Full Moon escrita por chibilele
Notas iniciais do capítulo
Fanfic feita para o III Challenge Remus Lupin do Fórum 6V.
Música utilizada: Full Moon (Sonata Arctica)
. Watching the night come in from the window .
Ele havia acabado de chegar à Casa dos Gritos e olhava via pela janela a noite cair. Era tão injusto que um garoto de apenas treze anos não pudesse ficar à noite com seus amigos, esperando por mais uma dolorida transformação, mais uma cansativa noite, mais mentiras para tentar não fazer seus únicos amigos odiarem-no por ser uma aberração.
As horas se arrastavam, e os últimos raios do sol ainda não haviam partido, embora ele tivesse chegado à Casa quando o sol já começava a se por. Perguntou-se se seus amigos estavam preocupados com ele, que acreditavam estar sob os cuidados de Madame Pomfrey e sem poder receber visitas. Perguntou-se como seria poder ter alguém para compartilhar aquelas noites tão difíceis. Mas sabia que era impossível, ele não poderia ter companhia sem que a ferisse e ele, acima de tudo, não queria ferir ninguém, muito menos aqueles a quem amava.
Mas às vezes era tão doloroso ver-se sozinho quando mais precisava de alguém.
. Hunted by his own, again he feels the moon rising on the sky .
Seus olhos amarelos viram a lua cheia, e se tornaram avermelhados. Remus sentia como se uma criatura furiosa quisesse lhe rasgar a pele e gritou de dor, enquanto vários pêlos começavam a surgir por todo o seu corpo, seu rosto se alongando, as mãos crescendo e nelas surgindo garras. Mais gritos.
. Full moon is on the sky and he's not a man anymore .
E a fera o dominava.
. In the mist of the morning he cannot fight anymore .
Quando o sol finalmente mostrou seus primeiros raios, Minerva McGonagall e Rubeo Hagrid apanharam o pequeno corpo estendido no chão da Casa dos Gritos. Levaram-no prontamente para a Ala Hospitalar, para que Papoula Pomfrey curasse seus ferimentos.
- Pobre garoto... – Minerva meneou a cabeça.
Papoula pediu que os dois se retirassem e ao virar-se viu dois olhos dourados fitando-a, cansados.
- Durma. – Disse a enfermeira.
- Eles perguntaram por mim? – Perguntou Remus, quase sem voz pelo cansaço.
- A todo instante.
Remus sorriu.
- Quando poderei vê-los?
- Hoje mesmo, durante as aulas, se conseguir.
- Hum.
. But he can't hide anymore .
- Remus!
Sirius levantou-se, preocupado. Remus não havia comparecido às aulas da manhã, e foi no almoço quando encontrou os amigos desde sua repentina "doença" no dia anterior. Ele estava pior do que os amigos o haviam visto; aparentemente, as transformações estavam piores.
Remus sentou-se entre Sirius e Peter.
- Oi. – Disse ele timidamente, começando a se servir.
- Não podíamos te ver. – Disse James. – Como pôde sair da Ala Hospitalar?
- Insisti. Não queria perder as aulas.
- Você está péssimo. – Comentou Sirius. – O que você tem?
- Não sei. – Remus encolheu os ombros. – Mas é genético.
- Seus pais me parecem saudáveis. – Observou Peter.
- Minha avó. Mãe da minha mãe, sabem?
Sem perguntar mais nada, James, Sirius e Peter se entreolharam.
A caminho da aula de Herbologia, os três cercaram Remus. Com os olhos arregalados, ele olhou para as três expressões sérias à sua frente e perguntou-se o que havia acontecido. Implorou em silêncio para que eles não houvessem descoberto seu segredo.
- Remus, nós percebemos. – Disse James sem rodeios.
- Perceberam o que? – A voz de Remus estava trêmula.
- Você sempre fica doente em uma época do mês. – Explicou Sirius.
- Nas luas cheias. – Completou Peter.
Remus sentiu o coração parar sob seu peito. Seus olhos se encheram involuntariamente de lágrimas, mas nenhuma delas rolou para sua face pálida.
- Certo, eu entendo. – Ele virou as costas e deu alguns passos antes que Sirius lhe segurasse firmemente pelo braço.
- Entende o que? – Perguntou ele.
- Vocês descobriram. Não vão querer ser amigo de um... de alguém como eu.
- Nós somos seus amigos, Remus. – James sorriu para o amigo. – Agora é meio tarde para escolher.
- Estamos com você. – Disse Peter.
- Somos praticamente uma família. – Sirius riu e puxou Remus para um abraço, e logo os outros dois se juntaram a ele.
Finalmente ele tinha alguém para compartilhar suas péssimas experiências. Agora ele não precisava mais mentir, nem ter medo da solidão; ele tinha amigos de verdade.
. It's love that is not ending .
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