Welcome to Grey World escrita por Elaine


Capítulo 2
The Circus is in town...


Notas iniciais do capítulo

Olá, ta aqui eu pra postar outro capitulo e tal

Obrigada a Choclove por comentar no outro capitulo...

Boa leitura e tal!!!!



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Alicia se perguntava por que se deixava ser guiada por aquele rapaz. Não sabia exatamente o que estava acontecendo — e nem se importava muito —, mas sabia que tinha se encrencado dessa vez, tinha a leve sensação de que algo estava para acontecer.

O jovem rapaz a estava levando por um corredor iluminado, nas paredes tinha vários quadros de molduras antigas, mas os primeiros quadros não eram de pessoas em roupas antigas e posturas perfeitas, eram de animais.

O primeiro quadro era o de um gato perfeitamente moldado em uma postura séria, a pelagem amarelada brilhava e os olhos amarelos encavam o nada como se estivesse olhando para a própria Alicia, no pescoço do gato tinha uma coleira preta que se destacava na pelagem.

De imediato, Alicia recordava de Nathaniel. Os olhos amarelos, a postura, e a aura que emanava do quadro, definitivamente eram como Nathaniel.

Os quadros que se seguiram era o de um cão marrom de orelhas médias caídas, os olhos do cão eram verdes como duas esmeraldas, brilhavam e passava a leve sensação de inocência, como um filhotinho, mas que não deixava de ter aquele ar de ameaça.

O seguinte era de uma fuinha banca com olhos dourados, ela estava em pé enquanto tocava uma borboleta roxa de lindas asas, a pelagem branca era alongada e cintilava com o sol, fazendo aparecer alguns fios prateados.

E o ultimo quadro de animal era o de um lobo, este lhe chamou a atenção, a pelagem era marrom avermelhada e o lobo era corpulento, enorme, seus olhos aguçados brilhavam por estar de noite destacando um cinza tão forte que chegava a parecer um preto fraco, o focinho dele estava arranhado e rosnava para o lado onde parecia não ter nada, apenas um arvore, mas quando olhava mais de perto, viu no topo da arvore a pelagem amarela do gato serio, que estava deitado preguiçosamente no meio das folhas.

Alicia continuava a seguir Nathaniel sem se importar para onde estava indo, estava tão concentrada em admirar os quadros que não dava a mínima.

O loiro olhava de vez enquanto para trás e sorria toda vez que o fazia, pois via como a menina de longos cabelos observava a decoração, e tentava imaginar se ela sabia que o gato nas pinturas era ele, mas não disse nada, apenas deixou que a menina observa-se os quadros.

Alicia estava atenta nos quadros, agora murava para o de pessoas, o primeiro quadro que apareceu foi o de um homem de cabelos prateados e uma cartola, a cabeça inclinada para frente impossibilitando a visão de seu rosto e as mãos estavam uma nas costas e a outra oferecia à uma garota a sua frente, esta tinha cabelos loiros e estava com um mascara branca e usa roupas parecidas com a do homem, roupas parecidas com ternos, a moça estava com um leque na mão e oferecia para o jovem a sua frente, a impressão que o rapaz emanava era de um magico junto de sua assistente.

Logo depois vinha o retrato de dois meninos gêmeos, pareciam crianças de dez anos e eram parecidos, mas um tinha olhos cor de rosa e cabelos estranhamente azuis e o outro possua grandes olhos azuis e cabelos pretos, eles usavam pinturas em seus rostos, o azulado tinha parte do rosto escurecida com tinta preta envolta do olho direito pegando do meio da testa até o canto dos lábios, no lado esquerdo tinha uma gota branca embaixo do olho rosa, o irmão estava com o rosto parecido, porem era uma tinta branco que lhe pintava a parte esquerda do rosto e embaixo do olho direito uma gota preta, eles usavam roupas como os de trapezistas e estavam com as mãos entrelaçadas.

Os quadros que vinham eram o de pessoas fantasiadas, com mascaras que deixa irreconhecível as pessoas por traz destas e tinham roupas diversificadas entre o de artistas de circo e roupas antigas, mas o ultimo quadro da parede era o que realmente intrigava.

Era a moldara mais bela sem duvidas e tinha a legenda de “Pierrot Liar”, mas não tinha uma pintura ali, como se ainda não tivessem achado o modelo perfeito e era tão estranho, tinha de tudo, mas por que o palhaço ainda faltava?!

Mas Alicia não teve tempo para pensar nisso, pois agora Nathaniel finalmente abrira uma porta naquele corredor que parecia sem fim.

— Senhorita, pode entrar — disse-lhe com um sorriso gentil.

A menina olhou a sala que lhe fora apresentada, parecia com uma sala de estar, e vozes vinham de lá.

