguiu se levantar, percebeu que sua espada estava cortada ao meio e o local da armadura onde o homem desferiu o chute estava completamente destruído.

- Mesmo estando ferido e cansado, você ainda tem todo esse poder para quebrar uma armadura com proteção mágica? Soldados, ataquem-no! - gritou o soldado ordenando que seus cinco soldados atacassem o homem.

Os cinco homens, três armados com espadas, um com uma lança e outro com um chicote partiram para cima do homem. Em um piscar de olhos, o homem já estava no chão e já havia degolado o primeiro soldado que portava uma espada com um poderoso golpe com sua espada negra. Os outros quatro olhavam assustados, mas logo se deram conta que se quisessem vencer teriam que continuar atacando. O que usava um chicote laçou o pé do homem e puxou com toda força no intuito de derrubá-lo. Antes que o homem caísse de costas no chão, com apenas uma mão ele conseguiu se apoiar e fazer com que seu corpo girasse. O giro foi tão forte que lançou o solado com o chicote contra uma casa de madeira, destruindo completamente a casa.
Ao colocar o pé no chão, o homem tomou um impulso gigantesco em direção a um outro soldado portando uma espada, jogando água para tudo quanto é lado. Num velocidade incrível o solado estava caindo no chão dividido em duas partes. De uma só vez o último soldado com a espada e o com a lança foram para cima do homem. O guerreiro negro deu um incrível salto para cima, conseguindo esquivar completamente do ataque. O homem caiu em pé logo atrás do último soldado com a espada. Se virou rapidamente dando um poderoso chute no pescoço do soldado fazendo com que seu pescoço quebrasse na hora. O chute foi tão forte que jogou o soldado contra outra casa de madeira, fazendo um buraco enorme.
O soldado com a lança começou a atacar o homem, ele manejava a lança muito bem, mas o homem era muito mais rápido e conseguia se esquivar de todos os golpes. E quando o soldado menos esperava, a espada negra no homem já estava atravessada em sua garganta. O homem deu apenas um empurrão no soldado, fazendo-o cair para trás, morto. Quando estava se

virando em direção ao líder dos soldados, sentiu a presença de algo vindo em sua direção. Virou-se rapidamente lançando sua espada, que atingiu de cheio a testa do soldado com o chicote, fazendo-o voar por alguns metros e ser pregado na parede de outra casa. Após alguns segundos, sua espada negra que estava encravada na testa do soldado se tornou uma fumaça preta e esvaiu-se, como se diluísse no ar.
O homem caminhou lentamente até o líder dos solados que tentava se arrastar no chão numa tentativa falha de fuga. Mas o homem o alcançou e o levantou pela colarinho.

- Você vai voltar para sua rainha e dizer que um dia eu a destruirei. - disse o homem olhando fixamente para o soldado com seus olhos aterrorizantes.

O homem carregou o solado por mais alguns metros, pegou o chicote do outro soldado que ele havia matado e amarrou o líder dos solados em um cavalo. Deu um tapa na costas do animal que começou a correr em direção ao castelo. O homem então se virou e percebeu que Mari estava logo atrás dele, o olhando com olhos vibrantes, admirando-o.

- Você não me disse que também era um bruxo. - disse ela abrindo um sorriso enorme no rosto.

- Eu não sou. - respondeu o homem frio sem demonstrar nenhuma emoção.

- Mas você usou magia. Como pode não ser um bruxo? - perguntou a garotinha confusa.

- Nem todos os seres que sabem usar magia são bruxos. Bruxos são aqueles que possuem magias poderosas e controlam vários tipos. E dependem quase que exclusivamente delas para lutarem. Eu não sou um bruxo. - explicou o homem ainda sem demonstrar nenhuma emoção.

Neste instante um camponês da vila aproximou-se com uma tora de madeira na mão. Ele gritava descontroladamente para todos se revoltarem contra os bruxos. Quando estava prestes a bater com a tora de madeira na cabeça de Mari, o homem de preto segurou o pedaço de pau com apenas uma mão, parando completamente o ataque. Sem dizer nada, o homem esmagou a tora com apenas uma mão, fazendo com que o camponês recuasse com medo do que poderia acontecer.

- Eu sou Ridhr. Ridhr zi Zhravijh, primeiro príncipe do reino de Krbyn. E esta bruxa é minha protegida. - disse o homem encarando todos os camponeses com seus olhos negros e mortais.

Os camponeses começaram a murmurar entre eles, mas depois de alguns minutos se dissiparam voltando a suas casas e seus afazeres. Quando Ridhr se virou novamente para Mari, a garota estava encurvada em sua direção.

- Você não me disse que era um príncipe. Ouji-sama! - disse a menina envergonhada enquanto se curvava.

- Ehh, pare com isso. Se levante logo. - disse Ridhr sem jeito pegando Mari pelos braços e levantando-a.

- Você ficou sem jeito, ouji-sama. - disse Mari rindo da atitude de Ridhr enquanto colocava uma de suas mãos na boca tampando o seu sorriso.

- Pare de me chamar de ouji-sama. Não sou mais príncipe. - disse Ridhr levantando-se e virando-se para esconder seu rosto corado.

- Não é mais príncipe? Posso saber o porquê? Ah, você é todo misterioso. Não vai me contar mesmo. - disse Mari sorrindo. Nessa hora ela estava completamente apaixonada pelo guerreiro que havia salvado-a. Nunca antes alguém tinha feito algo tão bondoso por ela.

- Vamos. Você seguirá viagem comigo. Não posso te deixar aqui. - disse Ridhr voltando ao normal. No fundo ele estava feliz por finalmente ter encontrado alguém em quem podia confiar, só não gostava de demonstrar.

- Certo! Só preciso ir na minha casa pegar algumas coisas. - disse Mari correndo em direção a sua casa.

Ridhr a acompanhou e enquanto a garota pegava um bocado de roupa e comida e juntava tudo numa bolsa ele a observava com atenção. Começava a sentir algo por ela. Como se fosse um irmão mais velho que precisasse proteger sua irmã caçula em perigo. Depois que Mari empacotou suas coisas, eles saíram, deixando a vila e seus moradores para trás. Seguiam pelo caminho oposto ao qual Ridhr mandou o soldado. A chuva já havia parado e as nuvens começavam a se dissipar, fazendo que o Sol brilhasse.
Eles estavam andando por uma pequena estrada de terra em meio a um campo verde com algumas flores. A grama estava molhada e com aquele cheiro típico após uma chuva. Mari olhava admirada para todos os cantos. Ao fundo podia ver florestas com árvores de mais de trinta metros e montanhas íngremes e com neve no topo.

- Sabe... Nunca estive tão longe de casa. - disse Mari enquanto admirava a paisagem.

- Nem eu. Sempre vivi no castelo. - disse Ridhr enquanto andava, concentrado no caminho e alerta a qualquer movimento suspeito.

- Por que você saiu de lá? E para onde estamos indo? - perguntou Mari dando uma pequena corridinha para alcançar Ridhr que estava alguns passos a sua frente.

- A primeira pergunta não vem ao caso agora. E estamos indo achar o mestre da lendária espada Erohym. - disse Ridhr olhando para a garotinha que esboça um lindo e sincero sorriso.

- E você sabe onde esse mestre mora? - perguntou Mari curiosa.

- Não. - disse Ridhr no seu tom frio de sempre.

- O que? Como assim? Estamos vagando por aí sem ao menos saber para onde estamos indo? - gritou Mari indignada por estar viajando sem saber onde estava indo.

- Sim. - disse Ridhr olhando fixamente para frente.

- Aaaahhhh. Você me irrita com esse seu jeito. Mas agora não tem mais jeito, terei que te acompanhar. - disse Mari fechando a cara e cruzando os braços.

E assim continuaram viagem. Parando aqui e acolá. Conhecendo diversos tipos de pessoas, como bandidos, comerciantes, camponeses e soldados de outros reinos. Além de monstros, mas também criaturas gentis ou que serviam de comida. De tempos em tempos paravam para treinar em algum local tranquilo. Certa vez pararam perto de um lago com água bem cristalina. Ridhr assentou-se na grama e começou a conversar com Mari.

- Hoje começarei a te ensinar magia de criação. É uma magia fácil de fazer quando dominada. Porém muito difícil de aprender. - disse Ridhr estalando os dedos das mãos pronto para começar o treinamento.

- Como você aprendeu magia de criação? Quem te ensinou? Você pode fazer de novo pra eu ver? - Mari perguntava descontroladamente. Estava ansiosa para aprender esse novo tipo de mágica, já que só sabia magia de cura alguma coisa sobre magia de projeção.

- Eeh... Você faz muitas perguntas. - disse Ridhr assustado com o tanto de perguntas que Mari fazia.

- Quero saber mais sobre você. Estamos viajando há meses e as únicas coisas que sei é que você é um príncipe e que seu nome é Ridhr. - disse Mari chateada pela frieza de Ridhr.

- Acredite em mim. Não vai querer saber mais que isso. Agora vamos para seu treinamento. Para usar magia de criação você deve mentalizar um objeto. - disse Ridhr pegando uma fruta de dentro da bolsa de Mari. - Você agora vai observar essa fruta atentamente e tentar replicá-la.