Ela não se moveu, não tinha a confiança necessária para andar, mas no fim não precisou.

Quando parecia que não se moveria tão cedo, um garoto apareceu correndo na porta, Alicia o encarou, e se surpreendeu ao constatar que era um dos gêmeos que apareceu no retrato, porem já crescido, talvez fosse até mais velho que ela, era o menino de cabelos estranhamente azuis.

— Olha só isso — gritou o rapaz em animação para quem fosse que estivesse dentro da sala — Nathaniel achou uma desgarrada.

Nathaniel olhou feio para o menino de cabelos azuis, como uma represaria.

— Não é uma desgarrada, Alexy — tratou de informar o garoto — Ela só está perdida, e precisa de ajuda.

Alicia se sentia perdida, queria entender por que o menino a chamara de desgarrada, e o que aquilo significava?!

O rapaz agora parecia mais animado do que antes, pegou as mãos dela e a puxou para que entrasse.

E naquele segundo, Alicia contemplou algo incrível — aos seus olhos, claro, pois achava aquilo incrível —, um enorme lustre de cristal se centralizava no alto da sala e sobre ele, um menino de cabelos escuros — o gêmeo de Alexy, o mesmo do quadro — se equilibrava com apenas uma das mãos, fazendo algumas brincadeiras e às vezes, parecia que iria cair.

Era incrível e assustador. A habilidade e a experiência. Parecia fácil para o jovem rapaz.

A garota contemplava abismada com a cena e ao mesmo tempo temia por ele, estava tão concentrada que nem sequer prestou atenção nas outras pessoas ao seu redor — que por sinal estavam todos a encarando.

Alicia prendeu a respiração quando o trapezista se balançou, aquilo era tão perigoso.

— Não precisa ficar com medo, Senhorita — Nathaniel se apresentou ao seu lado — Ele não irá cair, ele é magnifico no que faz — disse em elogio, e atraiu a atenção da jovem.

— Mas parece tão perigoso, não temem por ele? — perguntou abismada com a confiança que era depositada no garoto trapezista.

— Meu irmão é bom, sabe o que faz, e isso é fácil para ele — o garoto de estranhos cabelos azuis disse, como se estivesse se gabando da habilidade do irmão gêmeo — Temos orgulho do que fazemos, não há motivo para temer por ele.

O garoto trapezista olhou para baixo quando ouviu a voz de seu irmão e se deparou com alguém que não conhecia, uma jovem de cabelos verdes e longos, a expressão inocente e levemente abobada, ele soube dizer na hora em que a viu, ela não era desgarrada.

O trapezista se balançou, chamando a atenção da garota, ele se balançava para frente e para trás até que saltou.

Ah, Meu Deus.

Mais uma vez ela prendeu a respiração enquanto observava ele rodopiar no ar e cair em pé no grande sofá alojado na sala. Um suspiro aliviado passou pelos lábios entreabertos dela quando o viu são e salvo.

— Senhorita, creio que não os apresentei a ti ainda.

Alicia levantou o olhar ao loiro ao seu lado e e conformou com a cabeça, não havia tido apresentações ainda.

— Ah, eu, eu — o estranho garoto de cabelos levantava a mão, animado — Deixa que eu me apresente primeiro — o jovem pegou a mão dela e a puxou pela sala — Eu sou o Alexy, sou um trapezista junto do meu irmão, — apontou ao garoto de cabelos pretos — Armin. Os Gêmeos Trapezistas.

O moreno veio ao encontro dela e lhe acenou com a cabeça.

— Muito prazer.

— Prazer — apenas disse, sem se apresentar, Alicia tinha problemas em fazer isso e se deu um tapa mental pela falta de etiqueta —... Eu sou Alicia... Só Alicia. — completou.

Alexy continuou a fazer apresentações, rodando pela sala com a menina, quase como em uma dança confusa.

— Este é Kentin, ou Ken, como preferir — a levou até um garoto que estava comendo cookies em um dos sofás, e a primeira coisa que lhe veio a cabeça fora como aquele garoto era parecido com o cachorro da pintura, seus olhos esmeraldinos eram intensos como os da pintura — Ele é o Cão Fiel.

Nesse momento, Alicia lembrou-se de quando Nathaniel se apresentou, também tinha um nome parecido, Gato Furtivo, não entendia porque eles tinham nomes assim, mas sabia que eles lembravam os animais que possuíam o nome. Nathaniel agia como um gato domesticado e refinado, e seus olhos brilhavam no escuro, tão aguçados como o de gatos, Kentin tinha uma expressão abobalhada, que parecia querer brincar, mas que ainda assim podia ser feroz, tal como um cão.

Mas Alicia não disse nada do que pensava, podia soar ofensivo se o fizesse.

E as apresentações se seguiram.

— Esta é Rosalya — uma moça curvou-se diante dela em uma majestosa reverencia, os cabelos eram longo e esguios, a cor reluzia com a luz, um branco tornando-se prateados em certos pontos — Ela é a mais nova aqui, e por toda hora ficar se esgueirando pelas paredes seguindo os outros, é a Fuinha travessa.

Outro Deja-Vu, outra vez, a sensação dos quadros de animais lhe veio à mente, a fuinha no quadro e a garota de cabelos brancos, tão parecidas, tão... Iguais...

Cada vez mais Alicia se intrigava com essas pessoas estranhas, e cada vez mais se fascinava com elas.

Alexy deu uma boa olhada ao redor, não tinha mais ninguém para apresentar.

— Ah, pela casa tem bem mais gente, mas... — deu uma pausa procurando alguém — Tem alguém que eu queria te mostrar... Nathaniel — se virou para o loiro de terno — Onde está Lysandre?!

— Eu não sei, deve estar perdido pelos corredores, como sempre...

— E Castiel?!

Alicia observou o loiro tencionar, como se tivesse se lembrando de algo ruim...

— Eu não sei... e nem me importo... — respondeu com certa carranca, o que era estranho já que ele parecia ser gentil o tempo todo.

— Ah, eu sei onde ele está — Kentin se manifestou ficando de pé — Ele está no porão.

Nathaniel franziu o cenho.

— Ele odeia aquele lugar, o que ele está fazendo lá?! — perguntou confuso.

Kentin endureceu os ombros.

— Ele recusou um pedido da Senhora A. e você sabe né... Ela ficou irritada e decidiu “castiga-lo”... — fez aspas com as mãos e Nathaniel assentiu, mas logo se assustou.

A já esta de volta?! — recebeu um aceno de cabeça deles, o loiro passou as mãos no cabelo puxando pra trás, preocupado — A não pode ver Alicia, vocês sabem o que ela vai fazer...

Dessa vez Alicia sentiu um arrepio, tinha um mau pressentimento.

Alexy pegou a menina pela mão e a foi puxando.

— Eu vou colocar ela no porão, talvez lá A não a encontre — avisou e todos concordaram, parecia ser a única solução plausível ali.

O garoto de cabelos estranhamente azuis a guiou pela casa, dessa vez, Alicia não se preocupou em prestar atenção no caminha, estava mais centrada em entender o porquê de todo aquele alvoroço, e quem era essa tal de A.

Não demorou muito para ele parar na frente de uma porta e a abrir com rapidez.

— Alicia, querida, não saia daqui, até eu ou o Nathaniel vir te buscar — disse a empurrando para dentro — Não importa o que aconteça não saia.

Era quase como uma ordem, e era amedrontador, mas Alicia ainda tinha perguntas.

— Por que eu tenho que me esconder?! Quem é essa A?! — perguntava antes de Alexy fechar a porta.

Alexy a olhou com relutância e segurou na maçaneta.

— Olha, não importa quem é A agora, é só que se ela te descobrir você não vai poder sair nunca mais, então... Por favor, não saia dai, Okay?! — e fechou a porta, deixando Alicia no escuro.

Ela decidiu se sentar apoiada na porta e esperar, mas um assovio chamou sua atenção.

Relutante, ela se levantou e andou até o fim do lugar, tendo finalmente um pouco de claridade.

No funda da pequena salinha, tinha um rapaz de cabelo avermelhado deitado em uma cama, seu pé direito estava preso a parede por uma corrente e ele assoviava de olhos fechados e quando os abriu, os mirou diretamente Alicia.

Seus olhos eram cinzentos, como um céu nublado pela chuva que se aproximava, era tão estranho, pois era parecido com os olhos do lobo da pintura, porem menos irritadiço.

— Ora, ora, A conseguiu um novo bichinho de estimação é — o ruivo sorria com escarno, se levantou de onde estava e veio até ela arrastando as corrente que prendia seu tornozelo direito — Coitada de você, mal chegou e já está no porão, sinto até pena de ti.

Alicia tremeu quando o rapaz a puxou pelo braço, e fechou os olhos quando sentiu as mãos calejadas em seu rosto.

—E qual é o seu nome?! — perguntou levantando o rosto dela, o que a fez abrir os olhos.

— Eu... Alicia... Só Alicia — disse vacilante, estava com certo medo daquele ruivo, ele era diferente de todos os outros que encontrara até então.

— Olá Alicia —disse com cortesia — Eu sou Castiel, o Lobo Trapaceiro.

Dessa vez ele beijou-lhe a mão, ele era realmente estranho.

Bem vinda ao Circo, Alicia.


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Notas finais do capítulo

Comentem se gostaram e obrigada por ler, Tia Mello ama vocês....