Mari fazia exatamente o que seu mestre mandava, mas só conseguia abrir o círculo mágico. Precisava de muito mais treinamento. Ela ficou ali a tarde toda, mas sem nenhum progresso. Ridhr a confortou, dizendo que era uma magia muito difícil de se aprender, mas se ela treinasse todos os dias ia conseguir dominá-la.
O tempo foi-se passando. Já fazia quase quatro anos que eles viajavam juntos. Mari já estava com doze anos e Ridhr com vinte e dois. Eles se tratavam como irmãos. Mari já havia melhorado bastante suas habilidades mágicas e já ajudava Ridhr em algumas coisas como luta contra bandidos ou animais selvagens menos poderosos. Depois de um dia muito cansativo em que andaram praticamente o tempo todo, eles finalmente se alojaram na clareira de um densa floresta. Ridhr montou uma tenta e Mari se acomodou lá dentro. Enquanto isso ele ficou encostado numa árvore próxima de vigia. Mas depois de algumas horas ele também caiu no sono, devido ao cansaço extremo. Enquanto dormia, sonhava com sua vida quando era criança, mas no meio do sonho ele começava a pegar fogo. O cavaleiro acordou assustado e quando finalmente conseguiu manter seus olhos abertos, percebeu que a floresta estava em chamas. O calor e o cheio estavam insuportáveis. Ele virou-se rapidamente para a tenda onde Mari estava dormindo e ele ainda estava intacta. Correu até a tenda e acordou Mari, os dois juntaram as coisas rapidamente. Mas quando estavam indo em direção a um lugar com menos fogo, um homem enorme com uns três metros de altura saiu de trás da cortina de chamas.

- Você... - sussurrou Ridhr com ódio em seu tom de voz.

O homem se aproximou. Ele era totalmente revisto de um metal prata brilhante. Era também extremamente musculoso e estava com cara de poucos amigos. Antes que Ridhr pudesse reagir, ele tomou uma pancada na nuca e desmaiou. Outro homem estava atrás dele, mas este era mais ou menos da altura de Ridhr, tinha cabelo cinza com três rabos de cavalo, dois jogados pelos ombros e um para trás. Sua franja era azulada e ele tinha uma expressão facial menos assustadora que o homem metálico.
Mari estava assustada e sem saber o que fazer, quando recebeu uma pancada na nuca do mesmo homem que havia nocauteado Ridhr. Neste instante o homem metálico pegou Mari e a colocou sobre seu ombro direito. Dez artefatos, que juntos formavam uma espécie de asa saíram das costas do homem metálico e como um foguete, soltando rajadas de luz branca, ele decolou a toda velocidade. O outro homem ficou lá olhando para Ridhr. Então o fogo cessou-se e uma criatura humanóide saiu de trás de uma árvore. Ele tinha a pele alaranjada, uma longa cauda, suas orelhas eram pontudas, olhos de felino, dentes e garras bastante afiados. Ele de aproximou do homem que nocauteou Ridhr e os dois pegaram o cavaleiro negro pelos braços e o encostaram em uma árvore. O homem bestial se pôs em quatro patas e correu para dentro da floresta. O outro homem ainda ficou um tempo observando Ridhr. Ele foi até a tenta, tirou o pano que servia de teto e cobriu Ridhr.

- Sinto que tenha que ser assim. - disse o homem cobrindo Ridhr e então correndo para dentro da floresta na mesma direção em que a criatura humanóide havia ido.

Uma forte chuva desabou do céu escuro daquela noite. E depois de um tempo tomando chuva desacordado, Ridhr finalmente começou a abrir os olhos. Estava completamente desnorteado e não lembrava direito o que tinha acontecido. Levantou-se um pouco tonto e começou a procurar Mari. Ele gritava quase sem forças e andava cambaleando em meio a chuva. Quando se deu conta que sua irmã de consideração havia sido raptada ele ajoelhou-se e começou a gritar olhando para cima.
De repente uma sensação estranha tomou conta de Ridhr e seu grito não era mais de desespero por ter perdido alguém querido, mas de uma dor intensa que tomava conta de seu corpo. Lentamente uma marca negra começou a surgir em volta de seu olho direito. A dor era insuportável e a marca ia se expandindo. Emitia uma forte luz roxa. O que parece ter durados horas, na verdade durou apenas alguns segundos. Quando a forte dor parou, Ridhr se pôs de pé e começou a correr para dentro da floresta. Depois de alguns minutos de correria ele se deparou com um pequeno lago no final da floresta. Ele ajoelhou-se na margem do lago, pegou uma pouco de água e jogou no seu rosto. Neste momento a chuva cessou e o céu se abriu, revelando a bonita lua cheia daquele dia. Ridhr então viu seu reflexo no lago e percebeu sua nova marca que havia tomado conta de toda a região em volta de seu olho direito e sua têmpora direita. Ele passava a mão na marca, sem acreditar. Um sentimento de ódio começou a consumir sua mente e a única palavra que ele conseguiu proferir naquela hora foi.

- Krashndar.


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Notas finais do capítulo

Sozou mahou (JAP) = Magia de criação
Ouji-sama (JAP) = Príncipe

O encantamento que Ridhr diz antes de invocar sua espada significa: ''Venha a mim força das trevas! Me conceda seu poder e faça-me empunhar a sua fúria! Agora, Espada das Trevas!''

Eu mesmo criei esta língua.



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